Trump afirma que Coreia do Norte pode tornar-se potência económica… mas sem armas nucleares

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2019

A poucos dias da cimeira com Kim Jong-un, o presidente dos Estados Unidos escreveu, no Twitter, que a Coreia do Norte tem potencial para ser uma potência económica, se renunciar às armas nucleares.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou este domingo que a Coreia do Norte poderá tornar-se “uma das maiores potências económicas” se renunciar ao programa de armamento nuclear. “O presidente Kim [Jong-un] já percebeu, possivelmente melhor do que ninguém, que sem armas nucleares o país pode tornar-se mais rapidamente uma das maiores potências económicas do mundo“, afirmou Trump na rede social Twitter.

O Presidente dos Estados Unidos e o líder norte-coreano reúnem-se esta semana, em Hanói, reafirmando a inédita aproximação entre Washington e Pyongyang, depois de uma histórica cimeira em Singapura, no ano passado.

Donald Trump acredita que pela posição geográfica, pela população e com Kim Jong-un no poder, a Coreia do Norte “tem mais potencial de um rápido crescimento do que qualquer outra nação”.

O primeiro encontro, histórico, entre Trump e Jong-Un ocorreu após se registarem, em 2017, tensões inéditas desde a Guerra da Coreia (1950-1953), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Trump. Mas a aprovação de sanções pelo Conselho de Segurança da ONU contra Pyongyang forçou o país a seguir a via diplomática e a parar de realizar testes nucleares e com mísseis balísticos.

Os EUA, entretanto, suspenderam os exercícios militares com a Coreia do Sul. Pyongyang não permitiu ainda inspeções às suas instalações nucleares, que continuam cobertas por um manto de secretismo, enquanto análises de imagens de satélite revelam que estas permanecem ativas.

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Rui Rio diz que Governo tem discursos contraditórios em relação aos enfermeiros

  • Lusa e ECO
  • 24 Fevereiro 2019

O presidente do PSD critica o Executivo de António Costa por ter "duas palavras" sobre as reivindicações dos enfermeiros: o discurso do primeiro-ministro e o do ministro das Finanças.

O presidente do PSD, Rui Rio, disse este domingo em Coimbra, que “o Governo não pode ter duas palavras”, dois “discursos contraditórios”, em relação às revindicações dos enfermeiros, um veiculado pelo primeiro-ministro e outro pelo ministro das Finanças.

O primeiro-ministro, António Costa, “diz que está aberto” a dialogar com os enfermeiros e “prepara-se para dar tudo e mais alguma coisa, digamos assim, tentando contentar os enfermeiros, e o ministro das Finanças [Mário Centeno], na mesma altura, em paralelo, diz que não há dinheiro para nada”, afirmou Rui Rio, que falava aos jornalistas à margem da sessão de encerramento da Academia Calvão da Silva, que decorreu em Coimbra entre sexta-feira e hoje.

“Se não há dinheiro para nada, o discurso do Primeiro-Ministro não encaixa”, sublinha. Ou António Costa e Mário Centeno “não estão coordenados”, e “cada um diz a sua coisa, ou, então, se estão coordenados, se calhar ainda é pior porque estão a dizer coisas diferentes”, sustenta Rui Rio.

“O facto de haver disponibilidade para dialogar” é “altamente positivo, porque se não houver diálogo não saímos disto”, não se ultrapassa o conflito, mas “o Governo não pode ter duas palavras, digamos assim, perfeitamente contraditórias”, salienta o líder social-democrata, que não tem, por isso, “grandes expectativas” sobre a resolução do problema.

“Tanto quanto estou a perceber”, António Costa “ainda não cedeu” aos enfermeiros, ele “diz que vai ceder”, mas “depois há um ministro das Finanças que diz que ‘não senhor’, que não há dinheiro e como não há dinheiro não pode” satisfazer as reivindicações dos enfermeiros e de outros profissionais em greve.

Para Rui Rio, “a questão de fundo é que o Governo criou na sociedade portuguesa, e em parte continua” a criar a ideia de que “a economia está excelente, que nós estamos no país das maravilhas, que temos mais empregos, melhores salários, mais crescimento” e, “naturalmente, as pessoas e as classes profissionais que viram os seus salários esmagados durante anos” entendem que, “se está tudo bem, chegou a hora de repor alguma justiça”.

No discurso do Governo “há uma contradição enorme, que leva a criar expectativas, que depois obriga o ministro das Finanças a dizer que não é possível”, insiste Rui Rio. O Governo deveria olhar para a economia no seu todo e “em razão do que é mais justo e é mais equilibrado”, ver o que é que “a economia permite, quer no imediato, quer no futuro”, conclui o presidente do PSD.

“Má gestão da ADSE ajudou ao abuso dos privados”

Rui Rio disse também este domingo que tem havido ao longo dos anos abusos dos privados em relação à ADSE, que não são aceitáveis e se devem fundamentalmente à má gestão do subsistema de saúde. “Tem havido ao longo dos anos por parte dos privados abusos que não são minimamente aceitáveis”, afirmou Rui Rio, que falava aos jornalistas hoje, em Coimbra, à margem da sessão de encerramento da Academia Calvão da Silva.

“Esses abusos devem-se fundamentalmente a uma ADSE mal gerida”, sustentou o líder social-democrata, considerando que se o instituto de proteção e assistência na saúda aos funcionários públicos fosse “bem gerido, não permitia esses abusos”.

Antes de mais, é preciso “por a ADSE a funcionar como deve ser e não permitir esses abusos e a negociar com os privados como deve ser”, defendeu. A ADSE é “absolutamente essencial” e “não pode acabar, não deve acabar, presta um bom serviço” a cerca de 1,2 milhões de portugueses.

“Tem de continuar a prestar esse serviço, mas a preços mais baixos, através dessa negociação e do evitar desses abusos”, salientou Rui Rio. Se a ADSE acabasse, as pessoas que beneficiam dos seus serviços “ficavam pior” e “ficávamos pior todos nós”, utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), alertou o presidente do PSD, explicando que o SNS “está a rebentar pelas costuras” e (com o fim da ADSE) “caíam-lhe em cima mais um milhão e 200 mil portugueses”. “A ADSE tem de ser melhorada, não tanto pelo serviço que presta, que é bom, mas nos custos desse mesmo serviço”, concluiu.

(Notícia atualizada às 16h41 com mais declarações de Rui Rio).

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Theresa May diz que acordo do Brexit será votado até 12 de março

  • Lusa e ECO
  • 24 Fevereiro 2019

A primeira-ministra britânica anunciou, este domingo, que o novo acordo do Brexit será votado no Parlamento até 12 de março. "Ainda está ao nosso alcance sair da UE em 29 de março", garantiu.

O acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) será votado novamente no parlamento britânico até 12 de março, afirmou este domingo a primeira-ministra Theresa May, detalhando que a equipa de negociadores britânicos regressará a Bruxelas na terça-feira.

“A minha equipa vai voltar a Bruxelas na terça-feira. Consequentemente, não teremos uma votação relevante no parlamento esta semana, mas garantiremos que esta acontecerá até 12 de março. Ainda está ao nosso alcance sair da UE em 29 de março e é isso que planeamos fazer”, resumiu a líder do Governo britânico.

Theresa May, que falou à imprensa britânica durante o voo que a levou até Sharm el-Sheikh, no Egito. A conservadora insistiu que adiar a data de saída do Reino Unido do bloco comunitário, como defendem alguns membros do seu Governo, “não resolve o problema”, antes adia apenas “o momento de tomar uma decisão”. “Vai sempre haver um ponto no qual teremos de decidir se aceitamos o acordo que negociámos ou não”, sustentou.

Um dos cenários que está a ser analisado pelos responsáveis de topo europeus, de acordo com o The Guardian, que cita fontes comunitárias próximas do processo, é o de adiar mesmo o Brexit. A saída do Reino Unido da União Europeia poderá ser adiada até 2021.

Na sexta-feira, o jornal britânico avançava que cerca de 25 membros do governo estão dispostos a rebelar-se contra a chefe do executivo e a votar a favor de um adiamento do Brexit a menos que Theresa May descarte o cenário de saída sem acordo.

Pelo menos quatro ministros, quase uma dúzia de secretários de Estado e outros membros do Governo estão preparados para apoiar uma proposta que force a primeira-ministra a pedir uma extensão do artigo 50.º do Tratado de Lisboa.

Os ministros David Gauke, Amber Rudd, Greg Clark e David Mundell terão dito à primeira-ministra, numa reunião privada no início desta semana, que ela teria que adiar o Brexit se não conseguisse uma maioria da Câmara dos Comuns a 27 de fevereiro, relatou o jornal.

O plano poderá ser avançado na terça-feira, quando Theresa May fizer uma nova declaração no parlamento sobre o processo do Brexit e as negociações com os líderes europeus.

Questionada sobre a possibilidade de ser “obrigada” pelo parlamento britânico a adiar o Brexit, May realçou que ainda não são conhecidas as emendas que serão votadas. “No Governo, não temos só a responsabilidade coletiva, mas também o desejo de garantir que o Reino Unido sai da UE com um acordo. Isso é o que estamos a tentar e é com esse propósito que trabalho”, finalizou.

O Governo britânico precisa de uma maioria de votos no parlamento para ratificar um acordo que garanta uma saída ordenada do bloco europeu, mas o texto acordado com Bruxelas foi rejeitado em 15 de janeiro por uma margem de 230 votos, incluindo de 118 deputados do partido Conservador.

O principal ponto de discórdia é o mecanismo de salvaguarda, comummente designado por backstop, inscrito no acordo de saída, que tem por missão evitar o regresso de uma fronteira física entre a República da Irlanda, Estado-membro da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte.

Este mecanismo só seria ativado caso a parceria futura entre Bruxelas e Londres não ficasse fechada antes do final do período de transição, que termina a 31 de dezembro de 2020 e que poderá ser prolongado uma única vez por uma duração limitada.

O backstop é contestado pelos parlamentares britânicos que temem que este mecanismo deixe o país indefinidamente numa união aduaneira e que mandataram May a substituí-lo por “disposições alternativas”, uma hipótese rejeitada liminarmente pelos líderes europeus.

(Notícia atualizada às 21h30 com informação sobre o possível adiamento do Brexit até 2021)

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Nova “lista negra” da UE no combate ao branqueamento de capitais “é um primeiro sucesso”. EUA contestam

  • Vasco Gandra, em Bruxelas
  • 24 Fevereiro 2019

A "lista negra" da União Europeia aumenta de 16 para 23 os países com "fracos regimes nacionais" na luta contra o dinheiro sujo. Os EUA contestam.

A Comissão Europeia aprovou este mês a lista atualizada de países terceiros que considera apresentarem “deficiências estratégicas” na luta contra o branqueamento de capitais e no combate ao financiamento do terrorismo. Os Estados Unidos contestam a inclusão de quatro territórios. ONGs e eurodeputados dizem que é um “progresso”.

A “lista negra” aumenta de 16 para 23 os países com “fracos regimes nacionais” na luta contra o dinheiro sujo. O objetivo do exercício é proteger o sistema financeiro da União Europeia (UE) através de uma melhor prevenção dos riscos de branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo.

Os bancos e outras entidades abrangidas pelas regras da UE em matéria de luta contra o branqueamento de capitais deverão reforçar os controlos das operações financeiras que envolvam clientes e instituições financeiras destes países de “risco elevado”, a fim de identificar melhor eventuais fluxos de capitais suspeitos.

A lista foi elaborada pela Comissão em consulta com os Estados-membros com base numa análise de 54 jurisdições prioritárias. Os países avaliados preenchem pelo menos um dos seguintes critérios:

  • Terem um impacto sistémico na integridade do sistema financeiro da UE;
  • Serem classificados pelo FMI como centros financeiros internacionais offshore;
  • Terem relevância económica e fortes laços económicos com a UE.

O grupo de países inclui Panamá, Bahamas, Irão, Iraque, Arábia Saudita, Síria, Paquistão, Tunísia e Coreia do Norte. A lista integra também quatro territórios ligados aos Estados Unidos — Samoa Americana, Guame, Porto Rico e Ilhas Virgens Americanas –, o que suscitou mais um ponto de fricção nas relações entre Bruxelas e Washington.

Em comunicado, o Departamento do Tesouro dos EUA reagiu contestando a substância da lista e o processo que levou à sua constituição. Por isso, “não espera que as instituições financeiras dos Estados Unidos tenham em conta a lista” da Comissão Europeia.

Opiniões contrárias têm organizações não-governamentais e eurodeputados. O grupo dos Verdes no Parlamento Europeu considera “a lista negra da UE um primeiro sucesso” e pede à Comissão para publicar as avaliações dos países em causa por forma a reforçar a transparência. Mas a eurodeputada e ex-juíza anticorrupção Eva Joly diz que é necessário ir mais longe e alargar a lista a países europeus onde se registaram recentemente alguns casos de branqueamento de capitais e cita Chipre, Dinamarca, Estónia, Malta, Holanda e Reino Unido.

Departamento do Comércio dos EUA não espera que as instituições financeiras dos Estados Unidos tenham em conta a lista da Comissão Europeia.

Departamento do Tesouro dos EUA

“A lista é bastante melhor do que a anterior”, afirma por seu lado Ana Gomes atribuindo isso a “uma intensa pressão do Parlamento Europeu”. A eurodeputada do PS diz ainda que em relação aos Estados Unidos “a lista devia ter ido mais longe porque há Estados que são verdadeiros paraísos fiscais” e refere o Wisconsin, Nevada e Delaware.

Apesar de considerar que “a lista é um progresso”, Ana Gomes alerta para outro ponto. “É preciso perguntar porque não está a Rússia ou o Azerbaijão”. A mesma opinião tem Laure Brillaud da Transparência Internacional. Assinalando o facto de o Panamá e a Arábia Saudita integrarem agora o grupo, esta analista da ONG anti-corrupção nota que “alguns países como a Rússia não estão dentro”. “Faltam alguns países”, sublinha.

Laure Brillaud diz que apesar de a lista “não ser perfeita, não deve ser bloqueada pelos Estados-membros da UE”. “Espero que os Estados-membros não aceitem lóbi de terceiros para bloquear a lista”.

"A lista é um progresso [mas] é preciso perguntar porque não está a Rússia ou o Azerbaijão.”

Ana Gomes

Eurodeputada

“Nestas listas, há assuntos difíceis de tocar em termos diplomáticos”, explica por seu turno Johan Langerock, adviser na ONG Oxfam. “Há certas políticas que jogam quando se fazem estas listas”.

A lista publicada este mês deverá agora ser submetida à aprovação do Parlamento Europeu e do Conselho e junta-se a outra “lista negra” elaborada pela UE que inclui 17 países e territórios terceiros considerados paraísos fiscais não cooperantes e que não respeitam as normas acordadas de boa governação em matéria fiscal.

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Um Monstro. É assim o M5 da BMW

Há muitos M2, M3, M4 e até M6, mas o 5 é especial. É um carro de famílias com um motor de corridas em pista. Um monstro que faz as delicias de quem o conduz. E de quem o vê passar.

Há automóveis que nos enchem de adrenalina. Que fazem acelerar os nossos batimentos cardíacos. E nos levantam os pêlos do antebraço. Há uns quantos supercarros capazes de tudo isso, mas também há outros menos exuberantes capazes de fazer exatamente o mesmo. Os M, da BMW, são o exemplo perfeito disso mesmo. Mas entre eles, o M5 é claramente aquele que se destaca. É um monstro do asfalto.

Não é um Porsche, Ferrari ou Lamborghini. Não é um automóvel “rasteirinho” onde cabem apenas duas pessoas. É um BMW. É grande (tem 4,95 metros) e dá para levar a família toda. É um Série 5 como tantos que se veem nas estradas portuguesas, mas acaba por dar nas vistas. Tem pequenos detalhes, desde as entradas de ar no para-choques, às saias laterais, as jantes de grandes dimensões, mas principalmente aquelas duas saídas de escape duplas no difusor traseiro, que fazem toda a diferença.

É a diferença entre mais um Série 5 — sem desprimor — e ter todo uma plateia de entusiastas a olhar, a torcer pescoços, de cada vez que vamos entrar no carro ou em cada sinal vermelho. É normal que aconteça. Não é todos os dias que se vê um M5. Há muitos M2, M3, M4 e até M6, mas o 5 tem um carinho especial junto dos fãs. Muitas vezes fiz o mesmo que eles: fiquei a olhar, deslumbrado. E a questionar como seria conduzir aquela “bomba”. Felizmente, desta vez estou dentro de um. E que gozo dá poder carregar naquele botão Start para despertar os 600 CV.

Podia ser um carro silencioso, mas não teria tenta piada. Não o é. Especialmente quando se liga. É difícil descrever por palavras o ronco que sai daqueles escapes. Talvez um pequeno episódio durante o ensaio realizado possa dar a noção da loucura que está por debaixo daquele capot. 7h00, dia de trabalho. Chegar ao M5, destacar as portas, ajustar as generosas backets e ligar a bomba. Nesse instante, no prédio em frente ao qual o carro ficou estacionado vem uma pessoa à janela. Podia vir reclamar do barulho aquela hora, mas não. Simplesmente ficou a deliciar-se.

O ronco acalma assim que se engrenar uma mudança. Neste caso, foi a marcha-atrás, mas é nas outras mudanças que o motor de 4.395 cm3, twin-turbo, mostra o que vale. Apesar de ser um carro cheio de potência, o M5 conduz-se como qualquer outro carro em cidade. É suave quanto baste. E mesmo a suspensão, estando no modo normal, revela-se agradável para os trajetos do dia a dia. Mas quando se tem um carro destes nas mãos, tem de se sair da cidade para “esticar as pernas” aos cavalos.

Em cidade, um arranque mais vigoroso arranca sorrisos de quem vai a andar no passeio. Mas em estrada, são os outros condutores que mostram os dentes quando passamos por eles. Poucos tentam dar resposta, até porque sabem que este é um BMW especial. A maior parte aprecia o M5 a passar, vibrando quando se põe uma mudança abaixo para ganhar velocidade. É um deleite para quem vê, uma adrenalina pura para quem vai ao volante (e os restantes passageiros).

Curva, contra curva, tudo sempre com o pé direito a pisar o pedal. Mas sempre com aquela sensação de que vamos em cima de carris. O M5 não cede. Há uma sensação de estabilidade, de segurança, que poucos carros transmitem em velocidades um pouco além das regras do Código da Estrada. Ceder, só mesmo quando desligamos as ajudas à condução. Aí sim, podemos brincar, com conta, peso e medida. Traseira para um lado, volante virado para o outro, mas sempre a conquistar metros de asfalto. É a loucura.

É um carro grande, mas parece um “pocket rocket”. Não se percebe a dimensão do M5, tal a agilidade que demonstra nestas acrobacias. E o mesmo acontece quando vamos para estrada aberta. Retas atrás de retas pedem para deixar o conta-rotações subir, subir e subir. Com as mãos nas pastilhas, a configuração do M em “full power“, ou seja com a resposta do motor, a caixa e a suspensão em modo “Sport Race”, a resposta do M5 torna-se violenta. É quase um soco no estômago a cada mudança engrenada. E há oito…

Sem que se dê bem conta de como, o M5 passa rapidamente de todas as marcas permitidas por lei. Estamos a falar de um carro que faz dos 0 aos 100 km/h em 3,4 segundos, mas que não demora muito mais a duplicar essa velocidade. E pouco mais a chegar ao limite definido eletronicamente dos 250 km/h. É um foguete. E pará-lo? É quase tão rápido quanto a acelerar, ou não estejamos a falar de um carro que a BMW equipa com travões de cerâmica em carbono a pedido do cliente. É um extra de 7.400 euros, como tanto outros de milhares de euros que equipavam a unidade ensaiada. Tantos que o valor final do M5 chegou aos uns estonteantes 185 mil euros. Mas vale cada cêntimo.

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Estado deverá ficar isento de multas por violação de dados pessoais

  • ECO
  • 24 Fevereiro 2019

A direita está contra, o BE tem reservas, mas a proposta que prevê a isenção da Estado das multas por violação do RGPD deverá ser viabilizada pela esquerda.

As entidades públicas deverão escapar, nos próximo três anos, às multas a que estariam sujeitas no caso de violarem as regras do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). Esta isenção consta da proposta que o Executivo apresentou em março de 2018 na Assembleia da República e, apesar das reservas do Bloco de Esquerda, deverá ser viabilizada pela esquerda. O CDS e o PSD estão contra esta exceção, avança o Público, este domingo.

De acordo com o jornal, o Governo justifica esta opção com o facto de o Estado não fazer dinheiro com os dados pessoais dos cidadãos, isto é, de os usar apenas para cumprir obrigações legais. Além disso, a proposta referida sublinha que o RGPD exige uma série de alterações nos sistemas informáticos, o que poderá ter custos avultados.

Apesar de a direita ter preparado um redondo “não” a estes argumentos, o Bloco de Esquerda parece inclinado a recuar nas suas reservas, abrindo caminho à viabilização desta isenção. “Não faz sentido o Estado pagar coimas ao próprio Estado”, sublinha o deputado bloquista José Manuel Pureza, embora reconheça que tal exceção significaria um retrocesso. Isto porque desde 1991 que a lei de proteção de dados sanciona as entidades públicas da mesma forma que sanciona as privadas.

A mesma ideia tem o comunista António Filipe, que defende que as entidades públicas não podem ficar isentas do cumprimento da lei, mas atira: “[Não faz sentido] colocar o erário público a pagar-se a si mesmo”. Em contrapartida, o deputado sugere que se poderia tirar “responsabilidades disciplinares” às entidades como penalização.

À direita, o CDS exige a eliminação da exceção e o PSD sugere que “as entidades públicas, mediante pedido devidamente fundamentado”, possam solicitar à Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) “a dispensa” da sua aplicação durante três anos.

De notar, por fim, que neste momento o grupo de trabalho parlamentar criado para discutir a lei que adapta o RGPD à realidade nacional está já numa fase final. O RGDP entrou em vigor há quase nove meses, mas a discussão sobre a adaptação do diploma comunitário à realidade lusa tem continuado em São Bento, estando agora a aproximar-se do fim.

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Privados não querem que ADSE funcione como demais seguros, diz João Proença

  • ECO
  • 24 Fevereiro 2019

João Proença sublinha que o fim do processo de regularização das faturas passadas só acontecerá quando forem publicadas as tabelas com os preços máximos, o que os privados têm vindo a adiar.

O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE sublinha que o fim do processo de regularizações das faturas passadas teria de implicar a adoção de mecanismos semelhantes aos usados pelos seguros privados de saúde. O problema, salienta João Proença em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, é que os hospitais privados não querem que tal aconteça.

“Queremos tabelas com preços máximos, chamados os preços fechados nas intervenções cirúrgicas, os preços que podem praticar nas próteses, nos medicamentos hospitalares e queremos um regime de autorizações prévias”, defende o antigo secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), explicando que, no fundo, estaria em causa a fixação de “tabelas como as que existem no privado”.

No entanto, João Proença nota que não é esse o desejo dos estabelecimentos hospitalares privados. “Estes cinco grupos privados andaram num processo dilatório, quanto mais tarde melhor. Tentaram por todos os meios evitar a publicação das tabelas e as autorizações prévias“.

E é por isso, explica o responsável pela ADSE, que as tabelas ainda não foram publicadas, estando ainda em curso o processo de regularização das faturas passadas. “Como as tabelas e autorizações prévias que a ADSE dispõe com preços fechados são muito poucas, tem de recorrer às regularizações”, reforça, referindo que a publicação das tabelas deverá significar o fim desse processo de regularização.

A ADSE exigiu aos privados o pagamento de 38 milhões de euros por excesso de faturação, o que levou a tensões com alguns dos nomes mais sonantes do setor (nomeadamente a Luz Saúde e a José de Mello Saúde).Essas instituições ameaçaram mesmo romper as convenções acordadas com a ADSE. Entretanto, ambas as partes regressaram ao diálogo, sendo os temas centrais dessa discussão o estabelecimento de uma tabela de preços e a regularização dos preços dos atos médicos a posteriori.

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“Casos” na banca em Portugal longe de serem únicos na UE e não motivam apreensão

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2019

Bruxelas não está particularmente preocupada com os sucessivos "casos" na banca nacional. Isto porque estão longe de ser um caso isolado na União Europeia.

Os sucessivos “casos” com instituições bancárias em Portugal estão longe de ser um caso isolado na União Europeia, e, para instituições e analistas em Bruxelas, o setor bancário português nem representa hoje fator de preocupação particular.

A crise financeira de 2008 revelou as fragilidades do setor bancário europeu, com a revelação de múltiplos casos, muitos dos quais envolvendo “gigantes” da banca europeia, o que levou a uma reforma profunda dos mecanismos de supervisão ao nível da UE, o que não impede que ainda surjam revelações de novos escândalos de grande dimensão, como aquele relacionado com lavagem de dinheiro a envolver o Danske Bank.

Muito mudou no panorama europeu nos últimos anos, e três dos Estados-membros que mais preocupavam Bruxelas há poucos anos – Irlanda, Espanha e Portugal, todos eles alvo de “resgates”, os dois primeiros consagrados quase exclusivamente aos respetivos setores bancários – têm hoje uma situação estável, enquanto os escândalos mais recentes até vêm do norte da Europa, até há poucos anos considerado “exemplar”.

Portugal, um dos países forçados a pedir ajuda externa (2011-2014), teve o seu “quinhão” de casos bancários – BPN, BPP, Banif, BES e contaminação da CGD por créditos tóxicos –, e, segundo dados divulgados no mês passado pela Comissão Europeia, no espaço de 10 anos, entre 2007 e 2017, o Estado português viu-se forçado a injetar 13,4 mil milhões de euros em instituições bancárias.

Com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) novamente na ordem do dia, na sequência da divulgação da auditoria à gestão do banco estatal entre 2000 e 2015 – que revelou concessão de créditos mal fundamentada, atribuição de bónus aos gestores com resultados negativos, interferência do Estado e aprovação de empréstimos com parecer desfavorável ou condicionado da direção de risco –, Portugal não é no entanto motivo de preocupação em Bruxelas.

Questionada pela Lusa sobre as revelações do relatório da consultora EY (antiga Ernst&Young) sobre a CGD, uma porta-voz do executivo comunitário escusou-se a fazer comentários sobre este caso específico, preferindo sublinhar que “a Comissão nota que, nos anos mais recentes, os bancos portugueses fizeram progressos significativos ao nível do reforço da confiança nas suas folhas de balanço, reduzindo o nível de crédito malparado e melhorando a eficiência operacional”.

É uma visão distorcida pensar que Portugal é particularmente problemático no contexto europeu, pois já não vejo fragilidades no sistema. Julgo que a venda do Novo Banco foi o ponto de viragem.

Nicolas Véron

Analista do Buegel

Esta opinião é corroborada pelo analista Nicolas Véron, especialista em setor bancário, mercados de capitais e regulação financeira, que, em declarações à Lusa, considerou que a situação na banca portuguesa “melhorou imenso nos últimos dois, três anos” e, hoje, já não apresenta fragilidades de maior.

Este analista do think tank Bruegel disse à Lusa não ter ficado “nada surpreendido” com as recentes revelações sobre a CGD, mas enfatizou que os problemas agora revelados já têm alguns anos, e apontou que não vê “sinais de fragilidade no setor bancário português desde meados de 2017”.

“A crise financeira terminou, mas ainda se sentem repercussões, relacionadas com as falhas de supervisão que existiam. No caso de Portugal, claro que não é bom descobrir mais episódios negativos, e todos esperam que este seja o último caso. Mas penso que é uma visão distorcida pensar que Portugal é particularmente problemático no contexto europeu, pois já não vejo fragilidades no sistema. Julgo que a venda do Novo Banco foi o ponto de viragem”, considerou.

Hoje em dia, disse, apenas Chipre e Grécia ainda apresentam fragilidades nos respetivos bancos, o que não significa que já tudo esteja resolvido na União Europeia e que esta esteja preparada para uma nova crise.

“A supervisão bancária tem vindo a melhorar quase diariamente, com o Mecanismo Único de Supervisão. Mas se me pergunta se a Europa está preparada para uma crise amanhã, a resposta é não, ainda não”, declarou.

Há menos de um mês, a agência de ‘rating’ DBRS indicou que houve um aumento no número de casos de lavagem de dinheiro envolvendo bancos europeus em 2018, considerando que a supervisão europeia neste domínio é ineficiente.

A DBRS indica que o número total de casos de lavagem de dinheiro em bancos na Europa aumentou para sete em 2018 – entre os quais a investigação sobre o caso que envolve o dinamarquês Danske Bank, que alegadamente envolve 200 mil milhões de euros – o que compara com o registo de uma média de menos de dois casos por ano entre 2010 e 2018.

Curiosamente, numa altura em que os escândalos de branqueamento de capitais ensombram a reputação dos bancos da Europa do Norte – que podem até fazer baixar a notação “campeã” da dívida soberana da Dinamarca, de ‘AAA’ –, Portugal e Irlanda, há poucos anos “sob resgate”, são hoje dois países considerados “bons alunos” de Economia na Europa, ao ponto de Mário Centeno ter sido eleito para presidente do Eurogrupo e de, ainda na semana passada, o governador Banco Central da Irlanda, Philip Lane, ter sido nomeado para a Comissão Executiva do Banco Central Europeu (BCE).

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Cimeira Trump/Kim é “simbólica” no caminho “sinuoso” para a desnuclearização

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2019

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, reúnem-se esta semana, em Hanói, reafirmando a inédita aproximação entre Washington e Pyongyang.

As negociações para desnuclearizar a Coreia do Norte são um “caminho sinuoso” e a segunda cimeira com os Estados Unidos é sobretudo “simbólica”, defende um académico chinês, apontando a profunda desconfiança entre os dois países.

“O resultado da segunda cimeira será mais simbólico do que substantivo”, prevê Tong Zhao, especialista sobre a Coreia do Norte no centro de pesquisa de política global Carnegie-Tsinghua, com sede em Pequim.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, reúnem-se esta semana, em Hanói, reafirmando a inédita aproximação entre Washington e Pyongyang, depois de uma histórica cimeira em Singapura, no ano passado.

Esse primeiro encontro ocorreu após se registarem, em 2017, tensões inéditas desde a Guerra da Coreia (1950-1953), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Trump.

Mas a aprovação de sanções pelo Conselho de Segurança da ONU contra Pyongyang forçou o país a seguir a via diplomática e a parar de realizar testes nucleares e com mísseis balísticos.

Os EUA, entretanto, suspenderam os exercícios militares com a Coreia do Sul.

Só que Pyongyang não permitiu inspeções às suas instalações nucleares, que continuam cobertas por um manto de secretismo, enquanto análises de imagens de satélite revelam que estas permanecem ativas.

“É muito provável que a Coreia do Norte tenha continuado a consolidar a sua capacidade de dissuasão nuclear ao longo do ano passado e, talvez, até agora”, diz Tong.

O analista considera, por isso, que estamos ainda na “fase inicial de um longo processo” e que ambas as partes “continuarão a negociar duramente”, até que se consiga a desnuclearização da península coreana.

“Poderão haver progressos, mas também retrocessos”, acautela.

Tong considera que “todos os sinais” indicam que a Coreia do Norte não está preparada para abdicar das suas armas nucleares.

“A Coreia do Norte fez grandes esforços para ocultar informações técnicas sobre os testes nucleares anteriores ou a composição e design do seu armamento: isto revela que eles não querem minar a sua capacidade de dissuasão nuclear”, descreve.

Para o analista, o “problema fundamental” é que a Coreia do Norte “não pode confiar” em garantias de segurança dadas pelos EUA.

“É extremamente difícil tornar estas garantias irreversíveis”, explica, “e, por isso, a Coreia do Norte sente que a sobrevivência do seu regime depende da dissuasão nuclear”.

A Guerra da Coreia terminou com a assinatura de um armistício que nunca foi substituído por um tratado de paz, o que significa que Coreia do Norte e Coreia do Sul continuam tecnicamente em guerra.

Os EUA, que lutaram ao lado das tropas sul-coreanas, mantêm 28.500 soldados destacados na Coreia do Sul desde o fim do conflito.

A “pré-condição” para que a Coreia do Norte considere “seriamente” abdicar das suas armas nucleares seria “construir uma base de confiança que permita fundamentalmente converter a hostilidade entre Pyongyang e Washington numa relação de amizade”, afirma Tong Zhao.

Para a cimeira desta semana, o analista recomenda objetivos “mais realistas”, nomeadamente “congelar, restringir e limitar a escala e alcance” do programa nuclear da Coreia do Norte.

“Alterar o pensamento da Coreia do Norte sobre armas nucleares, impedir que a Coreia do Norte adote posturas arriscadas e desestabilizadoras, e tornar improvável que a Coreia do Norte use as suas armas nucleares: essas são as prioridades que podem ser alcançadas para já”, aponta.

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“Metade dos carros que o Estado comprar a partir de agora serão elétricos”

  • ECO
  • 24 Fevereiro 2019

O ministro do Ambiente avança que está para breve a assinatura de um despacho que estabelece que, pelo menos, metade dos carros comprados pelo Estado terão de ser elétricos.

Depois de ter dito que os automóveis a diesel não terão qualquer valor de troca nos prazo de quatro anos, o ministro do Ambiente avança que, em breve, será assinado um despacho que estabelece que pelo menos metade dos veículos comprados pelo Estado terão de ser elétricos. “A partir de agora, 50% dos carros [do Estado] serão elétricos e, no que diz respeito mesmo aos carros afetos aos membros do Governo, têm de ser todos elétricos ou híbridos plug-in“, sublinha João Matos Fernandes, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias.

De acordo com o governante, esta medida segue a estratégia escolhida pelo Executivo de António Costa também no que diz respeito à eliminação da comercialização de plásticos descartáveis. “Podemos também aqui, tal como fizemos no plástico, sermos os primeiros a avançar para uma medida tão robusta”, nota Matos Fernandes, referindo a antecipação da norma comunitária em, pelo menos, seis meses no que diz respeito à proibição da venda de itens de plástico pensados para um uso único.

“No ano passado entraram, através de um programa próprio, 200 carros elétricos que estão ao dispor da administração pública. Este ano estão em aquisição mais 200 carros elétricos para os serviços da administração pública que são, de uma maneira geral, carros de pequena dimensão e estão hoje a ser utilizados”, acrescenta ainda o ministro do Ambiente.

Questionado sobre o prazo para a conclusão da reconversão da frota do Estado, Matos Fernandes reforça: “Vai demorar certamente uns anos, mas eu quero acreditar que, se nós temos a meta de 2030 para que um terço da frota seja toda elétrica no país, antes dessa data quase toda a frota do Estado será elétrica“.

E sobre as polémicas declarações sobre o futuro do valor de troca dos automóveis a diesel, o governante enfatiza que “foi muito pouco original na frase” que usou e sublinha que, apesar das duras críticas, ninguém o desmentiu. “Eu fui muito criticado, mas não apareceu ninguém a desmentir-me nem a contrariar-me, apareceram foi muitas pessoas a dizerem: isso não era para dizer”, remata.

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Hoje há Óscares. Veja a lista completa dos nomeados

  • ECO e Lusa
  • 24 Fevereiro 2019

"Roma" está entre os favoritos para o Óscar de melhor filme. Veja a lista completa dos nomeados para os prémios de cinema que são entregues em Los Angeles.

Hoje há Óscares. Os prémios de cinema são entregues em Los Angeles, numa cerimónia cerimónia que se prolonga até à madrugada de segunda-feira em Portugal. “Roma”, de Alfonso Cuaron, e “A favorita”, de Yorgos Lanthimos, liderar as nomeações.

Esta é a 91.ª edição dos Óscares, a primeira em 30 anos sem um anfitrião oficial por decisão da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos.

Quanto aos prémios, o realizador mexicano Alfonso Cuarón e o grego Yorgos Lanthimos estão em destaque pelo número de nomeações — dez — com os filmes que assinam. Esta é a primeira vez que uma produção da plataforma Netflix, “Roma”, está nomeada para melhor filme.

O filme está ainda indicado em simultâneo para melhor filme estrangeiro, fotografia (de Alfonso Cuarón) e elenco feminino, com as atrizes Marina de Tavira e Yalitza Aparicio.

“A favorita”, de Yorgos Lanthimos, está indicado para melhor filme, realização e elenco feminino, com Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz.

“Assim nasce uma estrela” segue com oito nomeações e, embora assinale a estreia de Bradley Cooper na realização, falha o prémio nesta categoria. A cantora Lady Gaga foi nomeada pela prestação neste ‘remake’ e “Shallow” é candidato ao Óscar de melhor canção.

Com sete nomeações, sobretudo em categorias técnicas, está “Black Panther”, de Ryan Coogler, a primeira produção de super-heróis da Marvel a ser nomeada para melhor filme.

Da lista de nomeados, destaque ainda para o documentário “Free Solo”, de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, produzido pela National Geographic e que conta com dois portugueses, Joana Niza Braga e Nuno Bento, na equipa de som.

Veja a lista completa de nomeados:

Melhor Filme

Roma

The Favourite

Black Panther

BlacKkKlansman — O Infiltrado

Bohemian Rhapsody

Green Book

A Star Is Born

Vice

Melhor Ator

Christian Bale, Vice

Bradley Cooper, A Star Is Born

Williem Dafoe, At Eternity’s Gate

Viggo Mortensen, Green Book

Melhor Atriz

Yalitza Aparicio, Roma

Glenn Close, The Favourite

Lady Gaga, A Star Is Born

Melissa Mcccarthy, Can You Ever Fogive Me?

Melhor Ator Secundário

Mahershala Ali, Green Book

Adam Driver, BlacKkKlansman

Sam Elliott, A Star Is Born

Richard E. Grant, Can You Ever Forgive Me?

Sam Rockwell, Vice

Melhor Atriz Secundária

Amy Adams, Vice

Marina de Tavira, Roma

Regina King, If Beale Street Could Talk

Emma Stone, The Favourite

Rachel Weisz, The Favourite

Melhor Realizador

Spike Lee

Pawel Pawlikowski

Yorgos Lanthimos

Alfonso Cuarón

Adam McKay

Melhor Filme de Animação

Indredibles 2

Isle of Dogs

Mirai

Ralph Breaks The Internet

Spider-Man: Into the Spider-Verse

Melhor Curta de Animação

Animal Behaviour

Bao

Late Afternoon

One Small Step

Weekends

Melhor Curta Documental

Black Sheep

End Game

Life Boat

A Night at the Garden

Melhor Montagem

BlackkKlansman

Bohemian Raphsody

Green Book

Vice

Melhor Argumento Original

The Favourite

First Reformed

Green Book

Roma

Vice

Melhor Argumento Adaptado

The Ballad of Buster Scruggs

BlackkKlansman

Can You Ever Forgive Me?

Melhor Fotografia

Cold War

The Favourite

Never Look Away

Roma

A Star Is Born

Melhor Guarda-Roupa

The Ballad of Buster Scruggs

Black Panther

The Favourite

Mary Poppins Returns

Mary Queen of Scots

Melhor Caracterização

Border

Mary Queen of Scots

Vice

Melhor Banda Sonora

Black Panther

BlackkKlansman

If Beale Street Could Talk

Isle of Dogs

Mary Poppins Returns

Melhor Canção Original

All the Stars

I’ll Fight

Shallow

When a cowboy trades his spurs for wings

Melhores Efeitos Visuais

Avengers

Christopher Robin

First Man

Ready Player One

Solo: A Star Wars Story

Melhor Direção de Arte

Black Panther

The Favourite

First Man

Mary Poppins Returns

Roma

Melhor Edição Sonora

Black Panther

Bohemian Raphsody

First Man

A Quiet Place

Roma

Melhor Mistura de Som

Bohemian Rhapsody

First Man

A Star is Born

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Heinz dá prejuízo de milhares de milhões a Warren Buffett

O último ano foi um dos piores para o reputado investidor norte-americano Warren Buffet. A Berkshire Hathaway registou um prejuízo de 25,4 mil milhões de dólares.

O último ano foi um dos piores para Warren Buffett. A Berkshire Hathaway — conglomerado empresarial do reputado investidor norte-americano — registou um prejuízo de 25,4 mil milhões de dólares (22,4 mil milhões de euros), nos últimos três meses de 2018. Este resultado histórico explica-se, sobretudo, pela queda do valor das ações da conhecida fabricante de alimentos processados Kraft Heinz.

Este prejuízo representa a maior perda deste conglomerado desde, pelo menos, os anos 90 do século passado, revela o Financial Times. E é explicado, por um lado, pelo sell-off que se viveu nos mercados no final de 2018 e, por outro, pela crise da Kraft Heinz, que forçou Buffett a reconhecer uma perda no valor da sua participação — a Kraft Heinz é controlada pela Berkshire Hathaway e pela 3G Capital.

E “pesadelo” de Buffett não deverá ficar por aqui, já que na última semana a Heinz deu mais um trambolhão em Wall Street. As ações da empresa recuaram mais de 27%, depois de ter anunciado que está a ser alvo de uma investigação pelo regulador do mercado de capitais norte-americano, a SEC, por planeamento fiscal agressivo.

À parte do desempenho da Heinz, os resultados das outras empresas que servem de pilar ao conglomerado foram sólidos, fazendo os seus lucros operacionais, no último trimestre de 2018, crescerem 70% para 5,72 mil milhões de dólares (cerca de cinco mil milhões de euros). Estes ganhos vieram sobretudo dos investimentos feitos no setor da energia e da ferrovia.

Buffett quer ir às compras, mas está tudo caro

No acumulado do ano, a Berkshire registou lucros de quatro mil milhões de dólares (cerca de 3,5 mil milhões de euros), um valor largamente abaixo dos 44,9 mil milhões de dólares (quase 39,6 mil milhões de euros) registados no período homólogo, à boleia da política fiscal de Donald Trump. Assim, o conglomerado de Buffett dispõe agora de 112 mil milhões de dólares em cash para aquisições, uma intenção que não tem sido fácil cumprir, lamenta o investidor.

Na sua tradicional carta anual, Warren Buffett deixa claro que está à procura de uma “aquisição gigantesca”, mas nota que “os preços estão altos para negócios que possuem boas perspetivas de longo prazo”. “Os preços estão demasiados elevados para os negócios com boas perspetivas a longo termo”, diz.

“A realidade desapontante é que tal significa que 2019 provavelmente não ficará marcado pela expansão do nosso portefólio. Continuamos, ainda assim, à procura de uma aquisição gigante“, salienta o investidor, na mesma nota.

(Notícia atualizada às 18h21)

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