Câmara de Lisboa quer benefícios à reabilitação urbana em toda a cidade

  • Lusa
  • 18 Abril 2019

A Câmara de Lisboa defende que "toda a cidade deve ser classificada como Área de Reabilitação Urbana" (ARU), sendo abrangida pelos benefícios fiscais previstos".

A Câmara de Lisboa (CML) discute na próxima semana uma nova Estratégia de Reabilitação Urbana para o período 2020-2030, defendendo que “toda a cidade deve ser classificada como Área de Reabilitação Urbana” (ARU), sendo abrangida pelos benefícios fiscais previstos.

“Toda a cidade deve ser classificada como ARU, para efeitos do recurso aos instrumentos de intervenção previstos no Regime Jurídico da Reabilitação Urbana e de apoios e benefícios fiscais”, lê-se no documento, que será discutido na reunião do executivo municipal presidido por Fernando Medina (PS), marcada para o dia 24 de abril. Esta nova classificação visa especificamente incluir o Parque das Nações, o Vale de Chelas e de Santo António, o aeroporto, a frente ribeirinha oriental, a frente ribeirinha de Alcântara, Telheiras e a Alta de Lisboa, ultrapassando o condicionamento da anterior delimitação da ARU, que excluía zonas mais recentes já consolidadas.

Na nova estratégia, dá-se o exemplo do Pavilhão de Portugal, como um dos equipamentos que, à semelhança de edifícios de habitação, estão “a necessitar de obras de conservação” e que “por não estarem abrangidos pela ARU não podem recorrer aos benefícios fiscais nem ao IVA a 6%”. No início do mês, a Assembleia Municipal de Lisboa (AML) aprovou uma recomendação para que Câmara estudasse “a possibilidade de redefinir” os limites da ARU, “assim como a modulação da sua delimitação ou a definição de eixos e áreas de não aplicação deste instrumento e, consequentemente, dos benefícios fiscais que lhe são inerentes”.

A recomendação foi apresentada pelo Movimento Cidadãos por Lisboa (que, nas listas do PS, elegeu dois vereadores na CML, assim como um grupo de eleitos na AML, incluindo a sua presidente, Helena Roseta) e foi aprovada com os votos favoráveis de PS, PSD, PCP, BE, PAN, PEV, MPT e de oito deputados municipais independentes, e a abstenção do CDS-PP.

Na recomendação da AML argumentava-se que se assiste “a uma alteração das condições que estiveram na origem da criação da ARU Lisboa […], podendo este instrumento estar a promover efeitos secundários de favorecimento da iniciativa privada através da atribuição de benefícios fiscais que podem não ser já equitativos, corretivos ou necessários”.

Na nova Estratégia de Reabilitação Urbana (2020-2030), anexa a uma proposta que o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), leva à reunião do executivo municipal, sustenta-se que foi através de uma alteração ao Regime Jurídico da Reabilitação Urbana em 2012 que “passou a ser possível conceder os benefícios fiscais previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais, independentemente de o imóvel se encontrar integrado na ARU”. Para tal, passou a ser “apenas exigível para usufruir dos referidos benefícios fiscais que o imóvel fosse objeto de uma ação de reabilitação, nos termos e condições definidas na lei, desde que a conclusão da sua construção tivesse mais de 30 anos”.

“Portanto, não merece qualquer acolhimento a crítica de alguns de que os benefícios fiscais são atribuídos porque o imóvel está na ARU, porquanto independentemente de o imóvel se encontrar ou não integrado na ARU a CML terá de certificar a ação de reabilitação a um proprietário de imóvel que requeira a atribuição de um benefício fiscal definido na lei”, defende-se no documento.

A CML aprovou em 14 de março a isenção de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis(IMT), no valor de mais de dois milhões de euros, a prédios de luxo situados na avenida da Liberdade.

Obras em “todo o edificado” municipal é o objetivo

A CML definiu como objetivos da nova Estratégia de Reabilitação Urbana 2020-2030 realizar obras em todo o património municipal, incluindo equipamentos coletivos, jardins e a “totalidade do parque residencial municipal arrendado”.

O documento define como objetivos específicos “pôr em marcha a conservação de todo o edificado do município”, com “obras de conservação/reabilitação na totalidade do património municipal de uso público (equipamentos coletivos e infraestruturas), em todos os jardins da cidade, na totalidade do parque residencial municipal arrendado”.

São ainda definidos como objetivos “garantir que a totalidade dos edifícios construídos no concelho de Lisboa serão objeto de ITE (Inspeção Técnica de Edifícios) favorável” e “assegurar que até 2030 os edifícios identificados como em ruína ou em muito mau estado de conservação no Censo de 2011 serão objeto de obras que lhes garantam um nível de estado de conservação não inferior a Bom”.

A estratégia define também o objetivo de “promover a resiliência sísmica, melhorar as acessibilidades a pessoas com mobilidade condicionada, melhorar o conforto acústico e o desempenho energético do parque edificado”.

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“A greve não é um direito para médicos e enfermeiros”, diz o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa

  • ECO
  • 18 Abril 2019

Ex-diretor-geral da Saúde defende que as greves dos médicos e dos enfermeiros "não fazem sentido" porque prejudicam os doentes e não os patrões. E que a ADSE devia ter acabado em 1979.

As sucessivas greves dos médicos e enfermeiros “não fazem sentido” e “não podem existir”, afirmou o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e ex-diretor-geral de saúde, em entrevista ao Público (acesso pago). Isto porque estas paralisações afetam os doentes, quando deviam afetar apenas os patrões. Francisco George defendeu ainda o fim da ADSE, justificando que esta “devia ter sido dissolvida em 1979”.

“Não concordo com paralisações nem de médicos nem de enfermeiros”, começou por dizer o médico e ex-diretor-geral da Saúde. Francisco George sublinha que as greves destes profissionais “não fazem sentido” e “não podem existir”, e classifica de “inaceitável” e “intolerável” que estas paralisações prejudiquem os doentes e criem longos tempos de espera para uma consulta. “Quando o grevista é médico ou enfermeiro não está a lesar o patrão, está a lesar o doente”.

Confrontado com o facto de ser dos poucos médicos a pensar assim, o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa respondeu que as pessoas não são todas iguais e que tem de dizer aquilo que pensa. “No meu entendimento, a greve não é um direito para médicos e enfermeiros. Porquê? Porque quem é prejudicado não é o patronato, é o doente”.

Francisco George diz ser “muito amigo” da ministra da Saúde, Marta Temido, referindo a sua “capacidade intelectual e de conhecimento” para gerir a pasta da Saúde. Sobre a proposta do Governo de Lei de Bases da Saúde, o médico mostrou o seu desejo em ver a proposta aprovada com o apoio do Bloco de Esquerda (BE) e do PCP, “porque é uma forma de impedir a degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Questionado sobre o que pensa sobre o fim da ADSE, Francisco George respondeu: “Defendo mais do que o fim. A ADSE devia ter sido dissolvida em 1979, quando os outros subsistemas foram”. Isto porque, explicou, a ADSE foi criada por Salazar em 1963, “numa altura em que os funcionários públicos ganhavam muito pouco, mas Salazar não queria que fossem mendigos. Por isso, notou que se investem “600 milhões de euros para pagar a serviços privados prestados pelos médicos que vêm do público e fazem umas horas no privado”, “com a agravante de os hospitais privados terem ido buscar os melhores”.

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Novo Banco põe carteira de imóveis de 500 milhões à venda

  • ECO
  • 18 Abril 2019

Banco liderado por António Ramalho lançou no mercado uma nova carteira de ativos problemáticos. Quer baixar rácio de malparado dos 22,4% para perto dos 12% no final deste ano.

O Novo Banco colocou à venda uma nova carteira de ativos imobiliários com valor contabilístico bruto de 500 milhões de euros, com o objetivo de fechar a transação até final de junho, adianta o Jornal Económico esta sexta-feira (acesso pago).

Trata-se de um portefólio chamado “Sertorius” composto por 200 ativos, cerca de dois terços terrenos não edificados e alguns imóveis industriais, residenciais e comerciais. A maioria destes imóveis está localizada em Lisboa e em Setúbal.

O lançamento deste processo ocorre numa altura em que o banco liderado por António Ramalho tem no mercado mais duas carteiras por fechar. O projeto “Albatros”, que consiste num conjunto de imóveis no valor de 400 milhões de euros em Espanha, está numa fase mais adiantada, devendo ser alienado ao fundo Waterfall, faltando apenas a autorização do Fundo de Resolução. Já o “Nata 2” foi lançado no mercado recentemente. Conforme adiantou o ECO em primeira mão, trata-se de um portefólio de crédito malparado no valor de 3,3 mil milhões de euros, estando na corrida por estes NPL (non performing loans) os fundos Cerberus, Bain e KKR.

Estas operações surgem num contexto em que o Novo Banco procura baixar a sua ainda elevada exposição a ativos tóxicos. O objetivo passa por baixar o rácio de malparado dos 22,4% para perto dos 12%.

Ainda no final do ano passado, o banco fechou dois negócios de grande envergadura: o “Projeto Nata”, no valor de 2,15 mil milhões de euros, foi vendido ao KKR e Lx Partners; o “Projeto Viriato”, respeitante a uma carteira de quase 9.000 imóveis no valor de 715,7 milhões, foi alienada à Anchorage Capital Group.

O Novo Banco registou prejuízos de 1.412 milhões de euros no ano passado, um resultado que foi penalizado sobretudo pela venda de ativos tóxicos. Por causa disto, a instituição pediu 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução, no âmbito do mecanismo de capital contingente que foi criado aquando da venda ao Lone Star. O Programa de Estabilidade prevê mais injeções de 1.000 de euros nos próximos dois anos.

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310 postos prioritários vão manter limite de 15 litros de combustível, diz Ministério do Ambiente

Os 310 postos que o Governo declarou como de emergência, limitando o abastecimento a 15 litros por veículo, continuarão a ser prioritários até que a situação volte à normalidade.

Os 310 postos de abastecimento que o Governo classificou como prioritários, limitando o fornecimento até 15 litros por veículo, continuarão a ser de emergência até que a situação seja totalmente normalizada, avançou ao ECO fonte oficial do Ministério do Ambiente.

“Até à normalização da situação, [essa situação] mantém-se”, disse a mesma fonte.

Esta quarta-feira, face à greve dos motoristas de materiais perigosos, que terminou esta quinta-feira, o Governo criou uma lista com 310 postos de abastecimento, espalhados por todo o país, mas com especial incidência em Lisboa e no Porto, que estarão acessíveis a todos os cidadãos, mas com um fornecimento limitado a 15 litros por cada veículo.

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Prio e Galp reforçam carregamentos de camiões cisterna

No rescaldo da greve dos motoristas de matérias perigosas, que dificultou o abastecimento de combustível por todo o país, algumas empresas vão reforçar a operação para normalizar a situação.

A greve dos motoristas de matérias perigosas chegou ao fim. Esta paralisação levou a uma corrida às bombas, o que deixou alguns postos secos. Agora, para contribuir para a normalização da situação, a Prio e a Galp vão reforçar os carregamentos dos camiões cisterna, para fazer chegar combustível a vários locais no país mais rapidamente.

“O terminal de tanques da Prio, em Aveiro, irá estar aberto 24h por dia até às 12h de domingo, a carregar o maior número possível de camiões cisterna, que depois levarão combustível aos mais diferentes pontos de Portugal”, indica a distribuidora, em comunicado. Com esta operação, a empresa “poderá assim abastecer 16 camiões cisterna por hora, o que equivale a 500 mil litros”.

Para além disto, a empresa está também a “mobilizar o maior número de camiões e motoristas possíveis para poder restaurar a normalidade de abastecimento o quanto antes e irá manter o público informado sobre todos os postos que reabastecer, que serão prioritariamente os incluídos na rede estratégica definida pelo Governo“, acrescentam.

A petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva também tem planos para contribuir para a normalização da situação. O ECO sabe que a Galp irá fazer um reforço das operações, de forma a acelerar o mais possível a reposição do combustível nas bombas. Este esforço significa que, na Galp, vão trabalhar mais horas para encher mais camiões cisterna.

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Governo decreta três dias de luto. Líderes europeus expressam pesar pelo acidente na Madeira

  • ECO e Lusa
  • 18 Abril 2019

Angela Merkel e Jean-Claude Juncker manifestaram "tristeza e choque" pela a morte de 29 turistas na ilha. Parlamento europeu fez um minuto de silêncio pela tragédia.

O Governo declarou três dias de luto nacional, na sequência de um acidente com um autocarro na Madeira na quarta-feira, que provocou 29 vítimas mortais. Os líderes europeus também já manifestaram pesar pela tragédia, tal como o Governo e o Presidente da República portugueses.

“O Conselho de Ministros aprovou hoje [quinta-feira] o decreto que declara os dias 18, 19 e 20 de abril como dias de luto nacional, como forma de expressão de pesar e de solidariedade de toda a população nacional para com as vítimas, e suas famílias, do trágico acidente com um autocarro de turismo, na Região Autónoma da Madeira, que provocou a perda irreparável de vidas humanas”, pode ler-se na nota do Conselho de Ministros enviada às redações.

Pelo menos 29 pessoas morreram no acidente com um autocarro que transportava turistas alemães em Santa Cruz, na Madeira. Uma das vítimas morreu no hospital central do Funchal, onde deram entrada 28 feridos, dois dos quais portugueses. Dos 27 feridos deste acidente, nove já tiveram alta hospitalar. As vítimas mortais, 11 homens e 18 mulheres, são todas alemãs.

A chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou “tristeza e choque” na sequência do acidente. Em comunicado, exprimiu “sincera solidariedade com todas as famílias que perderam os seus entes queridos” na tragédia e disse esperar que os feridos e os seus familiares recuperem dos traumas físicos e psicológicos.

A chefe do Governo alemão agradeceu ainda às equipas de emergência portuguesas “que estão a trabalhar em circunstâncias difíceis no local do acidente”. Já na quarta-feira, poucas horas após o acidente, o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, lamentou as “notícias terríveis” da Madeira e manifestou “uma dor profunda por todos aqueles que perderam a vida na queda do autocarro”.

Juncker e Costa manifestam solidariedade. Marcelo vai na sexta à Madeira

Também o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, manifestou “profunda tristeza” pelo “trágico acidente”. “Foi com profunda tristeza que tomei conhecimento do trágico acidente de autocarro ocorrido na Madeira, que tirou a vida a 29 cidadãos europeus da Alemanha e deixou muitos outros feridos”, afirma Jean-Claude Juncker numa publicação feita na rede social Twitter.

“Os nossos pensamentos estão com todas as vítimas, as suas famílias e amigos”, adianta o líder do executivo comunitário. Esta foi a primeira reação de um líder europeu ao acidente. O Parlamento Europeu realizou um minuto de silêncio pelas vítimas do acidente na Madeira, esta quinta-feira às 12h, antes da última sessão de votações da legislatura.

“Estamos muito comovidos pelo acidente horrível que aconteceu na ilha da Madeira”, que vitimou pelo menos 29 pessoas, disse o vice-presidente do PE, em comunicado. Rainer Wieland enviou os pêsames às famílias das vítimas e agradecendo a assistência prestada pelos serviços madeirenses.

O Executivo liderado por António Costa também reagiu ao acidente. O ministro José António Vieira da Silva afirmou que “o Governo expressa pesar e desgosto pelo trágico acidente” que fez mais de duas dezenas de vitimas, acrescentando que expressa “aos familiares das vítimas e ao povo madeirense a solidariedade” O próprio primeiro-ministro usou o Twitter para manifestar “profundo pesar”.

O Presidente da República — que anunciou que iria viajar até à Madeira, mas acabou por adiar para que os meios aéreos pudessem ser usados para o transporte de vítimas — manifestou a”solidariedade num momento trágico” para as famílias. A Rádio Renascença (acesso livre) confirmou junto de fonte da presidência que Marcelo Rebelo de Sousa irá deslocar-se até à ilha já esta sexta-feira.

Autocarro foi retirado e polícia está a fazer perícias no local

O autocarro do acidente foi retirado às 06h desta quinta-feira, estando agora o local a ser alvo de perícias policiais, disse à Lusa o presidente da Câmara de Santa Cruz. De acordo com Filipe Sousa, “o autocarro foi retirado do local perto das 06h e agora [às 11h] estão a ser desenvolvidas perícias no local pela PSP”.

A casa atingida pelo veículo tinha um habitante, que passou a noite em casa de familiares, estando agora a autarquia a acionar uma linha social, porque “a casa não tem condições de habitabilidade”.

“É uma casa antiga, em pedra, e tem de ser feita uma vistoria cuidadosa, sendo que esta situação só pode ser verificada pelo município depois de autorização das autoridades policiais e da própria companhia de seguros”, disse.

O autarca afirmou ainda que os serviços municipais vão criar barreiras de segurança ao longo da estrada onde se deu o acidente e “criar um sentido ascendente na estrada para, precisamente, garantir a segurança e permitir também a circulação de pessoas”. O Ministério Público já ordenou a abertura de um inquérito para apurar as causas deste acidente.

Em relação às restantes vítimas, nove dos 27 feridos do acidente já tiveram alta, permanecendo ainda no Hospital Dr. Nélio Mendonça, até às 09h desta quinta-feira, 18 doentes. Destes, oito estão no serviço de ortopedia, quatro na unidade de cuidados intensivos polivalentes, um nos cuidados intermédios e os restantes em observação na urgência.

Cinco feridos foram submetidos a intervenções cirúrgicas, dois de nacionalidade portuguesa e três estrangeiros. Dos 28 feridos admitidos no hospital na quarta-feira, um – uma mulher estrangeira – morreu durante a noite nos cuidados intensivos, elevando para 29 o número de vítimas mortais do acidente.

A presidente do Conselho de Administração do Serviço Regional de Saúde da Madeira, Tomásia Alves, disse, na conferência de imprensa, que a medicina legal foi já reforçada e que as primeiras identificações deverão acontecer no sábado.

(Notícia atualizada às 12h40)

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Conheça o acordo que pôs fim à greve, ponto por ponto

São três páginas de protocolo negocial que permitiram pôr fim à greve. Ao longo dos próximos meses, sindicato e associação prometem diálogo para fechar um acordo até ao fim do ano.

O sindicato dos motoristas que transportam matérias perigosas aceitou pôr fim à paralisação e voltar à estrada, depois de ter assinado com a associação setorial um princípio de acordo. Mas o que diz o documento? O ECO analisou o “protocolo negocial” e explica, ponto por ponto, o que vai acontecer daqui para a frente.

  • Este documento não é um acordo fechado. É um protocolo escrito no qual o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) se comprometem a negociar alterações ao acordo coletivo de trabalho em vigor com vista a responder às reivindicações dos trabalhadores.
  • O acordo coletivo em causa data de 15 de setembro de 2018, sendo que as duas partes concordam em iniciar uma negociação coletiva “que promova e dignifique a atividade de motorista de mercadorias perigosas”. Em causa, a “individualização da atividade no âmbito da tabela salarial”, a revisão do “subsídio de risco”, a existência de “formação especial”, a atribuição de “seguros de vida específicos” e, por fim, a promoção de “exames médicos específicos”.
  • As negociações vão ter lugar no Ministério das Infraestruturas e Habitação, sendo que o processo negocial tem de estar fechado antes do fim do ano, sob risco de este princípio de entendimento cair por terra. Está, por isso, estipulado que cabe ao Governo a mediação das negociações e que irá estar mais vigilante face às questões que afetam esta atividade. “O Governo atuará de forma a garantir que os respetivos serviços intensificarão a sua atividade de acompanhamento do setor no âmbito do setor de transporte de mercadorias”.
  • “De forma a garantir o início das negociações, o SNMMP cessa, com efeitos imediatos, a greve geral dos motoristas, atualmente em curso, que teve início no dia 15 de abril de 2019”, lê-se num dos pontos. Foi este ponto que permitiu o fim da greve, uma das exigências da ANTRAM para aceitar iniciar as conversações com o sindicato.

De forma a garantir o início das negociações, o SNMMP cessa, com efeitos imediatos, a greve geral dos motoristas, atualmente em curso, que teve início no dia 15 de abril de 2019.

Protocolo negocial entre SNMMP e ANTRAM
  • O cimento que cola este protocolo negocial é a “boa-fé” e as partes prometem “guardar confidencialidade quanto ao teor das negociações”. Ou seja, a intenção é só divulgar à comunicação social o acordo final, guardando reserva em torno dos “acordos de princípio” que forem sendo alcançados e que terão de ser respeitados pelo sindicato e pela associação durante todo o processo negocial.
  • O Governo irá registar todas as reuniões em ata e as partes comprometem-se a garantir a dinâmica das negociações, respondendo e apresentando contrapropostas ao longo do processo. Além disso, no decurso das negociações, “as partes comprometem-se a diligenciar pela criação e manutenção de um clima de diálogo e paz social, mantendo o diálogo como forma de resolução de diferendos ou divergências entre as partes até ao fim das negociações”.
  • Durante o processo, “outras formas de pressão” não serão aceites, nomeadamente “greves”. Ou seja, o sindicato comprometeu-se a não avançar para outra paralisação deste género durante este ano, tendo em conta que o princípio de acordo se mantém em vigor até 31 de dezembro.
  • O protocolo negocial divulgado esta quinta-feira de manhã considera ainda que a greve que esteve em curso causou “prejuízos muito significativos à economia nacional, a todos os agentes do setor e, acima de tudo, à população em geral”.

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“Nem hoje nem amanhã a situação ficará normalizada.” Apetro contradiz promessa do sindicato

Os especialistas do setor acreditam que o abastecimento dos combustíveis deverá voltar totalmente ao normal até ao início da próxima semana, embora hoje já se comecem a sentir melhorias.

Ao fim de três dias, a greve dos motoristas de materiais perigosos terminou, e o ministro das Infraestruturas afirmou que a situação ficará normalizada, embora não seja um processo imediato. Para os especialistas do setor, esta normalização poderá levar até cinco dias, uma vez que é um processo que depende das atitudes das pessoas mas, principalmente, das petrolíferas e empresas de transporte. Uma opinião que lança dúvidas sobre a promessa do sindicato responsável pela greve de normalização do abastecimento em dois dias.

A situação deverá ficar totalmente normalizada em quatro ou cinco dias, mas é óbvio que a partir de hoje já vamos começar a recuperar o normal abastecimento, não só dos postos de combustíveis como de todos os clientes que necessitam”, explica ao ECO António Comprido, secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro).

A prioridade serão as “situações de maior carência”, disse, nomeadamente as das autarquias que reduziram a recolha de lixo ou as das empresas de transporte que reduziram certas carreiras. “E todas as outras situações de que não se falam, mas que existem. Todas essas situações mais urgentes, sendo que muitas delas não são de conhecimento público, serão, com certeza, prioridade no sentido de poderem voltar à sua normalização”.

“A partir de hoje [quinta-feira] há melhorias, mas nem hoje nem amanhã a situação ficará normalizada“, sublinhou, acrescentando que “se houver trabalho ao longo deste fim de semana, se os transportadores e motoristas estiverem disponíveis para fazerem esse esforço, admitimos que, efetivamente, ficar normalizada até ao início da próxima semana”.

Do lado da Repsol, a petrolífera espanhola diz não saber exatamente quando é que a situação voltará a ficar normalizada mas, numa situação normal, seria entre dois a cinco dias. “Mas este é um período especial porque entramos na Páscoa, os consumos e os serviços não são normais e, por isso, não são dias de trabalho normais. Depende do comportamento das pessoas, por isso não sabemos”, disse ao ECO fonte oficial da Repsol.

Já da parte da BP, que esteve em reuniões sobre o assunto esta manhã, fonte oficial da multinacional britânica diz não ser possível adiantar uma “data exata, porque essa é uma operação que tem alguma complexidade“. “Estamos a trabalhar para que [essa normalização] seja feita com a maior brevidade possível nos próximos dias, mas não é uma coisa que depende só de nós”, continuou, explicando que existe uma “articulação com a estrutura de transportes e a disponibilidade de carregamentos”.

Apesar destes prazos, que podem chegar aos cinco dias, o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) estima que o abastecimento de combustível a nível nacional fique normalizado dentro de dois dias.

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Situação das transportadoras rodoviárias mantém-se até normalização, diz ANTROP

  • Lusa
  • 18 Abril 2019

"Para já, os constrangimentos que têm vindo a ser anunciados mantêm-se, porque se não tínhamos gasóleo, agora não temos na mesma", disse o presidente da ANTROP, Luís Cabaço Martins.

Os constrangimentos ao funcionamento das empresas de transporte rodoviário vão manter-se até à normalização da reposição do combustível, apesar do anunciado fim da greve dos motoristas, alertou a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP).

“Espera-se que o abastecimento seja retomado normalmente. A única dúvida que temos é como é que isso será feito e, sobretudo, quando é que isso será feito. Para já, os constrangimentos que têm vindo a ser anunciados mantêm-se, porque se não tínhamos gasóleo, agora não temos na mesma. Vamos ver se rapidamente os abastecimentos se restabelecem”, afirmou esta quinta-feira o presidente da ANTROP, Luís Cabaço Martins.

Na quarta-feira, a ANTROP tinha alertado que as empresas de transportes rodoviários têm combustível para, “no limite, dia e meio”. Entretanto, empresas como a Transportes Sul do Tejo (TST) e a Rodoviária do Oeste anunciaram planos para reduzir a oferta, caso a situação não se resolva. A TST avançou mesmo com a supressão de alguns serviços.

A greve dos motoristas de matérias perigosas terminou esta quinta-feira de manhã, depois de o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) terem chegado a acordo ao início da manhã. Em conferência de imprensa, o ministro das Infraestruturas destacou a garantia de “paz social” acordada entre os motoristas de matérias perigosas para o processo negocial e referiu uma “normalização gradual” do abastecimento de combustíveis no país, adiantando que a primeira reunião negocial decorrerá no dia 29.

No acordo assinado, a ANTRAM e o sindicato comprometem-se a concluir até dia 31 de dezembro um processo de negociação coletiva. Este processo, de acordo com o documento, distribuído aos jornalistas hoje em conferência de imprensa, em Lisboa, visa “promover e dignificar a atividade de motorista de materiais perigosos” e será acompanhado pelo Governo.

A negociação coletiva deverá assentar nos seguintes princípios de valorização: individualização da atividade no âmbito da tabela salarial, subsídio de risco, formação especial, seguros de vida específicos e exames médicos específicos. A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas teve início às 00h00 de segunda-feira, convocada pelo SNMMP.

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Parlamento Europeu repreende deputada Maria João Rodrigues por assédio moral

  • Lusa
  • 18 Abril 2019

Conclusão da investigação sobre uma queixa de assédio laboral por uma antiga assistente da eurodeputada portuguesa resultou numa sanção na forma de repreensão.

O Parlamento Europeu (PE) anunciou esta quinta-feira, em Estrasburgo, que decidiu repreender a eurodeputada socialista portuguesa Maria João Rodrigues, ao concluir a investigação sobre uma queixa de assédio laboral por uma antiga assistente.

Na abertura da sessão do último dia da atual legislatura do PE, em Estrasburgo, o vice-presidente Pavel Telicka anunciou que, “tendo em conta as conclusões da comissão de aconselhamento que lida com queixas de assédio”, e “após considerar as declarações escritas feitas pelos envolvidos e ouvir a deputada”, o presidente da assembleia, António Tajani, “decidiu impor uma sanção à deputada Maria João Rodrigues”, na forma de “repreensão”, dado o seu comportamento relativamente à assistente queixosa poder ser considerado “assédio moral”.

Em declarações à agência Lusa, a eurodeputada disse respeitar, mas não concordar com a decisão do Parlamento, por considerar que as acusações contra si eram “ou injustificadas ou baseadas em factos não ocorridos”.

Maria João Rodrigues lamentou que o caso tenha sido “instrumentalizado” contra si, por atores políticos não nacionais, “no momento crítico da formação da lista de candidatos do PS para as eleições europeias” do próximo mês, da qual ficou excluída.

Ainda assim, Maria João Rodrigues admite não recorrer da decisão do Parlamento – uma vez que a repreensão de que é alvo é a sanção mais leve das previstas no regimento da assembleia – e garante que termina o mandato “com o sentimento de trabalho realizado e missão cumprida”.

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Governo garante “normalidade” na operação turística da Páscoa

  • Lusa
  • 18 Abril 2019

Executivo salienta que turistas nacionais e estrangeiros "dispõem de todas as condições para viajar pelo país sem problemas", isto após a desconvocação da greve dos motoristas de matérias perigosas.

A Secretaria de Estado do Turismo afirmou esta quinta-feira que a operação turística no período da Páscoa “se desenrolará com normalidade”, depois de ter terminado a greve dos motoristas de matérias perigosas.

“Com o final da greve convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), através da mediação do Governo, garante-se que a operação turística durante o período de Páscoa se desenrolará com normalidade”, refere um comunicado divulgado pela secretaria de Estado liderada por Ana Mendes Godinho.

O Governo salienta, assim, que os turistas, quer nacionais, quer estrangeiros, “dispõem de todas as condições para viajar pelo país sem problemas”.

A Páscoa “é um período importante para o turismo em Portugal e estão reunidas as condições para que a atividade turística decorra de acordo com as previsões positivas dos operadores turísticos”, acrescenta o comunicado.

A greve dos motoristas de matérias perigosas terminou na manhã desta quinta-feira, depois de o sindicato e a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) terem chegado a acordo.

A ANTRAM e o sindicato que representa os motoristas de matérias perigosas comprometem-se, no protocolo assinado hoje e que põe fim à greve, a concluir até dia 31 de dezembro um processo de negociação coletiva.

Este processo, de acordo com o documento, distribuído aos jornalistas hoje em conferência de imprensa, em Lisboa, visa “promover e dignificar a atividade de motorista de materiais perigosos” e será acompanhado pelo Governo.

A greve dos motoristas de matérias perigosas tinha sido convocada pelo SNMMP, por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, provocou dificuldades de abastecimento em vários pontos do país.

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Sindicato promete combustíveis em todo o país em dois dias

Motoristas de matérias perigosas prometem levar combustíveis a todo o país no prazo de dois dias. Em Leça da Palmeia, enchimento de camiões "está a trabalhar a 100%".

Nas instalações da Petrogal, em Leça da Palmeira, Matosinhos, mais de uma centena de camiões aguardavam ao final da manhã desta quinta-feira para serem atestados e dali partirem para abastecer os postos de combustíveis espalhados por todo o país, depois de desconvocada a greve que durava desde segunda-feira. “Já estamos a trabalhar a 100%”, garantiu em declarações ao ECO Manuel Mendes, delegado do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).

Manuel Mendes reafirma assim que o SNMMP tem como objetivo regularizar a situação nos próximos dois dias. “Vamos tentar repor em 48 horas. Não vai normalizar, mas praticamente iremos chegar a todos os postos do país para ficar minimamente resolvido“, diz o sindicalista, reconhecendo que “não será a 100%”.

Para já, os camiões que se encontram nas instalações da Petrogal estão a demorar mais tempo do que seria habitual para atestar as cisternas. “Os carros vieram todos juntos, os enchimentos não dão vazam a todos“, diz Manuel Mendes, para explicar que se habitualmente “os carros entram e saem em meia hora, agora podem demorar entre uma e duas horas”.

O fim da paralisação dos motoristas de matérias perigosas acontece depois de firmado um acordo entre o SNMMP e a ANTRAM no sentido de dar início às negociações para um novo contrato coletivo de trabalho.

“Vamos dar início às negociações com a ANTRAM [Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias], com supervisão do Governo, para negociar as cláusulas da negociação coletiva desta classe profissional. A primeira reunião é dia 29 e tem como objetivo até ao final deste ano estar fechado este acordo coletivo de trabalho até final do ano”, afirmou esta quinta-feira o presidente do sindicato.

Pedro Henriques disse ainda que o que fez o sindicato desconvocar a greve foi “a garantia da ANTRAM e do Governo de que se iniciaria esta negociação coletiva de trabalho” e o compromisso do executivo de que este acordo estaria fechado até final do ano e que as negociações decorrerão “com tranquilidade”. “Não está em causa apenas uma negociação, está em causa o reconhecimento oficial da categoria de motorista de matérias perigosas”, afirmou Pedro Henriques.

O representante sublinhou que o sindicato tinha consciência de que “a manutenção do direito pela greve iria causar ainda mais problemas ao país, que parou em três dias”. “Não era nossa intenção. Manifestamo-nos sempre de forma pacífica para alertar para a importância que estes homens têm, pois sem eles o país para, mas o país não os conhecia nem os reconhecia”, acrescentou.

No entendimento conseguido esta quinta-feira, as partes comprometem-se a “diligenciar pela manutenção de um clima de diálogo e paz social, mantendo o diálogo como forma de resolução de diferendos ou divergências até ao fim das negociações”, abstraindo-se de “outras formas de pressão, nomeadamente greves”.

A desconvocação da greve dos motoristas de matérias perigosas, que tinha começado na segunda-feira, foi anunciada quinta-feira de manhã pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

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