Procura por portáteis dispara com a pandemia. Tocou máximos de 12 anos em Portugal

Portugal importou 52,97 milhões de euros em computadores portáteis em junho, um pico explicado pelo ajuste da sociedade e das empresas às condições da pandemia. Na UE, bateram recorde em abril.

As importações de computadores portáteis em Portugal atingiram um pico em junho deste ano, de 52,97 milhões de euros, depois de terem afundado em fevereiro para mínimos de 2016, mostram dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat. É o valor mais alto em mais de uma década, depois de as importações terem alcançado os 69,9 milhões de euros em dezembro de 2008.

Estes valores nacionais incluem tanto as importações intra e extracomunitárias. A recuperação no mercado é evidente, tendência que é explicada pelas mudanças nos hábitos de consumo provocadas pela pandemia.

“À medida que os países se foram ajustando à crise, mais pessoas precisaram de trabalhar ou de estudar a partir de casa, assim como de recorrer a reuniões virtuais para contactarem com amigos e família”, justifica o organismo oficial de estatística da União Europeia.

Importações globais de portáteis em Portugal

Fonte: Eurostat

Segundo o Eurostat, as exportações de portáteis geralmente atingem picos em novembro na União Europeia (UE), em antecipação do período de compras do Natal. Porém, este ano, com o impacto da pandemia, o pico das importações extracomunitárias no bloco verificou-se em abril, mês em que foi alcançado um máximo histórico de 2,89 mil milhões de euros.

Incluindo tanto as importações intracomunitárias como as extracomunitárias, Portugal foi o oitavo país da UE a registar o maior aumento nas importações entre janeiro e julho de 2020, comparativamente com o mesmo período de 2019. O crescimento nas importações (em valor monetário) foi de 22%. A Roménia registou o maior aumento, de 38%, enquanto a Estónia foi o único país a registar um decréscimo, de 0,3%.

“A China correspondeu a cerca de 90% das importações extracomunitárias de portáteis em 2019 e 2020. As importações da China aumentaram 19%, de 12,1 mil milhões nos primeiros sete meses de 2019, para 14,4 mil milhões de euros em 2020. No top seis das origens das importações, apenas o Vietname registou um aumento maior”, de cerca de 500 milhões de euros para 600 milhões de euros, aproximadamente.

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Atividade económica cai na zona euro em outubro devido ao agravamento da pandemia

  • Lusa
  • 23 Outubro 2020

Esta tendência "levanta a possibilidade de que a economia da zona euro possa voltar a contrair-se no quarto trimestre", alerta a Markit.

A atividade comercial na zona euro contraiu-se em outubro, arrastada pelo setor dos serviços devido ao agravamento da pandemia da covid-19, pondo fim a três meses consecutivos de crescimento, anunciou esta sexta-feira a consultora Markit.

A estimativa ‘flash’ do índice composto PMI (Purchasing Managers’ Index) da atividade total na zona euro publicado hoje pela empresa de consultoria Markit foi de 49,4 pontos em outubro, abaixo de 50 pontos que separa o crescimento do declínio e menos um ponto do que em setembro.

Embora o índice esteja apenas um ponto abaixo do verificado em setembro e longe dos mínimos registados na pior altura da pandemia, a Markit adverte que esta tendência “levanta a possibilidade de que a economia da zona possa voltar a contrair-se no quarto trimestre”.

A atividade empresarial foi prejudicada pelo fraco desempenho do setor dos serviços, que caiu pelo segundo mês consecutivo devido à “preocupação” com a pandemia, e não pôde ser compensado pela aceleração da produção industrial, que registou os melhores dados desde fevereiro de 2018.

O emprego caiu pelo oitavo mês consecutivo, embora a um ritmo mais moderado do que no pior momento da pandemia, devido à sobrecapacidade das empresas face à redução das encomendas pendentes, que coincidiu com uma nova descida dos preços médios cobrados.

Olhando para o futuro, as expectativas de atividade nos próximos 12 meses caíram para o seu nível mais baixo desde maio, tanto no setor transformador como, especialmente, no dos serviços.

A atividade na Alemanha registou um novo crescimento em outubro, mas a um ritmo ligeiramente mais lento devido aos serviços, enquanto em França registou uma deterioração pelo segundo mês consecutivo.

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Fitch mantém ratings da banca nacional com perspetivas negativas

Agência de notação financeira manteve os ratings de Caixa, BCP, Santander Totta, BPI e Montepio. Todos os bancos estão sob perspetiva negativa.

A Fitch manteve os ratings da banca nacional, com Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta, BPI e Montepio a continuarem com um “outlook” negativo, o que significa que poderão ser algo de um “downgrade” nos próximos meses, segundo várias notas emitidas esta semana.

Santander Totta e BPI, detidos por grupos espanhóis, são os bancos que mantêm os ratings mais elevados na praça nacional. A Fitch atribui um rating de “BBB+” ao Santander Totta, enquanto o BPI surge um nível abaixo com um rating de “BBB”. A agência dá conta de que existe “uma elevada probabilidade” de os bancos contarem com ajuda das casas-mãe em caso de necessidade.

Já esta quinta-feira a Fitch manteve os ratings da CGD e do BCP. Ao banco público atribui uma notação de “BB”, um nível abaixo do patamar de “investimento de qualidade”. O rating do BCP está um nível abaixo: “BB”.

Em relação à CGD, a Fitch diz que o banco registou melhorias “significativas” na capitalização, eficiência operacional e na qualidade dos ativos, conferindo margem para enfrentar o impacto da crise pandémica em termos de redução da rentabilidade e aumento do risco do crédito. Em relação ao BCP, a agência destaca que o banco melhorou “significativamente” a qualidade dos ativos face a 2016, criando uma almofada capaz de absorver um aumento do crédito malparado em Portugal e na Polónia.

O Banco Montepio é quem apresenta o rating mais baixo de todos: “B-“. É considerado um investimento especulativo, com a Fitch a sublinhar a capacidade “limitada” do banco para fazer face a uma redução da rentabilidade, ao aumento dos riscos em torno da qualidade dos ativos e a uma potencial erosão “modesta” na posição de capital “já fraca” do banco.

Apesar das perspetivas de evolução negativas, a Fitch diz que os ratings dos bancos não estão “em risco imediato de downgrade”.

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Nova tabela de preços da ADSE já foi apresentada a prestadores mas só entra em vigor no próximo ano

Os prestadores de saúde privados já conhecem a nova tabela de preços do Regime Convencionado. A fase de audição deve ser finalizada em outubro.

A nova tabela de preços da ADSE do regime convencionado é um assunto que já se está a arrastar há vários meses, e vai também estender-se para o próximo ano. Os prestadores de saúde privados já conhecem o documento, estando a ser finalizada a fase de audição, mas este só deverá entrar em vigor no final do primeiro trimestre de 2021.

“Após ter concluído a revisão da ‘Tabela de Regras e Preços do Regime Convencionado’, a ADSE deu-a conhecer aos Prestadores em meados do mês de setembro, tendo-se seguido um período de audição que se prevê estar finalizado em finais do mês de outubro”, começa por explicar a ADSE, na newsletter mensal enviada aos beneficiários.

Apesar de o processo já estar nesta fase, o subsistema de saúde adianta que se prevê que a nova Tabela “entre em vigor somente no final do primeiro trimestre de 2021, já que os sistemas de informação dos Prestadores e da ADSE terão de estar todos a operar”.

Neste processo, o subsistema de saúde dos funcionários públicos está a negociar com os prestadores, sendo que já chegou a acordo com o grupo Trofa Saúde. Este grupo “assumiu que aceita a nova tabela e que a implementará em todas as suas unidades de prestação de cuidados, assim que a mesma for considerada como fechada pela ADSE”. Para além disso, a ADSE adianta que ficou decidido “que os pedidos de novas convenções – que se mantinham suspensos – serão resolvidos”, nomeadamente em Vila Real, Barcelos e Loures.

As mudanças na tabela têm em vista permitir um “acesso mais fácil, aumento do número de cuidados oferecidos e fixação de preços máximos para diversos atos, com o objetivo de proteger melhor os interesses dos Beneficiários e consolidar as vantagens exclusivas que distinguem este subsistema de saúde”, explica a ADSE.

Os preços fechados em vários procedimentos são uma das principais alterações do novo documento. Estes permitem limitar as regularizações, que resultam dos preços abertos, que já fizeram agravar as tensões entre alguns grupos privados e a ADSE, depois de o subsistema de saúde dos funcionários públicos exigir 38 milhões de euros por faturação excessiva, no final de 2018.

Nesta comunicação aos beneficiários, a ADSE adianta ainda que a tabela de regras e preços do Regime Livre está a ser revista. “O objetivo é o de instituir códigos e regras uniformes entre esta tabela e a tabela que rege o Regime Convencionado”, nomeadamente porque a tabela não era revista desde 2004.

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Beneficiários da ADSE vão pagar menos para fazer teste à Covid. Preço baixa para 14,37 euros

O valor máximo do teste passa a ser 65 euros, tal como aquele pago pelo SNS a privados, sendo 50,63 euros financiados pela ADSE e 14,37 euros financiados pelo beneficiário.

Depois de o Ministério da Saúde ter baixado para 65 euros o preço dos testes de diagnóstico do novo coronavírus pago pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), a ADSE vem também atualizar os montantes cobertos. O subsistema de saúde dos funcionários públicos definiu então esse como o novo máximo, financiando cerca de 77%.

“Considerando a redução do preço do teste laboratorial SARS-CoV-2 (Covid-19), pago pelo Serviço Nacional de Saúde, a ADSE fixou o valor máximo do teste em 65,00 euros, sendo 50,63 euros financiados pela ADSE e 14,37 euros financiados pelo beneficiário“, lê-se na newsletter mensal do subsistema de saúde, enviada aos beneficiários.

A ADSE tem vindo a atualizar as regras relativas aos testes de diagnóstico do novo coronavírus à medida que a pandemia avança. Anteriormente, o valor máximo do teste laboratorial para SARS-COV-2 era de 87,95 euros, sendo 68,50 euros financiados pela ADSE e 19,45 euros financiados pelo beneficiário.

O financiamento do teste laboratorial é aplicado somente à Rede de Prestadores Convencionados, sendo que, no caso das grávidas a prescrição pode ser feita por um médico do regime livre. “Não são financiados pela ADSE atos cuja prescrição tenha origem numa entidade pertencente ao SNS”, sublinha ainda a nota informativa sobre o teste.

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Orçamento ignora estímulos fiscais à poupança e ao investimento

Alterações ao regime fiscal são identificados pelos representantes da bolsa, da CMVM e dos emitentes como chave para dinamizar o mercado de capitais, mas Portugal tem feito o contrário.

O Governo português arrancou com um plano para dinamizar o mercado de capitais e chamou a OCDE para a avaliar o que seria necessário. Tantos os técnicos da organização como os intervenientes nacionais apontaram várias medidas possíveis, mas há uma em que todos alinharam: impostos mais atrativos. No Orçamento do Estado para 2021, o Executivo promete avançar com a implementação de algumas medidas, mas deixa em aberto a possibilidade de mexidas no regime fiscal como pedem os vários players.

“A estratégia fiscal é quase omnipresente às várias vertentes do mercado”, diz a presidente da Euronext Lisbon, Isabel Ucha, sobre as recomendações da OCDE. “Por um lado, é preciso ter algumas medidas dirigidas às empresas no sentido de testar, por exemplo, um crédito fiscal relativamente às despesas que façam com obrigações de mercado. E o regime fiscal de investimento em organismos de investimento coletivo em mercado diretamente ou em instrumentos de pensões. Pelo menos nessas duas grandes vertentes — investidores e empresas — a estratégia fiscal é uma área importante que tem sido adotada noutros países“.

A líder da bolsa portuguesa aponta a implementação de medidas concretas, nomeadamente benefícios fiscais para planos de poupança em ações ou planos de poupança em fundos de investimento que invistam em ações, em países como França, Itália, Noruega ou no Reino Unido. “Comprova-se que estes regimes têm eficácia. Podemos não gostar de usar o instrumento fiscal, mas a estratégia fiscal ajuda a reduzir o risco do investimento e o custo. Os investidores são sensíveis a esses elementos, que são importantes”.

Por um lado, a adaptação do regime fiscal para planos de pensões, fundos de pensões ou outros instrumentos de investimento de longo prazo poderá incentivar as pessoas a investirem (e colmatarem a eventual falta de rendimentos na reforma) e os operadores privados a oferecerem mais este tipo de instrumentos. Por outro, o foco em ações nacionais pode ser incentivo para os emitentes. Mas para já, não há nada.

"Em 2021, o Governo, em coordenação com os demais intervenientes, nomeadamente supervisores, operadores do mercado e intermediários financeiros, irá promover a implementação de algumas das recomendações para a dinamização do mercado de capitais, nomeadamente de política regulatória.”

João Leão

Ministro das Finanças

“Em termos gerais, o OE 2021 não contém alterações fiscais com caráter particularmente inovador ou significado especialmente relevante, quer no que respeita à poupança, quer no que concerne o investimento e a criação de postos de trabalho”, considera Abel Sequeira Ferreira, diretor executivo da Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado (AEM).

O representante das cotadas destaca, pela positiva, as alterações ao IRC, que determinam a não aplicação do agravamento de 10% na tributação autónoma em caso de prejuízo fiscal, mas lembra que esta medida abrange apenas micro, pequenas e médias empresas. Pela negativa, aponta a “penalização das empresas de maior dimensão, excluídas da majoração das despesas com promoção externa e condicionadas no acesso aos benefícios fiscais e a linhas de crédito com garantia do Estado que passam a estar ligados à manutenção dos postos de trabalho”.

A AEM apresentou já ao Governo um conjunto vasto de propostas sobre enquadramento e procedimento fiscais, mas diz que nunca tiveram “expectativas irrealistas” quanto ao acolhimento dessas propostas já neste OE devido à necessidade de dar prioridade aos aspetos urgentes e de cariz mais social no combate à crise e à pandemia. As alterações poderão, ainda assim, ser feitas mais tarde até porque o grupo de trabalho para análise e concretização das recomendações da OCDE ainda será constituído, “nas próximas semanas”, como confirmou o Ministério das Finanças, remetendo comentários para essa altura.

No Orçamento do Estado para 2021, a referência feita ao relatório colocava o foco na regulação. “Em 2021, o Governo, em coordenação com os demais intervenientes, nomeadamente supervisores, operadores do mercado e intermediários financeiros, irá promover a implementação de algumas das recomendações para a dinamização do mercado de capitais, nomeadamente de política regulatória, que capacitem este mercado a dar uma resposta mais eficaz às necessidades de financiamento das empresas, impulsionando uma economia com empresas mais resilientes e sustentáveis no longo prazo, que invistam na investigação e no desenvolvimento de competências, com vista ao aumento da produtividade e empreendedorismo”, diz o documento entregue ao Parlamento na semana passada.

"É fundamental evitar que a retoma pós-Covid seja financiada sobretudo com dívida e abrir caminho para que os mercados desempenhem um papel decisivo na recapitalização das empresas e na alocação da poupança.”

Gabriela Figueiredo Dias

Presidente da CMVM

O regulador, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), não respondeu às questões do ECO sobre o assunto, mas a presidente Gabriela Figueiredo Dias já tinha dito publicamente quais as prioridades que identificou dentro da lista de recomendações.

A primeira é a “agilização e a modernização regulatórias com vista à eliminação de encargos desproporcionais”, incluindo a revisão do Código dos Valores Mobiliários que a CMVM apresentou ao Ministério das Finanças e que está à espera de resposta. Mas também as revisões do Regime Geral dos Organismos de Investimento Coletivo, do Código das Sociedades Comerciais e de um conjunto de regulamentos da própria CMVM que se encontra em finalização.

A criação de uma plataforma que junte as diversas partes interessadas para a troca de informação sobre obstáculos e oportunidades no acesso ao mercado, possíveis medidas de ajustamento no plano fiscal como o tratamento equitativo entre divida e capital ou a concessão de incentivos à poupança e investimento de longo prazo, a criação de instrumentos adequados de financiamento coletivo para PME, bem como medidas de mitigação de falhas de mercado limitadoras da sua eficiência, como incentivos à produção de research e análise financeira, notações de risco de risco de crédito ou mecanismos que assegurem liquidez estão também na lista de Gabriela Figueiredo Dias.

“É fundamental evitar que a retoma pós-Covid seja financiada sobretudo com dívida e abrir caminho para que os mercados desempenhem um papel decisivo na recapitalização das empresas e na alocação da poupança, garantindo às famílias uma distribuição mais justa dos benefícios da retoma; e promovendo estruturas de financiamento mais equilibradas e eficientes às empresas”, acrescentou a presidente, no discurso na Conferência Anual da CMVM, a 8 de outubro.

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BCE poderá somar 500 mil milhões às compras de dívida

Economistas preveem que o Banco Central Europeu vai reforçar o programa de compra de dívida perante o aumento de casos de Covid-19 e restrições implementadas.

Perante o aumento de infeções por coronavírus e novos confinamentos, o Banco Central Europeu (BCE) deverá intensificar os estímulos monetários ainda este ano, preveem os economistas. Os especialistas estimam que 500 mil milhões de euros serão adicionados ao programa de compra de dívida de 1,35 biliões de euros.

A maioria dos economistas consultados pela Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês), antecipam uma tomada de ação por parte do banco central em dezembro. O Conselho do BCE deverá manter a política inalterada quando se reunir na quinta-feira para discutir os danos económicos, embora alguns analistas acreditem que a presidente Christine Lagarde sinalize que mais apoios estão a caminho.

A possibilidade de ter uma recessão marcada por duas quedas pronunciadas, numa altura em que os Governos voltam a impor várias medidas de restrição que penalizam a economia e ameaçam a recuperação, torna-se mais forte. Apesar de Lagarde ter admitido, no início da semana, que o aumento das infeções chegou mais cedo do que o esperado, apresentando um risco para as perspetivas económicas, não se prevê uma ação muito rápida.

Menos da metade do dinheiro alocado para o programa de emergência foi gasto e as projeções económicas atualizadas só estarão disponíveis em dezembro. Estas projeções vão contemplar as primeiras estimativas para 2023 e podem ajudar a determinar a quantidade de estímulo necessária.

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Vendas da Huawei aumentaram, mas crescimento desacelerou face a pressão dos EUA

  • Lusa
  • 23 Outubro 2020

As receitas da chinesa Huawei subiram 9,9% até setembro, a um ritmo inferior aos 13,1% relatados no primeiro semestre do ano, perante impacto das sanções norte-americanas.

O grupo chinês de tecnologia Huawei, um dos maiores fabricantes de telemóveis e equipamentos de telecomunicação, disse que as receitas subiram 9,9%, nos primeiros nove meses do ano, mas admitiu o impacto das sanções norte-americanas.

A Huawei Technologies Ltd. não detalhou o número das vendas no terceiro trimestre do ano, mas disse que, no conjunto, o crescimento entre janeiro e setembro ocorreu a um ritmo inferior aos 13,1% relatados no primeiro semestre do ano.

A Huawei está a lutar contra sanções dos EUA, que cortaram o acesso à maioria da tecnologia e componentes norte-americanos, num contexto de guerra comercial e tecnológica entre as duas maiores economias do mundo.

A Casa Branca diz que a Huawei constitui uma ameaça e está ao serviço da espionagem chinesa, o que é negado pela empresa.

Executivos alertaram que as vendas da Huawei seriam afetadas. A empresa lançou produtos fabricados com os seus próprios chips e outros componentes e diz que está a reduzir a sua dependência de tecnologia norte-americana.

A empresa revelou o seu mais recente telemóvel, o Mate 40, fabricado com chips Kirin 9000, desenvolvidos pelo grupo.

As vendas, nos primeiros nove meses de 2020, subiram para 671,3 mil milhões de yuan (quase 85 mil milhões de euros), informou a empresa. O lucro líquido foi de 8%, abaixo da margem de 9,2% registada no primeiro semestre.

A empresa não deu detalhes sobre as vendas de telemóveis além-fronteiras.

Os telemóveis da empresa não têm mais acesso a mapas e outros recursos da Google, como parte das sanções norte-americanas, mas registou um crescimento drástico das vendas na China.

A participação da Huawei no mercado global de telemóveis aumentou para 19,6%, até junho, face a 17,7% no mesmo período do ano passado, segundo a consultora Canalys.

Isto foi impulsionado pelo crescimento no mercado chinês, onde as vendas da Huawei aumentaram 32%, para 14,5 milhões de aparelhos.

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Nas notícias lá fora: BCE, Brexit e confinamento

O Reino Unido conseguiu fechar o primeiro grande acordo comercial pós-Brexit com o Japão. Por França, o recolher obrigatório foi alargado, perante o aumento de novos casos de Covid-19.

Vários países estão a avançar com novas restrições perante o aumento no número de casos de Covid-19, como é o caso de França, que alargou o recolher obrigatório a mais regiões. Neste contexto, economistas preveem que o Banco Central Europeu reforce os estímulos até ao final do ano, em cerca de 500 mil milhões. No Reino Unido, as preparações para o Brexit continuam, tendo sido fechado o primeiro grande acordo comercial, com o Japão. Veja estas e outras notícias que marcam a atualidade internacional.

Bloomberg

BCE poderá somar 500 mil milhões às compras de divida

Perante o aumento de infeções por coronavírus e novos confinamentos, o Banco Central Europeu deverá intensificar os estímulos monetários ainda este ano, preveem os economistas. Os especialistas estimam que 500 mil milhões de euros serão adicionados ao programa de compra de dívida de 1,35 biliões de euros, com a maioria a antecipar uma tomada de ação por parte do banco central em dezembro.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Financial Times

Reino Unido fecha primeiro grande acordo comercial pós-Brexit com o Japão

O Reino Unido concluiu seu primeiro grande acordo comercial depois do Brexit ao assinar um acordo com o Japão que entrará em vigor a partir de 1 de janeiro. O pacto, negociado em apenas alguns meses durante o verão, é bastante semelhante ao acordo existente entre a União Europeia e o Japão, mas tem um capítulo extra sobre comércio digital e não contempla quotas para exportações agrícolas, como queijo.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Reuters

França alarga recolher obrigatório a dois terços da população

França alargou o recolher obrigatório, que tinha sido decretado para nove grandes cidades, incluindo Paris, para cerca de dois terços da população. O primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou que o recolher obrigatório, uma medida que visa travar a propagação da Covid-19, seria estendido a mais 38 regiões, confinando 46 milhões dos 67 milhões de habitantes do país em casa das 21h às 6h da manhã seguinte.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

El Economista

Repsol vai produzir biodiesel com óleo de cozinha usado

A Repsol vai investir 188 milhões para iniciar uma nova fábrica de biocombustíveis em Cartagena, tendo em vista utilizar óleo de cozinha usado na produção. A empresa vai instalar um novo sistema para produzir esses combustíveis, através de gorduras e óleos, estando a trabalhar na angariação de parceiros para a recolha destes produtos. A Repsol espera que o Governo promova a reciclagem destes junto dos municípios mas o presidente, Josu Jon Imaz, garante que já têm garantido um abastecimento estável, que chegará de toda a Espanha à fábrica depois de ter sido recolhido na hotelaria ou nas casas, embora sem revelar os fornecedores.

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Tech Crunch

Especialista em segurança obtém acesso a Twitter de Trump ao adivinhar password “maga2020!”

Um especialista de segurança holandês diz que obteve acesso à conta do Twitter pessoal do presidente norte-americano na semana passada, adivinhando a password: “maga2020!”, uma referência ao slogan de campanha de Donald Trump, Make America Great Again (MAGA). O holandês Victor Gevers terá entrado à quinta tentativa, apenas com a password, sendo que a conta não era protegida por autenticação de dois fatores. Depois de entrar, Gevers enviou um email à divisão da cibersegurança da Segurança Nacional, para divulgar o sucedido. A palavra passe terá sido alterada pouco depois.

Leia a notícia completa no Tech Crunch (acesso livre, conteúdo em inglês)

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Enfermeiros em greve entre 9 e 13 de novembro

  • Lusa
  • 23 Outubro 2020

O presidente do Sindepor, Carlos Ramalho, disse ter a certeza de que a população estará ao lado dos enfermeiros, que “têm feito muitos sacrifícios ao longo dos anos”.

A greve geral de enfermeiros convocada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) realiza-se entre 9 e 13 de novembro, em todo o país, à exceção da Região Autónoma da Madeira, anunciou esta sexta-feira o sindicato.

“O Sindepor convocou uma greve geral para a segunda semana de novembro, de 9 a 13, que vai abranger todo o país. A Madeira está excluída”, afirmou o presidente do sindicato, Carlos Ramalho, numa conferência de imprensa em Évora.

Carlos Ramalho indicou que a paralisação não se realiza na Madeira porque o Governo Regional “tem mostrado sempre uma abertura e uma capacidade negocial muito grande” e estabelecido acordos com o sindicato para “tentar ultrapassar os problemas”.

Quanto à greve, o sindicalista afirmou que “os enfermeiros estão extremamente descontentes” com a atual situação profissional e que, com a pandemia de Covid-19, agravaram-se os problemas destes profissionais. “A capacidade de resposta é muito limitada e os enfermeiros estão extremamente exaustos. Na primeira fase [da pandemia], já foi complicado para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para os enfermeiros e agora ainda está a ser mais complicado“, referiu.

Segundo o presidente do Sindepor, o sindicato exige o descongelamento das progressões da carreira, a atribuição do subsídio de risco para todos os enfermeiros e, sendo “uma profissão de desgaste rápido”, a aposentação aos 57 anos.

O dirigente deste sindicato notou que os enfermeiros tinham grandes ambições em relação à nova carreira, a qual, defendeu, “acabou por ser uma falácia, porque foi uma imposição do Governo e não trouxe nada de novo”.

Carlos Ramalho realçou que “a grande generalidade” dos enfermeiros que estão a ser contratados para o SNS ficam com “contratos de quatro meses”, considerando que “os contratos com termo não dão garantias nenhumas” aos profissionais.

Questionado sobre eventuais constrangimentos nas unidades de saúde provocados pela greve em tempos de pandemia de covid-19, o presidente do Sindepor disse compreender que exista “algum mal-estar” da população, mas garantiu que a paralisação vai decorrer “de forma a prejudicar o mínimo possível” os utentes. O que pretendemos é dar um sinal ao Ministério da Saúde e ao Governo de que os enfermeiros estão descontentes e que é preciso que olhem com mais atenção para a classe”, concluiu.

Em declarações à agência Lusa, ainda antes do anúncio, o presidente do Sindepor disse ainda ter a certeza de que a população estará ao lado dos enfermeiros, que “têm feito muitos sacrifícios ao longo dos anos”

“Os utentes que já recorreram ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) sabem bem os sacrifícios que os enfermeiros portugueses sempre fizeram e continuam a fazer. Com a pandemia descontrolada, também serão os primeiros ao compreender como é que os enfermeiros se sentirão”, afirmou.

Carlos Ramalho disse que os enfermeiros estão “numa situação muito crítica”: “Estamos a falar de um processo longo, de muitos anos, em que os problemas dos enfermeiros não foram resolvidos”.

“Por muito que o Governo anuncie que contratou mais enfermeiros, esses contratos são altamente precários. A situação é cada vez mais precária e não pode continuar a assim”, afirmou o responsável, sublinhando que Portugal é um dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com menor número de enfermeiros por 1.000 habitantes. “Numa fase destas [pandemia de covid-19] a sobrecarga é tal que os enfermeiros já não conseguem aguentar mais”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 17h53 com mais informação)

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Investidor libanês desistirá da compra do EuroBic sem maioria do capital

  • ECO
  • 23 Outubro 2020

Contrato-promessa assinado com Isabel dos Santos prevê que o investidor Roger Tamraz possa desfazer negócio caso não fique com mais de 50% do capital do EuroBic.

O investidor libanês Roger Tamraz, que já chegou a um acordo com Isabel dos Santos para ficar com a posição de 42,5% da empresária angolana no EuroBic, pode deixar cair o negócio se não conseguir ficar com a maioria do capital do banco, avança o Jornal Económico (acesso pago).

Esta situação encontra-se prevista no contrato-promessa assinado entre Isabel dos Santos e o Tamraz, obrigando a que o investidor libanês tenha de negociar e convencer outros acionistas do banco a venderem-lhe as suas participações. O que poderá não acontecer.

Ao contrário do que sucedeu com o Abanca, desta vez não se verifica um alinhamento de interesses entre os acionistas do EuroBic, o que torna mais incerto o desfecho deste processo.

Fernando Teles, que detém 37,5%, revelou ao Valor Económico que há cerca de 12 interessados no banco e que o processo de venda irá decorrer “nos próximos meses”.

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Bolsa de Lisboa avança rumo à primeira sessão de ganhos da semana

Galp e Jerónimo Martins sustentam ganhos no PSI-20, que pode provar hoje os primeiros ganhos da semana. Europa abriu última sessão da semana em zona mista.

As praças europeias despertaram para a última sessão da semana sem tendência definida, com os investidores atentos à evolução da segunda vaga da pandemia e ao que poderá ser o impacto em termos de medidas de confinamento em vários países. A bolsa de Lisboa arrancou com ganhos ligeiros, suportando-se nos desempenhos positivos da Galp e da Jerónimo Martins.

O PSI-20 soma 0,21% para 4.126,6 pontos, naquela que poderá ser a primeira sessão de ganhos do principal índice português esta semana. Desde segunda-feira que a praça está em baixa, acumulando uma descida superior a 2%.

A Ibersol lidera ganhos: valoriza 3,63% para 4,00 euros. Mais nove cotadas estão a negociar em terreno positivo nos primeiros minutos de negociação em Lisboa, dando um tom positivo à sessão portuguesa. A Galp soma 0,75% para 8,07 euros e a Jerónimo Martins sobe 0,63% para 14,46 euros, com os dois pesos pesados nacionais a sustentarem o bom arranque por cá.

A Nos também ganha 0,4% depois de ter anunciado na véspera acordos com a Vodafone para a partilha da rede móvel em Portugal.

No panorama europeu, o Stoxx 600, que reúne as 600 principais companhias do Velho Continente, abriu sem grandes variações. O espanhol IBEX-35 arrancou com uma subida de 0,1%. Já o francês CAC-40 e o alemão DAX-30 estão a ceder terreno, com descidas em torno de 0,2%.

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