Trabalhadores vão ter palavra final na transmissão para outra empresa

Proposta conjunta dos partidos da esquerda prevê que os trabalhadores possam opor-se em caso de transmissão do estabelecimento ou parte da empresa. Ficam garantidos direitos contratuais.

Os trabalhadores vão passar a ter o direito de se opor quando estiver em causa a transmissão de estabelecimento ou parte da empresa. Se não se opuserem e forem mesmo transmitidos, vão manter todos os direitos contratuais de que usufruem na empresa de partida. Estas alterações ao Código do Trabalho constam de uma proposta conjunta do PS, Bloco de Esquerda, PCP e PAN e surgem na sequência dos casos dos trabalhadores da PT que foram transmitidos para outras empresas do grupo Altice, para que sejam evitadas situações semelhantes.

Em comunicado enviado às redações, os grupos parlamentares adiantam que desenharam uma proposta conjunta para a “Alteração ao Regime de Transmissão de Empresa ou de Estabelecimento“, o mecanismo legal que permite a mudança de trabalhadores de uma empresa para outra. Isto depois de, em setembro do ano passado, o Parlamento ter aprovado, na generalidade, quatro projetos do PS, PCP, BE e PAN sobre este assunto. Os projetos baixaram à comissão para serem discutidos na especialidade e os deputados acabaram por juntar as propostas num texto comum.

“Este trabalho conjunto consagra as necessárias alterações à lei laboral, fruto de um debate profícuo com os parceiros sociais e outras entidades e organizações de trabalhadores, dando resposta às preocupações evidenciadas nas muitas audições efetuadas e nos diversos contributos recebidos”, pode ler-se no comunicado.

Assim, no caso de transmissão de estabelecimento ou de parte da empresa, os trabalhadores passam a poder opor-se. “O trabalhador pode exercer o direito de oposição à transmissão da posição do empregador no seu contrato de trabalho em caso de transmissão, cessão ou reversão de estabelecimento, ou de parte de empresa ou estabelecimento que constitua uma unidade económica […], quando aquela possa causar-lhe prejuízo sério, nomeadamente por manifesta falta de solvabilidade ou situação financeira difícil do adquirente ou, ainda, se a política de organização do trabalho deste não lhe merecer confiança”, indica a proposta.

No âmbito da transmissão da empresa, e com base no direito de oposição, o trabalhador pode terminar o contrato com justa causa, tendo direito a compensação.

Caso a transmissão para outra empresa se concretize, os trabalhadores estarão protegidos. “Os trabalhadores transmitidos ao adquirente mantêm todos os direitos contratuais e adquiridos, nomeadamente retribuição, antiguidade, categoria profissional e conteúdo funcional e benefícios sociais adquiridos”, pode ler-se na proposta.

Há também mudanças no conceito de “unidade económica”, que se entende como “o conjunto de meios organizados que constitua uma unidade produtiva dotada de autonomia técnico-organizativa e que mantenha identidade própria, com o objetivo de exercer uma atividade económica, principal ou acessória”.

As médias ou grandes empresas passam ainda a estar obrigadas a prestar um conjunto de informações ao serviço com competências de inspeção do Ministério do Trabalho. Uma obrigação que se estende a micro ou pequenas empresas caso o serviço de inspeção faça o pedido. Ao mesmo tempo, o Ministério pode vir a ser envolvido nas negociações com os trabalhadores.

(Notícia atualizada às 15:23)

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Ministério Público pede pena de prisão de 7 a 9 anos para João Rendeiro, ex-presidente do BPP

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

Já para os ex-administradores Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital foi pedida prisão entre seis e oito anos.

João Rendeiro está envolvido em vários processos do BPN.Mário Cruz / Lusa

O Ministério Público pediu esta sexta-feira pena de prisão entre sete e nove anos para o ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) João Rendeiro, nas alegações finais do julgamento no Tribunal Criminal de Lisboa. Para os outros ex-administradores, Paulo Guichard e Salvador Fezas, o MP pediu uma pena de prisão de 7 a 8 anos.

Nas alegações finais, a procuradora considerou que estes três administradores são “as peças-chave, os líderes” de um esquema fraudulento, “predominantemente o Dr. Rendeiro”. Já para os ex-administradores Fernando Lima e Paulo Lopes foi pedida pena suspensa.

O processo criminal em causa diz respeito a alegada falsificação de contabilidade pelo banco BPP, estando em julgamento crimes de falsidade informática e falsidade de documentos em factos ocorridos entre 2001 e 2008. O BPP foi um banco ‘private’ (dedicado a clientes de mais elevado património) fundado por João Rendeiro. A grave situação do banco, nomeadamente por falta de liquidez, motivou intervenção do Banco de Portugal no final de 2008, sendo neste momento uma entidade em liquidação.

Durante os cerca de 17 meses em que durou a intervenção do supervisor da banca na instituição, antes de determinar a sua liquidação, a principal preocupação das autoridades (Governo, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Banco de Portugal) esteve centrada no problema dos clientes que investiram em produtos financeiros que diziam ser de ‘retorno absoluto’, mas que acabaram por acarretar elevadas perdas.

A solução encontrada passou pela criação de um ‘mega fundo’, em 2010, que recebeu a adesão da quase totalidade dos clientes, bem como pela ativação do Fundo de Garantia de Depósitos e do Sistema de Indemnização aos Investidores (SII), o que permite à maior parte dos clientes reaverem o capital investido naqueles produtos.

Quanto ao Estado, este deu aquando da intervenção pública no BPP uma garantia de 450 milhões de euros que o atual Governo diz que espera reaver na totalidade. No âmbito do dossiê BPP decorrem ainda outros processos em tribunal, caso de processos de recursos dos ex-administradores por contraordenações aplicadas pelas autoridades de supervisão.

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CTT já estão a encerrar balcões. Sindicato diz que fecharam oito dos 22 previstos

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

A confirmação veio da parte dos CTT. A empresa remeteu para mais tarde mais informações acerca do número e quais os balcões que encerraram. O sindicato já conta oito fechos, mas podem haver mais.

Os CTT encerraram esta sexta-feira algumas das 22 estações que tinha decidido fechar durante o primeiro trimestre deste ano, no âmbito do plano de reestruturação da empresa, confirmou à Lusa fonte dos Correios. Fonte dos CTT avançou que foram hoje fechadas as estações de Avenida (Loulé), Filipa de Lencastre (Sintra), Junqueira (Lisboa), Lavradio (Barreiro), Olaias (Lisboa), Socorro (Lisboa), Universidade (Aveiro) e Barrosinhas (Águeda).

De acordo com os CTT, os “serviços prestados nestes oito pontos de acesso passam, a partir de hoje, a ser prestados por outros pontos de acesso que distam a uma média de mil metros dos anteriores”.

No entanto, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) revelou, em comunicado, que confirmou o encerramento das estações do Socorro, da Junqueira e das Olaias (em Lisboa), Filipa de Lencastre (concelho de Sintra), Lavradio (Barreiro), Avenida (Loulé), Barrosinhas (Águeda) e Arco da Calheta (Calheta – Madeira). O SNTCT realçou que não lhe foi possível confirmar qual a situação das restantes estações que os CTT preveem encerrar.

Os CTT confirmaram no início de janeiro o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação anunciado em meados de dezembro passado que vai afetar 53 postos de trabalho.

Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira, Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente, Socorro (Lisboa), Riba de Ave, Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde, Filipa de Lencastre (Belas), Olaias (Lisboa), Camarate, Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Porto), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede, Aldeia de Paio Pires e Arco da Calheta (Madeira).

E abrem outros pontos de acesso

A empresa informou que pretende avançar com 14 novos pontos de acesso em localidades onde irão encerrar instalações, cuja abertura ainda está a ser negociada com autarquias e entidades comerciais. Com a abertura de novos 14 postos de acesso – dos quais já se conhece, por exemplo, os de Termas de São Vicente (Penafiel), Arco da Calheta (Madeira) e Lavradio (Barreiro) -, os CTT “garantem que em todas as localizações” das 22 lojas que serão encerradas “a população mantém acesso ao atendimento dos CTT a um quilómetro ou menos da anterior localização”.

Depois da conclusão desta operação, os CTT afirmam que haverá “uma redução máxima de oito pontos de acesso, resultado do encerramento/transformação de 22 lojas próprias e da abertura de 14 novos postos de correio”. O encerramento tem provocado protestos das comunidades e dos trabalhadores. A localização destes 14 novos pontos de acesso será dada a conhecer à medida que os passos necessários para a sua abertura estejam concluídos.

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Sindicato apoia restruturação para salvar GE de Setúbal

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

O delegado sindical afirmou estar disponível para ajudar numa reestruturação, porque “encerrar a fábrica é um crime económico”, tendo em conta as exportações que ascenderam aos 75 milhões em 2017.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (Site Sul) afirmou esta sexta-feira estar disponível para colaborar com a General Eletric (GE) para “travar o encerramento” da fábrica de Setúbal.

Após uma reunião com os responsáveis da fábrica, Eduardo Florindo, responsável do Site Sul, disse à agência Lusa ter a esperança de “travar o encerramento” e adiantou que há vontade de “ambas as partes em trabalhar em conjunto” para esse objetivo. O delegado sindical afirmou estar disponível para ajudar numa reestruturação, porque “encerrar a fábrica é um crime económico”, face nomeadamente à exportação, em 2017, no valor de 75 milhões de euros.

Admitindo que a reestruturação levará a saídas de trabalhadores, Eduardo Florindo recordou ser essa a decisão já tomada e que há “um grupo significativo” de funcionários próximo da idade da reforma e “departamentos com excesso de gordura”. “A fábrica de Setúbal é a única com o encerramento em cima da mesa, mas outras na Europa que estavam previstas fechar vão continuar”, uma reviravolta que também devia acontecer em Portugal, argumentou o sindicalista, que acrescentou a informação da administração da unidade sobre uma reunião a realizar com o Ministério da Economia.

No início de dezembro passado, a GE anunciou que previa a redução de cerca de 200 postos de trabalho em Setúbal, no âmbito de uma reestruturação da unidade de energia na Europa e que terá impacto em Portugal. Há três dias o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, afirmou esperar que a unidade da GE em Setúbal encontre “uma solução que escape” à reestruturação internacional, acompanhando o assunto no sentido de “que não haja encerramento”.

Às questões da Lusa, fonte oficial da GE respondeu quinta-feira que “a empresa não recebeu qualquer pedido por parte do Ministério da Economia para além do relacionado com uma reunião que se encontra em processo de agendamento”.

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Depois de máximos, gasóleo vai baixar um cêntimo

Os combustíveis vão ficar mais baratos na próxima semana. O gasóleo vai descer um cêntimo, corrigindo dos máximos recentes. A gasolina também desce, mas menos.

Depois de várias semanas a subir, os preços dos combustíveis vão descer. Perante a queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais, tanto o gasóleo como a gasolina ficam mais baratos, com o diesel, o combustível mais utilizado pelos portugueses, a recuar um cêntimo por cada litro, corrigindo de máximos de 2015.

O petróleo recua quase 1% nesta última sessão da semana. Encaminha-se para a maior descida semanal das cotações da matéria-prima em três meses. Uma evolução que contagiou os preços dos derivados do petróleo, ou seja, o gasóleo e a gasolina. Os preços médio semanais ficaram abaixo dos registados na semana anterior.

Esta variação vai fazer baixar os preços de venda de ambos os combustíveis nos postos de abastecimento nacionais. Perante estas desvalorizações das cotações, os valores de venda nos postos de combustíveis vão descer já no início da próxima semana, com o diesel a registar a maior descida. Segundo apurou o ECO, cada litro vai custar menos um cêntimo. No caso da gasolina a descida é de meio cêntimo.

Com base nos dados disponibilizados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), o combustível mais utilizado no mercado nacional vai baixar de 1,342 euros para cerca de 1,33 euros. Relativamente à gasolina, o preço médio de venda nos postos nacionais deverá encolher para um valor em torno dos 1,529 euros.

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Zona Euro engorda excedente. Serviços alimentam a subida

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

Em novembro, o excedente na Zona Euro cresceu quase 1%. A subida foi à boleia dos serviços mas também das rendas primárias.

A balança corrente da Zona Euro registou um excedente de 32.500 milhões de euros em novembro de 2017, mais 0,93% do que no mesmo mês de 2016, anunciou esta sexta-feira o Banco Central Europeu (BCE).

Em novembro de 2016, o excedente tinha sido de 32.200 milhões de euros. O BCE indicou que em novembro de 2017 se registou um excedente de 31.100 milhões de euros em bens, outro de 10.500 milhões de euros em rendas primárias e outro de 4.500 milhões de euros em serviços, que foram parcialmente compensados por um défice de 13.600 milhões de euros em rendas secundárias.

Em termos acumulados de 12 meses, desde novembro de 2016 a balança corrente registou um excedente de 386.100 milhões de euros – equivalente a 3,4% do produto Interno Bruto (PIB) da zona euro – que traduz um aumento de 1,6% face aos 375.100 milhões de euros do ano anterior. Este excedente homólogo deveu-se ao crescimento do excedente dos serviços (de 43.400 milhões para 73.700 milhões de euros) e nas rendas primárias (de 98.700 milhões para 112.600 milhões de euros).

Estes acréscimos foram parcialmente compensados por uma diminuição do excedente de bens (de 371.900 milhões para 349.100 milhões de euros) e um aumento do défice nas rendas secundárias (de 138.900 milhões para 149.400 milhões de euros). Em relação à conta financeira da zona euro, em novembro de 2017 o investimento direto e em carteira registaram uma aquisição líquida de ativos no valor de 45.000 milhões de euros e uma contração líquida de obrigações de 30.000 milhões de euros.

Em termos acumulados, os investimentos diretos e em carteira totalizaram uma aquisição líquida de ativos de 776.000 milhões de euros enquanto a contração líquida de obrigações foi de 313.000 milhões de euros. A balança corrente mede os ingressos e pagamentos ao exterior através da troca de mercadorias, serviços, rendas e transferências.

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Parlamento aprova propostas dos partidos para compensar lesados da banca

A criação de um mecanismo que permita a rápida identificação de práticas fraudulentas na comercialização de produtos financeiros do Banif e do GES foi uma das medidas apresentadas e aprovadas.

Os partidos aprovaram várias recomendações para compensar os clientes lesados da banca. Entre as medidas, foi sugerida a criação de um mecanismo que permita a rápida identificação de práticas fraudulentas na comercialização de produtos financeiros do Banif e Grupo Espírito Santo (GES) e de soluções que que “menorizem as perdas dos lesados não-qualificados” destas duas instituições financeiras.

O projeto do PS recomendou que se tomassem medidas junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para que seja criado um mecanismo extrajudicial que permita avaliar se houve práticas ilícitas na emissão ou na comercialização de produtos pelo Banif e que, em caso positivo, crie junto com a CMVM e o Banco de Portugal uma solução de compensação dos lesados.

Também o projeto do Bloco de Esquerda (BE) propôs ao Governo que “proceda às diligências necessárias, nomeadamente junto da CMVM, com vista à criação de um mecanismo extrajudicial que permita a rápida identificação de práticas fraudulentas na comercialização de produtos financeiros” pelo Banif e pelo GES, incluindo o Banco Espírito Santo (BES).

Mariana Mortágua, deputada do BE, afirmou, durante o plenário, que “a responsabilidade primeira e principal por estes lesados pertence aos acionistas e administradores que geriram estes bancos de acordo com os seus interesses privados”. Mas, em última análise, “cabe sempre ao Estado proteger os seus cidadãos”, reconhecendo que há distinções entre os lesados.

Já o projeto do PSD, subscrito por deputados da Madeira e dos Açores, pediu que o Executivo atendesse ao problema de todos os lesados, nomeadamente os das comunidades portuguesas emigradas, e não só dos lesados do papel comercial do BES, e que crie soluções que “menorizem as perdas dos lesados não-qualificados do Banif e do BES/GES” e “pondere a utilização de comissões arbitrais, sujeitas a regras de equidade, como um mecanismo viável e célere para corresponder à necessidade de encontrar um perímetro de lesados não-qualificados a abranger por eventuais soluções comerciais”.

Rubina Berardo recordou que estes clientes, sobretudo idosos, “sempre confiaram no sistema bancário português. Depositaram cá a sua confiança e as suas poupanças”. A deputada do PSD refere que isto não pode ser “um fato feito à medida de alguns”, referindo-se ao facto de haver lesados que já têm uma solução, enquanto outros ainda aguardam por uma resposta.

Por fim, o CDS-PP pediu que fosse criado um “mecanismo arbitral, célere e expedito” para que se resolvam litígios decorrentes da venda e comercialização de produtos financeiros a clientes bancários no caso dos bancos que foram alvo de medidas de resolução. “O CDS defende uma solução cumprível e possível, em que as diferentes situações — porque há atuações muito diferentes — sejam tratadas com critérios de justiça e equidade”, afirmou a deputada do CDS Cecília Meireles.

Estas recomendações dos partidos, aprovadas hoje em plenário, vão ao encontro de algumas conversações já em andamento, nos últimos meses entre Governo e representantes dos lesados, nomeadamente da Associação de Lesados do Banif (Alboa) e da Associação de Lesados da Venezuela e África do Sul.

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Portugal 2020 em “velocidade cruzeiro”, diz PM. País ultrapassa a UE

No ano passado, salientou António Costa, Portugal ocupou mesmo, “pelo segundo ano consecutivo, o primeiro lugar no nível de execução” no seio da União Europeia.

O primeiro-ministro, António Costa, congratulou-se esta sexta-feira pela “velocidade de cruzeiro” do Portugal 2020, revelando que, em 2017, Portugal liderou o nível de execução dos países da União Europeia com “programas acima dos cinco mil milhões de euros”.

“Felizmente, hoje, temos em velocidade de cruzeiro a execução do Portugal 2020, a nível nacional e a nível regional”, disse, numa sessão em Évora, apontado também a “boa execução” do programa operacional regional Alentejo 2020. No ano passado, salientou António Costa, Portugal ocupou mesmo, “pelo segundo ano consecutivo, o primeiro lugar no nível de execução” no seio da União Europeia e no conjunto dos países “que têm programas acima dos cinco mil milhões de euros”.

E, continuou, em 2017, em termos das empresas, “também a nível nacional conseguimos ultrapassar a meta a que nos tínhamos proposto”. Segundo o primeiro-ministro, foram alcançados “os 1.300 milhões de euros de fundos colocados” nas empresas, continuando a vigorar “o objetivo de chegar ao final deste ano com dois mil milhões de euros dos fundos colocados às empresas”.

António Costa discursava no início de uma reunião com o Conselho da Região da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, em Évora, para discussão da Estratégia Nacional para Portugal 2030, que conta também com a presença do ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques.

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Deputados têm 90 dias para discutir regime para cobradores do fraque

A proposta apresentada pelo PS para regular a cobrança extrajudicial de créditos vencidos não reuniu o apoio necessário e vai ser discutida na Comissão dos Assuntos Constitucionais.

A proposta apresentada pelo Partido Socialista (PS) para criar um regime jurídico para regular a cobrança extrajudicial de créditos vencidos vai ser discutida pelos deputados por mais três meses. O projeto, que prevê que as empresas contratadas para recuperar dívidas de difícil cobrança passem a ser proibidas de recorrer a “métodos de cobrança opressivos ou de intrusão”, não reuniu o apoio necessário e, por isso, o PS apresentou um requerimento para que o diploma baixasse à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, que foi aprovado por unanimidade.

No projeto de lei apresentado no final do mês passado, os socialistas propuseram cumprir dois objetivos: regular a atividade de cobrança extrajudicial de créditos vencidos por conta de outrem, “estabelecendo obrigações de conduta e normas de proteção dos cidadãos”, e criar um regime de acesso a esta atividade, “consagrando requisitos de acesso à atividade e regras de idoneidade exigíveis aos seus responsáveis”.

Entre outras medidas, estas empresas passariam a estar sujeitas a cinco regras de conduta. Os cobradores deverão, por exemplo, “abster-se de utilizar quaisquer métodos de cobrança e recuperação que sejam opressivos ou de intrusão” e “abster-se de realizar contactos para o local de trabalho do devedor”.

Contudo, PSD, CDS-PP e PCP manifestaram-se contra o projeto do PS, por considerarem que este iria legalizar a procuradoria ilícita, invocando, inclusivamente, a discordância já manifestada pela ministra da Justiça.

“O PS, no fundo, quer caucionar a chantagem [de empresas de cobranças difíceis] junto dos consumidores], disse, na quinta-feira, a social-democrata Andreia Neto. Vânia Dias da Silva, do CDS-PP, acrescentou que os socialistas pretendiam “legalizar outro tipo de cobradores do fraque” na ação de cobrança de créditos vencidos. As críticas mais duras partiram do deputado comunista António Filipe, que considerou que o PS “pretende com o diploma legalizar a procuradoria ilícita” na cobrança de dívidas.

Pela parte do Bloco de Esquerda, o deputado Paulino Ascenção demarcou-se do teor global do diploma do PS, mas manifestou-se disponível para discutir em sede de comissão uma “solução que contribua para melhor proteger os consumidores”.

A proposta vai, assim, ser discutida na especialidade, por um prazo de 90 dias.

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Presidente da UEFA considera taxa de luxo para clubes

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

"Se um clube gastar acima das suas possibilidades deverá pagar uma taxa sobre a diferença", defende o presidente da UEFA, Alexsander Ceferin. Quer proteger as equipas menos ricas.

“Estamos a preparar um documento estratégico muito importante para o futuro”, disse Ceferin, presidente da UEFA, numa entrevista a um jornal suíço, acrescentando: “Devemos, a todo o custo, manter a situação atual, na qual todas as equipas podem sonhar com as competições europeias”.

O esloveno explicou que, para manter o equilíbrio concorrencial, a UEFA está a estudar a criação de “uma taxa de luxo” baseada no princípio de que “se um clube gastar acima das suas possibilidades deverá pagar uma taxa sobre a diferença”.

Alexsander Ceferin referiu que a taxa reverterá a favor da UEFA, admitindo: “Devemos ainda tomar uma decisão sobre a forma de distribuir esse dinheiro”. Na entrevista, Ceferin manifestou a intenção de a UEFA em limitar os contratos de empréstimo de jogadores.

Os clubes mais ricos podem comprar muitos jogadores, isso enfraquece as outras equipas. Queremos limitar o número de empréstimos ou proibi-los”, disse, considerando que existem verdadeiras “aberrações” e dando como exemplo “uma equipa italiana que tem 103 jogadores”.

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EUA atingem produção máxima de crude. Ultrapassam Arábia Saudita

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

A Agência Internacional de Energia prevê que os EUA aumentem este ano a produção de petróleo em 1,35 milhões de barris por dia, rivalizando com os dois gigantes que continuam a limitar as extrações.

A produção de petróleo dos Estados Unidos vai atingir este ano um máximo desde 1970 e superar a da Arábia Saudita, segundo maior produtor mundial, e aproximar-se da da Rússia, líder mundial, indicou esta sexta-feira a Agência Internacional de Energia.

No relatório mensal, divulgado esta sexta-feira em Paris, a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que os Estados Unidos aumentem este ano a produção de petróleo em 1,35 milhões de barris por dia, ou seja superar os 10 milhões de barris e rivalizar com os dois gigantes que continuam a limitar as extrações.

A produção de petróleo dos Estados Unidos apoia-se na subida do preço do petróleo, que aumentou para níveis acima dos 60 dólares e máximos desde dezembro de 2014, adianta a AIE, organismo dependente da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico). Graças a esta dinâmica norte-americana, a AIE prevê que a extração dos países não pertencentes à OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) suba em 1,7 milhões de barris diários, contra um acréscimo de 700.000 barris verificado no ano passado.

Em relação à OPEP, a agência prevê que o cartel mantenha os cortes de produção e respeite o acordo, que termina no final do ano e que o levou a cortar em 400.000 barris por dia no ano passado, para 39,2 milhões. A Venezuela liderou os cortes de produção em 2017, sublinha a AIE.

Quanto à procura, a AIE mantém as previsões de crescimento para 2018 em 1,3 milhões de barris por dia para um total de 99,1 milhões de barris por dia. Estas estimativas traduzem uma desaceleração da procura face a 2017 que se explica pelo encarecimento do produto, a diminuição do consumo na China associada às políticas ecológicas e à crescente concorrência do gás natural nalguns países.

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Boris Johnson propôs a construção de uma ponte entre o Reino Unido e a França

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

O ministro dos Negócios Estrangeiros propôs construir uma ponte sobre o canal da Mancha para ligar os dois paises. Boris Johnson diz ser o "primeiro passo" nas comunicações entre os dois.

O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, propôs a construção de uma ponte sobre o Canal da Mancha para ligar o Reino Unido à França, noticia esta sexta-feira a BBC.

De acordo com a televisão pública britânica, Boris Johnson fez a proposta na quinta-feira, durante os trabalhos da cimeira entre a França e o Reino Unido em que a primeira-ministra do executivo de Londres, Theresa May e o chefe do governo francês, Emmanuel Macron, concordaram estreitar a cooperação em matérias de imigração e segurança. Ainda segundo a BBC, durante o encontro bilateral, em que também participaram ministros e representantes dos serviços de informações dos dois países, o chefe da diplomacia britânica sublinhou que as “boas relações” são vitais para as “relações futuras”.

Johnson, conhecido no Reino Unido como impulsionador de grandes projetos de infraestruturas, disse que o atual túnel da Mancha, por onde se desloca o comboio Eurostar, é apenas o “primeiro passo” nas comunicações entre a França e o Reino Unido. Através da rede social Twitter, Johnson assinalou, entretanto, que ambos os executivos concordaram na nomeação de um grupo de especialistas para o estudo de “grandes projetos”.

Fontes próximas do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido disseram à imprensa britânica que o presidente francês está “entusiasmado” com a ideia sobre os “grandes projetos”. A BBC recorda que a possibilidade de unir o Reino Unido a França através de uma ponte foi abordada em 1981, mas que o projeto foi afastado porque se concluiu, na altura, que a infraestrutura podia prejudicar o movimento marítimo no Canal da Mancha. Sobre a suposta nova ideia de Johnson, a Câmara de Transportes Marítimos do Reino Unido, indicou hoje através de uma mensagem no Twitter que “construir uma grande estrutura de cimento no meio do canal com o maior movimento marítimo do mundo pode levantar alguns desafios”.

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