Aicep tem nove delegações no estrangeiro sem delegados
Timor-Leste, São Francisco, Suíça, Tunísia, Argélia, Arábia Saudita, Qatar, São Tomé e Príncipe e Abu Dhabi são as nove delegações que estão sem delegado, em alguns casos, há oito meses.
A Aicep tem, presentemente, nove delegações sem um delegado, em alguns casos desde julho do ano passado. Em causa estão as delegações de Timor-Leste, São Francisco, nos Estado Unidos, e Argélia, sem representantes desde julho, e também os casos da Suíça, Tunísia, Arábia Saudita, Qatar, São Tomé e Príncipe e Abu Dhabi (neste último caso, desde outubro).
Questionada sobre as razões da demora na substituição dos delegados, fonte oficial da Aicep disse ao ECO que “os concursos internos implicam uma fase de seleção dos candidatos e a sua posterior formação o que, para alguns mercados, implica um período de tempo mais alargado”. O ECO sabe que já estão escolhidos os delegados para Timor e para São Francisco: Nuno Mendes e Teresa Fernandes, respetivamente.
Timor e São Francisco já têm delegados nomeados, pelo que deverão estar no terreno ainda durante este mês.
Nuno Mendes, licenciado em direito e que foi consultor jurídico da Aicep em 2012 e 2014 foi assessor Jurídico das Comissões Especializadas Permanentes de Finanças Públicas e de Economia e Desenvolvimento, junto do Parlamento Nacional de Timor-Leste, assume agora as funções de delegado neste mercado onde é acreditado como conselheiro económico e comercial. Nuno Mendes inicia funções na próxima segunda-feira, embora a sua nomeação tenha efeitos a 1 de janeiro deste ano, de acordo com o despacho publicado em Diário da República a 24 de julho de 2018.
Já Teresa Fernandes, antes de ingressar na Aicep, fez parte do Conselho de administração da Portugal Ventures e trabalhou sempre com startups, tendo inclusivamente integrado a Farfetch. No entanto, o seu nome ainda não passou todas as fases processuais necessárias, processo que culminará com a publicação em Diário da República.
A agência desvaloriza as ausências de delegados nas várias representações externas sublinhando que, “no período entre a saída de um delegado e a nova nomeação, os pedidos das empresas para os mercados em causa continuam sempre a ser atendidos e correspondidos através dos serviços da Aicep em Portugal”, com o “apoio das embaixadas de Portugal em cada país”.
No caso específico do Qatar, o ECO sabe que a ausência de um delegado se deve ao facto de o país estar sob sanções económicas. Em junho de 2017, Arábia Saudita, Egito, Barém e Emiratos Árabes Unidos cortaram relações com o Qatar impondo um bloqueio aéreo, terrestre e marítimo a este Estado do Golfo. O quarteto acusa Doha de apoiar o terrorismo e de proibir movimentos de oposição política. Mas o Qatar argumenta que as acusações não têm fundamento.
Para contornar o bloqueio, o Qatar tem intensificado os laços com a Turquia e como Irão. Mas para Portugal não é, por agora, economicamente vantajoso manter a presença de um delegado neste mercado.
Por outro lado, a Aicep sublinha que as movimentações na rede externa da agência “são naturais” sendo que, a cada três anos, “a Aicep faz uma avaliação da sua representação no exterior, incluindo a melhor tipologia de presença em cada mercado”. Atualmente, a Aicep tem 53 representações externas.
No âmbito deste exercício, a Aicep revelou ao ECO que está a avaliar a abertura de novas delegações. “Neste momento, estamos a terminar estudos de mercado em alguns países que nos irão permitir avaliar a possibilidade de abertura de novas delegações, como por exemplo, Costa do Marfim, Senegal e Peru”, disse fonte oficial.
Neste momento, estamos a terminar estudos de mercado em alguns países que nos irão permitir avaliar a possibilidade de abertura de novas delegações, como por exemplo, Costa do Marfim, Senegal e Peru.
O presidente da Aicep, Luís Castro Henriques, tinha frisado, em março do ano passado, no Parlamento, que a agência está a fazer “acompanhamento à distância” do Senegal e Costa da Marfim, mas a abertura de novas delegações só deveria acontecer no triénio seguinte, porque, “para este triénio as coisas estão mais ou menos definidas”. “A nossa presença poderá aumentar em algumas destas geografias, mas tem de ser ponderado”, disse, justificando a decisão, caso as tendências de crescimento se confirmem.
(Artigo corrigido porque a delegada da Aicep nos Emiratos é em Abu Dhabi e não no Dubai)
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