Grupo espanhol Másmóvil vai ao leilão do 5G português através da Nowo

  • Lusa
  • 9 Novembro 2020

O grupo espanhol Másmóvil vai tornar-se acionista único da Nowo, operadora através da qual vai concorrer ao leilão de atribuição das licenças de quinta geração (5G) em Portugal.

O grupo espanhol Másmóvil vai tornar-se acionista único da Nowo, operadora através da qual vai concorrer ao leilão de atribuição das licenças de 5G em Portugal. A Másmóvil entrou no mercado português no ano passado, com a compra, em conjunto com a GAEA, da Cabonitel, dona da Nowo e da Oni, aos fundos da norte-americana KKR.

O grupo de telecomunicações espanhol informou esta segunda-feira que que foi celebrado em 8 de novembro um acordo para a compra da Oni por parte da Gigas Hosting. Esta operação é na ordem dos 40 milhões de euros, de acordo com a empresa.

“A operação estará em avaliação e aprovação por parte da Autoridade da Concorrência, sendo esperado que a transição esteja completa no início de 2021”, é referido no comunicado. “A Gigas Hosting SA passa a ter a GAEA Inversión como principal acionista, com mais de um terço das ações”, refere a Másmóvil.

A GAEA era até agora proprietária conjunta com a Masmóvil da Oni e Nowo. “Esta operação insere-se numa lógica de direcionamento, especialização de gestão e concentração de recursos em dois mercados muito distintos: serviços a grandes empresas e operadoras e o Business To Consumer (B2C)”, salienta a operadora.

Com esta operação, a Nowo “passa a ter a Másmóvil como único acionista com 100% de participação” e este movimento “permitirá concentrar esforços de investimento tanto no futuro 5G, sendo que a Nowo participará no leilão do espetro anunciado pela Anacom na passada quinta-feira, assim como na construção da nova rede de fibra ótica em Portugal”, refere o grupo, em comunicado. O regulamento do leilão do 5G prevê condições específicas para novos entrantes no mercado.

“Relativamente à rede fibra, este projeto já arrancou em Lisboa e no Porto, mercados prioritários para a Másmóvil, que pretende desta forma replicar a receita de sucesso do nosso país vizinho, com fortes investimentos que vão aumentar a competitividade da Nowo”, acrescenta.

Esta aquisição “surge num momento-chave para a Másmóvil, que espelha o êxito da OPA [oferta pública de aquisição] lançada sobre a operadora pela Lorca Bidco, veículo de investimento constituído pela KKR, Providence e Cinven que já alcançaram uma participação de 99,32% do seu capital, valorizando a empresa em cerca de 5.000 milhões de euros”, lê-se no comunicado.

O regulador do mercado espanhol CNMV suspendeu no passado dia 3 de novembro “a cotação das ações da Másmóvil em Espanha e espera-se a sua saída definitiva das bolsas, nos próximos dias”.

“A presença da Másmóvil e da GAEA, grupos com fortes laços nos últimos anos, irá garantir e potenciar sinergias, assim como rentabilização de custos nas operações da Oni e Nowo, que embora concorram em mercados muito distintos, poderão partilhar recursos, infraestruturas, cooperar no desenvolvimento de soluções avançadas, obtendo economias de escala e melhorias o que permitirá uma maior competitividade”.

Esta operação, adianta, “foi desenhada com um acordo-quadro que permitirá à Oni e Nowo continuarem a colaborar estreitamente no que for necessário para garantir flexibilidade e independência em ambas as operações, mas sem perder qualquer possibilidade de cooperar, para que cada empresa seja a melhor no que faz”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

DGS diz que será uma “boa notícia” caso se confirme eficácia da vacina da Pfizer

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, classificou de "boa notícia" a indicação dada pela Pfizer de que a sua vacina contra a Covid-19 tem uma eficácia superior a 90%.

A Direção-Geral da Saúde reagiu esta segunda-feira ao anúncio da farmacêutica Pfizer de que a vacina que está a desenvolver mostrou ter uma eficácia superior a 90% nos testes já realizados. Na conferência de imprensa desta segunda-feira, Graça Freitas classificou como sendo “uma boa notícia” para a luta contra a pandemia de Covid-19.

“Se as notícias forem de facto essas”, ressalvou Graça Freitas, isto é, “se se vier a verificar que a sua efetividade (eficácia na vida real) for da ordem dos 90%, tenho a dizer que será das melhores vacinas que teremos“. Segundo a diretora-geral da Saúde, “nem todas” as vacinas que são usadas atualmente têm uma eficácia desse nível. “É uma boa notícia”, classificou.

Graça Freitas esclareceu também que “Portugal está nos mecanismos para a aquisição dessa vacina” através do processo de compra liderado pela Comissão Europeia, em nome dos Estados-membros.

Esta segunda-feira a farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou que a sua vacina experimental registou uma eficácia superior a 90% na prevenção da Covid-19 nos participantes do estudo que não tinham sido infetados anteriormente com o vírus. Não se registaram efeitos secundários ou problemas de segurança da vacina, até ao momento, de acordo com a empresa.

Esta foi a primeira análise de eficácia “interina”, segundo o comunicado da empresa, e incluiu a avaliação de 94 casos confirmados nos participantes dos ensaios clínicos. A Pfizer tenciona agora pedir autorização de emergência à Food and Drug Administration (FDA) para o uso da vacina na terceira semana de novembro. Entretanto continuarão os ensaios clínicos para a análise final dos 164 casos confirmados para ter mais dados.

Na mesma conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde explicou que há uma nova definição de caso — associada aos sintomas de febre, tosse, a falta de ar, de olfato e de paladar — e deixou um conselho para os portugueses que queiram viajar, após ter sido questionada sobre o tema pelos jornalistas. “Verifique quais são os concelhos em que pode avançar sem infringir nenhuma lei“, aconselhou, referindo que “cada pessoa terá que ver o seu percurso” e perceber que rota pode ou não seguir.

Além disso, Graça Freitas avisou que “as pessoas não deviam tomar a iniciativa de elas próprias pedirem testes“, devendo esperar pela indicação do médico. “Não é de todo aconselhável fazer testes sejam eles quais forem sem prescrição médica”, disse a diretora-geral da DGS, pedindo disciplina aos portugueses nesta questão.

(Notícia atualizada às 16h08 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IVAucher não deve excluir operadores do sistema de pagamento

  • Lusa
  • 9 Novembro 2020

AdC recomenda que o Governo avalie o alargamento do programa a outros instrumentos de pagamento além dos cartões bancários (por exemplo, as transferências bancárias).

A Autoridade da Concorrência (AdC) alerta o Governo que o ‘IVAucher’ não deve favorecer alguns prestadores de serviços de pagamentos, como da rede Multibanco, excluindo outros, e recomenda o envolvimento do maior número possível, segundo parecer a que a Lusa teve acesso.

O ‘IVAucher’ é uma das medidas que constam da proposta do Orçamento do Estado para 2021 e que permitirá aos consumidores acumular o IVA gasto em despesas com restauração, alojamento e cultura, deduzindo-o nas compras seguintes.

No parecer da AdC à proposta do ‘IVAucher’, a entidade liderada por Margarida Matos Rosa recomenda ao Governo que o programa através do qual se concretizará essa medida “não possa favorecer um sistema e/ou instrumento de pagamento em detrimento de outros”, excluindo outros como as fintech (empresas tecnológicas de serviços financeiros), ainda que inadvertidamente.

Desde logo, considera, é importante “assegurar que o programa seja compatível com tantos prestadores de serviços de pagamentos quanto possível”, não havendo discriminação nos operadores que podem ser envolvidos.

“Nesse contexto, recomenda-se que, uma vez ponderados eventuais custos, o programa seja compatível com tantos prestadores de serviços de pagamentos quanto possível, de forma a não se cingir a uma ou outra rede de determinado operador de sistemas de pagamentos que utilizem cartões bancários (e.g., sistema Multibanco, VISA, Mastercard), mas abranja o maior número de sistemas tecnologicamente aptos, independentemente das entidades que os operem”, lê-se no parecer a que a Lusa teve acesso.

Recomenda ainda a AdC que o Governo avalie o alargamento do programa a outros instrumentos de pagamento além dos cartões bancários (por exemplo, as transferências bancárias), uma vez que isso permitiria também abranger mais prestadores de serviços de pagamento.

“Com efeito, limitar o programa ‘IVAucher’ aos cartões bancários pode condicionar a evolução do ecossistema de prestadores de serviços de pagamento, em particular quanto à entrada e expansão de prestadores não tradicionais que, tal como a AdC salientou no seu Issues Paper, podem desempenhar um papel importante enquanto fonte de pressão concorrencial e de inovação ao nível dos serviços de pagamento”, considera o regulador.

A entidade recorda que, desde 2018, tem vindo a fazer várias recomendações para aumentar a concorrência e inovação nos serviços de pagamento (que considera fechado na SIBS e na rede Multibanco) e considera que, pela “abrangência das atividades que inclui”, o programa ‘IVAucher’ é uma oportunidade para isso.

No parecer, a AdC indica que recebeu uma exposição de uma empresa ligada aos serviços de pagamento a alertar para o risco de a realização de descontos imediatos vir a ser feita apenas através de cartões multibanco e terminais de infraestrutura da SIBS (empresa gestora da rede Multibanco).

O ‘IVAucher’ é uma das medidas da proposta do Orçamento do Estado para 2021 que pretende estimular o consumo nos setores mais afetados pela pandemia, nomeadamente, restauração, alojamento e cultura através da possibilidade de os consumidores poderem acumular o IVA suportado nestes mesmos setores, descontando-o nas compras seguintes, em descontos que deverão rondar os 50%.

No total, o Governo espera que a medida permita aos contribuintes acumular (e gastar), através do IVA, um crédito de cerca de 200 milhões de euros.

De acordo com simulações da consultora Deloitte, será necessário que cada família gaste o equivalente a 445 euros para que aquele valor global do IVA seja acumulado pelos consumidores, assumindo que 70% das compras são feitas em restauração, 20% em alojamento e 10% em atividades culturais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Covid-19 faz recorde de 63 mortos num dia em Portugal. Há mais 4.096 infetados

O número total de casos positivos desde o início da pandemia sobe para 183.420. A região norte continua a ser a mais afetada.

Portugal registou mais 4.096 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 183.420 o total desde o início da pandemia. Trata-se de uma subida diária de 2,28%. O número total de vítimas mortais subiu para 2.959 após terem sido registadas mais 63 óbitos, um novo recorde diário, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pela Direção-Geral de Saúde (DGS).

Há agora 78.378 pessoas (casos ativos) a lutarem contra a doença — estes são os que não tiveram alta e não faleceram, explicou Graça Freitas na conferência de imprensa –, mais 1.731 pessoas do que no balanço anterior. Tal como se tem verificado nas últimas semanas, a maioria dos novos casos foi registada na região Norte. Dos 4.096 novos casos confirmados no total das últimas 24 horas, 2.265 localizam-se nesta região (55%), seguidos pela região de Lisboa e Vale do Tejo, que contabilizou 1.217 novas infeções (29,7%).

Nas últimas 24 horas morreram 63 pessoas vítimas da doença, das quais 33 na região Norte — para um total de 1.339 óbitos a Norte –, 22 em Lisboa e Vale do Tejo — para um total de 1.145 óbitos em Lisboa –, cinco na região Centro, uma no Alentejo, uma na região do Algarve e uma na Madeira.

Boletim epidemiológico de 9 de novembro:

O Norte continua a ser a região com mais infeções até ao momento com 88.549 casos, seguido logo de perto por Lisboa com 70.015 infetados. Longe destes números estão o Centro (16.726), o Alentejo (3.600) e o Algarve (3.501), assim como os arquipélagos da Madeira (558) e dos Açores (471).

Quanto à caracterização clínica, a maioria dos infetados está a recuperar em casa, sendo que 2.651 estão internados (mais 129 face ao dia anterior) em enfermaria geral e 391 em unidades de cuidados intensivos (mais 13 face ao dia anterior). Há ainda 90.088 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, ou seja, menos 418 do que no balanço deste domingo.

Os dados revelados pelas autoridades de saúde dão ainda conta de mais 2.302 recuperados. No total, já 102.083 pessoas recuperaram da doença.

(Notícia atualizada às 15h29 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pfizer dispara 15% com eficácia da vacina contra a Covid-19. Wall Street toca novos recordes

O anúncio de que a vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer tem 90% de eficácia contra a Covid-19, mas também a vitória de Joe Biden nas eleições dos EUA, levam o Dow e o S&P 500 a recorde.

A sessão é de ganhos em Wall Street, com os investidores a celebrarem a vitória de Joe Biden nas eleições norte-americanas e o anúncio de que a vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer tem 90% de eficácia contra a Covid-19.

O índice de referência, o S&P 500, valoriza 3,79% para 3.642,47 pontos, atingindo assim níveis recorde. Também em máximos está o industrial Dow Jones, que avança 5,31% para 29.828,69 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq soma 1,82% para 135,63 pontos.

A estrela da sessão desta segunda-feira é a Pfizer, cujos títulos sobem 15,22% para 41,94 dólares. Isto depois de ter anunciado que a sua vacina contra a Covid-19 tem 90% de eficácia, o que está a dar ânimo aos investidores. “Hoje [esta segunda-feira] é um grande dia para a ciência e para a humanidade. O primeiro conjunto de resultados do nosso ensaio clínico de fase três da vacina da Covid-19 fornece evidências iniciais da capacidade da nossa vacina de prevenir a Covid-19″, afirmou o chairman e presidente executivo da Pfizer, Albert Bourla, citado pelo The Guardian.

A animar os mercados estão também os resultados das eleições presidenciais norte-americanas. A vitória do democrata Joe Biden deixa perspetivar o fim das guerras comerciais (que marcaram o mandato de Donald Trump), o que dá alento aos investidores.

Tal está a ser refletido particularmente no setor da banca. Os títulos do Goldman Sachs, por exemplo, avançam 5,01% para 211,35 dólares e os do Bank of America valorizam 9,67% para 26,66 dólares.

À Reuters, a analista Susannah Streeter explica que, perante a vitória de Joe Biden e o anunciado sucesso da vacina da Pfizer, os investidores estão agora “a ver um raio de luz através das nuvens”.

Na sessão desta segunda-feira, destaque ainda para as cotadas que têm sido mais prejudicadas pela crise pandémica e pelas restrições impostas em resposta, uma vez que serão também das que mais beneficiarão desta nova vacina contra a Covid-19. Os títulos da Boeing disparam, assim, 13,26% para 178,66 dólares.

(Notícia atualizada às 15h08)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UE impõe tarifas retaliatórias contra EUA. Só as retira mediante reciprocidade

  • Lusa
  • 9 Novembro 2020

“Estamos disponíveis para remover as nossas tarifas a qualquer momento, se os Estados Unidos também o fizerem”, diz Valdis Dombrovskis.

A União Europeia (UE) vai hoje adotar, formalmente, tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos na sequência da autorização da Organização Mundial do Comércio (OMC) por ajudas públicas à aviação, avisando que só as retira mediante reciprocidade norte-americana.

“Infelizmente, apesar dos nossos maiores esforços, não houve progressos do lado dos Estados Unidos e, por isso, confirmamos que a UE vai ainda hoje exercer os seus direitos e impor contramedidas, como autorizado pela OMC no que toca aos [apoios à] Boeing”, anunciou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia com a pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis.

Em meados de outubro, a OMC autorizou a UE a avançar com tarifas retaliatórias de quatro mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros) contra os Estados Unidos no caso que opõe os dois blocos por ajudas diretas à aviação, medida essa que vai hoje entrar oficialmente em vigor e com efeitos imediatos.

“Gostaria de recordar que os Estados Unidos impuseram tarifas retaliatórias à UE durante um ano e apelamos agora a que ambos os lados retirem as contramedidas – sendo que as nossas têm efeitos imediatos –, para que possamos deixar esta situação para trás das costas”, salientou Valdis Dombrovskis, falando em conferência de imprensa após a reunião de hoje dos ministros europeus do Comércio.

Segundo o responsável pela tutela comercial do executivo comunitário, “remover estas tarifas representaria um grande compromisso de ambas as partes” num acordo relativamente aos apoios à aviação.

“E seria uma oportunidade para reforçar a nossa parceria transatlântica e trabalhar de forma conjunta nos nossos objetivos em comum”, adiantou.

Questionado pelos jornalistas se esta medida não aumentará as tensões comerciais com os Estados Unidos, tendo em conta a nova administração norte-americana liderada por Joe Biden, Valdis Dombrovskis rejeitou que Bruxelas esteja a “contribuir para essa escalada”.

“Só estamos a exercer os nossos direitos”, vincou.

E insistiu: “Estamos disponíveis para remover as nossas tarifas a qualquer momento, se os Estados Unidos também o fizerem”.

Em causa está a disputa comercial entre Washington e Bruxelas por causa de ajudas públicas à aviação norte-americana (Boeing) e europeia (Airbus), que já dura há vários anos, e no âmbito da qual a OMC já declarou como culpados tanto os Estados Unidos como a UE.

Com esta autorização, a UE pode aumentar os seus direitos sobre as exportações norte-americanas até 3,4 mil milhões de euros.

Na decisão publicada em meados de outubro, o órgão de apelação da OMC justificou que o montante total destas tarifas retaliatórias que a UE pode adotar é “proporcional ao grau e natureza dos efeitos adversos” das ajudas públicas dos Estados Unidos à Boeing.

Antes, em outubro de 2019, a OMC decidiu a favor dos Estados Unidos e autorizou o país a aplicar tarifas adicionais de 7,5 mil milhões de dólares (quase sete mil milhões de euros) a produtos europeus, em retaliação pelas ajudas da UE à fabricante francesa de aeronaves, a Airbus.

Essa foi a sanção mais pesada alguma vez imposta por aquela organização.

Entretanto, em dezembro passado, os juízes da OMC defenderam que estas tarifas adicionais deviam ser reduzidas em cerca de dois mil milhões de dólares para perto de cinco mil milhões de dólares.

Com esta permissão, os Estados Unidos adotaram taxas aduaneiras de 10% na aeronáutica e de 25% na agricultura.

Em retaliação, Bruxelas avisou logo que iria adotar medidas semelhantes quando tivesse ‘luz verde’ da OMC, já que Washington também foi considerado culpado por apoiar a Boeing.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bares e discotecas dizem que apoios do Governo chegam tarde para muitos

  • Lusa
  • 9 Novembro 2020

Empresas do setor “estão a falir, a declarar insolvência e a despedir todos os dias”, e nem as próprias entidades oficiais “conseguem fazer uma validação do que está a acontecer”.

Os representantes de bares e discotecas consideram que as ajudas anunciadas pelo Governo, nomeadamente apoios majorados, são “bem-vindas”, mas denunciam que já chegam tarde para muitas empresas que vivem da noite e que não faturam há nove meses.

“Este programa já vem um pouco tarde, é sempre bom, mas vem um bocadinho tarde”, disse à Lusa a porta-voz do Movimento para a Abertura dos Bares, Maria João Pinto Coelho, explicando que o programa agora anunciado é “uma extensão” daquele que existiu no início da pandemia e que chegou a “poucos estabelecimentos, não sendo a salvação para muitos”.

O ministro da Economia anunciou na sexta-feira que o novo programa de apoio a empresas – Apoiar.pt – com um montante global de 1.550 milhões de euros, prevê uma majoração para discotecas, bares e outros estabelecimentos que estão encerrados desde março.

“A animação noturna […] é uma situação bastante preocupante, está claro do ponto de vista sanitário que estes estabelecimentos têm muita dificuldade em evitar contaminações, por isso, infelizmente, têm de continuar fechados”, disse Pedro Siza Vieira, que falava na audição conjunta das comissões de Orçamento e Finanças e Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito do debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

De acordo com Maria João Coelho, o programa será “um apoio para sobreviver à crise”, no entanto, é com expetativa que aguarda os resultados práticos.

“Este parece ser o [apoio] mais sério desde o início da pandemia, mas com as dificuldades que houve na primeira fase, na primeira tranche, só depois de estar online vamos ter feedback dos associados e dar mais informação”, acrescentou.

Questionada sobre uma estimativa de quantos bares fecharam desde março, Maria João Carvalho reconheceu a dificuldade em avançar com números, lembrando que as empresas “estão a falir, a declarar insolvência e a despedir todos os dias”, e nem as próprias entidades oficiais “conseguem fazer uma validação do que está a acontecer”.

“É catastrófico”, lamentou, sublinhando que “poucos serão os estabelecimentos que vão sobreviver” às novas restrições anunciadas no âmbito do estado de emergência, que teve hoje início, nomeadamente o horário de encerramento até às 22:30 durante a semana e às 13:00 aos sábados.

“Foi a estocada final”, acusou.

Também o presidente da Associação Nacional de Discotecas, José Gouveia, adiantou à Lusa que, em virtude das novas medidas previstas para as próximas duas semanas, muitas empresas que adaptaram os espaços para restauração e similares “vêm agora o seu investimento deitado por terra”.

Inicialmente fizeram encerrar mais cedo, e agora na totalidade ao fim de semana, que era uma altura em que podiam produzir algum lucro e que assim não o conseguem. Aquilo que se pode dizer nestas empresas é que quem não faliu está a preparar-se para falir, quem não fez despedimentos e está em lay-off está a preparar para o deixar de fazer, é um futuro negro que se está a almejar”, alertou José Gouveia.

Segundo o empresário, neste momento, “não há nenhum pensamento positivo” sobre o futuro e sobre as medidas anunciadas, que refere serem “sempre bem-vindas, apesar de serem insuficientes passados oito meses”.

De acordo com José Gouveia, as ajudas anunciadas pelo ministro da Economia estão “inseridas num pacote que só chegará em janeiro”, salientando que as empresas “que já se encontram moribundas precisam de apoios no imediato”.

José Gouveia avançou ainda que a Autoridade Tributária tem os registos das despesas destas empresas que se encontram encerradas, pelo que, no seu entender, seria fácil saber os lucros que perderam nos últimos meses e as despesas que continuaram a ter, apesar de fechados, e ajudar a aproximar do seu ‘break even point’ (ponto de equilíbrio).

O empresário salientou também que os empresários da noite “sabem e entendem não haver viabilidade para a abertura dos estabelecimentos como antes acontecia”.

“Tal não é o momento, mas para esse efeito [continuar fechados] têm de ser apoiados”, afirmou, reiterando que as empresas fecharam em 12 de março por iniciativa própria, antes de ter sido declarado o primeiro estado de emergência.

Oito meses após o início da pandemia, em 02 de março, Portugal voltou ao estado de emergência até 23 de novembro (o primeiro período decorreu entre março e maio).

Entre as medidas restritivas estão o recolher obrigatório noturno durante a semana (entre as 23:00 e as 05:00 e ao fim de semana a partir das 13:00) nos 121 concelhos de maior risco de contágio.

Nestes 121 municípios, abrangendo 70% da população residente, estão incluídos todos os concelhos das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Eleven compra a MyCujoo, a app portuguesa de transmissão de jogos em streaming

Startup fundada pelos irmãos João e Pedro Presa transmitiu, em 2019, mais de 22 mil jogos e alcançou mais de 16 milhões de utilizadores únicos em todo o mundo.

A Eleven (ex-Eleven Sports) comprou a MyCujoo, startup portuguesa de transmissão de jogos em streaming. A aquisição estabelece as bases de um novo serviço global, trazendo “novas capacidades tecnológicas transformadoras e escaláveis ao grupo. O acordo também permitirá à Eleven oferecer aos detentores de direitos das indústrias desportivas e de entretenimento acesso a tecnologias e ferramentas inovadoras de transmissão ao vivo”, adianta a empresa em comunicado.

Fundada em 2015 pelos irmãos João e Pedro Presa, a tecnologia da MyCujoo para a transmissão de jogos permitiu que federações, ligas, clubes e jogadores de futebol apresentem os seus jogos em direto para um público global. Só em 2019, a MyCujoo transmitiu mais de 22.000 jogos de 3.500 criadores de conteúdos, alcançando mais de 26 milhões de utilizadores únicos em todo o mundo.

Agora, a plataforma da MyCujoo será integrada na Eleven para criar uma nova. “A oferta de conteúdo será organizada nas três verticais reveladas, em agosto, no anúncio da estratégia ELEVEN 2.0 – ELEVEN NEXT, ELEVEN WOMEN e ELEVEN eSPORTS”. A plataforma está programada para estar totalmente operacional em 2021.

“Em conjunto, vamos dar às federações, equipas e jogadores uma nova e melhorada casa para mostrarem o seu talento. O nosso objetivo é servir as comunidades dedicadas de fãs em todo o lado com um destino desportivo global de primeira classe e milhares de horas de desporto em direto. A MyCujoo provou ser um destino destacado para conteúdos de longo prazo nos últimos cinco anos”, esclarece Luís Vicente, CEO da Eleven, acrescentando que, nos próximos meses, a empresa vai tornar-se “o lar da democratização do desporto – premium, profissional, semi-profissional, amador long-tail, new-tail, real e virtual”. “A nossa plataforma fornecerá acesso para todos os desportos, atletas, jogadores, criadores de conteúdo e fãs. Mais do que nunca somos ‘By the Fans. For the Fans'”, sublinha.

A compra da plataforma global de transmissão de jogos é “um momento marcante para a Eleven”, explica a empresa. “O novo serviço global da Eleven complementará as plataformas regionais da Eleven na Europa e na Ásia. A Eleven Bélgica, Portugal, Polónia, Itália, Taiwan, Mianmar (MySports) e Japão continuarão a servir os fãs locais diretamente com o melhor desporto e entretenimento ao vivo”, adianta a Eleven em comunicado.

“A MyCujoo foi fundada com uma única missão – fornecer tecnologia acessível, mas poderosa, para a não-elite do futebol poder transmitir ao vivo, mostrar e perceber o valor do seu conteúdo. Essa missão fez com que milhões de fãs em todo o mundo se envolvessem com os seus clubes com uma proximidade jamais vista”, referem Pedro e João Presa, cofundadores da MyCujoo.

A aquisição da startup portuguesa pela Eleven contou com o apoio dos investidores da MyCujoo, entre os quais a Go4it Capital, Sapphire Sport e Carsten Thoma. O valor da operação não foi divulgado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“É incompreensível para a saúde pública” novas limitações à circulação, diz APED

  • Lusa
  • 9 Novembro 2020

"Hoje, pensar que limitar o acesso aos espaços comerciais é limitar a pandemia, é errado" defendeu o diretor-geral da APED.

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) considera “incompreensível para a saúde pública” e “injusto” para o setor a limitação da circulação nos próximos dois fins de semana nos 121 concelhos com maior risco de contágio covid-19.

“Hoje, pensar que limitar o acesso aos espaços comerciais é limitar a pandemia, é errado” defendeu o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, em declarações à Lusa, argumentando que, atualmente, os consumidores planeiam as compras e demoram pouco tempo nos espaços comerciais, razão pela qual diz ser “incompreensível para a saúde pública” e que “está por esclarecer” as novas limitações de circulação no âmbito do estado de emergência.

“Temos muita dificuldade em compreender esta medida. E é injusta”, considerou o responsável, lembrando que os números da Direção-geral da Saúde, quanto a infetados por covid-19, revelam que é no contexto familiar e social que há maior disseminação da doença e que “não [há disseminação] nestes espaços” comerciais.

“Esperemos que nos próximos dois fins de semana, com estas limitações, não tenhamos constrangimentos com filas à porta”, afirmou, reafirmando o apelo ao Governo para que aumente o número de pessoas – cinco por cada cem metros quadrados – permitido nas lojas dos supermercados. As alterações de horários dos supermercados, antecipando a abertura para as 08:00, é uma das medidas que a APED diz estar a ser ponderada pelo retalho especializado dos centros comerciais.

Durante o estado de emergência, apesar de as deslocações a supermercados serem uma das exceções na proibição de circulação na via pública nas tardes e noites dos próximos dois fins de semana, nos 121 concelhos de maior risco de contágio pelo novo coronavírus, devem ser efetuadas “preferencialmente desacompanhadas e devem respeitar as recomendações e ordens determinadas pelas autoridades de saúde e pelas forças de segurança, designadamente as respeitantes às distâncias a observar entre as pessoas”.

Além da exceção das deslocações aos supermercados, o decreto prevê que durante o recolher obrigatório noturno e nas tardes e noites dos fins de semana de 14 e 15 de novembro e 21 e 22 de novembro são permitidas “deslocações pedonais de curta duração, para efeitos de fruição de momentos ao ar livre, desacompanhadas ou na companhia de membros do mesmo agregado familiar que coabitem” e deslocações para “desempenho de funções profissionais”, atestadas por declaração.

O Governo decretou também o recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos dias de semana, a partir de segunda-feira e até 23 de novembro, nos 121 municípios mais afetados pela pandemia. As medidas afetam 7,1 milhões de pessoas, correspondente a 70% da população de Portugal, dado que os 121 municípios incluem todos os concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Menos dinheiro e cheques, mais digital e contactless. O que vai mudar nos nossos pagamentos no dia-a-dia

Vem aí uma revolução na forma como utiliza o dinheiro no seu dia-a-dia. O Banco de Portugal anunciou esta segunda-feira a Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho 2020-2022.

Vem aí uma revolução na forma como utiliza o dinheiro no seu dia-a-dia. O Banco de Portugal anunciou esta segunda-feira a Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho 2020-2022. Todos os cartões e terminais de pagamento serão contactless dentro de três anos. Haverá menos cheques e dinheiro vivo nas transações. As lojas poderão ser obrigadas a disponibilizar outro meio de pagamento eletrónico além do tradicional numerário. Tudo o que vai mudar nos nossos pagamentos no dia-a-dia nos próximos anos.

Todos os cartões e terminais serão contactless em três anos

Até final do ano, todos os novos cartões (os que serão emitidos) passarão a incorporar tecnologia contactless. Ao contrário dos cartões tradicionais, que obrigam à sua introdução num terminal de pagamento e à colocação do código, estes cartões contactless evitam contacto físico numa compra em qualquer estabelecimento comercial, tornando a operação mais simples.

Atualmente, cerca de metade dos cartões já incorporam essa tecnologia contactless. Tendo em conta que os cartões têm validade de três a quatro anos, dentro de cerca três anos a grande maioria dos cartões serão contactless, por via de uma renovação gradual e natural do parque de cartões.

Para 2021 está previsto alargar a abrangência da rede de terminais de pagamento automático e de cartões de pagamento contactless. Isto é, haverá cada vez mais supermercados e lojas onde poderá efetuar uma compra com cartão contactless ou até com o telemóvel.

Hoje em dia, metade dos terminais de pagamento (TPA) já 50% já aceitam cartão contactless. Dentro de dois anos a grande maioria dos TPA passarão a ter esta solução.

Menos cheques

Os cheques não vão acabar, é certo, apesar de estarem em cada vez maior desuso. E a tendência continuará a ser essa nos próximos anos.

Ainda este ano, o Banco de Portugal vai proceder a uma identificação dos diplomas legislativos e outros normativos que impõem/privilegiam a utilização de instrumentos de pagamento baseados em papel, designadamente o cheque. Com isto, pretende-se identificar situações em que a utilização do cheque não é tão eficiente em relação a outras soluções de pagamento.

Atualmente, usa-se cheque sobretudo em situações de compra de casa e no que diz respeito à regularização tributária perante o Estado (essencialmente por parte de empresas).

Em 2021, dar-se-á o passo seguinte: avaliação dos instrumentos alternativos para os principais casos de uso do cheque (incluindo operações de grande montante e aquelas em que é necessária a confirmação do pagamento).

Lojas com obrigatoriedade de aceitar um pagamento eletrónico?

É uma grande questão. O único meio de pagamento obrigatório nos estabelecimentos comerciais e empresas é o dinheiro vivo, embora onde quer que vamos geralmente fornece um meio alternativo, designadamente o cartão do banco. 2022 poderá marcar o início de uma mudança histórica.

Em 2022, a estratégia prevê que se avalie “a viabilidade de se promover uma alteração legislativa que imponha a obrigação das empresas passarem a aceitar, em conjunto com o numerário, pelo menos um instrumento de pagamento eletrónico”.

Mais pagamentos imediatos, aqui e na Europa

Com vista a vulgarizar os pagamentos imediatos, será implementado em 2021 uma base de dados nacional que permita a associação entre um IBAN e o número de telemóvel, email, número de identificação civil ou número de identificação fiscal. É uma forma a facilitar a utilização das transferências imediatas.

Em 2022, será promovida a utilização generalizada das transferências imediatas, em linha com as iniciativas europeias que estão atualmente em curso.

Mais segurança e uso de elementos biométricos

As compras online também passarão a ser mais seguras. A estratégia prevê a adoção, este ano, dos mecanismos de autenticação forte do cliente em e-commerce (comunicação e alterações técnicas).

Para o próximo ano prevê-se a implementação de mecanismos de autenticação forte que melhorem a usabilidade das soluções de pagamento, como por exemplo, elementos biométricos, como a impressão digital ou o rosto facial.

Facilitar pagamentos ao Estado

Tem impostos a pagar ou alguma contribuição para a Segurança Social para regularizar? A estratégia dos pagamentos de retalho quer promover soluções de pagamento eletrónicas que agilizem os pagamentos à Administração Pública, designadamente aqueles de valor elevado e que se aplicam, geralmente, às empresas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Com quebra de 22% nas receitas, Media Capital antecipa “reforço do posicionamento” no setor

  • Lusa e ECO
  • 9 Novembro 2020

O grupo Media Capital viu os rendimentos consolidados descerem 22% até outubro, para 104,6 milhões, comparativamente com 2019. Mas antecipa um "reforço" do "posicionamento competitivo" no setor.

Os rendimentos consolidados da Media Capital desceram 22% até outubro deste ano, para 104,6 milhões de euros revelou a dona da TVI, num comunicado à CMVM. Porém, apesar do “ano muito difícil”, o presidente executivo, Manuel Alves Monteiro, antecipa “um reforço” do “posicionamento competitivo” do grupo no setor.

“Durante os primeiros dez meses do corrente ano, em resultado do efeito conjugado da pandemia e da redução (em termos acumulados) de quota de audiência do principal canal televisivo (TVI – canal generalista) face ao período homólogo, os rendimentos operacionais do grupo foram negativamente afetados, nomeadamente ao nível da publicidade”, indicou a empresa, numa nota sobre o desempenho operacional e financeiro e perspetivas.

Segundo a Media Capital, estes impactos “tiveram maior incidência nos meses de março a junho, período em que o mercado publicitário relevante do grupo Media Capital (TV FTA, TV Cabo, Rádio e Digital) recuou de forma agregada 17%, 45%, 44% e 19% face ao período homólogo, respetivamente”. O grupo recordou ainda o “efeito adverso da pandemia no mercado de publicidade”.

Apesar do ano 2020 ser marcadamente um ano muito difícil, o grupo soube ser resiliente e alcançou resultados operacionais e financeiros bastante positivos nestes primeiros dez meses do ano.

Manuel Alves Monteiro

Presidente executivo da Media Capital

A empresa, que foi vendida pela espanhola Prisa a vários investidores portugueses nas últimas semanas, registou uma queda do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 13,4 milhões de euros nos primeiros dez meses de 2019 para 6,8 milhões de euros negativos no mesmo período de 2020, referiu o grupo.

“Destaque para os últimos quatro meses, onde o EBITDA se encontrou consistentemente acima dos valores registados em 2019, suportado pela recuperação dos rendimentos operacionais e pela redução dos gastos operacionais face ao período homólogo”, salientou a Media Capital, que viu os gastos operacionais, antes de depreciações e amortizações, recuarem 8%, alcançando 111,4 milhões de euros até outubro, lê-se na mesma nota.

O grupo deu ainda conta do endividamento financeiro líquido do período em análise, que “devido a uma cuidada gestão de tesouraria” diminuiu 7,3 milhões de euros desde junho de 2020 (de 93,5 milhões de euros para 86,2 milhões de euros)”.

“Neste ambiente, e consciente da sua relevância e responsabilidade enquanto grupo de media de excelência e referência em Portugal, foram tomadas as medidas operacionais e estratégicas adequadas por forma a corresponder aos difíceis desafios, garantindo em simultâneo a qualidade da cobertura jornalística e dos restantes conteúdos ao público em geral, bem como a execução das necessárias medidas de segurança sanitária”, garantiu a empresa.

A Media Capital ressalvou que “estas iniciativas acarretam um inevitável agravamento de gastos, com o concomitante impacto negativo em termos de rentabilidade, que encontra justificação atendendo ao papel do grupo na sociedade”.

Paralelamente, “foram encetadas medidas de eficiência operacional para acomodar parte do impacto económico negativo” e “que englobaram a redução de gastos de outras naturezas e de despesas de capital, bem como uma gestão especialmente atenta do fundo de maneio”, disse o grupo.

Para o futuro, a empresa diz que “é através da continuação da melhoria dos contextos externo e interno que o grupo antecipa um reforço do seu posicionamento competitivo no setor e um desagravamento substancial dos comparativos financeiros nos restantes meses de 2020, antecipando um valor anual de EBITDA ajustado de gastos com reestruturação a tender para zero para o corrente ano”.

A Media Capital garante que tem em implantação uma nova estratégia “existindo uma forte expectativa de que o grupo saberá recuperar níveis históricos de rentabilidade já exibidos em exercícios passados”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vacina e Biden fazem bolsas europeias disparar mais de 5%

As bolsas do Velho Continente estão com ganhos acentuados esta segunda-feira, depois de ter sido anunciado que a vacina experimental da Pfizer é 90% eficaz. Joe Biden continua a animar os mercados.

As bolsas europeias estão a disparar à boleia da vacina contra o coronavírus. Depois de a farmacêutica Pfizer anunciar que a vacina experimental contra a epidemia é 90% eficaz as praças europeias estão a apresentar valorizações superiores a 5%.

Por Lisboa, o PSI-20 está a avançar 4,07% para 4,205.32 pontos, naquela que é a maior subida desde 18 de maio. Entre as 18 cotadas nacionais, apenas a Novabase está no vermelho, e com uma desvalorização ligeira.

Nas praças do Velho Continente, o espanhol Ibex-35 soma 8,13% para 7,429.3 pontos, enquanto o francês CAC-40 valoriza 6,22% para 5,269.58 pontos. O alemão DAX ganha 5,81% para 13,204.76 pontos, assim como o italiano FTSE que sobe 5,3% para 6,223.36 pontos. O principal índice de referência, Stoxx-600, avança 4,48% para 382.80 pontos.

Esta tendência positiva também se nota no mercado petrolífero, com o preço do barril de petróleo a disparar. O barril de Brent, negociado em Londres e que serve de referência às importações nacionais, está a valorizar 8,72% para 42,89 dólares, enquanto o WTI, negociado no Texas, avança 9,77% para 40,77 dólares.

Esta manhã, os ganhos tornaram-se mais acentuados um pouco por todo a Europa, depois de ter sido anunciado que a vacina experimental da Pfizer contra o coronavírus tem 90% de eficácia. “Hoje é um grande dia para a ciência e para a humanidade. O primeiro conjunto de resultados do nosso ensaio clínico de fase três da vacina da Covid-19 fornece evidências iniciais da capacidade da nossa vacina de prevenir” a doença, afirmou o CEO da farmacêutica norte-americana, Albert Bourla, citado pelo The Guardian.

Esta notícia “é muito importante porque valida a visão do mercado de que a economia e os lucros podem retomar o caminho de crescimento que tinham antes da crise” de coronavírus, diz Andrea Cicione, responsável de estratégia da TS Lombard, citada pela Reuters. “O maior impulsionador da perspetiva económica vem de fatores externos”, acrescenta o analista do ING, Carsten Brzeski.

Durante a sua campanha para as presidenciais, Donald Trump deu bastante destaque ao surgimento de uma vacina para breve. “Temos uma vacina a vir. Está pronta e vai ser anunciada dentro de semanas. O exército vai distribui-la”, disse o republicano, no debate contra Joe Biden, a 23 de outubro. Quando questionado se podia assegurar a chegada de uma vacina em semanas, Trump respondeu que não, mas que isso iria acontecer “até ao final do ano”.

Esta segunda-feira, depois do anúncio da Pfizer, Donald Trump já reagiu no Twitter. “Os mercados estão em alta, a vacina vai chegar em breve. Tem 90% de eficácia. São ótimas notícias”, escreveu.

A abertura dos mercados já tinha sido positiva, com a eleição de Joe Biden a continuar a animar os investidores. “Era cada vez mais evidente que Biden iria ganhar. Embora as autoridades dos EUA e os meios de comunicação tenham sido extremamente cautelosos e adiado a decisão até ao fim de semana, os mercados celebraram mais cedo, com as bolsas a recuperarem em todo o mundo e os portos seguros, incluindo o dólar americano, em queda livre“, diz a Ebury, numa nota enviada esta segunda-feira.

Nas próximas semanas, a Ebury antecipa que “a forma como os mercados cambiais vão digerir a combinação entre a vitória de Biden e um Senado que, tudo indica, continuará nas mãos dos Republicanos será determinante”, sendo “quase certo que as tensões comerciais irão relaxar”.

(Notícia atualizada às 13h59 com reação de Donald Trump)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.