Transferências imediatas para bancos europeus previstas até final de 2020

Até agora exclusivas a operações entre bancos nacionais, está previsto que até final deste ano, as transferências imediatas também passem a ser possíveis para instituições financeiras europeias.

As transferências imediatas dispararam no ano passado em Portugal, sendo de prever que o recurso a esta ferramenta que permite transferir dinheiro em poucos segundos e em qualquer dia e hora entre contas de diferentes bancos venha a acelerar ainda mais. Até agora exclusivas a operações entre bancos nacionais, está previsto que até final deste ano, as transferências imediatas também passem a ser possíveis entre instituições financeiras europeias. O objetivo é que esta funcionalidade passe a estar disponível até setembro, prazo que poderá contudo derrapar até ao final do ano devido aos constrangimentos resultantes da pandemia do novo coronavírus.

A possibilidade de transferir dinheiro (até 15 mil euros) entre contas num prazo temporal máximo de 10 segundos surgiu com a disponibilização das transferências imediatas em setembro de 2018. Estas preveem o processamento contínuo de transferências a crédito, 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, com “disponibilização dos fundos nas contas dos beneficiários em poucos segundos”, como explicava o Banco de Portugal aquando do seu lançamento. Nessa ocasião, ficou definido que as transferências imediatas apenas se pudessem realizar entre instituições financeiras nacionais, mas já com o alargamento a bancos de outros países europeus já em mente.

Até ao final de 2020, será concretizada a adesão da comunidade nacional ao TIPS – TARGET Instant Payments Settlement, o serviço pan-europeu para a liquidação de transferências imediatas, que permitirá então a realização deste tipo de operações à escala europeia. “O TIPS complementará a solução nacional e permitirá a realização, à escala europeia, de pagamentos em poucos segundos”, esclarece o Banco de Portugal a este propósito.

O processo que irá permitir alargar as transferências imediatas da esfera exclusivamente nacional para a europeia envolve o Banco de Portugal, o Banco Central Europeu (BCE), os próprios bancos nacionais e a SIBS, instituição a que caberá assegurar a ligação com o sistema europeu.

A possibilidade do alargamento a nível europeu ainda este ano surge depois numa altura em que as transferências imediatas têm vindo a ganhar terreno em Portugal. Segundo os dados do Relatório dos Sistemas de Pagamento do Banco de Portugal, as transferências imediatas dispararam 311,8% em número e de 521,7% em valor, no ano passado. Ao todo, em 2019, foram realizadas 3,1 milhões de transferências imediatas diárias, num valor total de 4 mil milhões de euros. Em média, por dia, foram efetuadas 8.494 transferências imediatas, com um valor médio de 1.301 euros.

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