França campeã mundial pela segunda vez, ao bater Croácia na final

  • Lusa
  • 15 Julho 2018

Há 52 anos que não havia tantos golos numa final do Mundial. A França consegue assim o seu segundo título mundial numa prova recheada de golos disputada em Moscovo.

A França sagrou-se hoje campeã mundial de futebol pela segunda vez na sua história, 20 anos depois, ao vencer a Croácia por 4-2, na final da 21.ª edição da prova, disputada no Estádio Luzhniki, em Moscovo.

Mario Mandzukic (18 minutos), na própria baliza, Antoine Griezmann (38), de grande penalidade, Paul Pogba (59) e Kylian Mbappé (65) apontaram os tentos dos franceses, enquanto Ivan Perisic (28) e Mandzukic (69) faturaram para os croatas.

Os gauleses tornar-se a sexta seleção a ‘bisar’ o título mundial, depois de Itália, Uruguai, Brasil, Alemanha e Argentina, sendo que conquistaram o primeiro fora, depois do triunfo em solo gaulês, em 1998, selado com um 3-0 ao Brasil na final.

A final do Mundial não registava tantos golos desde 1966, há 52 anos, quando a anfitriã Inglaterra superou a RFA por 4-2, após prolongamento, sendo que o recorde, de 1958 (5-2 do Brasil à Suécia), ficou apenas a um tento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Brindes para que te quero: como as marcas vão aos festivais de verão

  • ECO
  • 15 Julho 2018

Os festivais já não são só música. Os festivaleiros entram de calções e t-shirt e saem com chapéus, óculos de sol, fitas e pulseiras, cheios de logótipos das marcas presentes no recinto.

Entre tantos festivais de verão, as marcas têm de escolher em quais marcar presença, e quais patrocinar. Ninguém quer perder a oportunidade de pôr o seu logótipo num brinde, e já são poucos os festivais que não têm no nome a indicação do maior patrocinador. Os que têm mais representatividade, coincidência ou não, são aqueles que estão associados às grandes operadoras de telecomunicações: NOS Alive, MEO Sudoeste e Vodafone Paredes de Coura.

Para a maior parte dos festivaleiros, é no NOS Alive que se encontra uma presença mais expressiva das marcas. Segundo a Cision, o festival no Passeio Marítimo de Algés, em Lisboa, foi o mais mediático de 2017, com mais de seis mil referências e 29 horas dedicadas nas rádios e televisões nacionais. Para qualquer lado que se olhe há uma barraquinha a chamar com brindes e oportunidades, começando logo à porta, onde quem entra recebe um chapéu do festival e uma fita com o programa. Andando mais um pouco aparece outra oferta: um pouco de protetor solar da Well’s para evitar escaldões.

Enquanto esperam pelo concerto dos artistas favoritos, veem-se muitas pessoas a vaguear pelo espaço, povoado com mais de duas dezenas de marcas, e a espreitar para ver o que oferecem. O investimento das marcas no festival pode ser medido pelo tamanho do expositor, onde alguns têm até espaço para ter um terraço, outros ficam-se apenas por uma barraquinha, e ainda há que tenha apenas promotores a distribuir brindes.

Algumas das marcas presentes no festival NOS Alive

As marcas mais associadas a festivais são de telecomunicações e de bebidas, que procuram apelar a um público mais jovem, e passar uma imagem descontraída. Mas quais são os brindes preferidos dos festivaleiros? T-shirts, sweatshirts e acessórios para o telemóvel são os escolhidos. Mas apesar de serem grátis, há um preço a pagar: cerca de uma hora nas filas. Compensa? “Já fiquei na fila este tempo todo agora não vou desistir”, explica Laura, ao ECO, enquanto espera para receber uma bolsa para a cintura da Tezenis.

Só alguns serão depois utilizados. “Tenho chapéus e fitas em casa que nunca usei depois do festival“, diz Laura. Mas na opinião da sua amiga Joana, “os brindes são uma boa forma de o público não só conhecer a marca como também associá-los a uma experiência positiva ou negativa, que por sua vez cria a imagem da marca na mente” dos festivaleiros.

Alguns brindes são dados, já outros é preciso merecê-los. “Num deles, tínhamos de passar por lasers sem tocar para poder ganhar um telemóvel”, recorda Afonso que, este ano, não arranjou bilhetes para festivais. “Estão a ficar cada vez mais caros e esgotam antes de se saber metade do cartaz”, justifica.

Quanto aos desafios, Afonso acha “engraçado porque torna a experiência do festival melhor e dá histórias para contar”. Para o festivaleiro, que já foi ao MEO Sudoeste e ao NOS Alive, o truque para ir buscar brindes é ir mais cedo para o recinto, “não só se evitam filas como se tem mais hipótese de escolha, porque alguns prémios vão esgotando”.

Estes são alguns dos brindes que os festivaleiros recebem.

Mas será que as marcas ficam presentes na cabeça de quem vai buscar os brindes? “Já recebi uns óculos de sol num festival, mas não me recordo da marca que estava lá presente, porque não era uma marca que vendesse óculos de sol”, conta Inês, de 20 anos, que tem uma teoria em relação às marcas. “Se não houver anteriormente uma associação do produto à marca, não é no festival que ela se vai criar”, explica a jovem.

“Lembro-me por exemplo que recebi preservativos da Control, mas não me recordo das marcas de bebidas que me ofereceram óculos e capas de telemóvel”, diz Maria, outra festivaleira com quem o ECO conversou. De facto, muitos exemplificam produtos próprios da marca como mais fácil de associar, como por exemplo desodorizantes da Axe.

A verdade é que podem não associar, mas os logótipos são ostentados pela maior parte das pessoas nos festivais, e os objetos que acabam por ser utilizados depois levam a imagem da marca para outros cantos. O número crescente de empresas que decidem investir num espaço num festival, mão-de-obra apenas para essa ocasião e em produtos de merchandising parece indicar que valerá a pena.

A cobertura mediática dos festivais é outra fonte de rendimento para as marcas. No ano passado, segundo os dados da Cision, o Super Bock Super Rock foi mencionado em 3.710 notícias. No total do ano, os festivais monitorizados pela Cision conseguiram referências em 24.371 notícias e mais de 190 horas de emissão nas rádios e televisões. Em 2018, o Rock in Rio recebeu a maior cobertura mediática até junho e, só nesse mês, conseguiu 73 horas de exposição nas rádios e televisões nacionais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PCP: Governo está mais comprometido com Bruxelas e “assim não dá”, diz o PCP

  • Lusa
  • 15 Julho 2018

O Governo continua a fazer "uma opção limitada", cujo compromisso "maior é com as regras da União Europeia, é com a União Europeia", diz Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que o compromisso maior do Governo é com as regras europeias, avisando que “assim não dá”, pois ficarão por resolver problemas estruturais na sociedade.

“Assim não dá. Tendo em conta os problemas de fundo, problemas estruturais que temos na sociedade portuguesa, ainda por cima acrescidos deste drama dos incêndios, é preciso serem feitas opções. As opções deveriam passar por responder aos anseios e aos problemas dos trabalhadores e do povo, e não o contrário”, vincou Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas numa visita a Treixedo, aldeia de Santa Comba Dão afetada pelos grandes incêndios de 15 de outubro do ano passado.

Para o secretário-geral do PCP, o Governo continua a fazer “uma opção limitada”, cujo compromisso “maior é com as regras da União Europeia, é com a União Europeia”.

Questionado sobre se hoje o PCP está mais longe do PS, Jerónimo de Sousa realçou que as diferenças entre os dois partidos “sempre foram afirmadas” e, da parte do próprio Partido Socialista, não houve “qualquer coisa escondida nesta matéria”.

Pegando no exemplo dos incêndios, Jerónimo de Sousa considerou que o compromisso maior do Governo deveria ser “com os trabalhadores e com o povo português e com estas populações que muitas vezes não sabem o que fazer à vida”.

“Quem ouve o Governo a falar das medidas, dos milhões, dando uma ideia de andamento [tem expectativas]. Mas chegamos aqui e esta realidade confronta essas afirmações, até desvaloriza aquilo que é o anúncio de programas, de planos para a defesa do interior”, salientou.

Para Jerónimo de Sousa, um primeiro passo para o Governo mostrar que defende o interior do país seria tomar medidas para a reconstrução das habitações afetadas pelos incêndios, e apoiar a atividade económico e a floresta destruídas com as chamas de 2017.

Questionado sobre o caso de Tancos, Jerónimo de Sousa reafirmou a posição do PCP, considerando que “todas as questões relacionadas com a ocorrência em Tancos devem ser esclarecidas, designadamente por via do inquérito do Ministério Público, que está em curso”. Sobre se o ministro da Defesa deveria prestar esclarecimentos, o secretário-geral do PCP frisou que “tudo o que contribuir para o esclarecimento é bom, mas isso não deve levar à desvalorização do inquérito que o Ministério Público tem em curso”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

May: Trump aconselhou Reino Unido a processar a UE

  • Lusa
  • 15 Julho 2018

O Presidente dos Estados Unidos terá recomendado à chefe de Governo britânica que processasse Bruxelas em vez de se manter um negociações, uma sugestão classificada como "brutal".

A primeira-ministra britânica, Theresa May, revelou hoje que o Presidente norte-americano a aconselhou a “processar” a União Europeia (UE), em vez de negociar o processo de saída do Reino Unido (‘Brexit’).

Na sexta-feira, durante uma conferência de imprensa em Londres, Donald Trump disse que tinha dado à líder britânica uma sugestão que classificou como “brutal”. “Ele disse-me que eu deveria processar a União Europeia, em vez de estar em negociações”, revelou Theresa May, durante uma entrevista no programa da BBC Andrew Marr Show.

Donald Trump iniciou a primeira visita ao Reino Unido, como Presidente dos Estados Unidos, na quinta-feira, com o ‘Brexit’, o comércio bilateral, a política externa e a segurança global a serem os assuntos mais marcantes na agenda.

Na sexta-feira, em Londres, Trump garantiu que mantém uma relação “muito sólida” com a primeira-ministra britânica, Theresa May, apesar de ter criticado numa entrevista a negociação do ‘Brexit’. “A relação é muito, muito sólida, temos uma ótima relação”, garantiu Donald Trump, sentado ao lado de Theresa May.

No entanto, em entrevista ao jornal The Sun, na sexta-feira, Trump disse que a estratégia de May para o ‘Brexit’ “provavelmente mataria” um acordo de livre comércio entre Washington e Londres.

Donald Trump está a passar o fim de semana na Escócia, enquanto se prepara para a cimeira com o Presidente russo, Vladimir Putin, que irá decorrer na segunda-feira, em Helsínquia, na Finlândia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hospitais de Lisboa Central esperam aprovação para contratar

  • Lusa
  • 15 Julho 2018

Depois de demissões e mesmo encerramento de blocos, os hospitais de Lisboa Central já só esperam a autorização do Governo para contratar 54 médicos e 145 profissionais de saúde.

O Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) aguarda a autorização do Ministério da Saúde para a contratação de 54 médicos e de 145 profissionais de saúde, na maioria enfermeiros, disse hoje à agência Lusa fonte oficial da entidade.

A fonte contactada pela Lusa disse que a instituição – que integra os hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta e Dona Estefânia e a maternidade Alfredo da Costa – “aguarda autorização do Ministério para as contratações de 54 médicos em concurso nacional e de 145 profissionais de saúde”.

As contratações dos médicos, em resposta à demissão dos chefes de urgência do hospital São José, e as admissões de profissionais de saúde, “especialmente enfermeiros e técnicos superiores de saúde”, ficaram firmadas na reunião com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, na passada quinta-feira.

O concurso para profissionais de saúde, entre os quais se incluem também técnicos de diagnóstico, tem como propósito repor os quadros das unidades de saúde, por causa da passagem às 35 horas semanais. A fonte oficial não deu indicações como será realizada a distribuição dos médicos e dos profissionais de saúde pelas unidades sob gestão do CHLC depois da conclusão dos concursos.

Na reunião de quinta-feira com o ministro da Saúde, no Hospital de São José, estiveram também presentes os chefes de equipa que apresentaram a demissão em 6 de julho, em protesto contra a falta de níveis de segurança aceitáveis da urgência daquela unidade.

O ministro da Saúde tinha estado em viagem de trabalho à Grécia, tendo, entretanto, regressado e decidido reunir-se com profissionais do São José e do CHLC.

Na carta de demissão, os profissionais apontavam para a consecutiva degradação da assistência médica prestada no serviço de urgência do São José, considerando que se chegou a uma “situação de emergência”, que impõe “um plano de catástrofe”.

“Os chefes de equipa de medicina interna e de cirurgia geral, responsáveis pelos cuidados médicos de urgência prestados durante o seu período de serviço, consideram que as atuais condições de assistência no Serviço de Urgência do Hospital de São José ultrapassaram, em várias das suas vertentes, os limites mínimos de segurança aceitáveis para o tratamento dos doentes críticos que diariamente a ele recorrem”, refere o documento.

Os profissionais indicaram que a assistência médica prestada na urgência polivalente do Centro Hospitalar de Lisboa Central “tem vindo a sofrer, ao longo dos últimos anos, uma degradação progressiva constatada por todos os profissionais” que lá trabalham.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trump quer recandidatar-se à Presidência em 2020

  • Lusa
  • 15 Julho 2018

Donald Trump anunciou a sua intenção de se recandidatar para um segundo mandato, e diz não ver concorrência real: "Eu não vejo ninguém, conheço todos e não vejo ninguém".

O Presidente dos Estados Unidos anunciou a sua intenção de se recandidatar em 2020 à Presidência dos Estados Unidos, em entrevista publicada hoje pelo jornal britânico Daily Mail, e afirmou não vislumbrar nenhum opositor Democrata capaz de o vencer.

“Bem, eu tenho toda a intenção de fazer isso, parece que todo mundo quer que façamos”, disse Donal Trump ao jornalista que o entrevistou. “Eu sinto-me bem”, enfatizou, quando questionado se se vai candidatar à reeleição.

“Nunca se sabe o que acontece com a saúde e outras coisas”, acrescentou, contudo, Trump, de 72 anos.

Questionado se vê algum candidato democrata capaz de o vencer nas eleições presidenciais que vão realizar-se em 2020, respondeu: “Não. Eu não vejo ninguém, conheço todos e não vejo ninguém”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo aprova dedução no IRC de até 20% dos salários para as empresas do interior

  • ECO
  • 14 Julho 2018

No Conselho de Ministros deste sábado, Pedro Siza Vieira anunciou um pacote que inclui 62 medidas para o interior do país incluindo incentivos às empresas e um investimento de 1.700 milhões de euros.

As empresas do interior vão ter acesso a uma dedução no IRC de até 20% dos salários, segundo deseja o Governo. Esta é uma das medidas aprovadas este sábado num Conselho de Ministros extraordinário que teve lugar na Pampilhosa da Serra, em Coimbra.

O ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, explicou que o incentivo a nível do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) ainda terá de ser discutido com a Comissão Europeia, mas que se espera que os custos salariais possam ser deduzidos em até 20%, o que em muitos casos pode resultar num IRC zero, disse o ministro. A dedução serviria tanto para as empresas que já se situam no interior como para as que vejam a situar-se lá.

O Programa de Valorização do Interior, aprovado hoje, inclui outras 61 medidas. Para as empresas, traz mais novidades: por exemplo, as taxas de portagem para os veículos afetos ao transporte de mercadorias vão ser reduzidas nas estradas do interior, e as empresas lá situadas terão descontos adicionais. Esta medida vai ser mais bem esclarecida pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas esta segunda-feira.

Virão ainda novos benefícios fiscais ao investimento no interior, reforçados relativamente aos que têm sido postos em prática no passado, e a criação de um “Programa de Captação de Investimentos para o Interior, materializado num conjunto de apoios e incentivos dirigidos ao interior, incluindo uma Linha de Apoio Específica para o Interior para Projetos Empresariais de Interesse Estratégico”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

1.700 milhões para o investimento no Interior

O Governo vai criar um programa de concursos de 1.700 milhões de euros para apoiar o investimento empresarial no interior, no âmbito da reprogramação do Portugal 2020. O ministro Adjunto salientou que está a ser trabalhada com o Ministério do Planeamento e Infraestruturas a aprovação de um programa específico de apoio ao investimento empresarial, no âmbito dos sistemas de incentivos do Portugal 2020.

Esse programa contempla “um apoio de até 1.700 milhões de euros, especificamente para os territórios de baixa densidade”, sublinhou Pedro Siza Vieira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Porque é que as empresas não vão para a bolsa? Não têm dinheiro

A CMVM diz que as empresas, sobretudo as PME, não procuram financiamento junto do mercado de capitais devido aos custos financeiros elevados associados.

Montepio, Cimpor e BPI. Estes são apenas alguns exemplos da longa lista de cotadas que só no último ano decidiram sair de bolsa. Por oposição, são poucas as empresas que avançam com a decisão de entrar para o mercado acionista. Para além da entrada em bolsa da Patris Investimentos no final de 2016, e da Raize que inaugura o seu percurso na Euronext Lisbon na próxima semana, não há registo de mais empresas interessadas em cotar-se. Mas porquê? Em grande medida, porque não têm dinheiro.

No Relatório Anual sobre os Mercados de Valores Mobiliários relativo a 2017, a CMVM explica que os custos financeiros associados figuram entre os principais entraves à procura por parte das empresas de financiamento junto do mercado de capitais.

O mercado de capitais acaba por “ser considerado apenas como último recurso” para as empresas, diz o relatório da entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias, que fala ainda em “baixos níveis de financiamento através da emissão de ações e obrigações observados em Portugal”.

Entre as razões para a fraca adesão à procura de financiamento junto do mercado de capitais, em particular no que respeita às pequenas e médias empresas (PME), o regulador dos mercados enumera as assimetrias de informação, que diz serem “mais acentuadas nestas empresas comparativamente a outras de maior dimensão” e fala ainda em “enviesamentos comportamentais”.

“Os responsáveis pela decisão de financiamento podem, por exemplo, ter tendência a preferir que o financiamento seja ‘como sempre foi’ e ignorar novas fontes de financiamento, ou manifestar excesso de confiança em como a sua decisão de não se financiar no mercado de capitais é a mais acertada”, explica a este propósito a entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias.

Gabriela Figueiredo Dias, presidente da CMVM.Paula Nunes/ECO 27 Junho, 2018

Mas a esses fatores acrescem muitas vezes entraves em termos de custos financeiros. Neste âmbito, a CMVM enumera três tipos de encargos. O primeiro da lista são os custos de assessoria financeira e jurídica — ou seja, os encargos associados ao auxílio à gestão, prospeção de investidores, notação de risco, preparação do prospeto, colocação em mercado das ações, por exemplo — e os custos inerentes à criação de uma estrutura na empresa para o relacionamento com o mercado, acionistas e reguladores.

A esses acrescem, em segundo lugar, os encargos relacionados com a publicação regular de informação e com a auditoria às contas, nomeadamente para mitigar assimetrias de informação.

O regulador inclui ainda nesta lista ainda os encargos decorrentes das taxas cobradas pelos mercados e pelos reguladores, embora saliente que o mercado português compara bem com a média europeia, pelo menos no que respeita aos custos do contexto regulatório. “Em comparação com França, Espanha, Itália, Alemanha, Holanda, Reino Unido e Bélgica, os custos de aprovação de um prospeto de ações ou de obrigações e os custos anuais de supervisão dos emitentes em Portugal são dos mais reduzidos”, especifica a CMVM.

As vantagens de entrar para a bolsa

Ao verem-se condicionadas pela falta de dinheiro para avançar para a bolsa, as empresas veem restringido o acesso a um conjunto de benefícios que o mercado lhes pode trazer.

Entre eles, a CMVM refere, por exemplo, os montantes disponíveis para financiamento que “são potencialmente mais elevados do que os disponibilizados pelo setor bancário”. Para além disso, não existem também limitações ao montante de investimento a pedir, ao contrário do que acontece com o financiamento bancário que “está limitado devido aos limites impostos nos balanços dos bancos”

A esses fatores positivos acrescem também, por exemplo, a não exigência de tantas garantias como as necessárias para obter financiamento através de outras fontes. “As empresas não necessitam de deter ativos tangíveis que sirvam de garante, e que seriam exigidos pelos bancos no financiamento bancário”, explica o regulador do mercado de capitais.

(Notícia corrigida relativamente à entrada em bolsa da Patris Investimentos que foi através de uma colocação privada e não de uma Oferta Pública de Venda)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Guiné: Rio viajou com empresários amigos para fazer negócios

  • ECO
  • 14 Julho 2018

O líder do PSD deslocou-se à Guiné e levou empresários que o apoiaram no PSD. Estes aproveitaram a viagem do partido para fazer negócios. PSD não comentou.

Rui Rio viajou à Guiné-Bissau no princípio do mês de junho e, segundo revela o Expresso deste sábado (acesso condicionado), fez-se acompanhar por militantes do PSD que são empresários. De acordo com o semanário, os empresários aproveitaram a viagem partidária para fazer negócios, procurando oportunidades.

O gabinete de Rui Rio não reagiu quando questionado pelo semanário acerca desta deslocação onde se misturou política e negócio, como confirmaram os três empresários em causa ao jornal quando foram questionados.

Dos empresários que viajaram com Rio, todos apoiaram o presidente do PSD nas eleições internas, com um deles a financiar a sua campanha contra Santana Lopes. Os três surgem ao lado do político em várias das visitas oficiais que este fez na Guiné-Bissau, incluindo a um cemitério e um hospital.

De acordo com declarações do PSD ao jornal, “os referidos empresários acompanharam a visita do dr. Rui Rio à Guiné, apesar de não ter havido qualquer convite oficial do PSD”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sonae reforça posição na Sonae Sierra com 255 milhões

  • Lusa
  • 14 Julho 2018

Com a compra ao grupo inglês Grosvenor, a multinacional Sonae passa a deter 70% da empresa do imobiliário Sonae Sierra, se as autoridades da concorrência aprovarem a aquisição.

A multinacional portuguesa Sonae informou hoje que vai reforçar a sua posição na Sonae Sierra, companhia que já detinha, ao concluir a compra de 20% ao grupo inglês Grosvenor por cerca de 255 milhões de euros.

Em comunicado enviado hoje ao mercado, a Sonae informa que “conclui um acordo com o grupo Grosvenor para a aquisição de uma participação de 20% da Sonae Sierra, SGPS, SA pelo valor total estimado de 255 milhões de euros”.

Atualmente, a Sonae Sierra, que se dedica ao ramo imobiliário e que gere centros comerciais em todo o mundo, é detida pela Sonae (50%) e pela Grosvenor (50%). Com a aquisição agora concluída, a Sonae reforça a posição, passando a deter 70%.

O acordo alcançado com o grupo Grosvenor vai permitir à Sonae “reforçar a sua participação e influência num ‘player’ [numa empresa] de referência no setor do imobiliário de retalho, simultaneamente aumentando o perfil internacional do grupo”, refere a nota ao mercado. De acordo com a Sonae, este grupo inglês “continuará a ser um parceiro estratégico”, apesar de estarem “assegurados os direitos de saída adequados à sua futura condição de acionista minoritário”.

Esta aquisição necessita de aval das autoridades da concorrência competentes.

Na nota ao mercado, a Sonae ressalva ainda que a Sonae Sierra “gere e co-controla um portefólio de sete mil milhões de euros (valor de mercado) de 46 centros comerciais na Europa e na América do Sul, com uma área bruta locável de 1,9 milhões de metros quadrados”.

A Sonae Sierra está presente em 12 países, tem mais de 9.300 contratos com lojistas e gere centros comerciais que registaram, em 2017, mais de 438 milhões de visitas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tancos: Há explosivos por recuperar. Marcelo quer explicação

  • Lusa e ECO
  • 14 Julho 2018

Após a revelação de que algum do material roubado de Tancos ainda continuará à solta, o Presidente da República manifestou-se preocupado e PSD e CDS querem explicações.

O material que foi furtado do quartel de Tancos, Santarém, em 2017, ainda não foi todo recuperado, noticia este sábado o semanário Expresso (acesso condicionado), que refere que ainda existem granadas e explosivos por devolver. Os procuradores do Ministério Público salientam num recurso que, “ao contrário do que tinha sido veiculado pelo Exército e pelo Ministério da Defesa”, ainda existe material que não foi recuperado.

O jornal salienta que em causa estão granadas e explosivos, referindo que o Ministério Público considera que “a segurança nacional está em perigo enquanto os assaltantes não forem capturados”. O furto de material militar de Tancos – instalação entretanto desativada – foi detetado a 28 de junho durante uma ronda móvel, pelas 16:30, por um sargento e um praça ao serviço do Regimento de Engenharia 1. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e grande quantidade de munições.

Numa nota publicada esta noite de sexta-feira na página oficial da Presidência da República, após ter sido divulgada a notícia do jornal Expresso, Marcelo Rebelo de Sousa disse reafirmar “a exigência de esclarecimento cabal” do ocorrido com o desaparecimento de armamento em Tancos, há um ano, e manifestou “preocupação”.

Na nota Marcelo Rebelo de Sousa, que por inerência é o Chefe Supremo das Forças Armadas, diz ter a certeza “de que nenhuma questão envolvendo a conduta de entidades policiais encarregadas da investigação criminal, sob a direção do Ministério Público, poderá prejudicar o conhecimento, pelos portugueses, dos resultados dessa investigação”. Conclui ainda: “Que o mesmo é dizer o apuramento dos factos e a eventual decorrente responsabilização”.

A 18 de outubro passado, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de junho, à exceção das munições de 9 milímetros.

Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do que tinha sido roubado.

PSD e CDS querem explicações

O PSD exigiu hoje esclarecimentos urgentes sobre este tema. Numa nota na sua página na rede social Facebook, o líder parlamentar Fernando Negrão considera “inacreditável” que ainda existam armas e explosivos por encontrar do material militar furtado há um ano do quartel de Tancos. “Está em causa a segurança nacional. O roubo aconteceu em instalações das Forças Armadas, a investigação foi feita pela Polícia Judiciária Militar e o resultado é a total falta de transparência”, criticou Fernando Negrão.

Numa nota enviada à Lusa, o deputado do PSD Pedro Roque, coordenador da bancada social-democrata na Comissão parlamentar de Defesa, assegura que o partido irá confrontar o ministro Azeredo Lopes com esta matéria na audição parlamentar marcada para terça-feira.

Também o CDS-PP quer confrontar o ministro da Defesa com o que considera “informação incorreta” prestada ao parlamento sobre o material roubado. Em declarações à Lusa, o deputado do CDS-PP e coordenador do partido na Comissão de Defesa, João Rebelo, disse que o partido “acompanha o comunicado do Presidente da República em que este manifesta preocupação”.

“Quando temos informação de que ainda há granadas à solta e a informação que foi prestada à Assembleia da República e à Presidência da República é uma informação que não está correta, ficamos muito preocupados sobre o verdadeiro acompanhamento que está ser feito deste caso pelo Exército”, afirmou João Rebelo. O CDS-PP espera que “ainda hoje” o Ministério da Defesa e o Exército se pronunciem.

Notícia atualizada às 13.50 com declarações do PSD e do CDS-PP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Este é o Estado da Nação para quem lidera as empresas

O caderno de encargos de empresários como António Mota, Nuno Ribeiro da Silva, José Manuel Fernandes ou Jorge Armindo: financiamento, crescimento, reformas, menos taxas e mais estabilidade política.

Mário Ferreira, Jorge Armindo, Nuno Ribeiro da Silva, José Manuel Fernandes, António Mota, Manuel Tarré, Paulo Melo e Daniela Seixas (da esq. para a direita).

Teve lugar esta sexta-feira, na Assembleia da República, mais um debate do Estado da Nação, no qual os partidos questionaram o primeiro-ministro e o Governo sobre as políticas e os resultados alcançados no último ano.

Com a economia a crescer — “poucochinho, mas a crescer” — o desemprego a diminuir, o défice a cumprir os objetivos, que preocupações assolam os empresários nacionais? O ECO foi saber que diagnóstico fazem as empresas — os motores do crescimento económico — do estado do país. Da construção à metalomecânica, passando pelo têxtil e pelo turismo, o leque é vasto… mas as preocupações comuns.

Os problemas estruturais — com a dívida pública que continua a crescer, à cabeça — , a par da falta de reformas são o denominador comum das preocupações da classe empresarial. Uma dívida que, dizem, impede o país de investir em áreas que são cruciais para ajudar ao crescimento económico. Mas há outra preocupação a dominar o pensamento dos empresários e passa pela palavra “cedência”. “Não pode haver cedência do primeiro-ministro aos partidos mais à esquerda, que sustentam o Governo“, apontam de uma forma geral os empresários.

Paulo Melo, presidente da Somelos e da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), diz que é urgente que o Estado avance com as reformas do sistema público. “O Estado tem de ter a coragem e a vontade de fazer as reformas do sistema público. Os empresários tiveram essa coragem e fizeram as reformas necessárias no tempo certo”, afirma Paulo Melo.

Para o empresário é urgente “repensar o mundo, porque as coisas estão a mudar e é preciso tomar novas medidas”. O industrial já anteriormente tinha deixado críticas ao Governo e que passavam pelo custo da energia, pela fiscalidade, sem esquecer a subida do salário mínimo nacional e o financiamento das empresas.

No XX Fórum Têxtil, o presidente da ATP tinha mesmo admitido, perante o ministro da Economia, que “os incentivos podem ajudar as exportações, mas o financiamento às empresas continua difícil e o capital está ainda muito longe de ser acessível, sobretudo às PME, sendo por isso um constrangimento ao crescimento e ao investimento”.

O financiamento das empresas é um tema caro a António Mota. O presidente da Mota-Engil não tem dúvidas de que “o país está, de uma forma geral, diferente para melhor do que estava há um ano, mas há um défice do sistema financeiro para apoiar as empresas”. Para António Mota, a questão não se coloca apenas ao nível do setor da construção, é geral a todos.

E não é só nas grandes empresas que o financiamento é visto com apreensão. Daniela Seixas, fundadora da TonicApp, uma aplicação para médicos partilharem informação, acredita que, para fomentar a mudança, é positivo “que a opinião pública já tenha percebido que o subfinanciamento crónico dos últimos anos na Saúde está a ter um impacto direto na quantidade e, mais grave, na qualidade dos cuidados prestados”. Assim, e por se tratar de uma startup que opera no setor, ” a questão do financiamento”, acredita a empreendedora, “não é de solução rápida, nem fácil”.

Crescer mais, e mais

Mas se para uns o financiamento é uma preocupação, para outros a capacidade de alavancar o país para níveis de crescimento económico a rondar os 3% é o grande desafio.

José Manuel Fernandes, presidente da Frezite, não tem dúvidas. “Estou preocupado por o país não ser capaz de alavancar o crescimento económico para níveis de 3%”. Tanto o Governo como o Banco de Portugal preveem que a economia registe uma expansão de 2,3% este ano.

Para o patrão da Frezite, 3% é um valor “determinante para o país conseguir pagar o que deve e criar uma estrutura mais forte de coesão social e suprir o clima marcadamente do défice”. Paulo Melo concorda com esta visão e acrescenta: “Devíamos crescer mais. A nossa taxa de crescimento é muito baixa”.

Melo diz mesmo que há um perigo iminente para a economia portuguesa que passa por um eventual aumento das taxas de juro. E aí, Portugal pode não ter capacidade para… aguentar.

Manuel Tarré da Gelpeixe também lamenta que o país cresça pouco. “A questão de fundo é que vivemos num país onde as regras mudam a meio do jogo, logo não há qualquer apetência para o investimento”, defende. Para o presidente da Gelpeixe, para investir “é preciso ter estabilidade fiscal, à semelhança do que acontece nos outros países europeus”. “Aqui em Portugal, de cada vez que há eleições, engrossam-se os serviços públicos com a fatura a ser paga com taxas e mais taxinhas”.

O clima de tensão política que tem marcado os últimos tempos, sobretudo em temas como as 35 horas na saúde, a carreira dos professores e as leis laborais, deverá também estar presente neste debate do Estado da Nação. José Manuel Fernandes diz que se vive um “clima hostil entre os partidos de esquerda que sustentam o Governo”. Clima esse que não é alheio às negociações do próximo Orçamento do Estado, da aproximação das eleições legislativas e da necessidade de os partidos à esquerda se descolarem do PS e falarem para o seu eleitorado.

Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal é mais taxativo “É evidente que as propostas radicais do partidos que suportam o Governo têm vindo a sair a lume e, no fundo, evidenciam o desprezo e a desconfiança que quer o BE, quer o PCP têm sobre a União Europeia e sobre o euro”.

Trump… e a guerra comercial

Numa altura em que as novas tarifas de Trump estão a penalizar as bolsas, um pouco por todo o mundo, vem a lume a atual conjuntura económica. Aos receios de que uma guerra comercial comprometa o crescimento mundial, juntam-se as preocupações com os momentos de alguma tensão em países motores da economia europeia como a Itália. E, num cenário destes, Portugal dificilmente poderá escapar aos efeitos de contágio.

Para Jorge Armindo, da Amorim Turismo, “há uma estabilização das economias”. “Não se preveem já grandes crescimentos para a Europa. Diria que estamos perante um arrefecimento controlável”, afirma.

Menos otimista está Nuno Ribeiro da Silva. Para o gestor da Endesa, “o enquadramento económico externo é menos brilhante do que era há um ano”. Ribeiro da Silva enumera a guerra comercial entre Trump e a China, com repercussões por todo o mundo, e ainda a falta de um pulso forte, na Europa, para dizer que os empresários podem, neste cenário, “ter menos disponibilidade para investir”.

De resto, o presidente da elétrica espanhola diz que os clichés utilizados pela esquerda são “agressivos para o ambiente normal da vida económica do país”. “Há manifestamente um enquadramento internacional a que não somos imunes, a que juntamos também um clima de conflitualidade interna“.

Défice e despesa. As duas faces da moeda

Qualquer cedência por parte do Governo na questão da despesa terá um efeito extremamente negativo para a economia“. É desta forma que Jorge Armindo sintetiza o seu pensamento. Para o homem da Amorim Turismo “há bons sinais na economia, sobretudo ao nível da diminuição do desemprego, e apesar de tudo o défice teve um bom comportamento no final do ano passado, mas não podem haver cedências”. Recorde-se que, no final de 2017, o défice foi de 3% contabilizando a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos. Mas se esta medida extraordinária não for tida em conta, então o défice foi de apenas 0,9%, o mais baixo da democracia portuguesa.

“O primeiro-ministro não pode, apesar da tensão social, ceder ao Bloco de Esquerda e ao PCP. Tem de se aguentar e não entrar em devaneios”, remata Armindo.

Para Nuno Ribeiro da Silva “o comportamento do défice público não foi tão empolgante no primeiro trimestre“. E justifica: “Até porque todos sabemos que há pó debaixo dos tapetes ou, se quiser, cativações, o que pode não refletir exatamente o equilíbrio entre receitas e despesas, sendo antes o resultado de se empurrar com a barriga alguma dívida/obrigações”.

O défice público atingiu, nos primeiros três meses deste ano, os 0,9% do PIB, um valor que representa uma melhoria face ao resultado do mesmo período de 2017, altura em que incorporava o montante injetado pelo Estado na recapitalização da Caixa Geral de Depósitos. Este valor do défice do primeiro trimestre fica acima da meta traçada pelo Governo para a totalidade do ano. Já o valor das cativações ascendeu a 563,4 milhões de euros, em 2017, níveis idênticos aos praticados nos anos de ajustamento, segundo o Conselho das Finanças Públicas. Para este ano, os peritos do Parlamento estimam cativações de 1.776 milhões de euros, mas o ministro das Finanças recusa este valor, assumindo antes 1.156 milhões de euros. Mas ao longo do ano, Mário Centeno, irá naturalmente libertando verbas.

Para Mário Ferreira, presidente da Douro Azul, “a única preocupação é o facto de a dívida pública continuar a subir”. O empresário diz que é urgente “estagnar a dívida e impulsionar o crescimento da economia”. E deixa outro alerta. “É preciso tomar medidas que facilitem o emprego estrangeiro, porque nos principais setores de atividade, os que sustentam a economia, falta mão-de-obra e isso está a estagnar a economia”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.