Acordo Merkel-Macron terá impacto na banca portuguesa. Bancos só poderão ter 5% de malparado
Os bancos da União Europeia deverão reduzir o stock de crédito em risco de incumprimento (malparado) para o máximo de 5% do total da carteira de crédito que têm, anunciaram a Alemanha e a França.
Os bancos da União Europeia deverão reduzir o stock de crédito em risco de incumprimento para o máximo de 5% do total da carteira de crédito, anunciaram a Alemanha e França num documento conjunto, onde recomendam um teto máximo que vai forçar países como Itália e Portugal, mais expostos a este risco, a acelerar planos para reduzir o malparado.
“Deverá haver um objetivo de 5% dos non performing loans (NPL) em termos brutos e de 2,5% de NPL líquidos para todos os bancos abrangidos pelo Conselho Único de Resolução e todos os outros bancos”, diz o documento citado pela Reuters. O Conselho Único de Resolução abrange maiores bancos comerciais da Zona Euro e que estão sob supervisão da agência europeia responsável pela resolução dos bancos.
Este documento, que inclui propostas dos governos da Alemanha e França para a reforma da Zona Euro, serve de base para a preparação da cimeira da União Europeia que vai ter lugar na próxima semana em Bruxelas.
“As autoridades competentes vão definir estratégias individuais para a redução dos níveis de malparado para os bancos mais relevantes”, acrescenta o documento.
Alemanha e França consideram que a redução do NPL é crucial para a evolução da união bancária e por isso vão exigir aos países para acelerarem os planos limpar o malparada das carteiras dos bancos.
“Os Estados membros/bancos que não atingirem estes objetivos vão adotar esforços específicos, envolvendo também os seus regimes de insolvência/execução de dívida, para alcançar estes objetivos num curto período de tempo”, adianta a proposta franco-alemã.
Estas medidas vão ter especial impacto nos bancos portugueses. De acordo com os dados da Associação Portuguesa de Bancos (APB), o rácio de NPL situou-se nos 13,3% no final do ano passado — menos 3,9 pontos percentuais face a 2016. Em termos brutos, a banca nacional detinha mais de 37 mil milhões de euros de crédito em risco de incumprimento no final de 2017.
Esta quarta-feira, a agência Moody’s destacou a “queda substancial” do malparada na banca portuguesa durante o ano passado e no primeiro trimestre deste ano. “A queda dos NPL foi impulsionada pelo forte crescimento económico, pelo aumento da recuperação de crédito e pela venda de carteiras de malparado”, disse a agência de notação de risco.
“Esperamos que esta tendência continue em 2018 com a continuação da recuperação económica e com as pressões regulatórias a forçar os bancos a acelerar esforços para reduzir os rácios de NPL”, acrescentou a Moody’s.
(Notícia atualizada às 13h01)
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