“Sou a favor de quotas e não era, mas em 25 anos não vi progressão”
Cláudia Azevedo é a favor de quotas para diversidade de género nas empresas, reconhecendo que nem sempre foi. CEO da Sonae diz que empresa obriga a incluir currículos de mulheres nos recrutamentos.
A presidente executiva da Sonae, Cláudia Azevedo, revelou que é a favor de quotas para diversidade de género nas empresas, reconhecendo que nem sempre foi, mas que tem havido poucas mudanças nos últimos 25 anos.
“Sou a favor de quotas e não era, mas em 25 anos não vi progressão nenhuma”, lamentou, durante um webinar organizado pela escola de gestão Insead, e que debateu precisamente o desequilíbrio que ainda existe entre homens e mulheres nas empresas, sobretudo em cargos de primeira linha.
João Bento, presidente dos CTT, tem a mesma opinião. “Não é suficiente ser cuidadoso e tratar de forma igual, temos mesmo que forçar, aplicar quotas”, reconheceu, indicando que é preciso ser “conscientemente enviesado” para combater a falta de mulheres em cargos de topo nas empresas.
Cláudia Azevedo deu conta da obrigatoriedade de incluir currículos de mulheres nos recrutamentos na Sonae, ainda que a decisão final seja sempre feita “por mérito”.
Além disso, adiantou, “é importante avaliar homens e mulheres pelos mesmos critérios”, referindo que isso nem sempre acontece.
“Na promoção também há enviesamento e eu própria tenho esses preconceitos”, reconheceu, salientando que é preciso combater esta questão.
Questionada quanto ao possível impacto benéfico do teletrabalho na promoção das mulheres, Cláudia Azevedo vincou que este regime tanto “ajuda mulheres como homens. Eu não vejo essa pergunta do work/life balance [balanço entre a vida pessoa e profissional] ser feita aos homens”, lamentou.
“Sou a favor de quotas e não era. Achava que isso não era natural. Eu trabalho há 25 anos e não vi progressão nenhuma. Como vejo que a coisa está muito lenta acho que as quotas são úteis”, rematou, reconhecendo que a Sonae tem também que impulsionar esta mudança.
A gestora indicou que o grupo da Maia vai avançar com uma série de iniciativas neste sentido, que foram interrompidas pela pandemia de Covid-19.
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