Gulbenkian cancela venda da Partex aos chineses da CEFC
Gulbenkian decidiu pôr termo à negociação que decorria com os chineses da CEFC para a venda da Partex, anunciou a fundação em comunicado.
A Fundação Calouste Gulbenkian decidiu pôr termo à negociação que decorria com os chineses da CEFC para a venda da Partex, anunciou a fundação em comunicado.
“Na sequência das notícias recentes vindas a público sobre a situação do grupo chinês e face à incapacidade desta empresa em as esclarecer cabalmente junto da Fundação, concluiu-se que não existem condições para continuar as conversações”, esclarece a Fundação num comunicado enviado às redações.
Na sequência das notícias recentes vindas a público sobre a situação do grupo chinês e face à incapacidade desta empresa em as esclarecer cabalmente junto da Fundação, concluiu-se que não existem condições para continuar as conversações.
As últimas informações conhecidas dão conta de que o presidente da CEFC China Energy, Ye Jianming, terá sido detido — houve mesmo uma delegação oficial da República Checa viajou à China em março para saber do seu paradeiro. Certo é que o também conselheiro económico do Presidente checo Milos Zeman, está ser investigado pelas autoridades chinesas por suspeita de crime e ia ser afastado do cargo. Por outro lado, a CEFC Europa, o ramo europeu deste conglomerado, anunciou esta segunda-feira a entrada do Governo chinês no seu capital.
Apesar deste revés, a fundação mantém a sua intenção de alienar a Partex. “Mantendo inalterada a sua opção estratégica relativamente à nova matriz energética, a Fundação dará continuidade ao processo de venda da Partex, tendo em conta os melhores interesses da Fundação e da empresa”, refere o mesmo comunicado.
A presidente da Fundação em entrevista ao Expresso (acesso pago) em fevereiro justificou a decisão de vender a petrolífera. “É uma questão de coerência com as nossas convicções”, referia. “A sustentabilidade que defendemos implicaria, mais cedo ou mais tarde, sairmos dos combustíveis fósseis. E corresponde a um movimento geral nas grandes fundações internacionais e não só: ter uma preocupação ética em relação ao bem comum e direcionar os investimentos em relação à filantropia”, disse Isabel Mota. Com a venda da Partex — uma operação que depende de luz verde do Governo — a Fundação esperava encaixar cerca de 500 milhões de euros.
Questionada sobre outros interessados com que a Gulbenkian possa estar a negociar, agora que o negócio com a CEFC falhou, fonte oficial da Fundação disse que “para já, não há mais nada a acrescentar”, face ao comunicado enviado.
Recorde-se que há mais entidades portuguesas a negociar com os chineses da CEFC, nomeadamente a Associação Mutualista Montepio Geral. A instituição liderada por Tomás Correia pretende vender o Montepio Seguros. A 1 de março, o grupo chinês garantia ao ECO que “não havia obstáculos” à compra do Montepio Seguros. Uma operação que chegou a ser dada como concluída, no final de novembro — a compra de 60% do capital do Montepio Seguros por 150 milhões de euros.
O ECO contactou a Associação Mutualista e a CEFC, mas ainda não obteve resposta.
(Notícia atualizada com a resposta da Gulbenkian sobre novos interessados)
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