Elisa Ferreira diz que malparado na banca está a baixar
Vice-governadora do Banco de Portugal espera números "confortáveis" em relação à redução do crédito em incumprimento na banca nacional no final do ano passado. Mas pede continuação do esforço.
A vice-governadora do Banco de Portugal espera que a banca portuguesa apresente números “confortáveis” relativamente à redução do crédito em incumprimento no final do ano passado. Mas Elisa Ferreira considera que o nível de malparado no sistema nacional continua a ser “significativo” e que as instituições financeiras devem manter esforços para acautelar um eventual aperto das exigências das autoridades e amenizar impacto do abrandamento económico.
Foi na abertura das Jornadas de Reestruturação, Liquidação e Insolvência – Venda de carteiras de Non-Performing Loans (NPL), impacto na Economia, organizadas pela Ordem dos Economistas, que a vice-governadora do Banco de Portugal abordou o tema.
No final de setembro, os bancos nacionais detinham pouco mais de 31 mil milhões de euros em créditos problemáticos, correspondendo a uma redução de quase 19 mil milhões de euros face ao máximo histórico atingido em junho de 2016 (50,4 mil milhões de euros). E a tendência terá continuado já no último trimestre do ano passado, diz Elisa Ferreira.
“A informação pública disponível de algumas das principais instituições sugere a continuação da tendência de redução do stock de NPL. Os dados relativos a dezembro devem ser confortáveis. Esperamos a confirmação dos números nesse sentido”, afirmou a responsável.
"A informação pública disponível de algumas das principais instituições sugere a continuação da tendência de redução do stock de NPL. Os dados relativos a dezembro devem ser confortáveis. Esperamos a confirmação dos números nesse sentido.”
Cuidado com abrandamento económico
Elisa Ferreira reconhece o “progresso assinalável que se está a alcançar”. Mas pede a continuação do esforço aos bancos para acautelar eventuais apertos nas exigências regulatórias a nível europeu e fazer face ao impacto do abrandamento da economia — que geralmente se traduz num aumento dos defaults na banca.
“É necessário que as instituições de crédito prossigam com a redução dos seus ativos não produtivos, em linha com os planos submetidos às autoridades de supervisão. É, igualmente, crucial que reforcem as suas capacidades de modo a acomodar um eventual agravamento das exigências de supervisão e prudenciais”, explicou.
“Tal objetivo é ainda mais relevante se tivermos em conta que, perante um abrandamento da economia, conjugado com a relação positiva entre o ciclo económico e a redução do fluxo de imparidades, o progresso registado em relação ao saldo de NPL poderá alterar a tendência registada”, notou.
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