Uber quer comprar Free Now. Oferece mais de mil milhões

  • ECO
  • 22 Outubro 2020

A Daimler estará disposta a vender, mas o presidente da BMW mostra-se mais interessado em oferecer apenas uma participação na empresa à Uber.

A Uber quer comprar a Free Now, a antiga MyTaxi. Ofereceu mais de mil milhões de euros à BMW e Daimler para assumir o controlo da empresa de transporte partilhado.

Segundo a imprensa alemã, citada pelo Cinco Días (conteúdo em espanhol, acesso livre), a empresa norte-americana fez já uma abordagem a ambas as fabricantes de automóveis alemãs. A Daimler estaria disposta a vender, mas o presidente da BMW estará mais interessado em oferecer uma participação.

A investida da Uber surge depois de a pandemia ter afastado uma série de outros interessados no negócio, podendo com esta aquisição dar um forte impulso às suas operações ao retirar um concorrente do mercado. A Free Now oferece os seus serviços em mais de 100 cidades em toda a Europa, contando com mais de 100.000 motoristas.

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Biotecnológica portuguesa desenvolve vacina contra a Covid-19 administrada pelo nariz. Espera tê-la pronta em 2022

A biotecnológica Immunethep está a desenvolver uma "solução diferente" que visa a administração da vacina da Covid-19 por via intranasal, para aumentar a capacidade de resposta ao vírus.

Milhares de cientistas por todo o mundo procuram uma solução para a pandemia e há portugueses na “corrida” mais observada do mundo. A biotecnológica Immunethep, com sede em Cantanhede, está a desenvolver uma “solução diferente” que visa administrar a vacina da Covid-19 por via intranasal, com o intuito de aumentar a capacidade de resposta ao vírus, que afeta sobretudo as vias respiratórias. Ainda em fase pré-clínica e com um investimento que ronda já um milhão de euros, os investigadores portugueses contam ter o fármaco disponível no mercado português em 2022.

A Immunethep nasceu há cerca de seis anos a partir de uma investigação que estava a ser feita na Universidade do Porto. Até este ano, dedicava-se ao desenvolvimento de uma vacina antibacteriana, isto é, contra infeções por baterias. Contudo, a pandemia “surpreendeu” tudo e todos e veio trocar as voltas às investigações. “Em abril, tivemos mesmo as pessoas todas em casa e, com esse tempo livre, houve tempo para pensar como poderíamos ajudar, de alguma forma, a ultrapassar esta pandemia”, começa por explicar Bruno Santos, CEO da Immunethep ao ECO.

Depois de várias leituras sobre o que estava a ser feito no mercado, a equipa de 11 investigadores chegou à conclusão que poderia utilizar o conhecimento que tinham de desenvolvimento de vacinas, mas neste caso aplicado a vírus. Para se chegar à vacina contra a Covid-19 é necessário encontrar antigénios (partículas estranhas ao organismo) que consigam provocar uma resposta imunitária protetora no indivíduo em que seja administrada. O objetivo é dar a conhecer o coronavírus ao corpo, permitindo-lhe aprender como o combater. Há diferentes formas de o fazer: alguns fármacos usam uma versão fraca ou inativada do vírus para o “apresentar” ao corpo, enquanto outros utilizam fragmentos de proteínas para estimular a resposta imunológica.

A Immunethep optou pelo método “mais tradicional”, que se inclui no primeiro grupo acima referido, dado que os cientistas acreditam que seja a forma mais útil “para evitar que existiam mutações que tornem a vacina desnecessária”, sinaliza o diretor executivo da empresa. Segundo Bruno Santos, “não é muito difícil” desenvolver uma vacina contra o SARS-CoV-2, que provoca a doença de Covid-19, já que é do conhecimento científico que “as pessoas que ficam curadas da doença têm uma forte imunidade para o vírus” e nestes casos “é relativamente fácil desenhar a vacina”, sublinha. Ainda assim, os investigadores de Cantanhede procuraram encontrar uma solução “diferente” que pudesse “contribuir para uma melhor eficácia ou duração da resposta imune” do fármaco.

Partindo desta premissa, os cientistas decidiram escolher um adjuvante — isto é um conjunto de compostos utilizados no desenvolvimento das vacinas — que “potenciasse a resposta vírica”, tornando-a mais eficaz e mais forte. O objetivo é “criar uma proteção extra” para o organismo. Além disso, outra das grandes diferenças é que esta vacina deverá ser administrada pelo nariz. “Verificámos que devido à especificidade deste vírus e ao facto de este ter a via área como entrada preferencial no nosso organismo”, a administração intranasal aumentaria a capacidade de responder ao vírus, afirma o CEO da biotecnológica.

Vimos que há formas de administração local da vacina que podem dar uma resposta melhor e mais eficaz. Por isso, [estamos a desenvolver ] uma administração intra-nasal da vacina, o que permite aumentar a nossa capacidade de responder ao vírus exatamente nas vias respiratórias.

Bruno Santos

Ceo da Immunethep

Neste momento, a empresa de Cantanhede ainda está em ensaios pré-clínicos, isto é, nos testes em ratinhos, sendo esta é uma etapa fundamental para “fazer uma validação que é seguro e eficaz avançar para humanos”. Mas todas as etapas são preparadas de forma minuciosa e ao detalhe, até no que diz respeito à escolha dos animais. “Não é qualquer ratinho que pode ser utilizado nestas experiências. Temos de escolher um modelo animal que mais se aproxime daquilo que acontece em humanos”, explica Bruno Santos ao ECO, acrescentando que, por isso, encomendaram uns “ratinhos especiais” que possuem “uma alteração genética” que lhes permite ter uma reação semelhante à dos humanos, o que traz mais “segurança” às investigações.

A Immunethep, biotecnológica portuguesa com sede em Cantanhede, está a desenvolver uma vacina contra a Covid-19D.R.

Com despesas incomportáveis, estas investigações são muitas vezes financiadas por fundos de investimento, bancos ou entidades governamentais. Foi o caso desta investigação, que foi parcialmente financiada pela linha do Portugal 2020 dedicada à Covid-19. A Immunethep estima que só esta fase de ensaios pré-clínicos “requeira um investimento de cerca de um milhão de euros”, sendo que já conseguido angariar “sensivelmente metade desse valor” através do financiamento do Estado. Contudo, o processo demorou mais do que o esperado. “Na altura, devido à urgência, era suposto que a resposta fosse em cerca de 30 dias e acabou por ser em 90. Seja como for é bastante mais rápido do que uma avaliação normal dos projetos financiados pelo Estado”, admite o CEO.

A ideia é conseguir ter a vacina o mais depressa possível disponível em Portugal. Esse processo [ensaios clínicos] poderá ocorrer durante o próximo ano, o que nos permitira ter já uma aprovação definitiva talvez no início de 2022.

Bruno Santos

CEO da Immunethep

Com a situação epidemiológica a agravar-se a cada dia, a comunidade científica tenta dar resposta às preocupações do mundo fazendo com que o processo seja acelerado. Ainda assim, tal como Helena Florindo, que coordena uma outra equipa portuguesa para o desenvolvimento de uma vacina, Bruno Santos nega que estejam a ser descurados passos importantes no rigor e segurança das vacinas, desvalorizando, assim, as preocupações quanto à pressão da indústria farmacêutica sobre a União Europeia para ficar isenta de ações judiciais caso se verifiquem problemas como algumas dos fármacos. E, para o CEO da Immunethep, a prova disso é das 200 vacinas que estão atualmente em desenvolvimento, pelo menos três, viram os ensaios clínicos suspensos. “Estas paragens mostram que o processo estará a ter o controlo rigoroso habitual, o que aumenta a confiança de que não se está a descurar a segurança para obter uma solução rápida“, garante.

E mesmo com a comunidade científica a trabalhar em “contrarrelógio”, a vacina não vai chegar para já. O diretor-geral da OMS diz ter “esperança” de que uma vacina contra a Covid-19 possa chegar ainda este ano, mas tal como Helena Florindo, o CEO da Immunethep é mais comedido e aponta para o início de 2021. Apesar de admitir que “é muito difícil” fazer previsões, Bruno Santos estima que “algumas vacinas possam estar disponíveis no início do próximo ano”, mas alerta que dado que serão necessários milhões de doses, a destruição será limitada, pelo que “a expansão para uma população maior” só será possível “daqui a um ano”, estando dependente, em grande medida, da “flexibilidade das entidades reguladoras”.

Quanto à vacina desenvolvida pela biotecnológica portuguesa a previsão é que os ensaios clínicos comecem no segundo trimestre de 2021 em Portugal, tendo como meta chegar ao mercado português daqui a dois anos. “A ideia é conseguir ter a vacina o mais depressa possível disponível em Portugal. Esse processo [ensaios clínicos] poderá ocorrer durante o próximo ano, o que nos permitira ter já uma aprovação definitiva talvez no início de 2022”, conclui o presidente executivo da empresa.

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Mais de metade das PME europeias em risco nos próximos 12 meses

  • ECO
  • 22 Outubro 2020

Mais de metade das pequenas e médias empresas europeias estão em risco de falência se as receitas não subirem nos próximos meses.

A pandemia praticamente parou o negócio. As empresas, nomeadamente as pequenas e médias, tentam adaptar-se à nova realidade, mas o contexto é extremamente desafiante. De tal forma que, de acordo com um estudo realizado pela McKinsey, mais de metade das PME europeias estão em risco de falência nos próximos 12 meses. É uma ameaça à economia da região tendo em conta que estas PME empregam dois terços dos trabalhadores europeus.

Segundo o inquérito realizado junto de 2.200 empresas das maiores economias europeias, citado pela agência Bloomberg (acesso condicionado/conteúdo em inglês), uma em cinco empresas em Itália e França esperam entrar em insolvência dentro de seis meses.

Com a pandemia a ter um impacto forte no negócio, 70% das empresas reportaram receitas mais baixas. Estes números são mais elevados em Itália e Espanha, dois dos países europeus mais afetados pela pandemia do novo coronavírus.

Os empresários manifestaram maiores receios com o aumento dos incumprimentos no crédito e destacaram a importância dos regimes de lay-off para combater os efeitos da crise pandémica.

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Nas notícias lá fora: PME, criptomoedas e Uber

  • ECO
  • 22 Outubro 2020

A pandemia afetou as pequenas e médias empresas europeias, com mais de metade em risco de falência. A IAG perde milhões e a PayPal "investe" nas criptomoedas.

Com a pandemia, mais de metade das pequenas e médias empresas europeias estão em risco de sobrevivência no próximo ano. A Covid-19 veio também afetar as grandes companhias, com a dona da British Airways e da Iberia a registar prejuízos de 1,3 mil milhões de euros no terceiro trimestre. Já o PayPal está a apostar nas criptomoedas, tendo em vista que os utilizadores as possam comprar e vender através do sistema. Veja estas e outras notícias que marcam a atualidade internacional.

Bloomberg

Mais de metade das PME europeias em risco de falência nos próximos 12 meses

A pandemia praticamente parou o negócio. As empresas, nomeadamente as pequenas e médias, tentam adaptar-se à nova realidade, mas o contexto é extremamente desafiante. De tal forma que, de acordo com um estudo realizado pela McKinsey, mais de metade das PME europeias estão em risco de falência nos próximos 12 meses. É uma ameaça à economia da região tendo em conta que estas PME empregam dois terços dos trabalhadores europeus.

Leia a notícia completa na Bloomberg (conteúdo em inglês, acesso condicionado)

Reuters

Dona da British Airways e Iberia perde mais de mil milhões

A IAG, dona da British Airways e da espanhola Iberia, sofreu mais uma forte pancada com a pandemia. A companhia aérea apresentou prejuízos de 1,3 mil milhões de euros no terceiro trimestre do ano, período que continuou a ser marcado por uma forte contração nas viagens de avião. A pandemia deixou em terra muitos aviões da empresa que reviu em baixa as perspetivas para o final do ano quando o mundo enfrenta a segunda vaga do vírus.

Leia a notícia completa na Reuters (conteúdo em inglês, acesso livre)

Tech Crunch

PayPal vai permitir investimentos em criptomoedas

A PayPal fez uma parceria com a Paxos para permitir que os seus clientes possam, em breve, comprar e vender criptomoedas. Para já, esta funcionalidade irá estar disponível apenas nos EUA, mas a ideia é expandir a oferta a outros mercados internacionais. Na mira da PayPal estão a Bitcoin, Ethereum, Bitcoin Cash e Litecoin, isto numa altura em que a moeda digital mais famosa está a disparar, tendo superado a fasquia dos 12 mil dólares.

Leia a notícia completa no Tech Crunch (conteúdo em inglês, acesso livre)

Financial Times

Da Apple para o Airbnb. Jony Yve vai redesenhar o negócio

“Jony” Yve tem um novo desafio. O famoso designer de produtos da marca da maçã vai ajudar o Airbnb a redesenhar o sistema da empresa de alojamento local, tendo também a seu cargo a criação de novos produtos para o Airbnb numa altura em que a empresa se prepara para avançar com o IPO.

Leia a notícia completa no Financial Times (conteúdo em inglês, acesso pago)

Cinco Días

Uber quer comprar Free Now. Oferece mais de mil milhões

A Uber quer adquirir a plataforma Free Now, o antigo MyTaxi, e ofereceu mais de mil milhões de euros aos grupos automobilísticos alemães BMW e Daimler para assumir o controlo. Segundo a imprensa alemã, a Daimler estaria disposta a vender, mas o presidente da BMW estará mais interessado em oferecer uma participação.

Leia a notícia completa no Cinco Días (conteúdo em espanhol, acesso livre)

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Portugal pode poupar 4,5 milhões por ano com social bonds da Europa

Ao pedir dinheiro emprestado à Europa em vez de ir diretamente aos mercados financiar-se, Portugal poupa nas taxas de juro já que a União Europeia consegue emitir dívida com melhores condições.

A União Europeia já foi aos mercados buscar o dinheiro que precisa para emprestar aos Estados-membros. Foi uma emissão de dívida histórica, com um juro negativo e uma procura recorde, que irá refletir-se nos custos destes empréstimos aos países. Portugal pediu 5,9 mil milhões de euros ao programa SURE, que dá apoio no domínio do emprego, o que significa que poderá poupar cerca de 4,5 milhões de euros por ano face ao que teria de pagar se fosse aos mercados.

A primeira emissão conjunta de social bonds da UE resultou na colocação de 17 mil milhões de euros, com uma procura nunca vista de 233 mil milhões de euros (ou seja, 14 vezes superior). “Os mercados de dívida em euro estão a escrever um novo capítulo nos livros de história com esta transação inaugural recorde da UE, que era amplamente antecipado. Mais importante que a procura recorde é o preço”, aponta o Commerzbank numa nota assinada por Michael Leister e Cem Keltek.

Graças ao robusto apetite dos investidores, o juro acabou por cair face à estimativa inicial e foi mesmo negativo no caso dos títulos a dez anos. Na dívida que atinge a maturidade a 4 de outubro de 2030, foram emitidos dez mil milhões com uma yield negativa de 0,238%. Já nas obrigações com prazo a 4 de outubro de 2040, a colocação foi de sete mil milhões com um juro de 0,131%. É esta emissão que será a referência para o custo dos empréstimos direcionados ao emprego, o SURE, aos vários países.

"Os mercados de dívida em euro estão a escrever um novo capítulo aos livros de história com esta transação inaugural recorde da UE, que era amplamente antecipado. Mais importante que a procura recorde é o preço.”

Michael Leister e Cem Keltek

Commerzbank

No caso de Portugal, o Ministério das Finanças de João Leão pediu 5,9 mil milhões de euros desta linha (a receber ao longo de três anos). Ao pedir dinheiro emprestado à Europa em vez de ir diretamente aos mercados financiar-se, Portugal poupa nas taxas de juro já que a União Europeia consegue emitir dívida com o mesmo prazo a condições mais favoráveis.

“A yield do Tesouro português a dez anos cota nos 0,18% e para um montante de dez mil milhões de euros, em termos proporcionais, caberia a Portugal à volta de 670 milhões de euros na emissão a dez anos, e uma poupança de 0,41%, logo quase 2,8 milhões de euros anualmente”, explica Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, em declarações ao ECO.

A yield da OT portuguesa a 20 anos ronda os 0,56%, atualmente, o que permite uma poupança de cerca de 0,42%, na proporção que caberia a Portugal de cerca de 470 milhões de euros, ou seja, 1,7 milhões de euros anuais. “No total, Portugal terá uma poupança anual aproximada de 4,5 milhões de euros com esta emissão de social bonds europeia“, refere Paulo Rosa.

Portugal entre os países mais beneficiados. França e Alemanha ficam à margem

A União Europeia tem um rating superior a Portugal, em AAA por duas das três principais agências de notação financeira. A notação financeira de grande qualidade é uma das razões apontadas para os baixos juros conseguidos, a par da grande expectativa gerada em torno do projeto europeu e ainda a perspetiva de que o Banco Central Europeu (BCE) fique com grande parte destas emissões no âmbito do programa de compra de ativos.

Quanto maior for o diferencial entre o juro pedido pelos investidores nos mercados aos países e a yield pedida à UE maior o ganho, o que é claro pelos países que recorreram a esta linha. Estados como Portugal, Espanha, Itália ou Grécia pediram apoio, enquanto França ou Alemanha — que têm juros mais baixos no mercado — preferiram ficar de fora.

Portugal encontra-se num conjunto de países beneficiados porque no mercado secundário as yields destas duas maturidades estão acima das emissões das social bonds. Em sentido contrário, a titulo de exemplo, a Bélgica conseguiria taxas de juro melhores a dez anos numa emissão em primário pelo próprio país, porque a yield nesta maturidade anda à volta dos -0,35%. Todavia, esta emissão é mais favorável para países como a Grécia com rentabilidades mais elevadas que as OT de Portugal, apesar do montante para Grécia ser metade do português”, exemplifica Paulo Rosa.

Para conseguir estas condições mais favoráveis, a UE optou por emitir social bonds, um tipo de obrigações especialmente desenhadas para financiar projetos com benefícios para a sociedade, o que terá sido um dos fatores chave para captar o interesse dos investidores. Os dados finais indicam que 578 investidores participaram na tranche a dez anos e 514 investidores na tranche a 20 anos, sendo que aproximadamente 63% do total foi alocado a investidores ESG.

O dinheiro do SURE servirá para apoiar os países europeus face ao aumento da despesa pública registado desde fevereiro em resultado do lançamento de mecanismos extraordinários como o português lay-off simplificado, que tem ajudado os empregadores a pagar salários e a manter os postos de trabalho. No total, estão em causa apoios no valor de 87,4 mil milhões de euros a que os 17 Estados membros recorreram.

Até final de 2021, a instituição europeia irá emitir até 100 mil milhões de euros em social bonds para financiar o SURE. Assim, esta foi apenas a primeira emissão de dívida da UE, sendo esperado que ainda a entidade europeia ainda volte, este ano, aos mercados. Os analistas do Commerzbank estimam que a UE coloque mais 30 mil milhões em 2020, bem como uma média de 10 mil milhões de euros por mês, em 2021, até chegar ao limite. Depois do SURE, a união começará a financiar o programa Next Generation EU nos próximos seis anos.

"O Fundo de Recuperação é muito importante para a Europa. Dá um sinal de união na Europa que era muito necessário para complementar a estratégia de estímulos [do Banco Central Europeu].”

Elena Domecq

J.P. Morgan AM

A rede de segurança desenhada pela Europa era amplamente esperada pelos mercados, que voltaram a mostrar preocupação nos últimos dias face ao agravamento da situação epidemiológica na Europa. Com esta operação, o foco regressa à capacidade dos Estados em financiarem a recuperação económica, que beneficiar de uma bazuca do Fundo de Recuperação com um total de 750 mil milhões de euros.

“O Fundo de Recuperação é muito importante para a Europa. Dá um sinal de união na Europa que era muito necessário para complementar a estratégia de estímulos” do Banco Central Europeu, aponta Elena Domecq, da equipa de clientes e estratégia para Portugal da J.P. Morgan Asset Management. “Tivemos uma profunda recessão, seguida de uma forte retoma. Esperamos que os dados macroeconómicos continuem a melhorar e que haja um grande apoio dos decisores políticos”.

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Pesos pesados penalizam Lisboa em dia de perdas na Europa

A praça lisboeta segue para o quarto dia de perdas, com BCP e Galp a pesar no desempenho do índice de referência nacional.

A bolsa nacional prolonga as perdas nesta sessão, seguindo para o quarto dia consecutivo de perdas. A praça lisboeta segue a tendência negativa sentida nas congéneres europeias, numa altura em que o ritmo lento das negociações de estímulo dos EUA e um aumento nos casos globais de Covid-19 preocupam os investidores.

O PSI-20, o principal índice português, recua 0,15% para os 4.133,14 pontos. A maioria das 18 cotadas segue a negociar abaixo da linha de água nesta sessão.

A penalizar o índice encontram-se os pesos pesados da bolsa, com o BCP a recuar 1,03% para os 0,0765 euros, a Galp Energia a perder 0,89% para os 7,792 euros. Já os CTT prolongam as perdas, depois de uma sessão em que recuaram mais de 4%. Os títulos seguem agora a cair 1,30% para os 2,27 euros.

As empresas do setor da pasta do papel sobressaem também nas perdas. A Altri recua 0,89% para os 3,57 euros, a Navigator perde 0,76% para os 1,97 euros.

Por outro lado, nos ganhos, destaque para a Ibersol, que dispara 8,81% para os 4,20 euros, e para a Sonae Capital, que sobe 10% para os 0,77 euros. Nota também para a EDP Renováveis, que avança 0,24% para os 16,64 euros.

Na Europa, o índice agregador Stoxx 600 recua 0,4%. O alemão DAX perde 1%, o espanhol Ibex-35 cai 0,7% e o francês CAC-40 cede 0,5%, enquanto o britânico FTSE 100 desvaloriza 0,4.

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Pandemia reduz lucro do Bankinter para metade. Portugal dá 33 milhões

Banco espanhol viu o lucro cair 50% para 220 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, devido ao registo de provisões. Negócio português contribuiu com resultado de 33 milhões.

Ainda que tenha registado um crescimento do negócio, o Bankinter viu o lucro cair para metade nos primeiros nove meses do ano. O banco espanhol atingiu um resultado líquido de 220 milhões de euros até setembro, impactado pelas “fortes provisões” para fazer face à crise. A operação em Portugal contribuiu com 33 milhões de euros, menos 36% face ao mesmo período do ano passado.

“São resultados francamente bons”, destacou a presidente do banco, María Dolores Dancausa, na apresentação dos resultados. “São menores do que estamos habituados, mas os tempos mudaram. Ainda há enorme incerteza. Ainda assim, os resultados são satisfatórios”, acrescentou.

O Bankinter explica que, para suportar o impacto da crise provocada pela pandemia, soma já 243,5 milhões de euros em provisões para responder a um aumento do incumprimento no crédito, depois dos 50 milhões de provisões registados no terceiro trimestre. O banco não conta fazer mais provisões este ano, apesar da incerteza. “Ao dia de hoje não prevemos fazer mais reforço de provisões até final do ano. Vamos esperar para ver se as previsões para a economia não mudam”, disse o diretor financeiro do Bankinter, Jacobo Diaz.

O reforço das provisões ajuda a explicar, juntamente com a ausência das receitas extraordinárias de 2019, o facto de o resultado antes de impostos da atividade bancária, que é apresentado separadamente da Línea Directa Aseguradora, ter afundado quase 70% para 153,3 milhões de euros até setembro.

Sem contar com as provisões nem as receitas extraordinárias de 2019, o resultado da atividade bancária recorrente desce apenas 7,6%.

Com a Línea Directa a registar um lucro antes de impostos de 132,9 milhões de euros, mais 22,9% do que há um ano, o grupo Bankinter viu assim o resultado líquido cair 50,5% para 220,1 milhões até setembro.

Apesar da quebra nos resultados, o banco liderado por María Dolores Dancausa diz manter rácios de capital confortáveis, “muito acima do mínimo exigido pelo BCE”. O rácio de morosidade no crédito também melhorou (rácio de 2,51%), assim como a cobertura do crédito malparado (rácio de 61,7%).

No que diz respeito ao negócio, o Bankinter diz que se manteve “a bom nível neste período tão complicado”. A margem financeira aumentou 8% para 927 milhões de euros, “maioritariamente devido aos maiores volumes de crédito”.

O total de crédito a clientes ascende a 63.344 milhões de euros, mais 6,7%. O aumento do crédito deve-se sobretudo ao segmento empresas, dado que houve uma contração no crédito para a compra de casa e no crédito ao consumo. Por seu lado, os recursos de clientes de retalho aumentaram 9,6% para 62.639 milhões.

O banco alcançou pela primeira vez uma maior proporção de depósitos do que de créditos, atingindo um rácio de de 101,3%.

O negócio do Bankinter Portugal também se manteve a “bom ritmo”, com o banco a destacar o crescimento de 10% na margem financeira. As provisões do banco liderado por Alberto Ramos ascenderam a oito milhões de euros.

“O comportamento em Portugal foi muito positivo”, destacou Dolores Dancausa, sublinhando que o banco está mais eficiente por duas razões: já se desfez de carteiras de malparado e já se estruturou internamente. Os gastos em Portugal caíram 8% para 51 milhões.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h22 com declarações do Bankinter)

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Excedente financeiro dos particulares face ao PIB mais que duplica

  • Lusa
  • 22 Outubro 2020

Excedente financeiro dos particulares passou de 1,5% do PIB em junho de 2019 para 4,02% do PIB no mesmo mês de 2020, revela o Banco de Portugal.

O peso do excedente financeiro dos particulares no Produto Interno Bruto (PIB) mais que duplicou nos 12 meses até junho deste ano face ao mesmo período de 2019, segundo dados do Banco de Portugal (BdP).

Numa nova série do BdP que mostra a interligação financeira entre os vários setores da economia (sociedades financeiras, não financeiras, particulares, administrações públicas e outros países), é visível que o excedente financeiro dos particulares passou de 1,5% do PIB em junho de 2019 para 4,02% do PIB no mesmo mês de 2020 (contando sempre os últimos 12 meses).

No mesmo período, é também visível que o financiamento líquido dos particulares às sociedades financeiras (geralmente bancos) aumentou (de 2,4% do PIB para 4,53%), sendo que diminuiu o peso no PIB do excedente dessas sociedades (2,42% em junho de 2019 para 1,93% no mesmo mês de 2020).

Segundo informação disponível no site do Banco de Portugal, o financiamento líquido dos particulares aos bancos pode ser “resultado de um aumento dos depósitos dos particulares”, de uma “redução dos empréstimos concedidos pelas sociedades financeiras aos particulares” ou ainda “de um aumento dos depósitos superior ao aumento verificado nos empréstimos dos particulares”.

A componente financeira das estatísticas divulgadas pelo Banco de Portugal versa sobre transações e patrimónios dos diferentes setores, e não inclui a não financeira, que é tratada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Tipicamente, os instrumentos financeiros das empresas são numerário e depósitos, empréstimos, ações e outras participações, e os dos particulares incluem também regimes de seguros e pensões.

Entre os 12 meses terminados no final de junho de 2019 e os 12 meses terminados em junho deste ano, apesar de ter aumentado o financiamento líquido dos particulares às empresas (sociedades não financeiras), estas acabaram por agravar a sua necessidade de financiamento (défice), passando de -3,11% do PIB para -3,34% do PIB.

Entre os dois períodos denota-se ainda a passagem de um excedente financeiro das administrações públicas (0,08% do PIB) para um défice (-1,86% do PIB), atribuível à pandemia de Covid-19.

De resto, os bancos aumentaram massivamente o financiamento às Administrações Públicas (sobretudo devido às operações de compra de títulos de dívida pública realizadas pelo Banco de Portugal) passando de um aumento de 0,72% no final do segundo trimestre de 2019 para 4,63% no final do segundo trimestre de 2020.

Entre junho de 2019 e junho de 2020 mudaram ainda os fluxos financeiros entre as Administrações Públicas (AP) e os particulares, que passaram um saldo líquido positivo para as AP de 0,31% do PIB para um negativo de 0,56% do PIB no final de junho de 2020.

Também se inverteram os fluxos entre os bancos e as empresas, já que se no final de junho de 2019 havia um saldo negativo para a banca (-0,34% do PIB, ou seja, a banca financiava as empresas), passou a ser positivo em 1,5% do PIB um ano depois, em junho de 2020.

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IVA da luz a 13% não é favorável para quem tem tarifa bi-horária e painéis solares

Estes consumidores podem perder até 9 euros de poupança por ano, calcula a Deco, que rejeita assim o "argumento ambiental" do Governo para reduzir o IVA da luz por escalões de consumo.

Os consumidores de eletricidade com tarifa bi-horária e que tenham já optado por instalar painéis solares para abastecer o consumo doméstico correm o risco de não conseguir aproveitar em pleno a descida da fatura da luz prometida a partir de 1 de dezembro por via do IVA reduzido por escalões de consumo. Por mês, estes consumidores podem ficar a perder entre 40 a 75 cêntimos de poupança, o que equivale a menos 5 a 9 euros ao fim do ano. Esta é uma das conclusões a que chegou a associação de defesa dos consumidores Deco na sequência da publicação esta semana da portaria de regula a aplicação do IVA reduzido por escalões de consumo.

Para quem tem tarifa simples, dita o Governo que os primeiros 100 kWh de energia elétrica consumidos em cada mês (independentemente da hora do dia) sejam alvo de uma taxa de IVA de 13%, saltando para um imposto de 23% em todo o consumo que exceder esse patamar (nas famílias numerosas o limite é majorada para os 150 kWh). A poupança já estimada pelo Governo, e validade pela Deco, é de 1,5 euros por mês, o que equivale a 18 euros por ano. Para as famílias numerosas, o cálculo ascende a 2,20 euros de poupança mensal.

No entanto, nas tarifas multi-horárias (bi-horária e tri-horária), as regras são diferentes e mais complexas, revela a mais recente portaria. Na bi-horária, os mesmos 100 kWh dividem-se pelos períodos de fora de vazio e vazio (60 kWh e 40 kWh, respetivamente). Ou seja, nesta tarifa os consumidores têm à disposição mais kWh taxados a 13% de dia, quando a eletricidade é mais cara, e menos à noite, quando os preços são mais baixos.

E se não há grande diferença para quem tem tarifa bi-horária mas é abastecido apenas pela rede elétrica, o mesmo já não acontece para quem optou por uma solução mais amiga do ambiente e investiu algumas centenas (ou mesmo milhares) de euros em painéis solares para autoconsumo, revela a análise mais recente da Deco.

Como explicou Pedro Silva, especialista em energia da Deco ao ECO/Capital Verde, na maior parte do ano (entre abril e outubro, quando a exposição solar é mais forte e prolongada), o consumo de energia durante o dia fica totalmente assegurado pela eletricidade gerada pelo sistema fotovoltaico doméstico, podendo deixar o plafond de 60 kWh por utilizar. À noite, com a família toda em casa, os gastos de eletricidade disparam e são compensados com recurso à rede, ultrapassando em larga medida os 40 kWh mensais abrangidos no IVA reduzido neste horário.

Estas famílias, com tarifa bi-horária e painéis solares, vão poupar menos por mês com o IVA reduzido na eletricidade: entre 75 cêntimos e 1,10 euros, e não os 1,50 euros calculados pelo Governo, diz Pedro Silva. O especialista em energia da Deco argumenta que isto deita por terra o “argumento ambiental” do Governo para reduzir o IVA da luz por escalões de consumo e assim promover a eficiência energética, em vez de fazer cair a taxa para os 6% para toda a energia. Até porque o IVA reduzido só está acessível para potências contratadas até 6,9 kVA.

“Não é coerente defender a eletrificação dos consumos — ter um carro elétrico, substituir o fogão a gás por placa de indução ou a caldeira por uma bomba de calor — e ao mesmo tempo penalizar na fatura quem gasta mais energia elétrica por via dessas escolhas melhores para o ambiente. Não é possível defender opções ambientalmente sustentáveis e não reconhecer que daí resulta um consumo acrescido”, diz o responsável da Deco.

E sublinha ainda que apenas 1200 kWh por ano vão ser pagos pelas famílias a uma taxa de IVA de 13%, o que “é pouco”, já que no caso de uma potência contratada de 3,45 kVA, que abrange 42% dos consumidores, o consumo médio anual ronda os 1900 kWh.

A defesa do consumidor alerta também para a dificuldade acrescida, a partir de 1 de dezembro, de ler uma fatura da luz com três taxas de IVA diferentes (6% na componente fixa, 13 e 23% na componente de energia), quando a ERSE já veio revelar que a grande maioria dos portugueses não consegue interpretar a informação contida nas suas faturas mensais. Além disso, diz Pedro Silva, as estimativas de consumo vão complicar ainda mais a situação, tanto para os consumidores como para as comercializadoras.

Outra preocupação prende-se com as famílias numerosas e o processo “complexo” estabelecido pela portaria para que tenham acesso à majoração de 150 kWh a partir de 1 de março de 2021. Em vez de terem de preencher um requerimento e fazerem prova da dimensão do agregado familiar por via da declaração de IRS, ou outro documento, a Deco defende que o processo possa ser automático, como já acontece na atribuição da tarifa social, que abrange cerca de 800 mil famílias.

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Nos e Vodafone vão partilhar rede móvel em todo o país

Operadoras fecharam acordos com vista à partilha de infraestruturas e equipamentos de rede móvel, abrangendo as tecnologias já existentes 2G, 3G e 4G. 5G dependerá do resultado do leilão.

As operadoras Nos NOS 0,65% e Vodafone fecharam acordos para a partilha de infraestruturas e equipamentos de rede móvel em todo o território português.

“Foram hoje celebrados um conjunto de acordos com vista à partilha de infraestruturas de rede móvel de suporte (infraestrutura passiva como torres e mastros) e rede móvel ativa (equipamentos ativos de rádio como antenas, amplificadores e demais equipamentos)”, anunciou a Nos em comunicado enviado ao mercado.

A operadora liderada por Miguel Almeida adianta que os acordos terão “abrangência nacional, existindo diferenças de aplicação consoante se trate de zonas de maior ou menor densidade populacional”. “Nas primeiras zonas, tipicamente maiores aglomerados urbanos, as partes irão explorar sinergias acrescidas na partilha de infraestrutura de suporte e nas segundas zonas, tipicamente zonas rurais e no interior do país, as partes farão, para além da utilização comum de infraestruturas de suporte a partilha da sua rede móvel ativa”, refere a Nos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os acordos incidem sobre ativos atualmente detidos ou que venham a ser detidos no futuro pela Nos e Vodafone e sobre as tecnologias já existentes 2G, 3G e 4G. “A acomodação do 5G nos referidos acordos estará dependente da decisão autónoma de cada operador de implementar ou não esta tecnologia“, assinala a Nos.

A partilha da rede não terá impacto na concorrência entre as duas operadoras, assegura a Nos, com as duas partes a manterem “liberdade estratégica e comercial e capacidade de diferenciação na definição e prestação de serviços aos seus respetivos clientes”.

“Cada parte poderá decidir fazer evoluir a sua rede de comunicações móveis com total liberdade e autonomia”, destaca ainda a Nos no mesmo comunicado.

Numa nota enviada aos jornalistas, Miguel Almeida diz que se trata de uma parceira estratégica pioneira no país que permitirá à “Nos expandir e reforçar a sua rede móvel em todas as tecnologias”.

“Abre caminho para o desenvolvimento da sociedade digital (…) e permitirá reduzir a nossa pegada ecológica, ao mesmo tempo que incrementa a coesão territorial e a inclusão digital”, indica o CEO da Nos.

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Alta velocidade vai ligar Lisboa e Porto em 1h15

  • ECO
  • 22 Outubro 2020

O investimento previsto para a alta velocidade entre as duas principais cidades nacionais é de 4.500 milhões de euros.

O Governo vai anunciar esta quinta-feira o projeto de uma nova linha entre Lisboa e Porto, que numa segunda fase poderá receber velocidades de 300 quilómetros por hora, avança o Público (acesso condicionado). Com estes valores, a viagem entre as duas cidades poderá realizar-se em cerca de 1 hora e 15 minutos.

Esta obra faz parte do Plano Nacional de Investimentos 2030 que será apresentado pelo primeiro-ministro e pelos ministros das Infraestruturas, Ambiente e Agricultura, em Lisboa. O investimento previsto para a alta velocidade entre as duas principais cidades nacionais é de 4.500 milhões de euros.

A construção desta nova nova infraestrutura, em bitola ibérica, será faseada, dando prioridade ao troço entre Gaia e Soure. Numa primeira altura vai servir Aveiro, Coimbra e Leiria, sendo que irá cruzar com a linha do Norte em vários pontos, o que torna possível uma articulação com a rede convencional.

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Hoje nas notícias: alta velocidade, metro e Açores

  • ECO
  • 22 Outubro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo anuncia o projeto de uma nova linha entre Lisboa e Porto que permitirá viagens em cerca de 1 hora e 15 minutos entre as duas cidades. O Plano Nacional de de Investimentos 2030 prevê ainda 2.000 milhões para a expansão dos metros das duas maiores cidades portuguesas. O candidato ao Governo Regional e líder do PSD-Açores está a ser investigado pelo crime de insolvência culposa. O número de estudantes do ensino superior que foram estudar para fora ao abrigo do programa Erasmus+ caiu 71%. Embora vejam como improvável um chumbo no Orçamento do Estado, se isso acontecer, 40,6% dos inquiridos apontará responsabilidade à esquerda.

Governo anuncia alta velocidade entre Lisboa e Porto em 1h15

O Governo anuncia esta quinta-feira o projeto de uma nova linha entre Lisboa e Porto, que numa segunda fase poderá receber velocidades de 300 quilómetros por hora com a viagem entre as duas cidades a realizar-se em cerca de 1 hora e 15 minutos. Esta obra faz parte do Plano Nacional de Investimentos 2030 que será apresentado pelo primeiro-ministro e pelos ministros das Infraestruturas, Ambiente e Agricultura, em Lisboa. O investimento previsto para a alta velocidade entre as duas principais cidades é de 4.500 milhões de euros. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Metros do Porto e Lisboa com 2.000 milhões

Os metros do Porto e de Lisboa vão contar com 2.000 milhões de euros de investimentos nos próximos anos. No Porto, o Plano Nacional de de Investimentos 2030, a ser anunciado esta quinta-feira pelo Executivo, a rede do metropolitano contará com quatro novas linhas e 28 quilómetros até Gaia, Gondomar e Matosinhos. Para Lisboa está previsto quase o dobro do dinheiro no novo plano dedicado a transportes. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

Candidato à presidência do Governo dos Açores investigado por insolvência culposa

O candidato à presidência do Governo Regional e líder do PSD-Açores, José Manuel Bolieiro, está a ser investigado pelo Ministério Público pelo crime de insolvência culposa. A investigação foca-se num caso quando presidia à autarquia de Ponta Delgada, relacionado com a alienação da Azores Parque. A autarquia iria extinguir e integrar empresa municipal, mas esta acabou por passar para o controlo de uma entidade privada desconhecida e sem contas registadas por 500 euros, em 2019, após um curto concurso público. Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Chumbo no OE será culpa da esquerda, diz sondagem

A maioria dos portugueses acredita que o Orçamento do Estado para 2021 vai ser aprovado na Assembleia da República. Quase oito em cada dez dos entrevistados para a sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios, CM e CMTV acredita que a proposta orçamental será viabilizada. Embora vejam como pouco provável um chumbo, se isso acontecer, 40,6% dos inquiridos aponta responsabilidade aos partidos de esquerda. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Menos 71% dos alunos do superior foram em Erasmus

Com a pandemia, que implicou fortes limitações às viagens, o número de estudantes do ensino superior que foram estudar para fora ao abrigo do programa Erasmus+ caiu 71%. Foram 1.509 os portugueses que embarcaram no programa no primeiro semestre do ano letivo, número que compara com 5.192 no mesmo período do ano passado. A tendência é semelhante também para os alunos estrangeiros que vêm estudar para Portugal. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre)

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