Nestlé em Cascais? “São rumores”. Novo centro fica em Linda-a-Velha por agora
Ida do novo centro de serviços da Nestlé para Cascais não passa de um "rumor", garante o diretor-geral da filial portuguesa. Por agora, o centro ficará na sede nacional da companhia, em Linda-a-Velha.
Quase oito meses depois do autarca de Cascais ter anunciado a instalação do novo centro de serviços partilhados da Nestlé no município, o diretor-geral da filial portuguesa da gigante garante que esse acordo é apenas um “rumor”. Esta segunda-feira, num encontro com jornalistas, Paolo Fagnoni explicou que, por agora, o Nestlé Business Services (NBS) ficará acomodado na sede nacional da empresa. “A decisão vai ser tomada nos próximos dois a três meses sobre se ficamos em Linda-a-Velha ou procuramos novas alternativas”, precisou.
De acordo com o responsável, o edifício em causa está a ser avaliado e as equipas estão a ser reorganizadas, para que se arranje lugar para o centro. O NBS — que apoia, atualmente, as operações da Nestlé na Escandinávia, em Espanha, na Bélgica, no Luxemburgo e nos Países Baixos — já conta com 140 colaboradores, estimando-se que esse grupo chegue às quatro centenas de trabalhadores até ao final do ano.
Essa será, de resto, a maior fatia do bolo de novos empregados que a Nestlé Portugal espera conseguir até dezembro. No total, em 2018, a empresa prevê registar um aumento de 14% do seu pessoal, esperando contratar cerca de 269 novos colaboradores. “Estamos a recrutar mais ou menos 20 a 30 pessoas por mês”, salientou Fagnoni.
Para conquistar um lugar nesta multinacional, os interessados têm de ser linguisticamente versáteis “para se relacionarem com os parceiros da marca”. No que diz respeito ao NBS, a Nestlé está à procura de profissionais ligados à gestão das suas operações do pedido à entrega, às compras e à monitorização das campanhas digitais.
40 milhões para duas fábricas
Ao longo dos próximos 18 a 20 meses, a Nestlé Portugal espera investir mais de 40 milhões nas suas duas fábricas nacionais. Trata-se de um “investimento em operações, nas linhas de produção para criar ou melhorar produtos”, adianta Paolo Fagnoni, referindo que o objetivo é renovar e acelerar os processos.
Na fábrica de Avanca, destaca-se a melhoria na linha de produção de bebidas de cereais, o aumento da sua capacidade e o apoio à inovação na Nutrição Infantil. Já na fábrica do Porto, espera-se aumentar a capacidade de fabrico com a produção do café Nescafé Roast & Ground, uma novidade mundial para esta marca de café solúvel.
“Há um forte compromisso na redução de emissões e tratamento de águas, na redução de desperdício”, acrescenta Fagnoni.
Empreendedorismo “extraordinário”
Lançado em setembro do ano passado, o programa de aceleração de startups da Nestlé — o Fora da Casca — está agora nos seus passos finais. “Nas próximas semanas, vamos avaliar os projetos, alguns deles são extraordinários”, enfatiza o diretor-geral.
Segundo Fagnoni, os projetos com maior valor para a gigante serão depois desenvolvidos ou internamente ou em parceria com as pequenas empresas. “Continuaremos o trabalho em 2018”, garante o representante, deixando a porta aberta a uma segunda edição do programa.
E por falar em inovação, o responsável avança que 21% do crescimento registado neste primeiro trimestre foi justificado por projetos desse tipo. “Uma companhia como a Nestlé deve estar obcecada com a inovação e com a renovação”, sublinha o responsável.
Sobre a parceria da Nestlé com a cadeia Starbucks, Fagnoni explica ainda que o acordo não está bem definido, enfatizando que é um “grande oportunidade” para a empresa.
Por outro lado, esse casamento avaliado em seis mil milhões de euros poderá ser “em teoria” positivo para a fábrica de café da companhia em Portugal. “Há a possibilidade [de ser escolhida para produzir os novos produtos], mas ainda temos de ver os volumes e as oportunidades nas outras três fábricas”, sublinha o novo líder.
Ainda no campo dos novos produtos, destaque para o Kit Kat Ruby, que chega aos supermercados nacionais na próxima semana. O novo chocolate será lançamento numa edição limitada, devido à escassez deste tipo de cacau rosa.
No primeiro trimestre de 2018, a Nestlé Portugal registou vendas de 117 milhões de euros, fixando-se o crescimento nos 6%. No resto do ano, o diretor-geral estima um crescimento na ordem dos 2% a 3%, com especial atenção ao mercado local.
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