Portugueses, árabes e brasileiros na corrida à compra do banco da Caixa no Brasil
O Banco Luso-Brasileiro, do grupo Amorim, o Banco ABC Brasil e o fundo Artesia foram selecionados para apresentarem propostas vinculativas para a compra do brasileiro Banco Caixa Geral, sabe o ECO.
A venda do banco brasileiro da Caixa Geral de Depósitos (CGD) deu esta quinta-feira mais um passo importante. O Governo aprovou em Conselho de Ministros a short list de candidatos que passaram à fase de apresentação de propostas vinculativas. Ao que o ECO apurou, estão três na corrida à compra do Banco Caixa Geral: o Banco Luso-Brasileiro, do grupo Amorim, o Banco ABC Brasil e o fundo Artesia.
“Foi aprovada a resolução que seleciona os potenciais investidores admitidos a participar na fase subsequente do processo de alienação das ações detidas direta ou indiretamente pela CGD no capital social do Banco Caixa Geral – Brasil”, adianta o comunicado do Conselho de Ministros.
“Os investidores selecionados serão convidados a desenvolver diligências informativas e a proceder à apresentação de propostas vinculativas de aquisição das ações“, acrescenta o Governo, frisando que se “conclui, assim, outro passo estratégico para a execução do calendário dos compromissos subjacentes à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos pelo Estado”.
"Foi aprovada a resolução que seleciona os potenciais investidores admitidos a participar na fase subsequente do processo de alienação das ações detidas direta ou indiretamente pela CGD no capital social do Banco Caixa Geral – Brasil. Os investidores selecionados serão convidados a desenvolver diligências informativas e a proceder à apresentação de propostas vinculativas de aquisição das ações.”
Em fevereiro passado, Paulo Macedo, presidente da Caixa, revelou que 115 entidades tinham até então mostrado interesse na operação brasileira. Entretanto, a lista de candidatos que concorre agora para a apresentação de propostas concretas está agora reduzida a apenas três entidades.
Ao que o ECO apurou, o Banco Luso-Brasileiro está entre os selecionados. O banco é detido a 43% pelo Grupo Amorim. A mesma participação que tem o grupo brasileiro Ruas, de comércio automóveis e camiões, enquanto os restantes 14% são detidos pelo fundador do banco, o grupo Tavares de Almeida. O Banco Luso-Brasileiro registou um lucro de 5,3 milhões de euros no ano passado.
Está ainda na corrida o Banco ABC Brasil, detido pelo grupo árabe Bank ABC (60%), e que obteve um lucro de 100 milhões de euros em 2018. Outro candidato é o fundo Artesia.
Concluída a fase de apresentação de ofertas vinculativas pelo Banco Caixa Geral, seguir-se-á depois a análise das propostas e a decisão quanto ao vencedor, o que se espera que venha a acontecer até final do ano.
Mais adiantadas estão as vendas das operações em Espanha e África do Sul. Como adiantou esta quinta-feira o ECO, caso os reguladores deem autorização à alienação da subsidiárias espanhola Banco Caixa Geral ao Abanca e do sul-africano Mercantile Bank ao Capitec Bank até final de setembro, a Caixa poderá rever o lucro do semestre em alta, registando um impacto positivo de 157 milhões de euros. E assim o resultado semestral poderá subir dos 282,5 milhões para os 440 milhões.
Há outra venda em curso: o Banco Comercial do Atlântico. A Caixa detém 59% desta instituição. Um dos interessados na compra da participação no banco cabo-verdiano é o grupo árabe IIB Holdings, que em Portugal comprou o Banco Efisa por 27 milhões.
As alienações das operações internacionais fazem parte do acordo com a DG-Comp no âmbito da última recapitalização do banco público.
O ECO contactou a Caixa mas não obteve uma resposta até à hora de publicação deste artigo.
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