É oficial: Tribunal Constitucional dá razão ao Banco de Portugal contra Salgado
O Tribunal Constitucional recusou o recurso do ex-presidente do BES Ricardo Salgado à contraordenação do Banco de Portugal, segundo a decisão publicada esta segunda-feira por aquela entidade.
O Tribunal Constitucional recusou o recurso do ex-presidente do BES Ricardo Salgado à contraordenação do Banco de Portugal, segundo a decisão publicada esta segunda-feira por aquela entidade.
Neste caso, Ricardo Salgado e Amílcar Morais Pires (ex-administrador financeiro do banco) são condenados pelo supervisor da banca por gestão ruinosa no BES, antes de o banco ter sido resolvido em agosto de 2014. Está em causa uma coima no valor de 3,7 milhões de euros e ainda a inibição de funções do ex-líder do BES durante oito anos.
Com esta decisão do Tribunal Constitucional, as primeiras condenações do supervisor da banca no caso da queda do BES estão prestes a transitar em julgado. Este caso está relacionado com a falsificação de contas da Espirito Santo International (holding de topo do Grupo Espírito Santo, que detinha o BES) e a comercialização do papel comercial daquela sociedade aos balcões do banco.
O processo vai agora seguir para o tribunal de Santarém, onde caberá ao Ministério Público tomar medidas para que se cumpra a condenação, nomeadamente o pagamento dos 3,7 milhões de euros por Salgado, de acordo com uma fonte contactada pela Lusa.
Tanto Ricardo Salgado como Amílcar Morais Pires tinham sido condenados a título doloso no processo de contraordenação do Banco de Portugal, em 2016, uma decisão que foi depois confirmada no tribunal de Santarém para onde ambos tinham recorrido. Nessa ocasião, o Tribunal de Concorrência, Regulação e Supervisão baixou as coimas aplicadas.
Depois, num segundo momento, os dois antigos responsáveis do BES impugnaram a decisão de primeira instância para o Tribunal da Relação de Lisboa, que confirmou a decisão do Tribunal de Santarém. Seguiu-se novo recurso, mas desta feita para o Tribunal Constitucional.
Além deste processo de contraordenação, o Banco de Portugal tem mais três contra Salgado, que estão em fase de recurso.
O processo de falsificação de contas da ESI implicou também outros ex-administradores do BES, ainda que com menor culpabilidade do que Salgado na falsificação de contas da ESI.
Amílcar Morais Pires também recorreu da coima, tendo no seu caso o tribunal de Santarém baixado a multa de 600 mil para 350 mil euros e o Tribunal da Relação julgou totalmente improcedente o recurso.
(Notícia atualizada às 17h09)
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