O combate ao segredo ou o segredo do combate?

  • ECO + SLCM
  • 11 Outubro 2018

A AT não terá acesso aos movimentos das contas bancárias, mas apenas ao saldo dessas contas que, no final do ano, seja superior a € 50.000.

Depois da ‘ida a banhos’ do legislador, inspirada nos costumes nobiliárquicos dos finais do século XIX, é tempo de reiniciar a atividade parlamentar e, com ela, a discussão das propostas de Lei (PL) cujo processo foi interrompido.

É o caso da PL n.º 130/XIII, relativa à comunicação dos saldos de contas financeiras de residentes em Portugal à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), que foi aprovada na generalidade, devendo agora ser discutida na especialidade.

A pergunta dirigida aos fiscalistas é recorrente: a AT vai saber onde ganho e gasto o meu dinheiro? E a privacidade? A resposta, não sendo simples, é aparentemente clara: A AT não terá acesso aos movimentos das contas bancárias, mas apenas ao saldo dessas contas que, no final do ano, seja superior a € 50.000.

Em abstracto, a comunicação do ‘saldo’, ao invés dos movimentos das contas financeiras, não permitirá à AT conhecer da subjetividade dos movimentos efectuados pelos contribuintes, o que deverá salvaguardar o núcleo essencial do direito à reserva da vida privada, sendo este, no limite, restringido apenas quanto ao seu âmbito ‘patrimonial’.

Não obstante, a PL padece, em nossa opinião, de algumas fragilidades, sendo pertinente a reflexão sobre as seguintes questões:

  • Do texto da PL não resultam os critérios objectivos “básicos” para a sua aplicação, e.g., quais os elementos, incluindo os dados pessoais, a comunicar à AT; qual o valor a considerar caso o residente tenha mais do que uma conta no mesmo banco, ou caso a conta seja ‘conjunta’; qual o momento relevante se a conta for encerrada. A PL limita-se a proceder à alteração de outros diplomas, o que resulta numa “dispersão normativa” do regime, acrescida de remissões (avulsas e confusas) entre os diplomas e de difícil interpretação por parte dos seus destinatários, nomeadamente dos titulares das contas.
  • No que respeita ao cômputo do valor de € 50.000, parece resultar da legislação em causa que deve ser considerado o valor agregado dos saldos das contas detidas por um titular na mesma instituição financeira.
  • Quanto à co-titularidade, o valor a considerar relativamente a cada titular corresponde ao saldo total da conta. Tal significa que, caso um residente detenha uma conta com um saldo de €40.000, a mesma não será sujeita a comunicação. Caso, no entanto, seja co-titular de uma conta na qual detém uma parte correspondente a € 26.000, porque tal conta tem um saldo superior a €50.000, a mesma ficará sujeita a comunicaçã
  • Apesar de a PL não ter sido aprovada, a mesma poderá ter impacto quanto a factos já ocorridos. Note-se que, pretendendo o legislador que a PL se aplique ao ano de 2018, e considerando que, em caso de encerramento da conta antes do final do ano, tal informação deverá ser comunicada à AT, o encerramento antes do final do ano de 2018 não deverá evitar a comunicação desse facto à AT.
  • No mesmo sentido, embora se refira que as instituições financeiras devem observar as regras aplicáveis em matéria de proteção de dados – de acordo com as quais ficam obrigadas a informar os titulares das contas sujeitas a comunicação sobre o dever legal de recolha e transmissão dos dados -, ficam as mesmas dispensadas de tal comunicação quando tenham obtido o prévio consentimento dos titulares ao abrigo de outras obrigações legais de comunicação, da mesma natureza e fins.

Sendo a necessidade de reforçar o combate à fraude e evasão fiscais um dos argumentos para decretar a comunicação dos saldos das contas financeiras, impõe-se a ponderação e conciliação dos interesses em causa, de forma a que essas medidas de combate sejam proporcionais aos objetivos a atingir. Não pode admitir-se que tal resulte numa secundarização, não justificada, de direitos fundamentais, devendo a legislação ser discutida criteriosamente, de forma a salvaguardar, nomeadamente, a reserva da vida privada.

Este é, ainda, o tempo e a oportunidade para, retemperados pela época estival, darmos lugar a esta discussão.

Artigo desenvolvido por Mafalda Alves, Advogada e Coordenadora da àrea de Prática Fiscal e Nídia Horta, Advogada da equipa da área de prática Fiscal – SLCM // Serra Lopes, Cortes Martins & Associados.

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Vem aí o primeiro hub digital para a agricultura em Portugal. O objetivo é enfrentar os desafios do setor

O Hub4Agri quer ligar a procura e as necessidades dos produtores agrícolas com as soluções e respostas tecnológicas para a digitalização da agricultura.

Portugal vai ter, muito em breve, o primeiro hub digital para a agricultura no país, o Hub4Agri, que surge na sequência dos grandes desafios que se impõem atualmente ao setor agrícola. “Trata-se de uma iniciativa alinhada com as estratégias nacional e europeia para a digitalização da indústria”, explica Pedro Matias, presidente do ISQ, em comunicado, acrescentando que só há um caminho: “Adoção de tecnologia, digitalização de processos e novos modelos de negócio digitais”.

O Hub4Agri pretende conectar a procura e as necessidades dos produtores agrícolas com as soluções e respostas tecnológicas para a digitalização da agricultura, colocando ao alcance de todas as empresas — grandes ou pequenas e onde quer que estejam situadas — os serviços necessários para fomentar a produtividade e a sustentabilidade do setor. “O grande objetivo é constituir e manter um ecossistema de inovação suportado numa rede de cooperação multissetorial e trabalhar em estreita colaboração com as autoridades regionais e nacionais para promover a transformação digital do setor agrícola”, acrescenta.

Pedro Matias diz que o hub digital para a agricultura será “capaz de dar uma resposta transversal aos grandes desafios que atualmente se colocam”, num momento em que, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, a população mundial global está a crescer exponencialmente, originando uma procura crescente de culturas agrícolas, produtos agrícolas e alimentos processados.

“A agricultura e o sistema alimentar mundial são desafiados a alimentar uma população global estimada em quase dez mil milhões de pessoas até 2050, com a diminuição dos recursos terrestres e hídricos. A produção mundial de alimentos necessitará duplicar até 2050 para poder dar resposta a este crescimento populacional, com exigências de mais produtos por parte dos consumidores e produtos cada vez mais saudáveis, por isso o desafio é gigantesco”, explica.

Estes setores terão, não só de lidar com alterações climáticas, minimizar impactos ambientais e aumentar a eficiência no uso de recursos como, também, fazer face aos desafios da transformação digital. Desafios que não serão possíveis de enfrentar “com as técnicas de produção atuais”, de acordo com o comunicado.

A apresentação oficial do Hub4Agri acontece a 15 de outubro, na sede da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal (Confagri), em Lisboa, e conta com a presença da secretária de Estado da Indústria, Ana Lehmann, e do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos.

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Juros da dívida invertem tendência, mas Wall Street mantém-se no vermelho

Apesar da subida dos preços no consumidor ter ficado abaixo das expectativas e dos juros da dívida estarem em queda, Wall Street mantém-se em terreno negativo.

Apesar da inflação norte-americana ter desacelerado em setembro e de os juros da dívida norte-americana estarem, consequentemente, em queda, Wall Street abriu, esta quinta-feira, em terreno negativo. A expectativa de que a Reserva Federal suba, pela quarta vez, as taxas de juro mantém-se nas mentes dos investidores, que continuam cautelosos. Ainda assim, as perdas registadas esta quinta-feira são inferiores ao trambolhão de ontem.

O índice de referência, o S&P 500, está assim a desvalorizar 0,32% para 2.776,87 pontos. Igual tendência está a ser registada pelo tecnológico Nasdaq, que recua 0,46% para 7.388,07 pontos, e pelo industrial Dow Jones, que abriu em baixa 0,31% para 25.518,39 pontos.

Esta quinta-feira, foram divulgados os dados relativos à evolução do Índice dos Preços no Consumidor: subiu 0,1% no mês passado, valor que compara com os 0,2% registados em agosto e fica abaixo das estimativas avançadas pelos analistas. De acordo com a Reuters, este desaceleração fica a dever-se ao aumento mais modesto dos preços de arrendamento e ao recuo dos preços da energia.

Os especialistas citados pela mesma agência noticiosa explicam que a escalada da inflação tem colocado pressão sobre a Reserva Federal para aumentar as taxas de juro — uma medida contra a qual Donald Trump se tem insurgido — pelo que os dados revelados esta quinta-feira deverão aliviar essas expectativas. Pelo segundo dia consecutivo, o Presidente Trump considera o aumento dos juros “ridículo” já que torna mais caro ao Governo norte-americano financiar-se. “Gostaria que a nossa FED não fosse tão agressiva porque, penso, estão a cometer um erro”, disse Trump numa entrevista na Fox & Friends.

A perspetiva de juros mais altos tem sido refletida na escalada dos juros dos títulos de dívida norte-americanos, o que tem feito os mercados tremer. Na sessão desta quinta-feira, apesar da efetiva descida dos juros das Treasuries, Wall Street está a manter-se, contudo, em terreno negativo.

A pressionar a praça estão as tecnológicas: as ações da Amazon estão a recuar 2,59% para 1.709,72 dólares e da Apple a cair 0,28% para 215,75 dólares.

Depois de ter anunciado lucros acima das expectativas, no terceiro trimestre do ano, a Delta Air Lines está a ver os seus títulos dispararem 3,68% para 1,83 dólares.

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Trabalhadores do Metro de Lisboa em greve parcial na manhã da próxima quinta-feira

  • Lusa
  • 11 Outubro 2018

A greve dos trabalhadores do metro vai afetar a circulação das 06h00 até às 09h30 da próxima quinta-feira. Em causa está a discordância com a proposta de atualização salarial plurianual.

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa entregaram um pré-aviso de greve parcial para a próxima quinta-feira, que poderá manter o Metro encerrado até às 09h30, revelaram esta quinta-feira várias estruturas sindicais.

A greve para a generalidade dos trabalhadores – e que afeta a operação – será das 06h00 até às 09h30. Para os trabalhadores administrativos será das 10h00 às 12h30″, esclareceu à Lusa fonte da Fectrans (Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações).

Num comunicado conjunto, os trabalhadores justificam a greve parcial com a discordância com a proposta de atualização salarial plurianual de 24,50 euros para os anos de 2018 e 2019, apresentada aos representantes sindicais na quarta-feira pelo Conselho de Administração da empresa.

“Obviamente que as organizações sindicais não podem aceitar este aumento salarial para dois anos, porque na prática isto corresponde a um aumento de ‘zero’ para 2019″, salientam, no comunicado. Os sindicatos defendem que o aumento proposto de 24,50 euros deverá valer apenas para 2018, com retroativos a 1 de janeiro.

Os trabalhadores do Metro de Lisboa estão já a realizar, desde terça-feira, uma greve ao tempo extraordinário.

Os sindicatos subscritores do documento são o STRUP – Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, STTM – Sindicato dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano de Lisboa, SINDEM – Sindicato Da Manutenção, SITRA – Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, STMETRO – Sindicato dos Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa e SITESE – Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

As novas votações das propostas sobre a habitação serão feitas na terça-feira de manhã, prolongando-se, caso seja necessário, para quarta-feira. O Conselho das Finanças Públicas (CFP) está mais otimista do que o Governo quanto à meta do défice deste ano e partilha a mesma previsão que o Executivo sobre a dívida pública. Défice do primeiro semestre não assustou técnicos.

O Partido Socialista (PS) terá pedido, na passada noite, o adiamento das votações das propostas sobre habitação, que deveriam iniciar-se esta quinta-feira à tarde. Entre as medidas está, por exemplo, o programa de renda acessível e a criação de novos benefícios fiscais para os senhorios que escolham fazer contratos de arrendamento de longa duração. A notícia foi avançada pelo Diário de Notícias e confirmada pelo ECO.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) mantém a previsão de défice para este ano em 0,5% do PIB, mesmo depois de terem sido conhecidos os dados referentes ao primeiro semestre que dão conta de um défice de 1,9% do PIB. A instituição liderada por Teodora Cardoso está mais otimista que o Governo que tem como objetivo um défice de 0,7% para este ano.

Portugal ainda tem uma boa parte da sua dívida com taxas negativas. Mas o montante de títulos nacionais com juros abaixo de zero tem vindo a encolher-se de uma forma expressiva nos últimos meses. Com o aproximar do fim do programa de compras do Banco Central Europeu (BCE), mas também com o clima de tensão entre Roma e Bruxelas a provocar turbulência nos mercados, mais de 20 mil milhões de euros em dívida da República portuguesa passaram a apresentar juros positivos desde abril, numa tendência de inversão das taxas que não se verifica apenas no mercado português.

O FC Porto registou prejuízos de 28,44 milhões de euros na temporada passada, quando conquistou o campeonato nacional, aumentando para 63 milhões de euros os prejuízos acumulados em apenas duas épocas. A SAD portista salienta, ainda assim, que houve uma melhoria nas contas da sociedade e que a evolução cumpre o acordo com a UEFA em relação ao equilíbrio das suas finanças.

O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, deverá anunciar esta quinta-feira uma linha de crédito de 50 milhões de euros para financiar empresários portugueses e lusodescendentes que queiram sair da Venezuela e regressar a Portugal. O anúncio será feito em Caracas, naquele que é último dia da visita oficial de Carneiro, que se iniciou no passado sábado.

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DHL Express vai ter novo terminal logístico no aeroporto de Lisboa em 2020

  • Lusa
  • 11 Outubro 2018

O acordo entre a DHL Express e a ANA prevê um compromisso de 40 milhões de euros. A empresa de distribuição pode começar a construção a partir de 1 de janeiro do próximo ano.

A DHL Express e a ANA – Aeroportos de Portugal assinaram esta quinta-feira um acordo para a construção de um novo terminal logístico da empresa de distribuição no aeroporto de Lisboa, que funcionará a partir do segundo semestre de 2020.

Após a assinatura do documento, José António Reis, diretor-geral da DHL Express Portugal, informou que a empresa poderá começar a construir a partir de 1 de janeiro de 2019, num terreno que ultrapassa os 21 mil metros quadrados, sendo a área de construção de cerca de 11 mil metros quadrados e a área de implementação de quase seis mil metros quadrados.

Com um compromisso de 40 milhões de euros assumido no contrato assinado por 25 anos e um ‘capex’ (‘capital expenditure’, capital para aquisição) na ordem dos 30 milhões de euros, a empresa de distribuição espera quadruplicar a sua capacidade instalada de processamento para 6.500 peças por hora.

Ao garantir acesso à placa do aeroporto, a DHL Express vai assumir o ‘handling’ da sua mercadoria e, no final, ganhar em “termos de eficácia cerca de uma hora a uma hora e meia mais cedo”, o que significa “colocar a mercadoria de forma mais rápida na rua” resumiu o responsável à agência Lusa.

“Todo este investimento obedece a uma lógica da DHL Express para, por um lado, sermos mais eficazes, mais rápidos e também para garantir outro tipo de segurança de envio aos nossos clientes e confere outro tipo de capacidade para responder ao crescimento das exportações, ao próprio crescimento das importações e ao fenómeno das compras ‘online’”, acrescentou.

O contrato assinado esta quinta-feira prevê que a DHL possa estender a permanência no novo terminal até 40 anos, informou ainda José António Reis, referindo que, nos planos da empresa, está concentrar no aeroporto “todas as localizações da grande Lisboa , incluindo a sede”.

O projeto futuro deverá traduzir um aumento de contratações entre 5 a 10%, com o diretor a sublinhar tratar-se de “emprego qualificado” face à aposta na tecnologia, cujo investimento ronda os oito milhões de euros. “Seguramente vamos manter e eventualmente conseguir absorver os crescimentos com a frota que temos atualmente”, referiu à Lusa.

À questão sobre se o novo aeroporto do Montijo foi equacionado como local de operação, o diretor geral respondeu que a DHL “está, de alguma forma, a colocar os meios financeiros, mas este é um investimento da DHL e a da ANA”.

“E parece-me que seria um pouco descabido a ANA estar a contratualizar com a DHL um investimento desta natureza para que toda esta parte da carga aérea se movimentasse para o outro aeroporto”, disse à Lusa.

Em abril de 2019, a empresa espera receber os primeiros veículos elétricos, estando a nova infraestrutura pensada para “alimentar esse tipo de veículos”. Pela ANA, Francisco Pita comentou que este acordo representa a evolução na operação de carga, que “acompanha aquele que tem sido o crescimento do Aeroporto de Lisboa”.

A DHL Express Portugal tem como atividade o transporte expresso internacional de encomendas e documentos, servindo a totalidade do território nacional através de 10 instalações e mais de 300 ‘service points’ com serviço expresso internacional.

A empresa tem uma equipa de 500 especialistas e uma frota composta por cerca de 200 veículos operacionais e três aviões garantem diariamente a ligação de Portugal com os grandes centros operacionais em todo o Mundo. A DHL faz parte do Grupo DeutschePost DHL que gerou receitas superiores a 60 mil milhões de euros em 2017.

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Meta do défice para este ano “parece exequível”, diz Banco de Portugal

A quatro dias da entrega do OE 2019, Centeno recebe boas notícias do Banco de Portugal. A instituição liderada por Carlos Costa acredita que a meta do défice para este ano será alcançada.

O Banco de Portugal considera que a meta do défice para este ano “parece exequível” apesar de ainda conter riscos relacionados com o perfil intra-anual verificado no segundo semestre do ano. A quatro dias da entrega do Orçamento do Estado para 2019, Mário Centeno recebe assim uma carta de conforto da instituição liderada por Carlos Costa.

“Nos últimos anos, o défice orçamental ajustado de fatores pontuais tem apresentado um valor mais baixo no segundo semestre do que no primeiro. Tendo em consideração este perfil, o objetivo oficial para o défice deste ano (0,7% do PIB), definido no Programa de Estabilidade (PE 2018-22) e mantido inalterado no âmbito da segunda notificação do Procedimento dos Défices Excessivos, parece exequível, embora não isento de riscos”, diz o Boletim Económico publicado esta quinta-feira.

O Governo tem revelado confiança nesta meta e várias instituições — como a Unidade Técnica de Apoio Orçamental e o Conselho de Finanças Públicas — têm considerado possível esta meta, mais ambiciosa do que a traçada há um ano, quando apresentou o Orçamento do Estado para 2018.

Esta segunda-feira, o Governo entrega na Assembleia da República a proposta de Orçamento para 2019, com um objetivo de défice de 0,2% do PIB.

Entre os riscos assinalados para este ano estão, do lado da receita, a possibilidade de o Estado não recuperar ainda este ano a totalidade da garantia concedida ao Banco Privado Português, e, do lado da despesa, o diferente perfil de pagamento do subsídio de Natal na Função Pública, que este ano pesará mais nas contas do segundo semestre, o pagamento faseado das progressões dos trabalhadores do Estado e o pagamento do aumento extraordinário das pensões desde agosto.

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Banco de Portugal vê investimento a crescer menos de metade este ano

O banco central mantém a previsão de crescimento do PIB em 2,3% para este ano. Porém, considera que a economia vai crescer mais à custa do consumo privado e menos graças ao investimento e exportações.

O Banco de Portugal manteve a previsão de crescimento do PIB em 2,3% para este ano, mas está mais pessimista quanto ao desempenho do investimento total da economia face a junho quando apresentou previsões pela última vez. A instituição liderada por Carlos Costa, que partilha a mesma previsão para a evolução do PIB com o Governo, considera que o investimento é uma peça-chave para o reforço do potencial de crescimento da economia.

De acordo com o Boletim Económico de outubro, publicado esta quinta-feira, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deverá crescer este ano 3,9%, depois de, em 2017, ter registado um acréscimo de 9,2%. Isto significa que, no conjunto, o investimento público e privado vai crescer apenas 42% do aumento observado no ano anterior. Em junho, quando a instituição apresentou as últimas previsões, o Banco via o investimento a crescer menos do que em 2017, mas a um ritmo igual a 63% do verificado no ano anterior.

Para esta desaceleração mais acentuada contribuíram perspetivas piores quanto ao setor da construção. “O investimento residencial abrandou neste período (primeiro semestre), refletindo parcialmente as condições meteorológicas adversas no primeiro trimestre do ano. A desaceleração da FBCF em construção estará influenciada também pelo efeito base do forte aumento das obras públicas em 2017”, escreve o Banco de Portugal.

No boletim, o Banco de Portugal considera que “o investimento [público], mais uma vez, está a crescer abaixo do previsto”. No Programa de Estabilidade, o Governo apontava para um aumento de 28,7%, mas, no primeiro semestre, o crescimento do investimento público foi de apenas 6,3%. Ainda assim, regista-se um aumento face ao ano anterior.

A revisão em baixa do investimento levou o banco a atualizar a previsão de evolução das importações. Em junho, era esperado um crescimento de 5,7% e agora de 5,1%.

Também quanto às exportações, o banco central está menos otimista. As vendas de bens e serviços devem crescer 5% este ano, o que compara com 7,8% verificados em 2017. Em junho, o Banco de Portugal via as exportações a desacelerar para 5,5% — menos do que agora em outubro. Ainda assim, as exportações continuam a registar ganhos de quota de mercado.

Por outro lado, o Banco considera que o consumo privado vai crescer mais do que o previsto em junho.

O novo quadro de projeções do Banco de Portugal — que atualiza os números apenas para 2018 deixando para dezembro a atualização da projeção para o próximo ano, já com informações novas do Orçamento do Estado para 2019 — revela assim que a economia portuguesa vai crescer este ano menos do que em 2017, quando o PIB subiu 2,8%.

Porém, comparando com as previsões do Banco Central Europeu, Portugal crescerá mais do que a Zona Euro (0,3 pontos percentuais acima).

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Salários aceleram com redução do desemprego

O Banco de Portugal reviu em baixa a previsão da taxa de desemprego para este ano para 7%. A melhoria no mercado de trabalho permite uma aceleração nos salários, que beneficia o consumo privado.

Os salários em Portugal estão a acelerar em resultado das melhorias no mercado de trabalho. A conclusão é do Banco de Portugal que esta quinta-feira reviu em baixa a previsão de taxa de desemprego para este ano para 7%.

“Os salários deverão acelerar, pressionados pela redução da taxa de desemprego, pelo impacto do aumento do salário mínimo nacional e pelo descongelamento gradual das progressões salariais na Administração Pública”, lê-se no Boletim Económico publicado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

O banco central explica que, “tal como na área do euro, a melhoria das condições no mercado de trabalho em Portugal tem-se refletido num maior crescimento dos salários no período mais recente”. A instituição olha para três indicadores:

  1. “De acordo com os dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, no primeiro semestre de 2018, as remunerações base por trabalhador declaradas à Segurança Social registaram um crescimento de 2,2%, o que representa uma aceleração face ao valor de 1,7% observado no conjunto de 2017.”
  2. “A evolução das remunerações reflete igualmente o maior dinamismo da contratação coletiva em Portugal, traduzida no aumento do número de instrumentos de regulamentação coletiva. Até julho de 2018, foram publicados 173 novos instrumentos, abrangendo cerca de 520 mil trabalhadores, que se traduziram num crescimento das remunerações médias convencionadas de 3%.”
  3. “Dada a sua importância crescente na distribuição salarial em Portugal, o crescimento das remunerações em 2018 estará igualmente a refletir o aumento do salário mínimo nacional. No início do ano, o salário mínimo nacional aumentou de 557 para 580 euros, o que se traduz num aumento acumulado de 19,6% desde o final de 2014.”

Quanto à evolução da taxa de desemprego, o banco diz que “a evolução projetada para o mercado de trabalho para 2018 caracteriza-se por um aumento do emprego de 2,3%, inferior em um ponto percentual ao observado em 2017. A taxa de desemprego continua a sua trajetória descendente, devendo situar-se em 7% no conjunto do ano de 2018 (menos 1,9 pontos comparativamente a 2017).” Nas últimas previsões, avançadas em junho, o banco central apontava para uma taxa de desemprego de 7,2%.

Remunerações por empregado e taxa de desemprego

O banco central explica que, comparativamente com o Boletim Económico de junho, “verifica-se uma revisão em baixa do emprego e da taxa de desemprego, num quadro de revisão também em baixa da taxa de atividade”.

A melhoria das condições no mercado de trabalho, conjugada com a recuperação da confiança das famílias — que se situa em “níveis historicamente elevados” — tem permitido um “crescimento significativo do rendimento disponível real das famílias”, que por sua vez alimenta o consumo privado.

No novo cenário macroeconómico, o Banco de Portugal revê em alta face a junho a sua previsão de crescimento do consumo privado de uma taxa de crescimento de 2,2% para uma taxa de crescimento de 2,4%. Isto significa que apesar do abrandamento económico previsto entre 2017 e 2018, o consumo privado deverá acelerar, já que em 2017 apresentou uma taxa de variação de 2,3%.

O consumo privado é a componente com maior peso no PIB — valendo quase 65%. No entanto, esta revisão em alta da projeção da variação do consumo privado não chegou para provocar uma alteração semelhante na variação do PIB (mantém-se a previsão em 2,3%), já que o Banco de Portugal está mais pessimista quanto ao investimento e às exportações.

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Banco de Portugal diz que o crédito pesa pouco na compra de casa. Principalmente em Lisboa e no Algarve

Apesar do aumento do novo financiamento, o saldo do crédito para a casa continua baixo. Comparando com as transações de imóveis, percebe-se que o peso do crédito na compra de casas pesa pouco.

O mercado imobiliário está ao rubro. Vendem-se e compram-se casas a um ritmo acelerado, mas poucas com recurso a financiamento bancário. Olhando para o número de imóveis comercializados, mas também para os empréstimos concedidos, o Banco de Portugal nota que o crédito continua a ter um peso diminuto nestas transações — apesar de ter aumentado nos últimos anos. Sinaliza, diz, um aumento das compras a pronto, movimento explicado pelo turismo. Um fenómeno mais expressivo em Lisboa e no Algarve.

O mercado da habitação está a apresentar um elevado dinamismo e isso está associado não apenas aos fatores mais tradicionais — condições de financiamento mais favoráveis ou melhoria da situação financeira global das famílias e da economia em geral –, mas também ao aumento do turismo e à procura de imóveis por parte de não residentes“, afirma a instituição liderada por Carlos Costa, no âmbito do Boletim Económico, publicado esta quinta-feira.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pelo Banco de Portugal, com a chegada da troika a Portugal, o mercado imobiliário afundou. Sem crédito, as vendas e compras de imóveis deslizaram, atingindo mínimos por altura da “saída limpa” do programa de assistência financeira. Mas desde então, a tendência inverteu-se. E de forma expressiva, levando a crescimentos de dois dígitos tanto no número de operações como do valor das mesmas.

Seguindo este movimento do mercado, o crédito à habitação afundou. E, em 2015, com o imobiliário a recuperar, assistiu-se ao rácio mínimo entre transações e empréstimos para realizar essas mesmas operações. “O rácio entre o montante de novos empréstimos e o montante das vendas registou uma redução acentuada” até 2015 (barra amarela do segundo gráfico), acabando, nesse ano, por inverter a tendência de forma ligeira, lê-se no Boletim Económico.

Vendas recuperam, crédito também (mas menos)

Fonte: INE

Para o conjunto do país, o rácio entre empréstimos e vendas passou de 0,66 em junho de 2010 para um valor mínimo de 0,26 em junho de 2015, terminando em 0,34 em junho deste ano. “Esta evolução aponta para uma redução da importância do financiamento bancário a particulares nos desenvolvimentos do mercado da habitação em Portugal“, diz o Banco de Portugal.

Rácio entre crédito e vendas mantém-se baixo

Fonte: INE

Mais casas pagas a pronto. É o turismo

Porquê que se assiste a uma redução do peso do financiamento na compra de habitação? Por um lado, o Banco de Portugal aponta para a mudança que a crise ditou na forma como os bancos concedem crédito para a compra de habitação, deixando de emprestar a totalidade do valor. “Pode refletir um aumento do valor médio das vendas relativamente ao valor médio dos empréstimos”, diz no Boletim Económico, apontando para a “uma redução da percentagem do valor de aquisição que é financiada com crédito bancário”.

Por outro lado, o supervisor financeiro aponta a “existência de um aumento da percentagem do número de vendas que são efetuadas sem recurso a crédito bancário em Portugal por parte dos particulares”. Ou seja, imóveis que são pagos a pronto, o que poderá ser explicado tanto pelo aumento do número de estrangeiros a adquirir casas no mercado nacional, mas também de compras feitas por outras entidades para tirarem partido do turismo.

Esta redução do peso do financiamento bancário na compra de casa é bastante notória na área metropolitana de Lisboa e no Algarve, algo que, segundo o Banco de Portugal, “poderá estar associado à ideia de que nestas regiões o investimento estrangeiro ou a compra de imóveis por parte de empresas estará a ter um maior peso nas transações do que no passado”.

Novo crédito cresce, mas saldo está estável

Os números compilados pelo Banco de Portugal mostram que o crédito está a ter pouca expressão nos movimentos a que se assiste no mercado imobiliário nacional, revelando que os bancos, apesar de estarem a aumentar a concessão de empréstimos para este fim, têm adotado uma postura mais cautelosa do que no passado.

Os números mais recentes revelam que mesmo com as regras mais apertadas que o regulador decidiu aplicar para a concessão de créditos para a casa, os novos empréstimos continuam a aumentar. Em agosto, o segundo mês em que estão em vigor as recomendações do Banco de Portugal, os bancos deram 810 milhões de euros em novos créditos para comprar casa, mais cerca de 100 milhões face ao mesmo período do ano passado.

Aumenta a nova concessão, mas a realidade é que o saldo do crédito para a compra de casa pouco tem crescido. O saldo do crédito para compra de casa está a subir há quatro meses consecutivos, tendo chegado aos 92.860 milhões de euros em agosto, o valor mais elevado desde março, de acordo com a instituição. No entanto, está substancialmente aquém dos valores registados durante os anos que antecederam a chegada da troika a Portugal.

Concessão de crédito desde 2010

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Processo de privatização parcial da Sonangol está em curso

  • Lusa
  • 11 Outubro 2018

O projeto de privatização parcial da petrolífera estatal Sonangol está a ser estudado pelo governo angolano, e insere-se no quadro do Programa de Regeneração da empresa.

O Governo de Angola está a analisar um projeto de privatização parcial da petrolífera estatal Sonangol, mas só depois de junho de 2019, indicou o ministro dos Recursos Minerais e Petróleo angolano, citado esta quinta-feira na imprensa local.

Segundo Diamantino Azevedo, o projeto em causa insere-se no quadro do Programa de Regeneração da empresa, em curso desde agosto e que já levou ao fim do monopólio no setor da Sonangol, com a criação, para já com uma Comissão Instaladora, da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG).

O ministro declarou que, enquanto se passa a função de concessionária da Sonangol para a ANPG, a petrolífera tem em curso o “Programa de Regeneração”, de forma a focar-se apenas nos “negócios nucleares”, constituídos pelos fluxos ascendente e descendente da cadeia produtiva de petróleo (pesquisa, exploração, produção, refinação e distribuição).

O processo, adiantou, vai levar à privatização de algumas empresas não nucleares do grupo e, no futuro, à privatização parcial da Sonangol por dispersão bolsista, um processo ligado às boas práticas dessa indústria. “É o que se passa hoje com as grandes companhias petrolíferas mundiais”, afirmou.

A apresentação do modelo de funcionamento foi feita pelo coordenador adjunto da Comissão Instaladora da ANPG, Jorge Abreu, que lembrou as três etapas pelas quais o processo decorre e que começam em janeiro de 2019, com a fase da transmissão da função de concessionária para a agência.

Nesta fase inicial, prosseguiu, a função de concessionária vai-se manter na Sonangol, concentrando-se na relação com os operadores e respondendo ao Conselho de Administração da Agência.

A segunda fase vai de janeiro a junho de 2019 e é designada por “Transição”, na qual o Conselho de Administração da ANPG vai dirigir o processo de autonomização e as entidades corporativas da Sonangol se obrigam a prestar serviços à Agência.

A terceira fase, a de “Otimização da Transição”, vai de junho de 2019 a janeiro de 2020 e abrange a migração dos ativos da função de concessionária para a ANPG.

Os funcionários da Sonangol que cuidam desta função transitam para a ANPG, sendo que “a questão remuneratória não será prejudicada”, uma referência à manutenção dos salários e eventuais privilégios.

Jorge Abreu declarou que o plano de reestruturação do setor petrolífero em curso “é irreversível” e não vai afetar a estabilidade dos negócios na indústria petrolífera angolana, algo que persegue a assinatura de novos contratos e a exploração de campos marginais.

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Apple aposta nos chips. Fecha acordo de 600 milhões de dólares com fornecedora

A Apple vai investir na fornecedora de chips, num negócio que prevê o acesso a algumas patentes, escritórios e também funcionários. A operação deve ficar concluída na primeira metade do próximo ano.

A Apple quer reforçar a aposta na tecnologia dos chips utilizados nos seus produtos e, para isso, fechou um acordo com a principal fornecedora do material. A empresa liderada por Tim Cook vai investir 600 milhões de dólares na Dialog Semiconductor, num negócio que prevê o acesso a alguns ativos, como patentes e também parte da mão-de-obra.

O valor que a Apple vai pagar divide-se em duas operações, escreve a Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês) esta quinta-feira. Metade é avançada para obter as licenças de alguma da tecnologia, escritórios no Reino Unido, Itália e Alemanha e uma equipa de engenheiros. Os outros 300 milhões servem como pré-pagamento para o fornecimento de chips que será entregue durante os próximos três anos.

A empresa da maçã vai ficar com cerca de 16% dos funcionários da Dialog, que trabalharão a partir da Europa. As duas empresas já trabalham juntas desde os primeiros iPhones, no desenvolvimento de chips para as baterias dos telemóveis. “Esta transação reafirma a nossa relação duradoura com a Apple, e demonstra o valor do negócio e das tecnologias que construímos na Dialog“, diz o CEO Jalal Bagherli à agência de notícias.

A fabricante de chips vai continuar a trabalhar com outras empresas, e estão a planear focar-se no mercado automóvel e na Internet of Things. A operação deve ficar concluída na primeira metade de 2019, depois de aprovação dos reguladores.

Este passo da Apple não é habitual, já que o último negócio desta dimensão foi a aquisição da empresa PrimeSense, responsável pela tecnologia de reconhecimento facial, em 2013.

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