Do Estado às autarquias, estes são os apoios para comprar bicicletas
Executivo e autarquias "desdobram-se" em apoios para incentivar a compra de bicicletas. De Faro aos Açores, conheça os incentivos à utilização deste meio de transporte "amigo do ambiente".
Antes da pandemia, muitos portugueses mostravam já uma grande apetência por alternativas de mobilidade sustentáveis. E com o vírus à solta, a procura por duas rodas tem vindo a crescer de forma expressiva num país que produz muitas bicicletas. A ajudar ao “boom” estão também os vários incentivos à aquisição destes veículos.
A elevada procura levou a que o stock deste meio de transporte “amigo do ambiente” esgotasse, sendo que só entre maio e julho, meses marcados pelo arranque do desconfinamento, a procura pelas bicicletas cresceu 500%. Muitos portugueses têm procurado evitar transportes públicos por receios de contágio, sendo a bicicleta uma alternativa amiga do ambiente.
Além do vírus, bem como da maior consciência ambiental, a ajudar à crescente procura têm estado os apoios à compra destas bicicletas. O Estado tem apoiado a compra através do Fundo Ambiental, mas as autarquias estão também a apostar nestes “cheques” para os seus munícipes. Veja-as aqui:
Fundo Ambiental tem “cheques” para bicicletas, mas os das elétricas já esgotaram
O Ministério do Ambiente e da Ação Climática dotou, este ano, o Fundo Ambiental de quatro milhões de euros para promover a compra de veículos de baixas emissões, incluindo 350.000 euros para bicicletas elétricas e 50.000 euros para as convencionais. E os pedidos de “cheques” para duas rodas dispararam nos últimos meses.
De acordo com os últimos dados do Fundo Ambiental, tinham sido sido disponibilizados 1.000 “cheques” para as “duas rodas”, mas já há 1.468 pedidos só para bicicletas elétricas, sendo que o Executivo já deu “luz verde” a 922 candidaturas e excluiu 98. Através deste apoio, cada particular pode pedir apenas um apoio que cubra 50% do valor do investimento, mas havendo um limite máximo de 350 euros, ao passo que as empresas estão limitadas a quatro.
Quanto às bicicletas convencionais (aquelas que não precisam de bateria) foram disponibilizados 500 “cheques”. Ainda que menos procuradas do que as elétricas, já foram aceites 260 candidaturas e 51 excluídas. Uma das razões poderá ser o facto de o apoio ser menos atrativo, já que corresponde a apenas 10% do valor de aquisição, até um máximo de 100 euros.
Lisboa começou a passar “cheques” este mês
Não é só o Estado central que está a apostar nos incentivos para fomentar a compra de bicicletas. Há já autarquias a lançarem programas específicos de apoio à aquisição de bicicletas, por forma a promoverem a mobilidade sustentável e a utilização das ciclovias e percursos cicláveis. A Câmara Municipal de Lisboa destinou três milhões de euros para a aquisição de bicicletas de vários tipos pelos residentes na capital.
No caso das bicicletas convencionais, a autarquia liderada por Fernando Medina vai apoiar a compra através de um reembolso de 50% do valor da bicicleta, até ao máximo de 100 euros, já para as bicicletas elétricas o “cheque” máximo é de 350 euros, disponíveis para moradores e trabalhadores da cidade e até 500 euros para as bicicletas de carga.
Interior junta-se à mobilidade em duas rodas
O exemplo da Câmara Municipal de Lisboa já tem seguidores. A Câmara de Castelo Branco anunciou que vai avançar com um programa de apoio à aquisição deste meio de transporte no concelho, ainda que sem especificar o plano concreto.
Estes não os únicos municípios a promoverem um estilo de vida sustentável, embora sejam os únicos a “patrocinarem” a compra por parte dos privados. Águeda, por exemplo, disponibilizou 20 bicicletas elétricas partilhadas para serem testadas de forma gratuita pelos residentes, isto enquanto a Figueira da Foz anunciou que começou a ser testado um sistema de 60 bicicletas partilhadas (40 elétricas e 20 convencionais), que permitem utilizações únicas ou subscrições mensais, semestrais ou anuais. Ao mesmo tempo, mais a baixo, a autarquia de Almeirim todos os anos oferece bicicletas a alguns residentes.
Universidades incentivam alunos a usar as “duas rodas”
Mas a par dos municípios há ainda protocolos estabelecidos por algumas universidades em Portugal para fomentar este uso de meio de transporte. É o caso da Universidade dos Açores que assinou um protocolo com a Atlantic Bikes, empresa de partilha de bicicletas na região, que vai oferecer uma assinatura anual aos três melhores alunos da universidade açoriana e descontos a todos os estudantes, segundo o Público. Já a Universidade do Algarve, em Faro, apostou num sistema de empréstimo de bicicletas, que podem ser usadas de forma gratuita e temporária por toda a comunidade académica.
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