“Coletes amarelos” tentam bloquear trânsito no Marquês de Pombal
Os "coletes amarelos" têm tentado bloquear a saída do túnel das Amoreiras. No Porto, um condutor tentou agredir um manifestante.
Os “coletes amarelos” que se juntaram esta sexta-feira em protesto no Marquês de Pombal (Lisboa) têm tentado bloquear a saída do túnel das Amoreiras, enquanto no Nó de Francos, no Porto, um condutor tentou agredir um manifestante.
Na capital, perto das 08h20, mais de meia centena de manifestantes ficaram parados durante três minutos na passadeira à saída do túnel das Amoreiras, impedindo a saída das viaturas.
Após alguma dispersão, os participantes no protesto, que têm cantado o hino nacional, voltaram a ocupar toda a passadeira, perante os esforços da polícia para gerir o trânsito, constatou a Lusa no local.
A circulação já não se faz no anel interior da rotunda e a polícia colocou pinos no túnel para fazer com que as viaturas provenientes das Amoreiras sejam desviadas antes de chegar ao Marquês.
No Porto, o túnel da rotunda do Nó de Francos esteve cortado cerca de meia hora e um condutor afetado pelo bloqueio saiu da viatura para agredir um manifestante, tendo-se gerado alguma confusão no local, que exigiu a intervenção da polícia, conforme constatou a Lusa.
Entretanto, com os ânimos mais calmos, os “coletes amarelos” continuam a tentar perturbar a circulação rodoviária, atravessando constantemente as passadeiras. Alguns condutores têm saído dos carros e vestido o colete amarelo que têm na viatura, perante os aplausos dos manifestantes, mas depois seguem caminho.
Os protestos dos “coletes amarelos” em Portugal foram convocados por vários grupos através das redes sociais, com inspiração nos movimentos contestatários das últimas semanas em França.
Um dos grupos, Movimento Coletes Amarelos Portugal, num manifesto divulgado na quarta-feira, propõe uma redução de impostos na eletricidade, com incidência nas taxas de audiovisual e emissão de dióxido de carbono, uma diminuição do IVA e do IRC para as micro e pequenas empresas, bem como o fim do imposto sobre produtos petrolíferos e redução para metade do IVA sobre combustíveis.
Não tolerando qualquer ato de violência ou vandalismo, este movimento, que se intitula como “pacífico e apartidário”, defende também o combate contra a corrupção.
Tensão entre polícia e manifestantes no Marquês de Pombal
Contudo, a concentração de cerca de 70 “coletes amarelos” no Marquês de Pombal, em Lisboa, tem sido marcada por alguns momentos de tensão entre os manifestantes e a polícia. Por volta das 10h00, com uma “caixa de segurança”, a polícia obrigou os participantes que se juntaram na rotunda a ir para o passeio lateral da Avenida da Liberdade, perante alguns gritos de protesto, mas sem registo de incidentes.
O grupo sentou-se então no chão, enquanto da coluna de som se ouviu o hino francês. Meia hora depois, quando o cordão policial foi furado, viveram-se novos momentos de tensão.
Os manifestantes pretendem iniciar a partir daquela zona uma marcha em direção à Assembleia da República. Um porta-voz do grupo apelou a que o caminho para o Parlamento seja feito ordeiramente, referindo que estão “contra a política e não contra os polícias”.
O “colete amarelo” saudou ainda o ministro da Administração Interna por ter colocado na rua mais polícias do que os manifestantes presentes. O número de polícias é bastante superior ao dos manifestantes, estando os agentes localizados em todos os pontos da rotunda do Marquês de Pombal.
(Notícia atualizada com mais informação às 11h05)
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