EDP perde quota no mercado liberalizado do gás e da eletricidade

Elétrica mantém-se na liderança com uma quota de 80% dos clientes do mercado livre de eletricidade, mas já acumula quinze meses consecutivos de perda de quota. No gás, EDP perde de 2% de quota no ano.

A EDP Comercial continua com um peso significativo nos mercados liberalizados da eletricidade e gás natural, mas a quota de mercado da empresa continua em tendência de queda gradual. Apesar de persistir como principal operador em ambos os mercados, o grupo liderado por António Mexia já acumula 15 meses consecutivos de perdas de quota na eletricidade.

Segundo os boletins mensais da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) sobre a evolução dos mercados liberalizados da eletricidade e do gás natural, em março deste ano a elétrica viu a sua quota de mercado diminuir em mais 0,2 pontos percentuais em total de clientes no mercado livre da eletricidade, respondendo agora por 80% destes. Em março de 2018, a quota de mercado da EDP Comercial era de 83% neste mercado.

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Ao longo do mês de março de 2019, o total de clientes no mercado liberalizado da eletricidade atingiu os 5,1 milhões de clientes, segundo a ERSE, fruto de um crescimento líquido de 11,8 mil clientes em comparação com fevereiro de 2019. De acordo com o regulador, o mercado liberalizado já responde por “cerca de 94% do consumo total em Portugal Continental”, mais 0,4 pontos percentuais que em março de 2018. Fechando a análise apenas às famílias, a ERSE nota que 86% destas já está no mercado livre.

Relativamente à evolução do peso de cada fornecedor de serviços de eletricidade no mercado livre, o boletim da ERSE salienta então que a EDP Comercial persistiu como “o principal operador no mercado livre em número de clientes” em março de 2019, fruto da quota de 80%, tendo visto tanto a Endesa como a Iberdrola a aproximarem-se, com ambas a registarem subidas nas quotas, ainda que pouco expressivas – de 0,1 p.p. e 0,2 p.p. respetivamente.

A Endesa e a Iberdrola chegaram ao final de março último com 5,9% e 5,4% do total de clientes no mercado liberalizado da eletricidade, valores que comparam com as fatias de 4,9% e 3,3% registadas por ambas as empresas, respetivamente, em março do ano passado.

Fechando a análise aos grandes consumidores, a ERSE aponta que neste segmento a distribuição das empresas é substancialmente diferente, já que a Iberdrola continua a ser a mais procurada pelos clientes com maiores níveis de consumo, detendo uma fatia de 32,6% destes, contra os 20% da EDP, que também aqui perdeu quota.

A maioria dos clientes da EDP encontram-se no segmento de clientes domésticos, onde detém 75,7% do total, tendo registado uma nova queda na sua quota de mercado durante o mês de março, perdendo 0,2 p.p.. Em março de 2018, a EDP Comercial contava com 78,2% dos clientes domésticos.

EDP também perde peso no Gás Natural

A ERSE divulgou igualmente esta terça-feira a evolução do mercado liberalizado português para o gás natural, onde se registou um aumento de 4,4% no total de clientes entre março de 2018 e março de 2019, para 1,2 milhões de clientes. Mas tal como se verifica na eletricidade, o gradual aumento do total de clientes neste mercado está a diminuir a quota da EDP Comercial no mesmo, sinal de que a empresa não está a ser particularmente procurada pelos novos clientes.

De acordo com os dados divulgados pela ERSE, também aqui a EDP mantém a posição de “principal operador de mercado”, mas também aqui está a perder peso face às concorrentes Endesa e Iberdrola — únicas fornecedoras que registaram aumentos nas quotas, de 0,1 p.p. e 0,2 pp, para 6% e 3%, respetivamente.

Já a EDP Comercial fechou março com 55% de quota em número de clientes, menos 2 p.p. que os 57% registados no período homólogo, com a Galp a manter a quota nos 24% já registados no período homólogo e a GoldEnergy a perder 0,1 p.p. em março de 2019, tendo agora 12% do total de clientes — perda de 1 p.p. face aos 13% de março de 2018.

Segundo a ERSE, “em março de 2019 houve 19.272 entradas de clientes em mercado livre, cerca de 10% acima das entradas registadas no mês anterior. Quando comparado com o homólogo, houve um acréscimo do número de clientes a entrar no mercado livre, em cerca de 7%”.

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