TAP quer discutir com agentes económicos a revisão do plano de retoma de voos

A comissão executiva da TAP recua no plano de retoma de voos e quer agora discutir "com todos os agentes económicos" uma revisão das ligações aéreas já anunciadas.

Depois da sucessão de críticas de Marcelo, Costa, Rio e Rui Moreira ao plano de retoma de voos da TAP quase exclusivamente a partir do aeroporto de Lisboa, o conselho de administração da companhia reuniu de emergência esta quarta-feira. E, por proposta dos administradores indicados pelo Estado e aceite pela comissão executiva, o plano de voos para junho e julho vai ser revisto para ter em conta o Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Da reunião, saiu um comunicado que, sem referir explicitamente o conflito com os agentes políticos e económicos do Norte, assume a mudança de estratégia. “O Conselho de Administração da TAP SGPS, SA afirma que a Companhia está empenhada e vai de imediato colaborar com todos os agentes económicos, nomeadamente associações empresariais e entidades regionais de turismo, para viabilizar o maior número de oportunidades, adicionar e ajustar os planos de rota anunciados para este momento de retoma por forma a procurar ter um serviço ainda melhor e mais próximo a partir de todos os aeroportos nacionais onde a TAP opera”.

O comunicado, assinado pelo conselho de administração e não pela comissão executiva, é também uma forma de poupar o presidente executivo da TAP a mais críticas. Antonaldo Neves vai ser assim obrigado a recuar, depois de ter anunciado um plano de voos para os próximos dois meses com apenas três voos a partir do Porto.

Como o ECO tinha revelado esta terça-feira, os administradores indicados pelo Estado no conselho de administração da TAP manifestaram a sua discordância em relação àquele plano nas reuniões que antecederam a sua divulgação, precisamente por causa dos voos a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, mas acabou mesmo por ser adotado pela equipa de Antonaldo Neves.

Além de Miguel Frasquilho, também estão no conselho em nome do Estado os administradores Diogo Lacerda Machado, Esmeralda Dourado, Bernardo Trindade, Ana Pinho e António Gomes de Menezes.

Agora, 24 horas depois de uma unanimidade nas críticas aos gestores executivos, sai um comunicado a tentar travar a crise a dias de ser fechado o plano de recapitalização da TAP, acima dos mil milhões de euros com fundos públicos, e que terá de ser entregue em Bruxelas já na próxima semana.

(em atualização)

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Hertz Portugal imune à falência da empresa nos EUA, apesar do “dano reputacional”

  • Lusa
  • 27 Maio 2020

O presidente executivo da Hertz Portugal diz que, apesar do inevitável “dano reputacional”, a falência da empresa nos EUA não afeta a sua atividade no país, onde opera de forma “independente”.

O presidente executivo da Hertz Portugal afirmou que, apesar do inevitável “dano reputacional”, a falência da empresa nos EUA não afeta a sua atividade no país, onde opera de forma “independente” em regime de franchising desde 1998.

“Em Portugal o grupo Hipogest é uma entidade independente, privada, do setor automóvel há 45 anos e aquilo que nos liga à Hertz [EUA] é um negócio de franchise, em que pagamos royalties por aquilo que produzimos, estamos integrados em programas de clientes internacionais e temos ligações comerciais e algumas ligações de sistemas, mas nada crítico”, disse Duarte Guedes em entrevista à agência Lusa.

Assim, referiu o responsável, o anúncio feito na semana passada de que, devido ao impacto da pandemia do novo coronavírus, a empresa norte-americana de aluguer de carros Hertz recorreu ao designado capítulo 11 da lei da bancarrota, ao fim de mais de um século de existência, representa sobretudo “um dano reputacional” que, espera, será superado pela “notoriedade internacional” da marca.

“O fundamental é que somos autónomos comercialmente, somos autónomos na compra das viaturas, e como tal, independentemente do que aconteça lá fora, quando entrámos neste período da pandemia tomámos as decisões e adaptámos o nosso negócio aquilo que irão ser tempos de menor negócio”, sustentou.

Segundo o presidente executivo (CEO) da Hertz Portugal, até ao momento o impacto da crise pandémica traduz-se numa quebra homóloga de “cerca de 40%” no volume de negócios da empresa, face aos 63 milhões de euros do ano passado, apontando o cenário base em cima da mesa “para uma quebra de cerca de 50%” no final do ano.

O impacto foi grande, naturalmente. Temos uma área mais internacional, de turismo, e essa parte foi significativamente afetada. A restante parte doméstica do negócio [aluguer de viaturas para empresas e de veículos de substituição/assistência em viagem para oficinas e companhias de seguros] também foi afetada, porque se os carros não andam na rua há menos acidentes, menos avarias e menos deslocações de empresas, mas é o que nos tem permitido segurar uma parte da atividade”, afirmou.

Com 300 colaboradores e cerca de 35 lojas em Portugal, a maioria das quais próprias e as restantes de agentes, a Hertz manteve todas as lojas próprias em atividade durante os dois meses e meio de estado de emergência e de estado de calamidade e garante ter tomado “todas as medidas necessárias para uma abertura, que vai ser gradual, mas vai acontecer”.

“Já sentimos um reativar [da economia]. Todas as semanas melhora, pouco, mas melhora”, disse Duarte Guedes, explicando que “a componente local foi mais rápida a voltar” e o segmento de oficinas e concessionários está já “em níveis de cerca de 60 a 70% do pré-covid”, começando agora a surgir os anúncios de retoma das companhias aéreas, que dinamizarão o segmento turístico.

Convencido de que “as pessoas estão a ter confiança de voltar a uma vida mais normal”, o empresário acredita que o regresso à normalidade “vai ser gradual, mas se calhar mais rápido do que o esperado há um mês ou dois, em que a perspetiva era mais negra”.

No caso da Hertz Portugal, o CEO destaca como trunfo o facto de ter um modelo de negócio “flexível e maleável”: “O nosso principal custo é a frota, mas, ao contrário do que se passava nos EUA, nós aqui sempre comprámos cerca de 70 a 75% da nossa frota em regime de ‘buy back’ com as marcas, ou seja, é como se alugássemos os carros às marcas para depois podermos nós alugá-los, sabendo exatamente a que preços e em que período é que estes carros voltam a sair da nossa operação”.

"O impacto foi grande, naturalmente. Temos uma área mais internacional, de turismo, e essa parte foi significativamente afetada. ”

Duarte Guedes

CEO da Hertz Portugal

Tendo a crise pandémica em Portugal rebentado no período que antecedeu a Páscoa, numa altura em que a empresa estava a preparar a frota para esse período, mas ainda não o tinha feito para o período forte do verão, Duarte Guedes diz ter sido possível “eliminar uma parte importante dos carros que iam entrar” no portfólio da Hertz para a época alta.

“Como resultado – acrescentou – lá para outubro teremos a nossa frota perfeitamente alinhada com o nosso cenário, o que é bom porque nos conseguimos adaptar com alguma rapidez”.

A empresa norte-americana de aluguer de carros Hertz anunciou no passado sábado que a pandemia do novo coronavírus a levou a recorrer ao designado capítulo 11 da lei da bancarrota, ao fim de mais de um século de existência.

Segundo informou na altura em comunicado, este procedimento diz respeito apenas às suas operações nos EUA e no Canadá, poupando as suas principais regiões operacionais, principalmente a Europa, a Austrália e a Nova Zelândia.

“O impacto da covid-19 na procura de viagens foi repentino e dramático, resultando numa queda acentuada nas receitas da empresa e reservas futuras”, apontou o grupo.

A Hertz diz que tomou uma “ação imediata” que prioriza a saúde e a segurança dos funcionários e dos seus clientes.

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Business Angels nacionais investiram 13 milhões em early stage em 2019

Fintech, cuidados de saúde e indústria/energia lideraram investimentos durante o ano passado. Maior investimento reportado por business angels em 2019 foi de 4,3 milhões de euros.

Os business angels nacionais investiram 13,3 milhões de euros em startups em early stage em 2019, mais do dobro que em 2018, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pela Associação Portuguesa de Business Angels (APBA). Entre os setores que mais recolheram investimento estão projetos nas áreas das fintech, serviços de cuidados de saúde e indústria/energia.

Os dados refletem o investimento feito, durante o ano passado, pelos mais de 150 associados da APBA, e evidenciam uma “consolidação do investimento em early stage em Portugal“.

“2019 foi um ano extremamente promissor para o ecossistema empreendedor português. Os dados demonstram um percurso de afirmação, para o qual foi determinante a profissionalização dos investidores privados. Este crescimento notável tem-se traduzido na entrada de smart money em diversos setores inovadores da economia, também lado a lado com o Estado, designadamente através da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), que gere os fundos de coinvestimento com business angels e fundos de capital de risco”, sublinha João Trigo da Roza, presidente da APBA, citado em comunicado.

Repartido por 28 projetos, entre os quais mais de metade ligados à economia digital, o maior investimento reportado por business angels em 2019 chegou aos 4,3 milhões de euros e, o menor, chegou aos 39.500 euros. O investimento médio em 2019 foi de meio milhão de euros.

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Lufthansa não aceita condições de Bruxelas. Adia decisão sobre resgate do Governo alemão

  • Lusa
  • 27 Maio 2020

Empresa considera que deve estudar aprofundadamente os efeitos económicos que as condições da CE terão na empresa "e possíveis cenários alternativos".

O grupo aéreo alemão Lufthansa adiou esta quarta-feira a aprovação do plano de resgate negociado com o Governo alemão devido às condições estabelecidas pela Comissão Europeia (CE).

A Lufthansa informou que o conselho de supervisão discutiu esta quarta-feira a aprovação do plano apresentado na segunda-feira para atenuar as consequências da pandemia de covid-19 e tomou nota das condições da CE, tendo considerado que vão debilitar a função dos aeroportos da Lufthansa em Frankfurt e Munique como pontos de conexão aérea internacional.

A Lufthansa considera que deve estudar aprofundadamente os efeitos económicos que as condições da CE terão na empresa “e possíveis cenários alternativos”. Por isso, o conselho de supervisão não pode aprovar o plano de resgate nem convocou uma assembleia-geral extraordinária de acionistas.

Todavia, considera que as ajudas estatais são a única alternativa para garantir a sua solvência. Numa conferência de imprensa, a chanceler alemã, Angela Merkel, explicou que estão “em curso” negociações com Bruxelas.

Na segunda-feira, a Lufthansa e o Governo alemão indicaram que chegaram a acordo sobre um plano de ajuda de 9 mil milhões de euros, com o Estado a tornar-se o primeiro acionista do grupo com 20% do capital.

O Estado, que regressa ao capital da companhia aérea após 20 anos de ausência, aprovou o plano através de um fundo de estabilidade económica do Governo federal (WSF), criado para atenuar as consequências da pandemia de covid-19.

O acordo surge após longas negociações sobre a ajuda, que se destina a evitar a falência da transportadora, numa altura em que o setor aéreo atravessa uma grave crise.

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Governo alarga tarifa social de luz e gás a desempregados e situações de lay-off

  • Lusa e ECO
  • 27 Maio 2020

Com o sem lay-off, o Bloco de Esquerda quer que a medida seja alargada a "todos os que sofreram quebra de rendimento acima de 20%" como consequência da pandemia de Covid-19.

A presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Cristina Portugal, admitiu esta quarta-feira o alargamento da tarifa social da eletricidade e do gás natural a situações de ‘lay-off’, no contexto da pandemia de covid-19.

Depois disso, o Governo veio confirmar que vai mesmo alargar a tarifa social da energia para trabalhadores em regime de lay-off, que passarão a ter um desconto de 34% na fatura de luz e gás, avançou o Jornal Económico (acesso livre). Nesta nova legislação, que será apresentada em breve, será incluído também o alargamento da tarifa social a todas as situações de subsídio de desemprego, proposto pelo PAN e aprovado no Orçamento do Estado para 2020.

Do lado do Bloco de Esquerda, o deputado Jorge Costa escreveu na rede social Twitter: “Espero que a notícia se confirme. A 8 de abril, esta proposta foi levada pelo Bloco ao parlamento e foi chumbada por PS e PSD. Que avance agora. Com ou sem lay-off, para todos os que sofreram quebra de rendimento acima de 20%”.

“[A tarifa social da energia] é uma medida legislativa e há que ponderar o seu alargamento em situações como o ‘lay-off’, por exemplo”, disse a presidente do Conselho de Administração do regulador da energia, ouvida na Assembleia da República, em Lisboa, na comissão parlamentar de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território.

Citando dados de fevereiro, Cristina Portugal esclareceu que há 750 mil beneficiários daquele desconto na tarifa de acesso às redes na eletricidade e cerca de 35 mil agregados no caso do gás natural, mas admitiu que os números podem aumentar.

“Ela [a tarifa social] funciona, tem um número significativo, que admito que, obviamente, vai ter que aumentar, face aos dados do desemprego”, afirmou.

Os consumidores com tarifa social na eletricidade têm um desconto de 33,8% sobre as tarifas de venda a clientes finais, e no gás natural representa um desconto de 31,2%.

A tarifa social de eletricidade foi criada em 2010, no Governo de José Sócrates, como instrumento de justiça social para proteger clientes finais beneficiários de prestações sociais e/ou em situação económica considerada vulnerável.

O acesso automático à tarifa social de energia, eliminando obstáculos burocráticos, foi uma medida proposta pelo Bloco de Esquerda durante o debate do Orçamento do Estado para 2016, que o Governo pôs em prática em 01 de julho de 2016, fazendo disparar o número de beneficiários deste apoio social.

Atualmente, o rendimento anual máximo é um dos critérios de elegibilidade para que os consumidores possam aceder à tarifa social de eletricidade, considerando-se para tal o rendimento total verificado no domicílio fiscal do titular do contrato de fornecimento de energia, bem como o número de coabitantes que não aufiram de qualquer rendimento.

Esta tarifa é também aplicável aos beneficiários do complemento solidário para idosos, do rendimento social de inserção, do subsídio social de desemprego, do abono de família, da pensão social de invalidez e da pensão social de velhice.

A audição ao regulador da energia foi requerida pelos grupos parlamentares do Partido Comunista Português (PCP) e do Bloco de Esquerda (BE), que, entre outras questões, quiseram perceber porque não estão os preços aos consumidores de energia a baixar, uma vez que estão a descer nos mercados grossistas internacionais.

Também presente na audição, o vogal do Conselho de Administração da ERSE Pedro Verdelho admitiu que é expectável uma redução de preços na energia, porém não no imediato.

O responsável explicou ainda que a procura de energia no consumo doméstico aumentou cerca de 10%, no âmbito da pandemia, mas no caso das micro, pequenas e médias empresas, que são tratadas como consumo doméstico, a procura teve um afundamento de mais de 40%.

“A volatilidade é intrínseca ao setor elétrico, porque é pressionada por diferenças entre oferta e procura, mas a oferta depende de condições ambientais e esse impacto é muito superior a esta redução extraordinária de procura, que nos preocupa a todos”, esclareceu.

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EUA consideram que Hong Kong deixou de ser autónomo da China

  • Lusa
  • 27 Maio 2020

“Nenhuma pessoa razoável pode afirmar hoje que Hong Kong mantém um elevado grau de autonomia em relação à China”, afirmou Mike Pompeo em comunicado.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, notificou o Congresso de que a administração dirigida por Donald Trump já não considera Hong Kong autónomo da China continental.

A notificação abre caminho à retirada pelos Estados Unidos do estatuto comercial e financeiro preferencial de que a antiga colónia britânica beneficiava desde que foi transferida para a China, em 1997.

“Nenhuma pessoa razoável pode afirmar hoje que Hong Kong mantém um elevado grau de autonomia em relação à China”, afirmou Pompeo em comunicado.

A decisão desastrosa de Pequim é simplesmente a mais recente de uma série de ações que comprometem fundamentalmente a autonomia e liberdade de Hong Kong e as próprias promessas da China à população de Hong Kong no quadro da Declaração Conjunta Sino-Britânica”, acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana.

A posição de Mike Pompeo surge depois de, na semana passada, a China ter anunciado que a Assembleia Popular Nacional (APN), órgão máximo legislativo da China, vai avançar com uma lei de segurança nacional para Hong Kong.

A lei proíbe “qualquer ato de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de Estado, a organização de atividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong”.

O artigo 23.º da Lei Básica, a miniconstituição de Hong Kong, estipula que seja o território a avançar com legislação nesse sentido, mas a iniciativa das autoridades enfrentou uma forte vaga de protestos da população, que teme uma redução das suas liberdades.

Com a iniciativa legislativa a ser assumida pela China, a lei daria a Pequim o poder para combater os protestos de Hong Kong, que são vistos como um desafio ao Partido Comunista Chinês e ao Presidente Xi Jinping.

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TAP reabre três rotas internacionais a partir do Porto. E as outras companhias?

Cerca de 30 as companhias aéreas tinham voos a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Nesta fase de retoma, já várias anunciaram o regresso ao Porto.

Numa altura em que se começa, um pouco por todos os setores, a regressar progressivamente à atividade, a TAP anunciou o plano de retoma dos voos, que foi alvo de várias criticas. Na base dessas estão as poucas ligações que a companhia planeou para o Porto, dando primazia ao aeroporto de Lisboa. Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, sublinhou que ao contrário da TAP, outras companhias estrangeiras apostam na cidade. O ECO foi ver quais.

É possível contar 30 companhias aéreas que asseguravam ligações no Aeroporto do Porto, para cerca de 80 destinos, na página do aeroporto. Entre estas encontram-se a British Airways, a Emirates, a KLM, a Lufthansa, a Royal Air Maroc e a United Airlines. Incluía-se também na lista a Air Canada, que entretanto disse já que não tem, por enquanto, planos para voltar a este aeroporto, segundo fonte oficial do Sá Carneiro.

Entretanto, várias companhias têm vindo a anunciar a retoma de ligações nos últimos tempos, à medida que os países avançam para o desconfinamento e se começa a retoma da atividade. Para além de algumas low cost, como a Ryanair, Easyjet e Transavia, que já avançaram os planos de retoma para a Invicta, também algumas das “chamadas” companhias de bandeira já decidiram regressar ao Porto.

É o caso da Lufthansa, que já decidiu retomar o voo Porto-Frankfurt a partir do passado dia 18 de maio, três vezes por semana. “Foi em 2014 que a Lufthansa começou a reforçar a sua presença no Porto”, sinalizou o canal de notícias da autarquia do Porto, salientando o compromisso com o aeroporto da cidade.

Já a Air France irá retomar a ligação entre a Invicta e Paris a partir do dia 6 de junho, inicialmente com três voos semanais, que voltam depois a serem diários a partir de 18 de junho. A este grupo junta-se também a Swiss, que nunca deixou de voar para o aeroporto Francisco Sá Carneiro. A companhia suíça liga a cidade a Genebra e Zurique.

A TAP, por sua vez, definiu três voos semanais entre Porto e Lisboa para junho. Este número vai aumentar em julho, quando “serão já repostas as ligações diretas do Porto aos principais mercados de destino e origem de passageiros da TAP desde o aeroporto Francisco Sá Carneiro”, disse a empresa, quando deu a conhecer o plano. “Será possível voar diretamente entre o Porto e Paris, Luxemburgo e a Madeira”, disseram, na altura.

Para o presidente do Porto, com este plano, a “TAP está a tentar impor um confinamento ao Porto e ao Norte”. Para além do autarca, também os partidos expressaram preocupação, com o PS a pedir uma audição urgente ao presidente da TAP na Assembleia da República, para esclarecer a “desproporção grande” entre as rotas com origem em Lisboa (73) e as que partem do Porto (3).

Ao coro de vozes juntou-se também o Presidente da República, que disse “acompanhar a preocupação” expressa por vários partidos, bem como o primeiro-ministro, que disse esta quarta-feira que “não tem credibilidade” um plano de rotas sem prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras de Portugal.

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Tiago Baldaia troca grupo Super Bock por Academia de Código. É o novo diretor de marketing

Antigo responsável pela gestão de marca da Somersby vai liderar a equipa de marketing e comunicação da Academia de Código. A nomeação faz parte da estratégia de expansão para novos mercados.

Tiago Baldaia saiu do grupo Super Bock para ir liderar equipa de marketing da startup de impacto.Academia de Código

Tiago Baldaia trocou o grupo Super Bock pela programação: o português vai dirigir a equipa de marketing e comunicação da startup de impacto social Academia de Código. A nomeação surge no seguimento do crescimento da Academia de Código para novos mercados.

Tiago Baldaia é formado em macroeconomia e marketing pela Universidade do Porto. Até agora, fez carreira como gestor de marca, de eventos e patrocínios, e passou pela Unicer, onde trabalhou marcas como a Super Bock, Carlsberg, Águas das Pedras e Somersby.

Este desafio, refere em comunicado, levou-o “a descobrir um negócio completamente novo, exigente e muito distinto dos bens de grande consumo. Este novo desafio profissional também me vai permitir explorar a paixão pela vertente de impacto social que é o ponto de partida da Academia de Código, onde a empregabilidade é uma missão clara, repleta de valor humano. É uma imensa vontade de fazer bem o bem”.

O Tiago tem uma energia e criatividade que contagia as pessoas que entram em contacto com ele e, apesar de ter entrado durante o estado de emergência, já está a dar um impulso muito forte às nossas campanhas e ao nosso posicionamento internacional que é para onde estamos a ir, com escolas na Holanda, Cabo Verde e ainda outras oportunidades que contamos fechar até ao final do ano“, comenta João Magalhães, CEO e cofundador da Academia de Código, citado em comunicado.

Criada em 2015, a Academia de Código transforma pessoas em situação de desemprego em programadores, ajudando-as a ingressar no mercado de trabalho em 14 semanas. Em menos de cinco anos já formou mais de 850 profissionais, com uma taxa de empregabilidade de 95% em mais de 50 empresas parceiras, com ordenados que desde o início são sempre superiores 1.000 euros mensais.

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BCP e Galp suportam bolsa nacional. Europa aplaude plano de recuperação de Bruxelas

A bolsa de Lisboa acompanhou a tendência positiva e encerrou a valorizar, numa sessão que foi impulsionada pela subida dos títulos do BCP e Galp Energia.

Pela quarta sessão consecutiva, a bolsa de Lisboa fechou a sessão no verde, em linha com as restantes pares europeias. Por toda a Europa, o sentimento foi positivo, no dia em que a Comissão Europeia propôs um fundo de recuperação de 750 mil milhões de euros. As ações do BCP e Galp Energia suportaram os ganhos na bolsa nacional.

O PSI-20 somou 0,14% para 4.304,54 pontos, com oito das 18 cotadas a encerrar em alta e as restantes dez em terreno negativo. Lisboa acompanhou, assim, a tendência positiva do resto da Europa, num dia em que o Stoxx-600 subiu 0,2%. Ao mesmo tempo, o alemão DAX avançou 1,3%, o francês CAC 40 somou 1,6% e o espanhol IBEX 35 ganhou 2,7%.

O otimismo face à retoma das economias, bem como, a proposta anunciada pela Comissão Europeia ajudou a puxar pelos mercados acionistas. Caso esta proposta receba luz verde do Conselho Europeu, prevê-se que Portugal venha a receber 26,3 mil milhões de euros.

Em Lisboa, o dia acabou no entanto por ser misto. As ações do BCP ajudaram a suportar o índice de referência nacional, com os títulos do banco liderado por Miguel Maya a ganharem 3,10% para 9,98 cêntimos. Durante esta sessão, as ações do BCP chegaram a superar a fasquia dos dez cêntimos por ação um máximo desde 30 de abril. O banco tem acompanhado o desempenho positivo dos pares europeus que beneficiam do apetite dos investidores e chegou a diparar 6% na sessão anterior.

Ainda a contribuir para este desempenho do índice esteve a Galp Energia, que avançou 4,71% para 10,895 euros, em contraciclo com as cotações do petróleo nos mercados internacionais. O Brent, de referência europeia, desvaloriza 4,2% para 34,66 dólares, já o WTI, a negociar em Nova Iorque, perde 4,37% para 32,85 dólares.

Mas a maior subida do PSI-20 foi da Sonae Capital, cujos títulos dispararam 6,30% para 0,54 cêntimos. Em sentido contrário, a maior queda foi da Ibersol, com os títulos da dona da Pizza Hut a derraparam 11,24% para 6 euros por ação. A empresa está a corrigir das subidas de quase 80% na semana em que os restaurantes abriram.

A travar uma subida mais expressiva da praça nacional estiveram as ações do grupo EDP. A empresa liderada por António Mexia desvalorizou 2,26% para 4,143 euros, já os títulos da subsidiária EDP Renováveis perderam 4,10% para 11,24 euros.

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Para onde vão os 750 mil milhões de euros do Fundo de Recuperação?

A Comissão Europeia divulgou a proposta sobre como devem ser distribuídos os 750 mil milhões de euros do Fundo de Recuperação. A maioria vai para um novo Instrumento para a Resiliência e Recuperação.

A proposta da Comissão Europeia apresentada esta quarta-feira eleva o “poder de fogo” do orçamento comunitário 2021-2027 para os 1,85 biliões de euros: 1,1 biliões de euros do habitual Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para os próximos sete anos, em linha com o que vinha a ser discutido anteriormente, e os adicionais 750 mil milhões de euros do Fundo de Recuperação europeu por causa da pandemia para se usar entre 2021 e o final de 2024.

Para financiar o Fundo de Recuperação, a Comissão Europeia vai endividar-se junto dos mercados financeiros para ter “dinheiro novo” sem obrigar os Estados-membros a contribuírem mais para o orçamento comunitário, caso a sua proposta venha a ser aprovada pelo Conselho Europeu. O ECO já avançou qual será a distribuição dos 750 mil milhões de euros para os países, mas de que forma é que este dinheiro “extra” será alocado às prioridades europeias? Os documentos técnicos de Bruxelas dão a resposta.

A maior parte do dinheiro do Fundo de Recuperação “Próxima Geração UE” (560 mil milhões de euros) serão atribuídos para o novo Instrumento para a Resiliência e Recuperação, dos quais 250 mil milhões de euros são distribuídos em empréstimos — desconhecem-se as condições de acesso a este dinheiro — e 310 mil milhões de euros são distribuídos em subvenções (a fundo perdido) para os Estados-membros. Esta será a “peça central” do plano de recuperação da União Europeia para o pós-pandemia.

De acordo com a Comissão Europeia, o objetivo deste instrumento será promover “investimentos e reformas essenciais para uma recuperação duradoura, para melhorar a resiliência social e económica dos Estados-membros e para ajudar as transições verde e digital”, sendo distribuído a todos os países, mas com maior ênfase nos mais afetados. “Isto irá ajudar a colmatar o aumento das divergência entre os Estados-membros”, antecipa.

Além dos investimentos necessários para a transição verde e digital, este dinheiro poderá também ser utilizado pelos Estados-membros para resolver os desafios sociais resultantes da crise pandémica como o desemprego, a educação, a investigação e inovação, a área da saúde, a administração pública, o ambiente de negócios e o setor financeiro. Este instrumento estará inserido no Semestre Europeu, no qual a Comissão Europeia define, com a aprovação do Conselho Europeu, as prioridades europeias e dá recomendações específicas por país, tal como fez na semana passada em que pediu a Portugal para antecipar investimento público.

Não se sabe que condicionalidades poderá haver em relação a este apoio, mas a Comissão diz que vai oferecer ajuda técnica aos países “para assegurar que os fundos são usados da melhor forma possível”. O documento explicativo da proposta desta quarta-feira também refere que o dinheiro será “libertado em prestações dependendo do progresso feito e tendo como base referências predefinidas”.

Mais coesão e solvência das empresas

Além do Instrumento para a Resiliência e Recuperação, é também criado o Instrumento de Solvência da UE com uma dotação de 26 mil milhões de euros. O objetivo deste instrumento é fornecer “ajuda urgente” de liquidez a empresas “sólidas” que a crise colocou em crise, ajudando-as a “enfrentar a tempestade”, sendo que a Comissão Europeia quer que esta ajuda esteja operacional ainda este ano.

Esta ajuda para a solvência das empresas estará integrado na iniciativa conjunta do BEI e da Comissão criada pelo anterior presidente, então batizado de Plano Juncker (Fundo Europeu para os Investimentos Estratégicos), e, na prática, quer mobilizar investimento privado ao fornecer garantias europeias que cobrirão potenciais perdas. O objetivo é que, no total, com base nestas garantias, sejam mobilizados 300 mil milhões de euros em ajuda para a solvência das empresas saudáveis mas em perigo por causa da pandemia.

Há ainda mais de 100 mil milhões de euros que reforçam vários programas que já existem, nomeadamente na coesão: Política de Coesão (50 mil milhões), Fundo de Transição Justa (30 mil milhões), Política Agrícola Comum (15 mil milhões), InvestEU (30 mil milhões), Instrumento para Investimento Estratégico (15 mil milhões), Investimento na recuperação económica da UE (15 mil milhões), Horizonte Europa (13,5 mil milhões), entre outros (ver tabela em baixo e o original aqui na página 18).

Fonte: Comissão Europeia. Os valores estão em mil milhões de euros. Os 750 mil milhões de euros do fundo de recuperação europeu estão inseridos nos 1.850 mil milhões de euros do QFP 21-27, segundo a proposta da Comissão Europeia.

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Faturação da restauração na reabertura representa 40% de valor pré-pandemia

  • Lusa
  • 27 Maio 2020

O setor da restauração aumentou 54% a faturação na primeira semana de regresso à atividade, mas o valor gerado representou apenas 40% da faturação no período pré-pandemia.

O setor da restauração aumentou 54% a faturação na primeira semana de regresso à atividade, face à semana anterior, mas o valor gerado representou apenas 40% da faturação no período pré-pandemia, segundo divulgou esta quarta-feira a Reduniq.

A restauração retomou a sua atividade no dia 18 de maio, sendo que nessa semana (17 a 23 de maio) o setor registou mais 65% de estabelecimentos abertos em relação à semana anterior, indicou a rede de aceitação de cartões de pagamento da Unicre. Com a abertura dos estabelecimentos (até aí apenas podiam servir para fora), a faturação aumentou 54% entre 17 e 23 de maio face à semana anterior (10 a 16 de maio).

Contudo, o valor faturado nessa semana representou apenas 40% da faturação do período pré-pandemia, o que o diretor da Reduniq, Tiago Oom, atribui ao facto de 30% dos restaurantes e cafés ainda estarem fechados, aos receios da população em frequentar estes estabelecimentos e a praticamente não existirem turistas, que eram importantes clientes do setor.

Também o retalho alimentar tradicional aumentou 19% a sua faturação na semana passada, face à semana anterior, o que Tiago Oom considera que é “um claro reflexo da normalização da vida de bairro”. Já os hipermercados e supermercados estiveram estáveis na sua faturação nas primeiras três semanas de desconfinamento, segundo a Reduniq, representando a faturação 94% do total registado no período pré-pandemia.

O crescimento do setor da moda foi ainda maior, tendo crescido a faturação 113% entre 17 e 23 de maio face à semana anterior, apesar de ainda não terem reaberto os centros comerciais. Em 23 de maio (sábado) foi atingido o pico de faturação, tendo representado 68% da faturação da primeira semana de março.

Também acompanhando a maior mobilidade da população e das empresas, as gasolineiras têm crescido em faturação e deverá acelerar. Na terceira semana de desconfinamento (17 e 23 de maio), a faturação deste setor cresceu 14% face à semana anterior. Em 23 de maio (sábado) alcançou “pela primeira vez desde o fim do Estado de Emergência cerca de 90% dos níveis faturados no período pré-covid-19”, segundo a Reduniq.

Quanto a outras atividades, refere a Reduniq que os cabeleireiros estão a estabilizar a sua atividade (com 97% do total faturado em relação ao período pré-pandemia), a saúde e as papelarias e tabacarias estão a recuperar (mais 18% e 25%, respetivamente, face à semana de 10 a 16 de maio). Por outro lado, segundo os dados da Reduniq, a cosmética e as perfumarias demonstram menor capacidade de recuperação, com a faturação a revelar perdas de 80% face ao período anterior à pandemia.

No total, segundo a Reduniq, na terceira semana de desconfinamento (17 a 23 de maio), a faturação total subiu 7,9% e o número total de transações 10,5%, face à semana anterior (10 a 16 de maio). Ao nível de faturação global, o valor registado na semana de 17 a 23 de maio representou 73% do alcançado na primeira semana de março, o que se deve, segundo Tiago Oom, à “reabertura de mais 5.700 pontos de venda, em parte estabelecimentos de restauração”.

Por distritos, Portalegre foi o primeiro distrito a registar (na semana de 17 a 23 de maio) valores de faturação iguais ao período pré-pandemia, enquanto Lisboa teve quebras de faturação de 38%. Segundo a Reduniq, as quebras de faturação são mais intensas nos distritos com maior atividade turística, casos de Lisboa, Porto, Faro, Madeira e Açores.

Já os pagamentos por cartões ‘contactless’ já estão acima dos valores pré-pandemia (59% acima do registado na primeira semana de março) e representam já 23% da faturação global dos estabelecimentos com aceitação de pagamentos da Reduniq. A Reduniq é a rede de aceitação de cartões de pagamento da UNICRE, instituição portuguesa que opera na gestão, emissão e disponibilização de soluções de pagamento.

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Depois do Porto, Algarve contesta plano de retoma da TAP

  • Lusa
  • 27 Maio 2020

A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e o Turismo do Algarve criticaram o plano de rotas da TAP, por “não servir” a região como “principal destino turístico nacional".

A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e o Turismo do Algarve contestaram esta quarta-feira o plano de retoma de atividade anunciado pela companhia área TAP para os próximos dois meses por “não servir” a região como “principal destino turístico nacional”.

Numa posição conjunta, o presidente da AMAL, António Miguel Pina, e o homólogo da Região de Turismo do Algarve (RTA), João Fernandes, criticaram a decisão da companhia aérea de reduzir de três para duas, no mês de julho, as ligações diárias entre os aeroportos de Faro e Lisboa, num período em que se procura retomar a economia após a paragem forçada pela pandemia.

“Antes da pandemia, a suposta companhia aérea de bandeira do país assegurava apenas três voos diários de Lisboa a Faro, numa tímida ponte aérea com o ‘hub’ nacional. Quando a pandemia eclodiu na Europa, a TAP foi expedita a suprir as já reduzidas ligações ao Aeroporto Internacional de Faro e, de acordo com o plano agora apresentado, o reatar da atividade para o Algarve será muito lento, com apenas duas ligações diárias em julho”, lamenta.

António Miguel Pina e João Fernandes consideram que o plano de retoma de parte da operação anunciado pela companhia aérea portuguesa “não serve o Algarve, nem segue o exemplo das congéneres aéreas mundiais, que anunciaram uma retoma mais robusta da operação para a região”.

Os responsáveis máximos da AMAL e da RTA apontaram como exemplos contrários à decisão da TAP as opções de companhias aéreas como a Edelweiss, que operará o primeiro voo comercial Zurique-Faro a 28 de maio, a Luxair Tours, com o primeiro voo Luxemburgo-Faro a 31 de maio, ou a Transavia Netherlands, com operação Amesterdão-Faro a partir de 04 de junho.

“Felizmente, o Algarve tem-se destacado pelo interesse que gera em companhias aéreas e operadores turísticos além-fronteiras”, congratularam-se aqueles responsáveis, apontando ainda o exemplo da companhia alemã Lufthansa, que vai retomar os voos para 20 destinos mundiais a partir de meados de junho, entre os quais Faro, indicaram.

A mesma fonte lamentou ainda que as decisões destas companhias internacionais não tenham “invalidado o facto de a companhia aérea que se diz nacional continuar a desconsiderar o Algarve nos seus planos, quando este é o maior destino de férias do país”.

O primeiro-ministro também afirmou que a Comissão Executiva da TAP tem o dever legal de “gestão prudente” e considerou que “não tem credibilidade” um plano de rotas sem prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras de Portugal. Já o Presidente da República afirmou que “acompanha a preocupação manifestada por vários partidos políticos e autarcas relativamente ao plano de retoma de rotas da TAP, em particular no que respeita ao Porto”.

O plano da TAP foi igualmente criticado pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, e autarcas de municípios como Gondomar, Valongo e Vila Real e por dirigentes do PS, do PCP e do BE, entre outros.

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