China aumenta exportação de kits de teste a Covid-19
Segundo o presidente da Associação Chinesa de Diagnóstico In Vitro, 102 empresas tiveram acesso ao mercado europeu. Contudo, muitas destas empresas não têm autorização da China para venderem testes.
Mais de 100 empresas chinesas estão a vender kits de testes ao novo coronavírus para a Europa, mas muitas dessas empresas não estão licenciadas para vender estes testes dentro do mercado chinês já que a natureza especializada do processo de produção apresenta limitações, avança o South China Morning Post (acesso livre, conteúdo em inglês).
A escassez global de kits provocou uma disputa de recursos, apesar das limitações. “Não pensei em pedir aprovações na China”, afirma Zhang Shuwen, fundador da Nanjing Liming Bio-products. “A aprovação demora muito tempo. Quando finalmente conseguir as aprovações, o surto já acabou”, comenta.
Em fevereiro, Zhang candidatou-se para vender quatro produtos à UE, tendo recebido a aprovação em final de março, o que significa que a sua empresa cumpre os padrões de saúde, segurança e meio ambiente estabelecidos pelos reguladores europeus. Agora tem uma carteira vasta de clientes de Itália, Espanha, Áustria, Hungria, França, Irão, Arábia Saudita, Japão e Coreia do Sul.
Este é apenas um dos exemplos de exportadores chineses que vendem kits de teste para o resto do mundo, na sequência da rápida disseminação da pandemia fora da China, e onde a procura diminui face ao surto estar sob controlo das autoridades de saúde.
Os kits de teste fabricados na China estão a tornar-se uma presença mais comum em toda a Europa e no resto do mundo, demonstrando a dependência dos medicamentos provenientes da China. Segundo o presidente da Associação Chinesa de Diagnóstico In Vitro, na quinta-feira 102 empresas chinesas tiveram acesso ao mercado europeu, números que contrastam com apenas uma dos EUA. Contudo, muitas dessas empresas não têm a autorização da da Administração Nacional de Produtos Médicos para vender na China, revela o South China Morning Post. De acordo com o jornal, apenas 13 empresas tiveram “luz verde” para vender os seus kits na China, sendo que oito delas vendem uma versão mais simples.
Contudo, nem todas as exportações para território europeu foram um sucesso. A China já exportou 550 milhões máscaras, 5,5 milhões de kits de teste e 950 ventiladores para a Espanha, num investimento que ronda os 432 milhões de euros. Mas, na semana passada, o El País dava conta de que os testes rápidos que o país vizinho comprou à China não seriam fiáveis. Os especialistas apontam para uma taxa de sensibilidade de apenas 30%, bastante abaixo dos 80% aceitáveis, o que não permite apurar resultados confiáveis.
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