Impasse na RTP na nomeação da administradora financeira

  • ECO
  • 7 Abril 2018

A nomeação da nova administradora financeira da RTP continua parada no Ministério das Finanças. Em causa está uma interpretação diferente da intervenção que o Governo pode ter na estação pública.

A RTP continua sem administradora financeira e, por isso, o novo Conselho de Administração, que continuará a ser liderado por Gonçalo Reis, ainda não tomou posse. Segundo o Expresso (acesso pago) deste sábado, o impasse dura há mais de dois meses e reside na vontade do Governo, através do ministro das Finanças, Mário Centeno, de voltar a ter uma voz na estação pública.

O Executivo entende que deveria ter sido consultado para fazer a escolha do nome para administrador financeiro e não apenas posteriormente para validar a proposta do Conselho Geral Independente (CGI), uma estrutura criada pelo anterior Governo de forma a criar uma separação entre a estação pública de televisão e rádio e o poder vigente. Em causa está a nomeação para administradora financeira de Verónica Sousa Franco.

De acordo com o semanário, tanto a administração liderada por Gonçalo Reis como o CGI foram apanhados de surpresa por esta interpretação do Ministério das Finanças. Isto porque o novo regime introduzido pelo ex-ministro Miguel Poiares Maduro assinalava que a escolha dos administradores cabe ao Conselho Geral Independente, ainda que o responsável pela área financeira necessite de um parecer “prévio e vinculativo” das Finanças.

A interpretação do CGI é que o parecer deve ser dado após a proposta do nome para o cargo, mas o Governo discorda. O Ministério das Finanças queria ter sido consultado durante “o processo de definição do perfil e do nome a propor, o que na prática significaria que o Governo passaria a ter ação direta na nomeação deste administrador“, escreve o Expresso.

Para o ex-ministro Miguel Poiares Maduro essa interpretação é “uma adulteração do sistema” criado em 2014 pelo Governo PSD/CDS. O ex-ministro argumenta que os estatutos “são claros”: “A ideia não é o Governo participar na escolha“, defende, referindo que cabe ao Executivo o “direito de veto”.

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Marcelo veta lei que permite engenheiro civil assinar projetos de arquitetura

  • Lusa
  • 7 Abril 2018

A lei deturpa o "largo consenso" criado por uma lei de 2009, argumenta o Presidente da República.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou este sábado a lei que repõe a possibilidade de engenheiros civis poderem assinar projetos de arquitetura.

O Chefe do Estado alega, na mensagem colocada no “site” da Presidência da República, que a lei deturpa o “largo consenso” criado por uma lei de 2009, que admitia um período de transição de cinco anos para que esses técnicos assinassem projetos, tornando o “regime transitório” em definitivo, “sem que se conheça facto novo que o justifique”.

A lei foi aprovada em 16 de março no parlamento, com os votos do PSD, PCP, PEV e PAN, a abstenção do PS e CDS e os votos contra do BE, 42 deputados socialistas, incluindo do presidente da Assembleia, Ferro Rodrigues, e sete do CDS, incluindo a líder do partido, Assunção Cristas.

Em reação, a Ordem dos Arquitetos congratulou-se este sábado com a veto presidencial à possibilidade de engenheiros civis poderem assinar projetos de arquitetura, esperando agora que seja aberta uma “discussão séria e aprofundada” sobre a matéria.

“Aguardávamos com expectativa o que resultaria da posição do Presidente da República e estamos satisfeitos, entendemos que prevaleceu algum bom senso neste processo”, disse Daniel Fortuna do Couto, vice-presidente da Ordem dos Arquitetos, em declarações à Lusa.

Para Daniel Fortuna do Couto as alterações propostas à lei 31 “seriam um retrocesso democrático e civilizacional” que iriam “atirar Portugal para antes do 25 de abril”, sublinhando que a Ordem “não podia concordar com isso”.

“Em função do que nós entendemos do que deve ser a paisagem e o território construído, entendemos que teria efeitos gravosos para o país”, disse o arquiteto, acrescentando que agora vão esperar para ver qual é a possibilidade “de abrir uma discussão séria e aprofundada sobre estas matérias” e como irá a Assembleia da República reagir.

Ordem dos Engenheiros considera estar em causa transposição de diretiva comunitária

O Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Mineiro, considerou este sábado estar em causa a transposição de uma diretiva comunitária e não “uma pretensão descabida”, reagindo ao veto presidencial da lei que permite aos engenheiros assinarem projetos de arquitetura.

De acordo com Carlos Mineiro, que disse não querer comentar o veto de Marcelo Rebelo de Sousa “por respeito e dever institucional”, o que está em causa “não é nenhuma pretensão descabida” dos engenheiros, mas unicamente “a reposição de uma injustiça e de um direito já reconhecido pelo Provedor de Justiça e pela própria União Europeia”.

Segundo o Bastonário dos Engenheiros, a União Europeia “instou, por quatro vezes, o Estado português a reparar e a transpor corretamente a diretiva comunitária”. “É matéria que, mesmo que não volte a ser aprovada a nível nacional, nessa altura a Ordem só poderá fazer uma coisa, que é apresentar queixa junto da Comissão Europeia por uma incorreta transposição de uma diretiva comunitária”, advertiu, lembrando, contudo, que só depois de saber o que será decidido na Assembleia da República será tomada uma decisão.

Em causa está a transposição de uma diretiva comunitária que reconhece competências para o exercício da arquitetura, a cursos de engenheiro civil, até 1988. Os engenheiros em questão são aqueles que se matricularam até 1988 nos cursos do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, e da Universidade do Minho.

Segundo Carlos Mineiro, os engenheiros civis em questão, “a maior parte com mais de 50 anos, podem fazer arquitetura em qualquer um dos Estados-membros da União Europeia, menos no seu país”, e os engenheiros dos Estados-membros “podem fazer arquitetura em Portugal e contra esses não há qualquer reclamação ou interdição a apresentar”.

“Esta situação é um contrassenso e não tem razoabilidade. Espero que as coisas vão a bom porto. A Ordem não desistirá de fazer com que a diretiva comunitária seja transporta corretamente em Portugal”, sublinhou o engenheiro.

Presidente da República promulga, com reservas, alterações à lei do cinema

O Presidente da República promulgou hoje, com reservas, alterações à lei do cinema, aprovadas pelo Governo em fevereiro e contestada por produtores, realizadores, sindicatos, programadores e técnicos.

Na mensagem publicada no “site” da Presidência da República (www.presidencia.pt), Marcelo Rebelo de Sousa admite que preferia uma solução diferente para os júris, mas também considera que a lei é “já um passo num sentido de atenuação do peso das entidades empresariais”.

Além do mais, um veto, por obrigar a uma reapreciação da lei, “implicaria um atraso suplementar na constituição dos júris e no financiamento ao setor”, argumenta ainda.

O Presidente assume que defendia uma solução diferente da do governo, com uma “bolsa de jurados constituída pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), ouvida nomeadamente a SECA, e escolha de júris concretos dentro dessa bolsa, sem necessidade de novo parecer mesmo não vinculativo da Secção Especializada para o Cinema e Audiovisual (SECA)”.

A regulamentação aprovada em fevereiro, que, segundo o Ministério da Cultura, permitirá simplificar processos administrativos, foi duramente criticada pela Plataforma de Cinema, em particular, por causa da forma como são escolhidos os júris dos concursos de apoio ao cinema e audiovisual, em sede de secção especializada do setor (SECA), do Conselho Nacional de Cultura.

Esta Plataforma do Cinema chegou a pedir uma audiência ao Presidente da República.

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Proteção de dados. CNPD contra isenção de coimas para Estado

  • ECO
  • 7 Abril 2018

A presidente da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) não entende porque é que o Estado deve ficar isento de coimas na aplicação da nova lei, isenção que consta da proposta do Governo.

A proposta do Governo para a aplicação da nova lei europeia sobre a proteção de dados prevê que as administrações públicas estejam isentas de coimas em caso de infração durante três anos. Uma isenção que não é entendida pela presidente da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), Filipa Galvão, que espera que isso seja “corrigido” no Parlamento.

Ressalvando que não está a falar em nome da CNPD, Filipa Galvão considera que não existe razão para diferenciar as entidades públicas das privadas. Em entrevista ao Dinheiro Vivo este sábado, a presidente da CNPD afirma que “não se consegue perceber qual é a razão desta diferenciação”. “O princípio da igualdade, previsto na nossa Constituição, justificaria a mesma medida para todos”, defende Galvão.

Em causa está a proposta de lei aprovada em Conselho de Ministros que prevê a isenção de coimas para o Estado em caso de infração — algo que deve ser reapreciado após os três anos. É o tempo do Estado se organizar para o “novo paradigma”, defendeu a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques. “Este regulamento foi sobretudo pensado para as grandes empresas multinacionais para quem os dados pessoais são, no fundo, o seu negócio”, argumentou a ministra, assinalando que o Estado não usa os dados “como negócio”.

O princípio da igualdade, previsto na nossa Constituição, justificaria a mesma medida para todos.

Filipa Galvão

Presidente da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD)

Filipa Galvão espera que esta opção do Executivo seja corrigida no Parlamento. A presidente da CNPD argumenta que esta possibilidade de isenção para o setor público faz sentido em Estados “onde não há tradição de aplicar o regime de proteção de dados ou sanções aos organismos públicos”, o que não é o caso de Portugal. “Em Portugal há 20 anos que temos este regime: os organismos públicos estão todos sujeitos à proteção de dados, à exceção dos tribunais, e sujeitos à aplicação de sanções“, assinala.

Outro dos fatores apontados pelo Governo para a isenção são os custos administrativos. A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa prevê que o impacto seja “fortíssimo” em termos de custos administrativos de “centenas de milhões” tanto para as empresas como o Estado.

Uma ideia corroborada por Filipa Galvão que admite que “as obrigações implicam alguns custos“, nomeadamente mais um vencimento para quem tiver de ter um encarregado de proteção de dados. As mais afetadas serão as micro e as pequenas empresas, diz, referindo que “as maiores já estão habituadas a cumprir a lei de proteção de dados”.

Ao contrário do setor público, o privado ficará já sujeito a coimas até 20 milhões de euros ou 4% do volume de negócios anual da companhia. “O quadro sancionatório é um bocadinho assustador, percebo que as empresas estejam assustadas“, classifica, referindo que “o legislador europeu entendeu que esta matéria era para ser levada a sério”. “As sanções maiores estão pensadas para todo o espaço europeu, portanto para grande empresas que têm um lucro elevado e que fazem lucro com dados pessoais, explica, assinalando que em Portugal serão adaptadas à dimensão das empresas.

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Novo concurso para professores atinge 13.000 docentes

  • Lusa e ECO
  • 7 Abril 2018

O novo concurso de mobilidade para docentes dos quadros irá substituir o polémico concurso que levou a 799 providências cautelares. Segundo o Governo serão "afetados" 13 mil professores.

O parlamento decidiu esta sexta-feira voltar a realizar um concurso de mobilidade para professores dos quadros, que irá substituir o polémico concurso realizado no ano passado que levou à apresentação de 799 providências cautelares. Este foi o resultado das apreciações parlamentares apresentadas pelo PCP, Bloco de Esquerda, PSD e CDS ao diploma do Governo que tentou corrigir os problemas causados pelo concurso de mobilidade interna realizado no verão de 2017.

No ano passado, o ministério da Educação abriu um concurso de mobilidade interna (destinado aos professores dos quadros que querem mudar de escola), que levou a forte contestação por parte dos docentes por terem sido disponibilizadas apenas vagas para horários completos. Quando foram disponibilizados os horários incompletos, muitos professores queixaram-se de terem sido ultrapassados por colegas menos graduados.

Como resultado foram apresentados “799 recursos hierárquicos”, lembrou esta sexta-feira a deputada do CDS-PP Ilda Araújo Novo, durante o debate no parlamento. A solução encontrada pela tutela foi lançar um concurso interno antecipado só para os docentes insatisfeitos, permitindo aos restantes manterem-se na mesma escola. Os deputados do PCP e Bloco de Esquerda assim como do PSD e CDS consideraram a solução o Governo “injusta”, uma vez que só iriam a concurso os horários dos professores que não estivessem satisfeitos.

Injusto é prejudicar as escolas, os alunos e cerca de 13 mil professores em nome de uma minoria.

Alexandre Leitão

Secretária de Estado da Educação

Por isso, defenderam um novo concurso antecipado geral dirigido a todos os docentes dos quadros com a disponibilização dos horários completos e incompletos, tal como tem acontecido nos últimos onze anos. A medida foi aprovada em plenário, depois de uma acesa discussão entre os deputados daquelas bancadas parlamentares e a secretária de estado da Educação, Alexandra Leitão.

Alexandra Leitão alertou para o perigo de instabilidade nas escolas, já que um novo processo de colocação dos professores poderá não estar concluído antes do início das aulas, em setembro. Para o PCP, BE e PSD a culpa de eventuais problemas será sempre da “arrogância” da tutela, que se recusou a corrigir a situação atempadamente.

“Se atrasos houver, senhora secretária de estado e senhor deputado Porfírio Silva, terá de ser imputado ao Governo”, defendeu Ana Mesquita, do PCP, acusando o executivo de não ter ouvido os professores, as estruturas sindicais nem os partidos políticos. Para a secretária de estado, o Decreto-lei apresentava uma “solução justa, rigorosa e que responde à necessidade de quem pretende alterar a sua situação” e “não penaliza os muitos professores que querem manter a sua colocação durante quatro anos”.

“Não é residual, o número de professores afetados”, sublinhou Ilda Araújo Novo, justificando a sua posição com os “799 recursos hierárquicos” apresentados. “Injusto é prejudicar as escolas, os alunos e cerca de 13 mil professores em nome de uma minoria”, afirmou Alexandra Leitão, garantindo que para o ministério todos os professores contam e que havia uma solução “justa, equitativa e equilibrada” para os docentes que se queixaram.

Agora a decisão de promulgar ou não esta alteração cabe a Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República irá receber em breve o diploma do Governo com as alterações efetuadas pela Assembleia da República.

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Lula negoceia entrega à justiça este sábado

  • Lusa
  • 7 Abril 2018

Para a defesa de Lula da Silva, o mandado de detenção decretado não era impositivo. Apoiantes defendem que não há "nenhum descumprimento da sentença do mandado de prisão".

O ex Presidente do Brasil Lula da Silva deverá entregar-se este sábado à justiça, findo o prazo decretado pelo juiz que ordenou a prisão, noticia o jornal Folha de São Paulo.

De acordo com o jornal, Lula deverá entregar-se-á à Polícia Federal depois da missa em honra da mulher, Marisa Letícia, que morreu no ano passado.

Lula não se entregou no prazo estabelecido pelo juiz Sérgio Moro, até às 17:00 de sexta-feira, permanecendo na sede do Sindicato dos Metalúrgicos. O juiz afirmou que está “vedada a utilização de algemas” em qualquer hipótese, escreve o Folha.

O Globo, por seu lado, dá conta de negociações entre a defesa do ex-presidente e as autoridades brasileiras, noticiando que Lula pode ser preso este sábado. Outra alternativa, afirma o Globo, é Lula ser levado para Curitiba na segunda-feira.

Lula fica no sindicato à espera de ser detido

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) afirmou esta sexta-feira que o ex-Presidente brasileiro Lula da Silva vai permanecer no prédio do Sindicato dos Metalúrgicos, em são Bernardo do Campo, à espera de ser detido pelas autoridades.

Queria deixar claro que não há, por parte do Presidente Lula nenhum descumprimento da sentença do mandado de prisão exarado pelo juiz Sérgio Moro”, afirmou a senadora Gleisi Hoffmann aos jornalistas, comentando o fim do prazo da intimação judicial para se entregar às autoridades. Eleita pelo Paraná, o mesmo estado onde está Sérgio Moro, o juiz que coordena a maior parte das operações judiciais de investigação ao caso Lava Jato, Gleisi Hoffmann explicou que, para a defesa de Lula da Silva, o mandado de detenção decretado não era impositivo.

Lula da Silva “tinha a opção dada pelo juiz de ir até Curitiba e não exerceu esta opção”, optando por “estar aqui num sindicato e num lugar público”, disse a líder do PT. “Muitas pessoas sabem onde ele está” e “ele aqui permanecerá junto com a militância” e os seus apoiantes, assegurou a apoiante. Nas próximas horas, a senadora explicou que será celebrada uma missa no sindicato em homenagem à mulher do ex-Presidente, Marisa Letícia Lula da Silva, que faria 67 anos no sábado.

Fontes da assessoria do ex-Presidente não confirmaram se Lula da silva iria falar aos apoiantes. O clima no local é de tensão e os apoiantes pedem a Lula da Silva para não se entregar. A defesa de Lula da Silva tinha inicialmente apresentado um ‘habeas corpus’ junto do Supremo Tribunal Federal (STF) que foi recusado na quarta-feira pela maioria dos 11 juízes do tribunal.

Hoje, a defesa intentou um novo ‘habeas corpus’ que foi também chumbado. O antigo chefe de Estado brasileiro foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, no Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF4, segunda instância) em janeiro.

A prisão do ex-chefe de Estado está relacionada com um dos processos da Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil. Lula foi condenado por ter recebido um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS em troca de favorecer contratos com a petrolífera estatal Petrobras. A execução provisória da pena não deverá impedir juridicamente a candidatura presidencial de Lula da Silva, à frente nas sondagens para as eleições de outubro.

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Reprogramação do Portugal 2020 abre guerra nos municípios do Norte

Autarcas do Norte gostariam que os 500 milhões do banco de fomento fossem usados para financiar as prioridades da região, nomeadamente em equipamentos sociais e last miles.

O Conselho Metropolitano do Porto (CmP), aprovou esta sexta-feira por unanimidade, em Gondomar, uma proposta para a reprogramação dos fundos comunitários que é “claramente conflituante” com o documento apresentado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN).

A recusa da proposta da CCDRN “foi assumida no Conselho Regional do Norte, onde os 83 municípios deixaram bem claro que não estavam satisfeitos”, e a posição dos autarcas é a de “não se ficar pela recusa e ter uma proposta construtiva, articulada com as Comunidades Intermunicipais da Região”, afirmou o presidente do CmP, Eduardo Vítor Rodrigues, citado pela Lusa.

Segundo o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, o documento aprovado na Área Metropolitana do Porto (AMP) vai ser “assumido” segunda-feira, na terceira reunião com as Comunidades Intermunicipais da região, que terá lugar em Braga — as duas primeiras foram no Porto e em Boticas. O passo seguinte será entregar “em mãos” o documento ao primeiro-ministro, António Costa. Temos opções completamente diferentes” das apresentadas pela CCDRN, disse, acrescentando que a ideia é que “o dinheiro que está a ser reprogramado fique na região” em vez de servir “ao financiamento do Orçamento do Estado”.

A região não está dividida, está unida, as CIM e AMP estão unidas no mesmo pressuposto, e a AMP tomou consciência de que tem que abdicar de algum do seu poder e alguns dos seus recursos em nome da coesão da região.

Eduardo Vítor Rodrigues

Presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia

O ECO sabe que esta posição está a gerar desconforto na CCDR Norte, já que não existe um documento da estrutura sobre a reprogramação. O presidente Fernando Freire de Sousa terá apenas apresentado, na reunião do Conselho Regional do Norte a 29 de março, a proposta do Executivo para o exercício de reprogramação, sem necessariamente a defender. O ECO apurou que, o responsável não quer tomar uma posição oficial enquanto não ouvir todos os intervenientes, mas a garantia é que “está do lado dos autarcas da região”.

Em causa está a proposta do Executivo em transferir verbas do Feder para o Fundo Social Europeu, no âmbito dos Programa Operacional Regional do Norte, de modo a que este possa fazer face a despesas que os autarcas da região consideram ser da responsabilidade do Orçamento do Estado. Em causa estão despesas com a ação social escolar — alimentação nas escolas ou o transporte das crianças — mas também o contrato Emprego e Inserção do Instituto de Emprego e Formação Profissional, que passarão a ser asseguradas pelos Programas Operacionais Regionais com verbas do Fundo Social Europeu, elencou ao ECO, o presidente da Câmara de Famalicão que é também o presidente do Conselho Regional do Norte.

Gostava que Bruxelas falasse da proposta de reprogramação. Não me parece que a Comissão Europeia a aprove.

Paulo Cunha

Presidente da Câmara de Famalicão

Os autarcas recusam liminarmente reafetar Feder ao Fundo Social Europeu nos PO regionais”, disse ao ECO, o presidente da Câmara Municipal de Braga. Ricardo Rio lamenta a “imposição do Executivo em proceder à acomodação de 220 milhões de euros para fazer face a despesas do Ministério da Educação e do Ensino Superior”, acrescentando que Fernando Freire de Sousa foi incumbido de transmitir ao Governo a “condenação unânime” dos autarcas.

Considerando que os 200 milhões de euros disponíveis na reprogramação são insuficientes para os projetos de que a região precisa, Eduardo Vítor adiantou, citado pela Lusa, que a proposta “aponta como caminho financeiro os 500 milhões de euros que estão no antigo Banco do Fomento”. São cerca de “500 milhões que não foram executados, que são da região e que queremos manter na região em algumas componentes”, designadamente nas áreas da saúde, educação e equipamentos sociais, sustentou. Mas também das chamadas last miles para fazer as ligações aos parques industriais, acrescentou ao ECO Ricardo Rio.

Os autarcas recusam liminarmente reafetar Feder ao Fundo Social Europeu nos PO regionais.

Ricardo Rio

Presidente da Câmara de Braga

Na reunião de segunda-feira, em Braga, os autarcas (área metropolitana do Porto e as sete comunidades intermunicipais) vão também decidir se divulgam o documento com a sua proposta de reprogramação do Portugal 2020, antes mesmo da reunião com o primeiro-ministro que já está solicitada, mas não agendada, acrescentou Ricardo Rio. Na ordem de trabalhos está também a questão da descentralização — para garantir que a transferência de competências é acompanhada das respetivas verbas — e a elaboração de um caderno de encargo para o investimento público.

Em termos de descentralização os autarcas do Norte sugerem que esta “não seja universal, mas antes calendarizada por adesão voluntária dos municípios para acomodar os diferentes patamares de responsabilidade”, explicou Ricardo Rio. O exercício de descentralização deve ter também implícita uma revisão da Lei das Finanças Locais e uma “avaliação rigorosa” das responsabilidade a transferir e dos custos inerentes.

Na semana passada, o Conselho Regional do Norte acusou o Governo de querer “desviar” 200 milhões de euros afetos à região pelo Portugal 2020 para pagar “despesas correntes” que entendem serem de assegurar através Orçamento do Estado. Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião daquele organismo, em Santo Tirso, o presidente do Conselho Regional do Norte, Paulo Cunha, alertou mesmo que a opção do executivo de usar a reprogramação dos fundos comunitários para “alocar” verbas destinadas ao investimento no Norte a um fundo nacional “viola as normas comunitárias”.

A “guerra” para já trava-se a Norte, porque as propostas de reprogramação são diferentes para as diferentes regiões. Paulo Cunha explicou ao ECO que “no Centro há algo parecido em termos de reafetação de verbas”, mas “o tema não é necessariamente nacional”. O responsável aposta as suas fichas em Bruxelas e na avaliação que fará da proposta de reprogramação. Paulo Cunha sublinhou mesmo: “Não me parece que Bruxelas aceite que isto aconteça”.

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Negrão defende aumentos na Função Pública… se se reduzir o número de funcionários

  • Lusa
  • 6 Abril 2018

O líder parlamentar do PSD defendeu uma reforma que passe pela qualificação dos funcionários, mas também uma redução no número dos trabalhadores do Estado. Assim, deveria haver aumentos no Estado.

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, defendeu um aumento salarial na Função Pública já em 2019, se o Governo aceitar uma reforma do Estado baseado numa redução do número de funcionários.

Em entrevista à Antena 1, Negrão afirmou poder acompanhar as propostas dos partidos da esquerda, PSD e BE, e defendeu uma reforma que passe pela qualificação dos funcionários, mas também uma redução no número dos trabalhadores do Estado.

Essa reforma, “no essencial”, deve “passar por uma reorganização de serviços, por novos quadros e por uma nova política remuneratório”, acrescentou.

Questionado sobre se poderia apoiar as propostas dos partidos de esquerda, Fernando Negrão admitiu que sim na entrevista que será divulgada, na íntegra, no sábado.

“Se verificarmos que, em termos de economia, existem condições para esse efeito, e se houver da parte do Governo vontade para iniciar uma reforma do Estado, acho que há uma hipótese provável acompanhar os partidos no aumento dos vencimentos”, afirmou.

Esta posição do presidente da bancada do PSD surge no dia em que o ministro das Finanças informou o Conselho Permanente de Concertação Social que não haverá aumentos de salários em 2019. O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considerou esta posição inadmissível.

“Não se percebe que este Governo esteja obcecado pelos números e a perder sensibilidade social”, disse Arménio Carlos, após uma reunião de mais de três horas em Lisboa.

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Pedidos de pensão antecipada aumentam com novas regras para carreiras longas

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 6 Abril 2018

De acordo com o Governo, 44% do total de pedidos em 2017 deram entrada no último trimestre, "justificado em grande medida pela entrada em vigor do regime das muito longas carreiras contributivas"

Com o novo regime de reformas antecipadas para carreiras contributivas muito longas, aumentou o número de pedidos de pensão antes da idade normal de reforma, avança um documento do Governo distribuído aos parceiros sociais. Dos mais de 21 mil requerimentos de pensão antecipada que deram entrada em 2017, 44% chegaram depois de outubro.

“Com a entrada em vigor deste regime [longas carreiras] registou-se um aumento do número de requerimentos para reforma antecipada apresentados, verificando-se que no ano de 2017 entraram 21.307 requerimentos de reforma antecipada apresentada por beneficiários com 60 ou + anos (pelo regime de flexibilização e pelo regime das muito longas carreiras contributivas), dos quais 11.939 entre 1 de janeiro e 30 de setembro e 9.368 entre 1 de outubro e 31 de dezembro”, indica o documento a que o ECO teve acesso.

“Verifica-se assim que no 4º trimestre deram entrada 44% dos requerimentos apresentados em todo o ano de 2017, justificado em grande medida pela entrada em vigor do regime das muito longas carreiras contributivas“, avança ainda. O diploma com as novas regras foi publicado a 6 de outubro, mas com efeitos a dia 1 daquele mês.

Na nota, o Ministério do Trabalho indica ainda outros números que já tinham sido apresentados. Estão a ser pagas 4.479 pensões antecipadas ao abrigo do novo regime e outras 5.267 foram deferidas, aguardando resposta do requerente. Os dados reportam a 16 de março de 2018, indica agora o Governo. No caso das 4.479 pensões em pagamento, o valor médio ascende a 806,56 euros, mais 124,08 euros face ao cálculo pelas regras gerais do regime de reforma antecipada. E do conjunto das 9.746 pensões, só 1% (ou 105) não conta com as novas regras mas sim com as normas gerais de flexibilização, mais vantajosas nesses casos.

Aliás, neste documento o Governo assume que os pensionistas abrangidos pelo regime especial das muito longas carreiras contributivas não veem de facto aplicada a bonificação que a legislação prevê por períodos contributivos cumpridos antes da idade normal de reforma. A questão foi levantada pelo Jornal de Negócios, que noticiou que a Segurança Social estava a deferir estas pensões sem cortes, como prometido, mas também sem aquela bonificação específica, levantando dúvidas sobre a base legal. O outro regime — com cortes e bonificação — seria aplicado se fosse mais favorável, indicava ainda. Agora, o Governo explica a base legal da norma através de um cruzamento de artigos inscritos na legislação. O ECO já tinha noticiado qual era o entendimento do Governo.

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Guerra comercial assusta. Fed afunda Wall Street

  • Rita Atalaia
  • 6 Abril 2018

Os receios em torno da guerra comercial entre os EUA e a China pressionaram as bolsas norte-americanas. Wall Street fechou no vermelho, com as perdas a rondarem os 2%.

Os receios em torno da guerra comercial entre os EUA e a China levaram as principais praças norte-americanas a afundarem na última sessão desta semana. Wall Street encerrou no vermelho, com perdas superiores a 2%. Uma queda que se intensificou depois de o presidente da Reserva Federal dos EUA ter dito que o banco central deverá continuar a subir as taxas de juro para manter a inflação controlada.

Neste contexto, o Dow Jones caiu 2,34% para 23.932 pontos, enquanto o S&P 500 cedeu 2,19% para 2.604,47 pontos. O Nasdaq acompanhou a tendência de queda, com o índice tecnológico a afundar 2,28% para 6.915,11 pontos.

A Casa Branca anunciou, depois do fecho dos mercados na quinta-feira, que Trump perguntou à representação dos EUA para o comércio internacional se a imposição de mais 100 mil milhões de dólares em tarifas seria apropriada e, se assim for, que se identifiquem os produtos a serem taxados.

“Pode ser só uma tática de negociação, mas isto apenas resulta no nervosismo e extrema volatilidade a que temos assistido”, afirma Robert Pavlik, responsável pela estratégia de investimento e gestor de portefólios da SlateStone Wealth LLC, à Reuters.

Mas os receios em torno desta guerra comercial não foram os únicos responsáveis pela queda das bolsas. As principais praças norte-americanas agravaram as perdas depois de presidente da Reserva Federal dos EUA ter dito que o banco central deverá continuar a subir as taxas de juro para manter a inflação controlada.

“O mercado não estaria a reagir tão negativamente a tudo se não fosse a vulnerabilidade já existente”, Jim Paulsen, responsável pela estratégia de investimento do The Leuthold Group.

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Lula falha prazo do mandato de detenção ordenado por Sérgio Moro

  • Lusa
  • 6 Abril 2018

Lula da Silva recebeu uma intimação judicial para se apresentar para ser detido hoje até às 17:00 horas locais (21:00 em Lisboa). Não se entregou.

O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva permanece no edifício da cidade brasileira de São Bernardo do Campo do Sindicato dos Metalúrgicos, violando o prazo de detenção decretado pelo juiz Sérgio Moro.

Lula da Silva recebeu uma intimação judicial para se apresentar para ser detido hoje até às 17:00 horas locais (21:00 em Lisboa), mas, segundo fontes da assessoria, o ex-Presidente permanece no edifício.

O ex-Presidente permanece dentro do prédio, em São Bernardo do Campo, e, segundo a sua assessoria, irá falar ainda hoje aos apoiantes, num palco já colocado no local. O clima no local é de tensão e os apoiantes pedem a Lula da Silva para não se entregar.

Entretanto, a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) afirmou que o ex-Presidente brasileiro Lula da Silva vai permanecer no prédio do Sindicato dos Metalúrgicos, em são Bernardo do Campo, à espera de ser detido pelas autoridades.

“Queria deixar claro que não há, por parte do Presidente Lula nenhum descumprimento da sentença do mandado de prisão exarado pelo juiz Sérgio Moro”, afirmou a senadora Gleisi Hoffmann aos jornalistas, comentando o fim do prazo da intimação judicial para se entregar às autoridades.

A defesa de Lula da Silva tinha inicialmente apresentado um ‘habeas corpus’ junto do Supremo Tribunal Federal (STF) que foi recusado na quarta-feira pela maioria dos 11 juízes do tribunal. Hoje, a defesa intentou um novo ‘habeas corpus’ que foi também chumbado.

O antigo chefe de Estado brasileiro foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, no Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF4, segunda instância) em janeiro.

A prisão do ex-chefe de Estado está relacionada com um dos processos da Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil. Lula foi condenado por ter recebido um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS em troca de favorecer contratos com a petrolífera estatal Petrobras.

A execução provisória da pena não deverá impedir juridicamente a candidatura presidencial de Lula da Silva, à frente nas sondagens para as eleições de outubro.

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Centeno: Governo “não promete mais do que aquilo que a perna pode avançar”

  • Rita Atalaia
  • 6 Abril 2018

O ministro das Finanças diz que "toda a política económica e orçamental é de um grande realismo". E que vai no sentido "de não prometer mais do que aquilo que a perna pode avançar".

O Governo prepara-se para rever em alta o crescimento económico para 2,3%. Uma projeção “conservadora”, realçou Mário Centeno no final da reunião da concertação social, onde garantiu que toda a estratégia económica e orçamental adotada pelo Governo de António Costa é de um “grande realismo” e cautela, no sentido de não apresentar medidas que não são depois cumpridas.

“A economia vai crescer mais do que a média da Zona Euro. Temos projeções muito positivas para esta evolução”, afirma Mário Centeno depois de estar reunido com os parceiros sociais, salientando, contudo que estas estimativas “são conservadoras”. Ou seja, explica o ministro das Finanças, são “equilibradas e realistas face aquilo que é possível existir também no contexto orçamental”.

“É sabido que a estratégia que este Governo definiu para toda a política económica e orçamental é de um grande realismo e de não prometer mais do que aquilo que a perna pode avançar”, acrescenta ainda Centeno. Para o ministro, este orçamento é equilibrado por “acompanhar o crescimento económico e por trazer boas notícias do ponto de vista daquilo que é a trajetória de equilíbrio das contas pública”.

Além disso, está “em implementação o descongelamento salarial na administração pública e há uma projeção de reforço muito substancial das componentes de despesa que são essenciais ao bom funcionamento da administração pública e valorização das carreiras”.

O Governo prepara-se para rever em baixa a meta do défice para este ano, apesar de prever mais crescimento económico do que em outubro quando entregou no Parlamento o Orçamento do Estado para 2018. Como avançou o ECO, os cálculos preliminares do Executivo apontam agora para um défice de 0,7% e um crescimento do PIB de 2,3%. Estes objetivos fazem parte da versão preliminar do Programa de Estabilidade que será enviado à Assembleia da República a 13 de abril, no qual o Governo aponta também para um défice de quase zero em 2019.

Trajetória de redução da dívida é para continuar

“Vamos manter a trajetória de redução da dívida que estava prevista no Programa de Estabilidade”, afirma ainda Mário Centeno no final da reunião com os parceiros sociais. O ministro das Finanças explica que isto acontecerá através de dois mecanismos, nomeadamente da existência de saldos primários positivos. “Atingiu 3% em 2017 e é a principal fonte de redução do rácio da dívida no PIB. Isto vai manter-se ao longo do horizonte do Programa de Estabilidade. É crucial para as sustentabilidade das contas públicas.”

Além disso, o “crescimento da economia e a redução da taxa média de juro que a administração pública paga pela dívida vão manter-se nos próximos anos. É um contributo adicional para a redução do rácio da dívida no PIB”, remata o ministro das Finanças.

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Governo disse aos parceiros sociais que não haverá aumentos na Função Pública em 2019

  • Lusa
  • 6 Abril 2018

A CGTP disse que o ministro das Finanças informou o Conselho Permanente de Concertação Social de que não haverá aumentos de salários em 2019, tendo a central sindical considerado "inadmissível".

A CGTP disse que o ministro das Finanças informou o Conselho Permanente de Concertação Social de que não haverá aumentos de salários em 2019, tendo a central sindical considerado “inadmissível” a posição do Governo.

“Não se percebe que este Governo esteja obcecado pelos números e a perder sensibilidade social”, disse aos jornalistas o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, no fim da reunião de mais de três horas em Lisboa.

O dirigente sindical afirmou que não se pode confundir descongelamento de carreiras para alguns trabalhadores, com consequentes atualizações de salários, com aumentos salariais para todos os trabalhadores, considerando que, com esta decisão, o executivo põe os “trabalhadores em segundo plano enquanto trata os credores [de dívida pública] nas palminhas”.

Segundo Arménio Carlos, o Programa de Estabilidade prevê que só depois de 2020 possa haver aumentos de salários. Sobre os motivos para não haver aumentos salariais em 2019, disse que o Governo “não aprofundou a discussão”.

Ainda na reunião, segundo o líder da CGTP, o ministro Mário Centeno transmitiu a informação de que a dívida se irá reduzir em 23 pontos percentuais até 2022, ficando nesse ano em 102% do Produto Interno Bruto (PIB), afirmando que isso significa uma redução da dívida de 9 mil milhões de euros por ano.

Arménio Carlos terminou as declarações aos jornalistas a prometer “um grande 1.º de Maio”.

A informação hoje dada pelo Governo aos parceiros sociais de que não haverá aumentos salariais para funcionários públicos em 2019 foi confirmada aos jornalistas também pelos representantes da UGT. Já o ministro das Finanças, Mário Centeno, recusou dar aos jornalistas dados concretos que constarão no Programa de Estabilidade.

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