Facebook debaixo de fogo. Há várias apps que estão a enviar dados sensíveis dos utilizadores à rede social
O The Wall Street Journal descobriu que várias aplicações enviam ao Facebook informações sensíveis cedidas pelos utilizadores. Em causa, dados dos batimentos cardíacos ou do ciclo menstrual feminino.
O Facebook tem sido acusado de vender os dados pessoais dos utilizadores. Mas está novamente debaixo de fogo, desta vez pelo oposto: uma investigação jornalística descobriu que a empresa recebe e armazena informação sensível de utilizadores de algumas aplicações populares para Android e iOS. Mesmo dos que não têm conta na plataforma.
A partilha deste tipo de informação sensível foi denunciada por uma investigação do The Wall Street Journal (acesso pago). Em causa estão dados sobre o ciclo menstrual de utilizadoras de aplicações de controlo, ou o número de batimentos cardíacos por minuto no caso de aplicações que controlam wearables.
O jornal concluiu que, num conjunto de 11 aplicações independentes que agregam dados sensíveis dos utilizadores, introduzidos voluntariamente pelos próprios, são imediatamente enviados por esses serviços ao Facebook. Essa partilha não só não é identificada pelas aplicações como não é dada ao utilizador qualquer forma de a travar. Juntas, as aplicações investigadas contam com dezenas de milhões de utilizadores.
Entre as aplicações investigadas esteve a popular aplicação de controlo do ciclo menstrual Flo Period & Ovulation, que o jornal descobriu que envia diretamente os dados do calendário menstrual das mulheres diretamente à rede social fundada por Mark Zuckerberg.
O The Wall Street Journal garante mesmo que a informação enviada, em muitos dos casos, permite identificar o utilizador em causa e podem ser usadas pelo Facebook para exibir publicidade mais direcionada, um negócio em franco crescimento e que tem rendido à empresa dezenas de milhares de milhões de dólares em receitas.
O Facebook já negou ter qualquer controlo ou usar estas informações sensíveis para efeitos de publicidade. E disse que iria tomar medidas para travar essa partilha de informação, se as próprias aplicações não tomarem medidas para corrigir o problema. Pouco depois da divulgação da notícia, foram já solicitadas às autoridades norte-americanas pelo menos duas investigações às alegações, por parte do governador do Estado de Nova Iorque.
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