Centeno quer europeístas da esquerda à direita em defesa da Europa
“Os povos da Europa têm rejeitado repetidamente aqueles que lhes oferecem um rumo antieuropeu. Os tabus económicos e os nacionalismos divisórios não dão frutos", disse o presidente do Eurogrupo.
O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, defendeu hoje em Bruxelas a necessidade de as forças políticas europeístas, “à esquerda e à direita”, fazerem campanha pela Europa sem inibições, num contexto em que os eurocéticos e populistas vão criando raízes.
“Os sistemas partidários têm-se tornado cada vez mais fragmentados, especialmente mais à direita do espetro político, e as forças antieuropeias criaram raízes. É contra este pano de fundo que os cidadãos europeus vão votar para o Parlamento Europeu em pouco mais de duas semanas, numa eleição que moldará as nossas políticas para os anos que se seguem. Os pró-europeus, à esquerda e à direita, não devem lutar nesta campanha com uma mão atrás das costas, devem ser capazes de defender a Europa”, declarou.
Mário Centeno, que falava numa conferência organizada pela Bloomberg sobre “o caminho do euro rumo à autonomia orçamental”, manifestou-se convencido de que os cidadãos europeus rejeitarão o discurso dos populistas, argumentando que “esta não é uma época para extremismos”.
“Os povos da Europa têm rejeitado repetidamente aqueles que lhes oferecem um rumo antieuropeu. Os tabus económicos e os nacionalismos divisórios não dão frutos. Se há uma lição a retirar de recentes eleições é que aqueles que são condescendentes com os populistas fazem-no por sua conta e risco”, disse.
Ainda assim, Centeno admite que não se pode pedir aos cidadãos “que apoiem a Europa apenas pela sua História e pelos seus símbolos”.
“A Europa deve afirmar e demonstrar a sua relevância. Deve ser encarada como parte da resposta às necessidades dos cidadãos. Deve providenciar proteção, oportunidades e prosperidade”, afirmou.
Com estes argumentos, o presidente do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro defendeu então, uma vez mais, a necessidade de aprofundamento da União Económica e Monetária, para melhor responder aos anseios dos cidadãos, dedicando-se ao principal tema da conferência e da sua intervenção, o instrumento orçamental próprio para a convergência e competitividade na zona euro, em cujo desenvolvimento o Eurogrupo continua a trabalhar, para apresentar uma proposta formal aos líderes europeus em junho.
“A primeira versão do instrumento entrará em vigor em 2021, em paralelo com o novo orçamento plurianual da UE”, garantiu.
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