Espanhola Axesor baixa perspetiva de rating Portugal para negativa

  • Lusa
  • 6 Julho 2020

Analistas da Axesor Rating preveem uma contração da economia portuguesa superior a 9,4% em 2020, acompanhada da deterioração do mercado laboral. Taxa de desemprego pode chegar a 11,6%.

A agência de notação financeira espanhola Axesor manteve esta segunda-feira a classificação não solicitada de Portugal em ‘BBB+’, mas baixou a perspetiva de “estável” para “negativa” devido ao impacto previsto da pandemia na economia e no endividamento público.

Na sua revisão semestral da classificação creditícia de Portugal, os analistas da Axesor Rating preveem uma contração da economia portuguesa que poderá superar os 9,4% no final de 2020, sendo esta quebra acompanhada da deterioração do mercado laboral, com uma taxa de desemprego estimada em 11,6% no final do ano (face aos 6,5% de 2019).

Apontando a elevada dependência do país face aos setores dos serviços, turismo e comércio internacional, a agência espanhola aponta o “elevado nível de dívida pública” de Portugal, “que poderá mesmo superar os 136% no final de 2020”, e antecipa uma “importante deterioração das finanças públicas portuguesas, com o excedente orçamental de 0,2% de 2019 a passar a um défice superior a 7% no atual exercício.

Ainda assim, a agência espanhola aponta uma “melhor situação face a crises anteriores, em resultado do importante processo de consolidação fiscal e da correção do mercado laboral observada nos últimos anos”.

Consideramos que a perspetiva da nossa classificação de crédito da República Portuguesa poderá melhorar se a deterioração do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo semestre for notavelmente inferior ao previsto, a recuperação da economia em 2021 acontecer a um ritmo muito superior ao estimado (6,3%) e as finanças públicas continuarem na senda de consolidação fiscal e redução da dívida que vinha acontecendo até agora”, sustenta.

Face ao impacto da crise sanitária, a Axesor aponta para um aumento de 9% dos gastos, acompanhada de uma redução na ordem dos 6,2% das receitas, sobretudo devido à redução desta com impostos sobre a produção e importações, em resultado da pandemia.

Ainda assim, a agência admite que esta situação poderá ser mitigada quando chegarem as ajudas do Fundo de Reconstrução Europeu, prevendo uma recuperação das receitas em 2021, com uma subida de 6,4%.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 531 mil mortos e infetou mais de 11,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal morreram 1.614 pessoas das 43.897 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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Taxa de ocupação dos hotéis no Algarve afunda 70% em junho

  • Lusa
  • 6 Julho 2020

A hotelaria do Algarve registou no mês de junho uma taxa global de ocupação média por quarto de 10,3%, uma quebra de 68,9% em relação ao período homólogo, segundo uma associação do setor.

A hotelaria do Algarve registou no mês de junho uma taxa global de ocupação média por quarto de 10,3%, uma quebra de 68,9% em relação ao mesmo mês de 2019, anunciou esta segunda-feira a maior associação hoteleira da região.

De acordo com a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), o mercado nacional foi o que registou a menor descida – menos 58,7% -, representando 82,7% do total das dormidas em junho no Algarve.

Segundo a AHETA, o volume de vendas apresentou uma descida de 81,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quebra causada pelo efeito da pandemia provocada pelo novo coronavírus que começou a afetar o setor do turismo a partir do mês de março.

De acordo com os dados avançados pela associação no resumo da evolução mensal da atividade no setor, a ocupação cama regista em valores acumulados desde janeiro deste ano, uma descida média de 66,7% e o volume de vendas uma descida de 49,6% face ao período homólogo de 2019.

No Algarve, 85% dos hotéis reabriram em junho ou reabrem agora, no início de julho, um número, ainda assim, animador – tendo em conta as previsões do setor no início da pandemia, que não apontavam para que tantas unidades reabrissem ainda este ano.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 531 mil mortos e infetou mais de 11,3 milhões de pessoas em todo o mundo.

Em Portugal morreram 1.620 pessoas das 44.129 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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GoWithFlow lança “hub” para gestão de mobilidade

Novidade otimiza o ciclo de vida da mobilidade e da energia, permitindo reduzir custos e melhorar a experiência para clientes e trabalhadores.

A startup portuguesa GoWithFlow, detida pela Galp, lançou o seu primeiro sistema de gestão de mobilidade sustentável para empresas e cidades, anunciou a empresa em comunicado. A novidade está direcionada para empresas e organizações que queiram implementar programas de mobilidade, “como parte da missão de redução de emissões de gases com efeito de estufa”, indica a startup em comunicado.

“A mobilidade sustentável não é apenas a coisa certa a fazer. É também uma decisão de negócio inteligente”, afirma Jane Hoffer, CEO da GoWithFlow, citada em comunicado.

A novidade, agora anunciada, usa a plataforma de “Gestão de Mobilidade Sustentável” que coordena ativos móveis e utilizadores, assim como dados de dispositivos IoT incorporados nesses ativos e de outros modos de mobilidade, incluindo a partilha de viagens, bicicletas elétricas e serviços de mobilidade. A tecnologia da plataforma fornece dados em tempo real sobre o uso das viaturas, scooters, estações de carregamento e outros componentes de mobilidade.

O verdadeiro poder da mobilidade sustentável é aproveitar o poder do transporte para benefício da organização, seja uma empresa, uma instituição como uma universidade ou uma cidade. A nossa abordagem unificada de mobilidade fornece informações em tempo real que têm impactos positivos em todas as operações das empresas, e não apenas nas suas frotas”, explica a CEO da startup.

A ferramenta, explica ainda a empresa, permite reduzir custos totais de mobilidade, melhorar a experiência de clientes e trabalhadores e ainda reduzir a pegada de carbono devido à mobilidade.

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CureVac vai receber 75 milhões do BEI para criar vacinas, incluindo contra a Covid

  • Lusa
  • 6 Julho 2020

A biofarmacêutica CureVac vai receber 75 milhões de euros do Banco Europeu de Investimento (BEI) para desenvolver vacinas, incluindo contra a Covid-19.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) vai financiar a biofarmacêutica CureVac em 75 milhões de euros para desenvolver vacinas, incluindo contra o coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19.

Segundo um comunicado, o BEI vai emprestar 75 milhões de euros à biofarmacêutica CureVac para apoiar o desenvolvimento e produzir vacinas em larga escala, incluindo a candidata CVnCoV, que poderá prevenir infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de Covid-19.

O empréstimo do BEI apoiará as atividades da CureVac para completar a sua nova unidade de produção de ácido ribonucleico mensageiro (mARN) em Tubingen, na Alemanha, sendo a transação financiada ao abrigo do Mecanismo de Financiamento de Doenças Infecciosas do Horizonte 2020, o programa de investigação e inovação da União Europeia (UE) para 2014-2020.

Além disso, o empréstimo apoiará os esforços da farmacêutica para expandir as suas capacidades de produção e acelerar a conclusão da sua quarta unidade de produção em Tubingen.

O financiamento do BEI será concedido em três parcelas de 25 milhões de euros após a conclusão de marcos predefinidos.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 531 mil mortos e infetou mais de 11,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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Mais seis mortes e 232 novos casos de Covid-19. 84% são na região de Lisboa

Nas últimas 24 horas, foram identificados 232 novos casos pelo novo coronavírus em Portugal, com o número total de infetados a subir para 44.129.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) identificou 232 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 44.129 o número total de infetados desde o início da pandemia. Trata-se de uma subida de 0,53% face ao dia anterior, a mais baixa desde 24 de maio.

Nas últimas 24 horas morreram mais seis pessoas com a doença, de acordo com a última atualização das autoridades de saúde. Com estes óbitos, o número total de vítimas mortais sobe para 1.620, segundo o último balanço da DGS. Quanto ao número de pessoas dadas como recuperadas, são agora 29.166, mais 149 desde a última atualização.

Desde meados de maio que a região de Lisboa e Vale do Tejo tem concentrado as maiores preocupações das autoridades de saúde. É também, atualmente, a região do país com o maior número de casos confirmados desde que o surto foi detetado no país. Foram identificados 195 novos casos nesta região, o que representa cerca de 84,05% do total nacional. Isto significa que oito em cada dez novos casos detetados no país foram identificados nesta região.

A DGS coloca agora uma nota a apontar que os dados referentes à região de LVT “têm como fonte os dados agregados dos respetivos ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde]”. Isto acontece porque, como explicou a ministra da Saúde esta sexta-feira, houve um erro no reporte de novos casos nos três dias anteriores, por parte de um parceiro privado em Lisboa e Vale do Tejo, com 200 casos que não foram incluídos corretamente e “cuja distribuição ainda carece de análise”, refere-se no boletim.

Boletim epidemiológico de 6 de julho:

A nível regional, em termos acumulados, Lisboa e Vale do Tejo tem 20.722 casos e 507 mortes, seguida pelo Norte (17.766 casos e 820 óbitos). Segue-se o Centro (4.195 casos e 248 mortes), o Algarve (663 casos e 15 mortes) e o Alentejo (539 casos e 15 óbitos). Nas regiões autónomas, os Açores contabilizam 151 casos e 15 óbitos, enquanto a Madeira regista 93 pessoas infetadas.

Quanto à caracterização clínica, a maioria dos infetados recupera em casa, sendo que 513 estão internadas (mais nove do que ontem), das quais 74 em unidades de cuidados intensivos (mais uma do no balanço anterior). Há 1.182 pessoas a aguardar resultados laboratoriais, enquanto 31.485 estão sob vigilância das autoridades de saúde.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h46)

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A caminho do BdP, Centeno é ouvido no Parlamento esta quarta-feira

O antigo ministro das Finanças será ouvido pelos deputados da comissão de orçamento e finanças a partir das 9h00.

O ex-ministro das Finanças Mário Centeno vai ser ouvido na comissão de orçamento e finanças na próxima quarta-feira, no âmbito da sua indigitação pelo Governo para o cargo de governador do Banco de Portugal (BdP).

Centeno será ouvido pelos deputados daquela comissão parlamentar a partir das 9h00. Nos termos da lei, esta audição é obrigatória, embora o Parlamento não tenha poder vinculativo para mudar uma decisão que pertence ao Conselho de Ministros — regras que alguns partidos pretendem mudar.

Da audição de Centeno junto dos deputados resultará um relatório com o “parecer” do Parlamento em relação a esta nomeação. O documento terá como relator o deputado socialista João Paulo Correia.

Mário Centeno foi indicado pelo novo ministro das Finanças, João Leão, para suceder a Carlos Costa na liderança do supervisor da banca. Carlos Costa, há dez anos a ocupar o cargo de governador do Banco de Portugal, tomou posse para um segundo mandato no dia 10 de julho de 2015.

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Santander Totta e Mapfre criam empresa para distribuição de seguros em Portugal

  • Lusa
  • 6 Julho 2020

Banco Santander Totta e a Mapfre criaram sociedade conjunta para o negócio de seguros em Portugal. O objetivo é começar a produzir seguros no quarto trimestre deste ano.

O banco Santander Totta e o grupo segurador Mapfre criaram uma sociedade conjunta para o negócio de seguros em Portugal, pretendendo o banco começar a distribuir em exclusivo seguros da Mapfre no último trimestre.

Em comunicado divulgado pelo banco, é indicado que, na nova empresa, a Mapfre passará a controlar 50,01% do negócio conjunto de seguros em Portugal, enquanto o Santander Totta terá os restantes 49,99%.

“A previsão é que a nova sociedade, cuja criação depende ainda da aprovação das autoridades competentes, possa começar a produzir seguros no quarto trimestre de 2020″, lê-se no comunicado.

Quando a empresa for concretizada, o banco irá distribuir em exclusivo em Portugal, até dezembro de 2037, os seguros automóvel, multirrisco PME (pequenas e médias empresas) e seguros de responsabilidade civil da Mapfre.

A informação refere ainda que este é o primeiro negócio fora de Espanha entre o grupo Santander e a seguradora Mapfre, depois de em janeiro de 2019 terem feito acordos de negócio para o mercado espanhol.

O acordo implica ainda a aquisição pela Mapfre Vida da carteira em run-off (contratos em extinção) de seguros de vida, atualmente propriedade da Santander Totta Seguros.

“Com esta colaboração com a Mapfre, vamos impulsionar a nossa oferta comercial de forma importante a favor de clientes cada vez mais exigentes e informados”, disse o presidente executivo do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, citado em comunicado.

“Este acordo vem reforçar uma aliança que mostra uma grande capacidade comercial. Os pontos de venda do Santander em Portugal vão permitir-nos aumentar notavelmente a nossa capilaridade no mercado português”, disse, por seu lado, o presidente executivo da Mapfre Ibéria, Jose Manuel Inchausti.

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AAFDL pede contributo financeiro às firmas de advogados para ajudar estudantes carenciados

Através do Fundo de Emergência Social, a AAFDL já investiu cerca de 30 mil euros em apoios sociais aos estudantes. À Advocatus, o presidente da direção apela ao apoio das firmas de advogados.

A Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa (AAFDL) quer contar com o apoio das sociedades de advogados, bem como dos seus profissionais, para o Fundo de Emergência Social (FES). Esta medida foi criada pela mesma no mandato 2015/2016 e visa combater o abandono escolar, ajudando financeiramente os alunos que atravessem situações de carência económica imprevistas e de extrema urgência.

Consideramos que uma nova forma de angariar montantes para o Fundo de Emergência Social, infelizmente em desuso, é a prática do mecenato. Poder contar com o apoio de advogados e dos seus escritórios seria uma forma muito eficaz e honrosa de apoiar os alunos de direito que se encontrem a estudar em situações de precariedade, explica à Advocatus Filipe Gomes, presidente da direção da AAFDL.

Atualmente, um dos meios que alimenta economicamente o FES é a AAFDL Editora, a editora jurídica da Associação.É, sem dúvida, através do incrível trabalho realizado por esta Editora e pela excelência das suas publicações que todo o montante arrecado como receita é investido nos alunos”, nota o presidente. Ainda assim, contam também com o apoio do Instituto Português do Desporto e Juventude e da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

“Pretendemos que o Fundo possa, futuramente, ver crescer a sua dotação financeira possibilitando uma ajuda mais completa a cada aluno. De igual forma se sente que há muitos pedidos de ajuda que não chegam até nós por existir um estigma à volta da ideia de pedir auxílio financeiro, principalmente a uma Associação de Estudantes”, explica Filipe Gomes.

Filipe Gomes, presidente de direção da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa

A atribuição de valores do FES é normalmente aprovada pelo tesoureiro da AAFDL, coadjuvado por um vice-presidente e pelo vogal com o pelouro da Ação Social. À Advocatus, Filipe Gomes admite que a AAFDL gostaria de puder contar com uma pessoa externa que conduzisse as entrevistas com os candidatos ao Fundo, de forma a garantir a imparcialidade. “De igual forma, será nossa intenção a de criar uma campanha de sensibilização para o problema e de combate ao estigma que rodeia a necessidade de pedir ajuda“, acrescenta.

Entre as principais dificuldades apresentadas pelos estudantes está o pagamento de propinas, passes de transportes públicos e rendas dos quartos. “De igual forma recebemos pedidos de apoio para material escolar e senhas de alimentação. Ainda que estes sejam os problemas mais frequentes, o Fundo quer-se flexível para poder servir de auxílio em qualquer situação de precariedade, tendo já sido utilizado para gastos relacionados com a saúde dos alunos, como é o caso de contas hospitalares”, acrescenta.

"O Fundo quer-se flexível para poder servir de auxílio em qualquer situação de precariedade, tendo já sido utilizado para gastos relacionados com a saúde dos alunos, como é o caso de contas hospitalares.”

Filipe Gomes

Presidente da direção da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa

Com cerca de 40 alunos apoiados por ano através deste Fundo, Filipe Gomes garantiu que o número tem vindo a aumentar, principalmente devido à pandemia. “Desde que começou a pandemia Covid-19 temos visto um aumento exponencial no pedido de apoio por parte dos estudantes, principalmente no que diz respeito a pagamento de propinas e acesso a materiais de estudo uma vez que o acesso à Biblioteca esteve, por razões óbvias, interdito durante metade do semestre”, assegura o presidente.

O Fundo de Emergência Social conta com um montante global anual de cerca de 21 mil euros. Mas este ano face à pandemia já foram investidos cerca de 30 mil euros, em apoios sociais por parte da AAFDL.

Com uma visão de que a falta de recursos e uma situação de precariedade espontânea não podem ser uma barreira à aprendizagem, Filipe Gomes refere que os critérios de acesso ao Fundo de Emergência Social refletem uma dimensão objetiva. que se baseia em elementos como o rendimento familiar do estudante. e uma dimensão subjetiva/causística.

Assim, avalia-se igualmente, de acordo com os vetores estabelecidos no Regulamento de Atribuição de Apoios Indiretos, as respetivas situações familiares e as razões que levaram o estudante a pedir apoio através do FES. Pede-se ainda que sejam anexados todos os documentos que o aluno julgue necessários para comprovar a veracidade dos factos que apresenta. Para mais, certos alunos são indicados pelo Gabinete de Responsabilidade Social da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, sendo o preenchimento dos critérios aferido por este. Cumprindo todos os requisitos, o candidato é sujeito a uma entrevista”, explica.

Numa associação centenária como a AAFDL, vários são as ações de responsabilidade social realizadas e que foram intensificadas devido à pandemia. Sorteios de trajes académicos, realização de feiras de livros em segunda mão ou a fundação da biblioteca jurídica, que permite a requisição de manuais, são algumas medidas colocadas em prática.

“A pandemia levou a que a Associação Académica tenha disponibilizado, de forma gratuita, a consulta online de todos os manuais que são por nós editados e constantes do plano de curso. Assim, apesar do elevado impacto financeiro que tal medida pudesse trazer, garantiu-se que todos os alunos tinham acesso aos elementos necessários para prosseguir os seus estudos”, refere Filipe Gomes.

“O alojamento universitário em Lisboa encontra-se, cada vez mais, de difícil acesso e a um preço muito elevado”

Nos últimos anos, várias federações e associações académicas, como a AAFDL, têm denunciado situações relacionadas com o alojamento universitário e os preços elevados das rendas, que fazem com que muitos estudantes não consigam suportar as despesas.

O alojamento universitário em Lisboa encontra-se, cada vez mais, de difícil acesso e a um preço muito elevado. Este fator leva a que muitos alunos não tenham condições para prosseguir os seus estudos, tendo em conta que o valor médio de um quarto em Lisboa é superior a mais de metade do salário mínimo nacional”, explica.

Mas com a pandemia Covid-19, Filipe Gomes admite que os estudantes que estavam deslocadas da sua terra natal, regressaram à suas casas, “não sendo possível manter o pagamento de uma renda”. O presidente da direção prevê ainda que a incerteza dos moldes em que se dará o próximo semestre, presencial ou à distância, levará a um agravamento “exponencial” deste problema.

“Uma solução que poderá ser implementa prende-se com o aproveitamento de património municipal, muitas vezes devoluto, para a criação de residências universitárias. De igual forma, deverão ser revistas e aproveitadas as iniciativas governamentais ‘Porta 65’ e o Programa de Arrendamento Acessível, como forma de combate ao iminente problema do alojamento universitário”, nota.

Sobre a postura adotada pelo ministério da Educação, o representante de cerca de 4.000 alunos da Faculdade de Direito apenas refere que não seria justo fazer um “juízo a posteriori de uma situação atípica”, pelo que louva o esforço de todos os envolvidos.

“A pandemia levou a uma abrupta alteração da realidade a que estávamos habituados. Num cenário sem igual, a tanto quanto remonta a memória, a adaptação foi necessária e urgente. A utilização da televisão nacional como mecanismo de manutenção do ensino foi completamente inovador e frutífero, possibilitando que o conhecimento fosse transmitido não só aos alunos a que se destinava, mas também a população de outras faixas etárias que desejasse (re)aprender. O ensino à distância abriu novas portas para o futuro e acabou por se tornar num mecanismo de combate à iliteracia digital”, explica.

"O ensino à distância abriu novas portas para o futuro e acabou por se tornar num mecanismo de combate à iliteracia digital.”

Filipe Gomes

Presidente da direção da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa

Ainda assim, Filipe Gomes refere que o ensino presencial continua a afigurar-se como necessário, principalmente nos mais jovens, “pois a aprendizagem não se basta com os conteúdos das disciplinas, mas alarga-se à interação humana que partilhar uma sala de aluna com colegas possibilita”.

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Carruagens compradas pela CP a Espanha vão ter espaço para bicicletas

As 51 carruagens adquiridas pela CP à Renfe serão alvo de intervenção para permitirem o transporte de bicicletas. Custaram 1,6 milhões e o Governo prevê gastar até 150 mil a mais em cada uma delas.

As 51 carruagens que a CP vai comprar a Espanha por 1,6 milhões de euros serão intervencionadas para permitir que os passageiros transporte bicicletas no interior. A informação foi revelada pelo ministro Pedro Nuno Santos, que garante que serão gastos entre 30 mil e 150 mil euros em cada uma, no máximo.

“Precisamos de que o material circulante que é usado de forma crescente em Portugal possa casar com a utilização da bicicleta. Por isso é que nas alterações que vão ser feitas nestas carruagens, elas vão ter espaço para que os passageiros que se movimentam de bicicleta possam colocar a sua bicicleta na carruagem”, garantiu o ministro que tutela a pasta das infraestruturas, a partir das oficinas da CP em Guifões (Matosinhos). As

Segundo o ministro, esta decisão permite dar passos no sentido de uma mobilidade mais sustentável no futuro. “Se conseguirmos que, de uma vez por todas, os comboios, sejam eles regionais, de longo curso ou urbanos, tenham espaço para guardarmos as nossas bicicletas, estamos a dar um contributo muito importante para uma vida mais sustentável”, disse, em declarações transmitidas pela RTP3.

Questionado acerca do dossiê quente da TAP, depois de uma semana crítica em que o Estado chegou a acordo para reforçar o capital na companhia aérea e afastar o acionista privado David Neeleman, o ministro recusou falar do assunto: “Podem tentar, sobre a TAP direi zero”, afirmou. “Sistematicamente, vamos desvalorizando a importância da ferrovia no país. Transporta Portugal inteiro”, contrapôs, garantindo que a ferrovia é “imbatível” do “ponto de vista ambiental”.

Primeiras carruagens começam a circular entre dezembro e janeiro na Linha do Minho

As primeiras carruagens do pacote de 51 compradas pela CP à espanhola Renfe destinam-se à Linha do Minho e vão estar a funcionar entre dezembro e janeiro, avançou também o ministro Pedro Nuno Santos.

“A aquisição de material circulante disponível em Espanha faz parte de um esforço de curto prazo para fazer face às necessidades dos portugueses. A CP com 1,65 milhões de euros comprou 51 carruagens [usadas] que novas custariam [cada uma] mais de um milhão de euros”, destacou o ministro das Infraestruturas e da Habitação.

Ainda de acordo com o governante, o investimento total, contando com a requalificação, poderá rondar os sete a oito milhões de euros e as carruagens vão estar ao serviço das linhas de intercidades e regionais, podendo circular a 200 quilómetros por hora.

Já de acordo com o presidente da CP, Nuno Freitas, 18 das 51 carruagens já se encontram em Guifões, três “chegam ainda hoje” [segunda-feira] e as restantes “muito em breve”. Nuno Freitas avançou que as primeiras que ficarão prontas servirão para a inauguração da requalificação da Linha do Minho prevista para dezembro ou janeiro.

“Constitui um aumento de 50% do parque que pode ser destinado ao intercidades. Pode-se dizer o que se quiser, mas nos últimos anos, nomeadamente no último ano, fez-se aquilo na ferrovia que não se fez durante décadas. O país precisa de material circulante novo. Não abdicamos de lançar concurso. Mas demora alguns anos e não podemos ficar à espera”, disse Pedro Nuno Santos.

Ao lado da presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, o ministro recordou ainda uma visita que fez à fábrica de Guifões em janeiro, lembrando que esta estava vazia, ao contrário de agora, segundo disse, que “está cheia e a trabalhar a toda a força”.

“Num momento em que ouvimos grandes valores em outras empresas e passamos por dificuldades, a CP que é uma empresa que merece muito mais do país do que aquilo que tem recebido está a fazer um trabalho excecional. Estamos disponíveis para ensinar outros Estados estrangeiros, mas também privados a fazer bons negócios”, disse o governante.

Portugal quer lançar concursos para material circulante mas ministro não avança datas

O ministro das Infraestruturas e da Habitação disse esta segunda-feira, sem adiantar datas, que Portugal está a trabalhar no lançamento de concursos para comprar material circulante para a ferrovia nacional, admitindo que a situação atual é “grave”.

“Estamos a fazer um grande trabalho de requalificação do que estava encostado, compramos estas [51 carruagens usadas à espanhola Renfe para apetrechar as linhas regionais e intercidades], mas não tenhamos ilusões. Portugal é um país com um parque ferroviário muito antigo e precisamos de lançar concurso para comprar material novo. Mas vai demorar”, disse Pedro Nuno Santos.

O governante, que falava em Guifões, concelho de Matosinhos, no parque oficial da CP – Comboios de Portugal, disse que a aposta em compra de material “é imprescindível”, não tendo adiantado datas. “Daqui a alguns anos a situação agrava-se. Temos comboios com 70 anos a circular em Portugal na linha de Cascais, por exemplo”, referiu.

Pedro Nuno Santos respondia à pergunta sobre se Portugal está preparado, ao nível dos transportes, para a pressão que a pandemia da covid-19 está a criar progressivamente com mais pessoas a recorrer aos comboios e metropolitanos à medida que as medidas de desconfinamento vão sendo alargadas, tendo admitido que “a maior pressão está nos grandes centros urbanos, como Lisboa e do Porto”.

“A situação só ainda não é mais grave porque ainda temos uma grande percentagem de pessoas que não está a trabalhar ou porque está em ‘lay-off’ ou porque as escolas estão fechadas (…). Temos consciência de que os problemas que existiam antes da covid existem e serão intensificados, mas não tenhamos ilusões que este [material] não vai dar resposta e só temos duas soluções que têm de ser feitas em simultâneo. Investir na infraestrutura, nomeadamente na linha de Sintra, com duplicação entre Areeiro e Oriente. E compra de comboios novos”, sintetizou.

(Notícia atualizada às 14h25 com mais informações)

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Pandemia cancelou quase dois milhões de consultas. Temido diz que existe plano de recuperação de assistência ao SNS

  • ECO
  • 6 Julho 2020

Perante o cancelamento de consultas, ministra da Saúde garante que está previsto um reforço de quase 38 milhões de euros para a recuperação da atividade assistencial no Serviço Nacional de Saúde.

A pandemia levou ao cancelamento de um milhão de consultas de cuidados de saúde primárias e cerca de 900 mil de consultas médicas hospitalares. Perante os números, Marta Temido destaca que já existe um plano de recuperação de assistência no SNS que prevê reforço de quase 38 milhões de euros.

“Precisamos de um plano excecional para recuperar dessa situação inesperada e grave que está a ser a pandemia de Covid-19. Mas esse plano existe, está publicado em Diário da República a 6 de junho de 2020, que aprova o Plano de Estabilização Económica e Social, onde está previsto um reforço de quase 38 milhões de euros para a recuperação da atividade assistencial no Serviço Nacional de Saúde”, garante Marta Temido, no Fórum TSF.

A ministra da Saúde, Marta Temido, adianta que durante a pandemia “perdemos um milhão de consultas de cuidados de saúde primárias – em cerca de 30 milhões realizadas anualmente pelo SNS – e perdemos cerca de 900 mil de consultas médicas hospitalares em cerca de 12 milhões que o SNS faz por ano”, apesar de referir que a retoma da atividade assistencial já não é uma miragem.

“Não temos dados concretos sobre o que já foi possível recuperar, mas temos dados sobre o que os hospitais querem recuperar até final do ano. Há hospitais que já preveem recuperar 60% dos serviços até ao final do ano”, diz Marta Temido, à TSF.

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Isabel dos Santos acusa PGR angolana de criar “quadro artificial” para justificar mandado de detenção

Isabel dos Santos nega que a justiça desconheça o seu paradeiro e acusa PGR de Angola de desejar "criar um quadro artificial de justificação" para emissão de um mandado internacional de detenção.

Isabel dos Santos reagiu às afirmações do procurador-geral da República (PGR) angolano, que assumiu na sexta-feira ter dificuldade em a notificar, admitindo que a possibilidade de emitir um mandado de captura internacional “está em aberto”. Isabel dos Santos diz ser falsa a afirmação de que a justiça angolana desconheça o seu paradeiro e acusa Helder Pitta Grós de querer “criar um quadro artificial de justificação” para a emissão do referido mandado.

“Desminto a afirmação de que não é conhecido o meu paradeiro ou que eu não esteja contactável. É falsa a afirmação de que a Justiça angolana desconhece o meu paradeiro e que não me possa contactar”, diz a empresária angolana em comunicado. Adianta ainda que os seus advogados “encontram-se mandatados conforme manda a lei, têm praticado vários atos sucessivamente nos processos e estão em contacto com a Procuradoria-Geral de Angola, com o Tribunal de Luanda e com as Justiças de Portugal”.

Esta reação surge depois de na sexta-feira Pitta Grós ter assumido dificuldades em notificar a empresária Isabel dos Santos, em Angola e noutros países, admitindo que a possibilidade de emitir um mandado de captura “está em aberto”. “Em Luanda já foi notificada nos locais possíveis onde poderia ser contactada e não houve nenhuma resposta”, adiantou Helder Pitta Grós, numa conferência de imprensa.

Isabel dos Santos reage, assim, a essas declarações, classificando-as de “sofisma inaceitável” e considerando que Pitta Grós “só pode querer desejar criar um quadro artificial de justificação para emissão de mandato internacional de detenção”.

“De facto, a minha liberdade de expressão parece estar a incomodar politicamente e por isso desejam calar-me política e socialmente a todo o custo”, diz ainda a empresária angolana, acrescentando estar “disponível, como sempre estive, a colaborar com a Justiça e a prestar todos os esclarecimentos necessários para que prevaleça a verdade”.

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Acabou o confinamento. E agora? Voltamos ao escritório?

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  • 6 Julho 2020

Rui Correia, Senior Manager EY, People Advisory Services, explica o que deverão os gestores da organização fazer antes do regresso ao escritório.

Ouvimos frequentemente dizer que está na altura de “voltar ao trabalho”, quando muitas vezes se trata apenas de voltar ao escritório. Mas serão ainda ‘trabalho’ e ‘escritório’ sinónimos, no pós-pandemia?

Quase quatro meses depois de termos sido enviados para casa num confinamento forçado, muitas organizações já regressaram ao escritório, outras estão no processo de o fazer e há ainda um grupo grande que se questiona sobre se deverá o regresso ao escritório ser feito nos moldes em que era antes da pandemia.

Observamos em muitos casos que este processo não é tão linear como seria de supor, ou como os gestores desejariam. Muitas organizações cujos trabalhadores já regressaram aos escritórios, ou estão no processo de o fazer, têm sido surpreendidas com uma resistência ao regresso ou uma dificuldade em que ele aconteça, com que não contavam.

regresso ao trabalho

Enquanto muitas organizações esperavam ansiosamente pelo regresso ao escritório, nalguns casos porque acreditam que “a produtividade precisa voltar a ser o que era”, outros porque desejavam apenas o retorno ao normal, as reações e ações dos colaboradores têm sido frequentemente no sentido contrário.

Por um lado, a maior parte das pessoas sem crianças em idade escolar, sente que neste período em que esteve em teletrabalho trabalhou bastante mais que o habitual. Apesar disso, não sentem a urgência de voltar ao escritório, até porque gostaram da sensação de liberdade, do controlo sobre a sua agenda e de dispor do tempo habitualmente passado nas deslocações.

Por outro lado, os pais e mães, com crianças na escola continuam sem ter como resolver esse tema, porque muitos ATL’s continuam fechados ou com capacidade reduzida, o que os impede de regressar em pleno.

"Planear o regresso ao escritório deve ser suportado num pulse-check aos colaboradores, que permita avaliar não só o sentimento sobre o regresso, mas também as limitações e condicionantes familiares ou de saúde.”

Rui Correia

Senior Manager EY, People Advisory Services

Em ambos os grupos há ainda as pessoas que não se sentem seguras em regressar, as que estão em grupos de risco e as que simplesmente não cabem no escritório uma vez aplicadas as medidas de distanciamento. E há ainda um outro grupo que está com imensa vontade de regressar ao normal.

O que resulta de todos estes fatores é que este regresso tem sido uma dor de cabeça em muitas organizações, levando a grandes investimentos de tempo e uma complicada gestão de quem está presente e quem fica em casa. Do nosso ponto de vista, e é esse o aconselhamento que temos dado aos nossos clientes, planear o regresso ao escritório deve ser suportado num pulse-check aos colaboradores, que permita avaliar não só o sentimento sobre o regresso, mas também as limitações e condicionantes familiares ou de saúde.

Pode parecer supérfluo, mas este trabalho assegura que o regresso não se torne uma experiência desagradável ou traumática na relação com a organização, precisamente por levar as pessoas a sentir que a organização está disposta a compreender as dificuldades individuais num momento que ainda não é de normalidade. Esta avaliação é também uma forma fácil e eficiente de auxiliar os gestores a planear o espaço, calendarizar atividades e gerir as equipas, evitando avanços e retrocessos com recurso a um pulse-check que possa suportar a tomada de decisão com informação sobre as diferentes variáveis e condicionantes

Por isso, se está a pensar que está na hora de trazer as pessoas de volta ao escritório, escute as suas pessoas e decida com dados. Como um gestor sempre deve fazer.

Se tem interesse em receber comunicação da EY Portugal (convites, newsletters, estudos, etc), por favor clique aqui.

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