Sensei, a startup portuguesa que está a ajudar as retalhistas na luta contra a Amazon
É como a história de David e Golias: a startup portuguesa Sensei, da qual a Sonae é acionista, está numa autêntica corrida contra a Amazon pela loja do futuro, escreve a Bloomberg.
Entrar na loja, pôr no cesto o que se quer e sair do hipermercado sem pagar. É assim a nova tendência no setor do retalho, à medida que a tecnologia evolui e os pagamentos digitais vão ganhando cada vez mais tração entre o público. O conceito já está a ser testado pela Amazon numa dezena de lojas físicas nos EUA e ameaça o modelo de negócio das empresas concorrentes, que estão a unir-se a uma pequena startup portuguesa para contra-atacar a gigante liderada por Jeff Bezos.
É como a história de David e Golias. A portuguesa Sensei está a chamar a atenção da imprensa internacional e surge em grande destaque esta terça-feira no portal da Bloomberg (acesso pago), que a coloca frente a frente com a gigante Amazon neste novo negócio. A startup desenvolveu uma tecnologia alternativa àquela que a Amazon Go está a testar nas lojas físicas, que permite aos consumidores fazerem compras num supermercado sem terem de pagar as compras à saída — o valor dos produtos é automaticamente debitado na conta bancária do cliente, quando este passa da porta para fora.
Segundo a agência financeira, a Sensei já foi contactada por três grandes empresas internacionais do retalho, interessadas em testar e, eventualmente, implementar esta tecnologia made in Portugal. Isto numa altura em que a Amazon se prepara para abrir lojas físicas com este conceito na Europa e já tem alguns espaços reservados em Londres, com planos para abrir cerca de 3.000 supermercados deste tipo até 2021, segundo a Bloomberg.
“A startup usa câmaras altas e software de inteligência artificial para detetar o que foi retirado das estantes e calcula a conta final. Também deteta os produtos que os consumidores pousaram novamente em qualquer parte da loja, para que esses produtos não sejam cobrados”, escreve a agência. “Os consumidores fazem check in com um cartão de pagamentos ou código no smartphone quando entram, e a loja automaticamente faz o pagamento quando saem”, explica.
Segundo a agência, a tecnologia da Sensei pode ser mais acessível e atrativa para empresas do retalho que se vejam obrigadas a fazer frente à Amazon. Em fevereiro do ano passado, a Sensei recebeu um investimento de meio milhão de euros da Sonae, dona dos hipermercados Continente, e dos alemães do Metro Group.
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