Antram estima perdas superiores a três milhões de euros com motoristas retidos no Reino Unido

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

A circulação dos motoristas portugueses, retidos na fronteira entre o Reino Unido e a França, bloqueados após a identificação de uma nova estirpe do coronavírus, ainda não está a acontecer.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) estima que as empresas podem sofrer perdas diretas superiores a três milhões de euros devido aos motoristas portugueses retidos no Reino Unido.

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da associação, André Matias de Almeida, disse que o balanço da Antram é o de que, “durante estes poucos dias”, as perdas para as empresas possam “ultrapassar os dois, três milhões de euros”.

“Este valor que estamos a avançar é um valor para as perdas diretas, ou seja, são transportes e serviços que não foram realizados, e há, obviamente, todo o conjunto de situações que não pode ser realizado, por os veículos se encontrarem alocados e retidos num determinado espaço, cuja intenção era que circulassem para o espaço europeu e pudessem prestar outros serviços”, explicou o responsável.

De acordo com as informações mais recentes recolhidas pela Antram junto dos seus associados, a circulação dos motoristas portugueses, retidos na fronteira entre o Reino Unido e a França, bloqueados após a identificação de uma nova estirpe do coronavírus, ainda não está a acontecer.

“A informação que temos é que até há duas horas estava a haver alguma circulação, é verdade, os motoristas e os veículos já estão a circular, mas não estão ainda motoristas portugueses em circulação”, adiantou Matias de Almeida.

A Antram disse estar consciente de que a ambição de que aqueles motoristas consigam chegar a Portugal até ao Natal “é cada vez mais longínqua e muito difícil de alcançar”, devido à complexidade logística da operação de testagem para a covid-19 a todos aqueles profissionais.

“A condição para o trânsito é a testagem, que está a decorrer num parque de estacionamento improvisado, onde todos os motoristas que quiserem fazer a circulação serão testados. Isto, como é possível imaginar, quando estamos a falar de cerca de cinco a seis mil camiões, estamos a falar de uma operação logística de grande monta e, nessa medida, acreditamos que essa operação deverá levar o seu tempo e inviabilizar que esses motoristas passem o Natal com as suas famílias”, lamentou o advogado e porta-voz da associação patronal.

Segundo a Antram, a situação mantém-se “muito preocupante” também do ponto de vista humanitário. “Uma situação que eu gostava de realçar são as condições sanitárias em que aqueles motoristas se encontravam e se encontram a esta data, que está, obviamente, ao arrepio de qualquer regra sanitária da Organização Mundial de Saúde, ou de qualquer Estado-membro da União Europeia”, apontou o advogado.

Sublinhando que há motoristas retidos que estiveram em território inglês apenas “cinco ou seis horas”, a Antram disse não fazer “muito sentido” exigir a apresentação de um teste negativo para a presença de SARS-CoV-2 que tenha sido feito com um mínimo de 72 horas de antecedência.

“Chamamos a atenção para os agentes políticos, por um lado, e económicos, por outro, que aquilo que aconteceu é um precedente gravíssimo no que diz respeito às normas europeias e de circulação de veículos e também ao pânico do ponto de vista humanitário que se pode causar, quando eu deixo milhares de motoristas cuja única forma que têm de ter condições de higiene é o seu próprio veículo”, realçou.

O encerramento da fronteira, ordenado pela França na noite de domingo, em resposta à descoberta de uma nova estirpe do coronavírus em Inglaterra, causou o caos nas áreas próximas dos pontos de travessia do Canal da Mancha, com cerca de 4.000 camionistas, incluindo portugueses, forçados a passar várias noites no interior dos veículos.

Após intensas negociações entre Londres e Paris, França concordou na noite passada reabrir a fronteira e autorizar a passagem de cidadãos franceses, residentes britânicos em França e motoristas de camião, desde que tenham um teste de covid-19 negativo.

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Programa Apoiar alargado ao 4.º trimestre e com reforço de 150 milhões de euros

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

O secretário de Estado da Economia revelou que o Governo irá estender o programa Apoiar às perdas na faturação relativas ao quarto trimestre do ano, reforçando-o em 150 milhões de euros.

O Governo vai alargar o programa Apoiar às perdas na faturação relativas quarto trimestre do ano e reforçar a dotação em 150 milhões de euros, disse esta quarta-feira à agência Lusa o secretário de Estado da Economia, João Neves.

“O que desejamos é que possamos acorrer ao maior número de empresas, tal como temos feito na primeira parte do Apoiar”, disse o governante, referindo que a intenção do executivo é que a dotação do programa vá sendo ajustada “em função das circunstâncias”.

A expectativa do Governo é que a publicação das portarias necessárias para que os empresários possam candidatar-se ao novo reforço ocorra “em meados do mês de janeiro”.

O programa Apoiar consiste num apoio a fundo perdido destinado a micro e pequenas empresas dos setores mais afetados pela crise, como é o caso do comércio, cultura, alojamento e atividades turísticas e restauração, abrangendo as que tiveram quebras de faturação superiores a 25% nos primeiros nove meses deste ano.

O programa começou com 750 milhões de euros para apoios até ao final de setembro, valor depois reforçado para 900 milhões de euros.

Segundo João Neves, o Governo recebeu até hoje cerca de 39 mil candidaturas ao programa (aberto em 25 de novembro), num conjunto de 21 mil projetos e cerca de 105 milhões de euros de pagamentos já concretizados.

“Esperamos, no decorrer destes dias, até ao final do ano, fazer ainda um número bastante significativo de pagamentos para responder a todas as empresas nesta fase”, disse.

O governante lembrou a propósito que o programa visa o apoio de todos os setores de comércio e serviços destinados ao público e que representam cerca de um terço do PIB português.

“É um conjunto muito vasto de empresas e empregos que podem ser abrangidos, sendo que as empresas têm que ter uma quebra no volume de negócios homóloga de 25%. Ou seja, o apoio não é para toda a gente, mas é para aqueles que estão a sofrer mais com as dificuldades que resultam da mobilidade mais reduzida das pessoas”, disse.

No dia 11 de dezembro, foi anunciado o alargamento do universo de empresas que podem ser contempladas pelo programa Apoiar, tendo ainda reduzido, com condições, algumas das restrições iniciais do programa, como a exigência de capitais próprios positivos ou inexistência de dívidas ao Estado.

O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado até 07 de janeiro, com recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

O Governo decidiu manter as medidas previstas para o Natal, mas agravou as do período do Ano Novo, com recolher obrigatório a partir das 23 horas de 31 de dezembro, e a partir das 13 horas nos dias 01, 02 e 03 de janeiro.

É também proibido circular entre concelhos entre a meia-noite de 31 de dezembro e as 5 horas de 04 de janeiro.

O funcionamento dos restaurantes em todo o território continental é permitido até às 22h30 no último dia do ano, e até às 13 horas nos dias 01, 02 e 03 de janeiro.

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Melhoria nos dados do desemprego anima Wall Street

O número de pedidos de subsídio de desemprego caiu na última semana, contrariando as previsões dos analistas. Os principais índices de referência registam ganhos.

As bolsas norte-americanas estão em alta. Dados dos pedidos de subsídio de desemprego mais positivos do que o esperado estão a animar os investidores.

O número de norte-americanos que avançaram com pedidos de subsídio de desemprego pela primeira vez na semana passada caiu, contrariando as expectativas dos analistas, embora permaneça elevado. Os pedidos iniciais de subsídio de desemprego totalizaram os 803 mil, ajustados da sazonalidade, para a semana que terminou a 19 de dezembro, o que compara com 892 mil na semana anterior, segundo a Reuters.

Perante este cenário, o industrial Dow Jones avança 0,43% para os 30.145,28 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 ganha 0,35% para os 3.700,26 pontos. Já o tecnológico Nasdaq sobe 0,16% para os 12.828,97 pontos.

A Pfizer sobe 0,79% para os 37,03 dólares, depois de anunciar um acordo para fornecer aos Estados Unidos 100 milhões de doses adicionais da sua vacina contra a Covid-19 até julho do próximo ano. A farmacêutica Merck avança também, 0,19% para os 79,57 dólares, depois de ter celebrado um acordo com o Governo norte-americano.

Por outro lado, o Walmart cai 0,13%, após o Departamento de Justiça norte-americano acusar a empresa de alimentar a crise dos opioides nos Estados Unidos.

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Morreram mais 89 pessoas por Covid-19 e há 4.602 novas infeções

  • ECO
  • 23 Dezembro 2020

Portugal tem a lamentar mais 89 vítimas mortais da Covid-19, com a DGS a dar nota da deteção de 4.602 novas infeções na véspera da noite de consoada.

O novo coronavírus tirou a vida a mais 89 pessoas em Portugal nas últimas 24 horas, uma subida face às 63 mortes registadas na terça-feira. O mais recente boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) mostra também que foram detetadas 4.602 outras pessoas com Covid-19, quase o dobro dos novos casos registados no balanço anterior.

A subida dos casos e das mortes acontece na véspera da consoada e em cima do período do Natal, recordando aos portugueses que a pandemia continua ativa e a alastrar-se por todo o país. A informação divulgada esta quarta-feira aponta para a subida de 892 no número de casos ativos, numa altura em que 68.469 portugueses lutam contra a infeção.

Desde o início da pandemia que já foram registados pelas autoridades nacionais de saúde um total de 383.258 casos. O coronavírus, que terá tido origem na China, tirou mesmo a vida a pelo menos 3.621 pessoas em Portugal.

A esmagadora maioria dos infetados estão a ser medicamente seguidos e tratados nos respetivos domicílios, mas existem 2.990 pessoas sujeitas a internamento hospitalar (-105), das quais 511 estão em unidades de cuidados intensivos (+3).

Boletim epidemiológico de 23 de dezembro:

A análise por regiões indica haver 1.811 novos casos de Covid-19 no Norte, onde morreram 32 das 89 pessoas. Lisboa e Vale do Tejo conta com 1.467 novas infeções e supera a anterior região em mortes, com 40 óbitos a lamentar. O Centro tem 791 novos casos e 14 mortes; o Alentejo tem 322 novos casos e três mortes; e o Algarve conta com 151 novos casos e nenhuma morte nas últimas 24 horas.

Nas regiões autónomas também não se lamentam óbitos recentes, mas 22 novos casos foram encontrados nos Açores e 38 foram descobertos na Madeira, indicam os dados da DGS desta quarta-feira.

O boletim epidemiológico dá, por fim, conta de mais 709 pessoas sob vigilância ativa das autoridades de saúde, depois de terem contactado com outro caso positivo. No total, estão 87.043 pessoas nesta situação, havendo ainda mais 3.621 pessoas dadas como recuperadas, num total que ascende agora a 308.446.

Apesar dos apelos de contenção por parte da DGS, do Governo e do Presidente da República, é expectável que milhares de portugueses se desloquem nestes dias para celebrarem o Natal com os familiares, depois de o Executivo ter decidido não implementar medidas de restrição à circulação (permitindo mas não incentivando o encontro entre as pessoas). A quadra tem espoletado receios de uma eventual terceira vaga em janeiro.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h41)

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Regulador dos mercados processa Ripple e criptomoeda afunda 37%

A SEC considera que a criptomoeda Ripple, gerida pela empresa com o mesmo nome, é equivalente a uma venda não licenciada de ações. Acusou a startup de violar o código dos valores mobiliários.

A startup financeira Ripple, responsável pela criptomoeda com o mesmo nome, está formalmente na mira das autoridades norte-americanas. A SEC (congénere da CMVM) considera que a moeda virtual emitida e gerida pela empresa é equivalente a uma venda de ações não licenciada e acusou a empresa de promover uma “oferta não registada”.

A Ripple gere uma rede de pagamentos assente na blockchain, recorrendo a uma moeda virtual própria com o mesmo nome (abreviatura “XRP”), que ganhou grande popularidade em 2017, em pleno boom das moedas virtuais, incluindo a bitcoin. Quatro anos depois de saltar para a ribalta, a SEC considera agora que a emissão da criptomoeda é o equivalente a uma venda de ações, que, como tal, teria de ser licenciada pelo supervisor.

“Emitentes que procurem os benefícios de uma oferta pública, incluindo o acesso a investidores de retalho, distribuição ampla e um mercado de transações secundário, devem respeitar as leis federais dos valores mobiliários que requerem o registo das ofertas, a não ser que alguma exceção se aplique”, considerou a SEC na acusação, citada pela Business Insider.

Numa declaração, Marc P. Berger, diretor adjunto da divisão de cumprimento da SEC, explicou também que a acusação alega que “a Ripple e os seus executivos falharam ao longo de um período de anos em satisfazer estas provisões nucleares de proteção dos investidores e, em resultado, estes ficaram sem informação à qual têm direito”.

Face à acusação, o valor da criptomoeda afundou no mercado e chegou a atingir esta quarta-feira os 0,30 dólares, um recuo de mais de 37% face ao valor de fecho do dia anterior. Só esta semana, e depois de a Ripple ter admitido no início da semana que esperava ser alvo deste processo, o valor deste ativo virtual já recuou cerca de 27,5%, comparando com o máximo de 3,84 dólares que cada unidade da moeda chegou a valer em janeiro de 2018.

“Para ser claro, tudo isto é baseado na assunção ilógica de que o XRP, na visão deles, é de alguma forma equivalente a uma venda de ações”, comentou o presidente executivo da Ripple, Bradley Garlinghouse.

Já em 2017, a Ripple era vista com ceticismo por alguns puristas das criptomoedas, visto ser uma das únicas a recorrer a uma blockchain privada e centralizada, ao contrário de moedas como o Ethereum ou mesmo a bitcoin, que são totalmente descentralizadas e não são geridas por nenhuma entidade em concreto. Desde logo, ao contrário da generalidade das criptomoedas, a oferta da Ripple é controlada pela própria empresa.

Segundo dados da Coinbase, uma carteira de criptomoedas, a Ripple (XRP) assume um valor de mercado total de 16 mil milhões de dólares, num total de 45,4 mil milhões de “moedas” em circulação. É a quarta criptomoeda mais popular e transacionada nessa plataforma e nas últimas 24 horas, 18,9 mil milhões de unidades trocaram de mãos.

A Ripple detém uma parte relevante da oferta total de criptomoedas. Segundo a acusação da SEC, os executivos da Ripple venderam pessoalmente o equivalente a cerca de 600 milhões de dólares da criptomoeda.

A acusação da SEC deverá ser atentamente seguida por outros reguladores, e também por outras empresas que emitiram criptomoedas no boom das crypto em 2017. Surge ainda num mês em que a bitcoin voltou a bater recordes, cotando pela primeira vez acima dos 20 mil dólares, trazendo a Wall Street ecos da euforia vivida há quatro anos.

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Altice ganha concurso de exploração da linha SNS24 por mais três anos

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

Presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde avançou que a Altice ganhou o concurso público de exploração da linha SNS24 por mais três anos.

A operadora de telecomunicações Altice venceu o concurso público de exploração do Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde (linha SNS24) para os próximos três anos, confirmou o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Em entrevista à Lusa, Luís Goes Pinheiro explicou que o concurso público abrangia diversos lotes e que “ainda não terminou”, mas indicou que já há uma decisão final do júri neste âmbito e que escolheu manter a prestação de serviços nas mãos da Altice, que já detinha a exploração das telecomunicações e dos sistemas de informação de apoio ao atendimento no SNS24.

Já foi feita uma adjudicação desse lote. Será o mesmo operador, que se mantém para os próximos três anos. Está previsto no contrato que, caso o concurso terminasse depois do dia 31 de outubro, a sua execução só se iniciaria em março do próximo ano, exatamente para não iniciar a execução durante os meses de inverno, em que há concorrência de outras doenças respiratórias e porque poderia ser necessário fazer uma transição entre operadores”, afirmou.

Em causa poderia estar uma mudança na exploração do serviço em plena pandemia de Covid-19 mas, de acordo com Luís Goes Pinheiro, para este lote do concurso público – que considerou ser “o mais relevante” entre os que estavam em aberto – “houve apenas um concorrente que apresentou proposta” e essa situação acabou por tornar a decisão do júri “mais fácil”, com os SPMS a limitarem-se a seguir a escolha efetuada.

O presidente dos SPMS explicou também que falta somente decidir o vencedor de um outro lote neste concurso público, mas que os prazos de execução devem acompanhar o início da execução do novo contrato para o serviço de telecomunicações e sistemas de informação do SNS24, ou seja, “não antes de março” de 2021.

O concurso público para a exploração do SNS24 foi lançado no passado dia 7 de agosto e os SPMS foram autorizados a assumir um encargo plurianual até ao montante de 36,7 milhões de euros, consubstanciando um reforço superior em mais de 10 milhões de euros em relação ao valor do anterior contrato.

Segundo o site oficial da entidade sob a tutela do Ministério da Saúde, o concurso “aumenta ainda significativamente as exigências contratuais para com o futuro operador, salvaguardando questões de disponibilidade e de celeridade no atendimento”. O contrato que os SPMS tinham até agora previa um atendimento diário até 10 mil chamadas, número largamente ultrapassado desde que o país começou a ser atingido pela pandemia de Covid-19.

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Decisão do Governo de suspender acordos de empresa viola a Constituição, acusa sindicato

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

SPAC considera que a resolução do Conselho de Ministros “está ferida de variadas inconstitucionalidades e ilegalidades” e, neste sentido, garante que vai recorrer “a todos os meios judicias.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou esta quarta-feira o Governo de violar a Constituição por ter decidido “unilateralmente” suspender os acordos de empresa da TAP, que considera uma “iniciativa arriscada e socialmente irresponsável”.

“Após um simulacro de negociação antes da apresentação do plano de reestruturação do Grupo TAP a Bruxelas, o Governo toma agora uma decisão unilateral, sem consultar os representantes dos trabalhadores, em clara violação da Constituição”, afirmou o SPAC, numa comunicação aos associados, sublinhando que o Governo “prefere usar instrumentos de pressão sobre os pilotos do que realizar uma negociação efetiva de boa-fé”.

Assim, “antevendo esta posição”, a direção do SPAC deu conta de ter apresentado na terça-feira à TAP “uma proposta de acordo de emergência de suspensão parcial e alteração parcial do Acordo de Empresa (da TAP SA), com vista a dar início a um processo negocial que seja alternativa à iniciativa arriscada e socialmente irresponsável do Governo, materializada na referida Resolução do Conselho de Ministros”. O Conselho de Ministros aprovou na terça-feira uma resolução que declara a TAP, a Portugália e a Cateringpor, a empresa de ‘catering’ do grupo TAP, em “situação económica difícil”.

A estas empresas são, assim, atribuídos os efeitos previstos na legislação, nomeadamente a alteração de condições de trabalho e a não aplicação ou a suspensão, total ou parcial, das cláusulas dos acordos de empresa ou dos instrumentos de regulamentação coletiva aplicáveis, com estabelecimento do respetivo regime sucedâneo”, adiantou o Governo, em comunicado.

Na comunicados aos associados, a que a Lusa teve acesso, o SPAC considerou que a resolução do Conselho de Ministros “está ferida de variadas inconstitucionalidades e ilegalidades” e, neste sentido, garante que vai recorrer “a todos os meios judicias e extrajudiciais para defesa do Estado de Direito e da Lei Fundamental”.

Na opinião do sindicato que representa os pilotos da transportadora, “o Governo escolheu o caminho mais difícil para resolver os graves problemas do grupo TAP”, passando, assim, a pertencer-lhe “a responsabilidade pelas consequências dessa escolha”.

Ainda assim, o SPAC disse manter-se disponível para negociar soluções estruturais para a TAP, esperando “bom senso” para que isso seja possível. “Até lá, iremos reagir por todos os meios ao nosso alcance contra este atentado aos direitos dos pilotos, em especial o de audição das suas estruturas representativas e de negociação e contratação colectiva”, reiterou.

O plano de reestruturação da TAP, entregue em Bruxelas este mês prevê a suspensão dos acordos de empresa, medida sem a qual, segundo o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, não seria possível fazer a reestruturação da TAP.

Prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas. O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.

Comissão de Trabalhadores quer plano de reestruturação

Também a Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP acusou esta quarta-feira o Governo e a administração de não cumprirem a lei ao negarem facultar informação oficial do projeto de reestruturação entregue à Comissão Europeia. “De acordo com a lei, as CTs devem dar parecer sobre os processos de reestruturação das empresas, e tanto a administração, como o Governo e quem tutela, não estão a cumprir a lei, negando a informação oficial do projeto de reestruturação já entregue a Bruxelas”, considerou a CT da companhia aérea.

A estrutura representativa dos trabalhadores diz que solicitou a disponibilização dos documentos apresentados durante as reuniões com a administração e com o Ministério das Infraestruturas e da Habitação, bem como do plano de reestruturação que foi entregue no passado dia 10 à Comissão Europeia, que “nunca” foram facultados.

“Foi-nos, sim, enviado para assinatura, um inadmissível acordo de confidencialidade a dez anos, que nos impede de divulgar e discutir com os trabalhadores seja por que meios for, as matérias contidas no projeto de reestruturação”, acrescentou a CT, realçando que “o Código do Trabalho já prevê o dever de confidencialidade das Comissões de Trabalhadores em matérias específicas”.

A CT reiterou que se opõe a medidas de despedimento de trabalhadores e cortes salariais, previstas no plano, e, neste sentido, está a ponderar, juntamente com outros órgãos representativos dos trabalhadores, a possibilidade de avançar com um plenário geral de trabalhadores em janeiro.

“A reestruturação da companhia deve ter em conta as reais necessidades do país em ‘tempos normais’ e não ser feita à luz de situação pandémica. Os trabalhadores não são o problema, são parte da solução para a retoma da TAP e a manutenção do seu papel”, sublinhou a estrutura.

Na perspetiva da CT, os trabalhadores não devem ser castigados pelos “desaires de outros” e atribuiu as culpas da situação financeira difícil em que a transportadora se encontra ao Governo e a antigas gestões. “As opções tomadas têm muito a ver com a situação financeira da TAP, senão vejamos: em 2001 a TAP quase colapsava em consequência da falência da Swissair, negócio imposto por Bruxelas a que o Estado cedeu”, começou por elencar.

A CT apontou o dedo também à compra no Brasil da VEM – Varig Engenharia e Manutenção, em 2005, “um sorvedouro de recursos financeiros”, e ao crescimento não sustentado, primeiro com a administração de Fernando Pinto e, depois, com a Atlantic Gateway, que diz ter aberto rotas e comprado aviões “sem que houvesse uma almofada financeira para sustentar” aquele crescimento.

“Em cima de tudo isto temos a concessão da ANA à Vinci, para nós erro crasso, pois deve haver o controlo público da gestão aeroportuária por forma a facilitar a complementaridade entre a gestão dos aeroportos, o ‘hub’ de Lisboa e a existência da TAP como companhia aérea de bandeira ao serviço do país”, concluiu.

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Reabilitação urbana contrai 14,6% em novembro

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

A atividade na reabilitação urbana registou uma contração em termos homólogos de 14,6% em novembro, enquanto a carteira de encomendas recuou 13,6%.

A atividade na reabilitação urbana registou uma contração em termos homólogos de 14,6% em novembro, enquanto a carteira de encomendas recuou 13,6%, anunciou esta quarta-feira a Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).

“O índice que mede a evolução do Nível de Atividade na Reabilitação Urbana regista uma contração de 14,6% em termos homólogos em novembro, menos 2,2 pontos percentuais (p.p.) que o verificado no mês anterior”, ao passo que No índice Carteira de Encomendas observa-se uma redução de 13,6%, em termos homólogos, valor que é 1,9 p.p. inferior ao apurado em outubro, refere a associação representativa do setor, em comunicado.

Daí que a AICCOPN, baseando-se no inquérito por si efetuado aos empresários que operam no mercado da reabilitação urbana, constatou a “manutenção da tendência decrescente” observada nos últimos meses nos principais indicadores qualitativos de atividade.

Isto ocorre, sustenta, “num momento em que a imposição de restrições resultantes da situação pandémica, afetam as empresas e as condições operacionais em que as intervenções são desenvolvidas”.

No entanto, a AICCOPN realça também que em relação ao número de meses de produção contratada, ou seja, o tempo assegurado de laboração a um ritmo normal de produção, em novembro foi possível constatar uma “recuperação face ao apurado nos meses anteriores”, fixando-se em 8,8 meses.

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Estudo revela três novas variantes do vírus a circular em Portugal

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2020

Uma das mutações é uma variante que apareceu em Espanha há alguns meses e que se disseminou pelo resto da Europa rapidamente.

Um estudo sobre diversidade genética do coronavírus SARS-CoV-2 detetou três novas variantes do vírus a circular na segunda vaga da pandemia de Covid-19 em Portugal, avançou esta quarta-feira à Lusa um investigador do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).

Uma das três variantes representa cerca de 70% dos genomas virais analisados no estudo e que se caracteriza por “uma mutação muito específica” que afeta as regiões onde se ligam os anticorpos.

“Verificámos agora neste estudo que fizemos em colaboração com o Instituto Gulbenkian de Ciência [IGC] que as variantes que estão a caracterizar esta segunda vaga em Portugal têm mutações que não estavam descritas durante toda a primeira vaga”, adiantou João Paulo Gomes, responsável pela unidade de bioinformática do Departamento de Doenças Infecciosas do INSA.

As três variantes mais frequentes, cada uma delas reconhecida por uma alteração diferente na proteína Spike (A222V, S477N ou S98F), foram detetadas em todas as regiões de Portugal continental, sugerindo que terão sido as principais corresponsáveis pela segunda vaga epidémica de SARS-CoV-2.

O coordenador do “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal” explicou que esta situação resulta de “um processo de adaptação do vírus ao ser humano”.

“É normal que isso aconteça, passou um ano desde que o vírus apareceu a infetar os seres humanos, portanto, é perfeitamente normal”, disse, exemplificando que “a variante do Reino Unido que apareceu agora é mais uma e não será a última, infelizmente”, e que gera preocupação.

Relativamente às mutações observadas no país, o investigador afirmou que algumas “são bem interessantes”, mas não são exclusivas de Portugal, sublinhando que “uma das mutações caracteriza uma variante que apareceu em Espanha há alguns meses e que se disseminou pelo resto da Europa a uma velocidade espantosa” e que foi observada agora em Portugal em 70% das amostras analisadas no estudo

Questionado se esta variante é mais letal e se pode explicar o aumento de casos na segunda vaga, o investigador afirmou que “em termos clínicos não há qualquer evidência de que exista uma maior severidade em termos de doença”. O aumento de casos pode justificar-se com a existência de variantes genéticas com maior capacidade de transmissão, mas o investigador considera que o comportamento social está na base do maior número casos na segunda vaga em todo mundo.

“Durante a primeira vaga observámos medidas de restrição mais severas que permitiram um maior controle, agora não estamos a observar isso porque no fim da primeira vaga houve um desconfinamento geral e nós nunca voltámos a um verdadeiro confinamento” porque “seria muito difícil fazê-lo” por questões económicas, sociais, familiares

Segundo o relatório do estudo divulgado, foram analisadas, até à data, 2.234 sequências do genoma do SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19, obtidas de amostras colhidas em 68 laboratórios, hospitais, instituições, representando 199 concelhos de Portugal.

Nesta atualização do estudo foram inseridas mais 449 sequências do genoma de SARS-CoV-2, colhidas desde o início de novembro em 19 laboratórios/hospitais colaboradores de todo o país, estando representados 16 distritos do Continente e dos Açores, num total de 113 concelhos.

Do total de vírus sequenciados não se encontrou qualquer vírus com a combinação de mutações apresentada pela variante atualmente a circular no Reino Unido ou pelas variantes associadas a surtos de SARS-CoV-2 em explorações de martas na Dinamarca.

“Curiosamente, não foi detetada a variante genética que marcou a primeira vaga da epidemia de Covid-19 em Portugal (com a mutação na Spike D839Y) nos genomas analisados da segunda vaga. Isto sugere que medidas de saúde pública implementadas terão mitigado a continuação da sua transmissão”, sublinha o documento.

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PLMJ assessora venda da SPER e da Planestrada

A operação foi liderada pelo sócio de corporate M&A, Diogo Perestrelo, e pelos advogados Nuno Marques, Elsa Pizarro Pardal e Carolina Sá.

A sociedade de advogados PLMJ assessorou um consórcio de acionistas na venda da totalidade das ações e dos créditos da Sociedade Portuguesa para a Construção e Exploração Rodoviária e da Planestrada Operação e Manutenção Rodoviária.

O consórcio de vendedores assessorados pela PLMJ integra o Banco Comercial Português, Novo Banco, Grupo ACS, Tecnovia e Conduril.

A operação foi liderada pelo sócio de corporate M&A, Diogo Perestrelo, e pelos advogados Nuno Marques, Elsa Pizarro Pardal e Carolina Sá.

A SPER detém a subconcessão até 2039 da ligação rodoviária entre Évora, Beja e Castro Verde num total de 113.4 km (subconcessão do Baixo Alentejo). A Planestrada é responsável pela operação e manutenção da subconcessão.

O comprador é uma entidade detida por um fundo de investimento gerido pela Vauban Infrastructure Partners, um investidor de longo prazo com cerca de 4.400 milhões de euros de ativos sob gestão em mais de 50 operações.

A conclusão da transação, ainda sujeita a condições precedentes, está prevista para o primeiro semestre de 2021.

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Portugal já usa 9% de energias renováveis nos transportes, mas na Suécia são mais de 30%

O Grupo dos 27 Estados Membros da UE está ainda longe da sua própria meta de 10% em 2020. Isto por causa das enormes discrepâncias entre os países.

Em média, a percentagem de energia proveniente de fontes renováveis ​​nos transportes aumentou de 1,6% em 2004 para 8,9% em 2019, de acordo com os dados publicados esta quarta-feira pelo Eurostat. O Grupo dos 27 países da UE está ainda longe da sua própria meta de 10% em 2020.

Isto por causa das enormes discrepâncias entre os países. De entre os Estados-Membros da União Europeia, os países que mais usam energias limpas no transporte rodoviário são a Suécia (30,3%), a Finlândia (21,3%) e os Países Baixos (12,5%). No extremo oposto estão a Grécia e a Lituânia (4%) e o Chipre (3,3%). A meta traçada por Bruxelas para 2020 no que diz respeito à incorporação de fontes limpas para mover os automóveis nas estradas é de 10%.

Portugal está perto de chegar a esta meta, diz o Eurostat, com 9% em 2018. Uma década antes, em 2008, Portugal estava apenas nos 2,5%, e em 2004 não ia além de 0,4%

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Em 2019, 21 Estados-Membros da UE registaram um aumento da quota média de energia proveniente de fontes renováveis ​​nos transportes em comparação com 2018, com os maiores aumentos observados na Finlândia (+3,6 pontos percentuais), Croácia (+3,3 pp), Holanda (+2,9 pp) e Eslovénia (+2,5 pp). A Noruega também registou um aumento significativo (+6,1 pp, para os 27,6%).

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Mesmo com desconfinamento, portugueses aumentam poupança no terceiro trimestre com taxa de 10,8%

Gradual desconfinamento no terceiro trimestre levou portugueses a consumir mais, mas não ditou uma diminuição da taxa de poupança que aumentou 0,3 pontos percentuais face ao segundo trimestre.

No verão, mesmo com o gradual desconfinamento e o aumento do consumo privado, os consumidores portugueses não baixaram a sua taxa de poupança. Pelo contrário: de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quarta-feira, a taxa de poupança aumentou 0,3 pontos percentuais para os 10,8% no terceiro trimestre, acima dos 10,5% registados no segundo trimestre.

Este é o valor da taxa de poupança mais elevado desde o segundo trimestre de 2013, período em que também estava nos 10,8%.

A taxa de poupança das famílias aumentou em 0,3 p.p. para 10,8% do rendimento disponível, em consequência do aumento do rendimento e da variação nula da despesa de consumo, (-3,5% no trimestre anterior)“, revela o gabinete de estatística no destaque divulgado esta quarta-feira. Recorde-se que estes valores se referem ao ano terminado no trimestre, alisando os números, e não apenas ao trimestre em si, o qual podia dar uma imagem diferente.

Ou seja, de facto os portugueses consumiram mais no terceiro trimestre, recuperando praticamente o consumo que tinham feito no mesmo período do ano passado. No entanto, houve um aumento do rendimento bruto disponível (+0,4%) durante este período, o qual permitiu um aumento da taxa de poupança durante o verão.

“O rendimento disponível bruto das famílias ajustado per capita fixou-se em 16,3 mil euros no ano terminado no terceiro trimestre de 2020, o que representou um aumento de 0,4% face ao trimestre anterior, enquanto o PIB nominal per capita diminuiu 1,1% no terceiro trimestre de 2020″, refere o INE.

A taxa de poupança mede a parte do rendimento disponível que não é utilizado em consumo final, sendo calculada através do rácio entre a poupança bruta e o rendimento disponível, de acordo com a definição utilizada pelo INE.

No último boletim económico, o Banco de Portugal antecipava que, no agregado, o rendimento disponível dos portugueses não será afetado pela crise pandémica graças aos apoios dados pelo Estado, ainda que tal esconda diferentes impactos em diferentes camadas da população. Os números do INE mostram isso mesmo com as prestações sociais e os impostos (redução destes) a dar o maior contributo para o aumento do rendimento disponível no terceiro trimestre.

“No quadro 3, que apresenta a decomposição da taxa de variação do rendimento disponível, as prestações sociais e os impostos sobre o rendimento contribuíram em 0,3 e 0,2 p.p. respetivamente”, relata o gabinete de estatísticas, referindo que “o Excedente Bruto de Exploração (EBE) e as Remunerações contribuíram em -0,1 p.p. e 0,1 p.p. para a variação do RD, respetivamente”.

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