Economia deverá crescer 6% em 2021 mas recuperação total só em 2022

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

A COSEC prevê um aumento de 15% das insolvências em Portugal este ano e de mais 15% em 2021. Números que, salienta, “representam uma subida de 33%” face a 2019.

A economia portuguesa deverá contrair-se 8% este ano, em linha com a média da zona euro, e crescer 6% em 2021, acima da média de 4,8% da zona euro, estima Cosec – Companhia de Seguro de Créditos. Contudo, de acordo com as previsões divulgadas esta terça-feira pela Euler Hermes, acionista da Cosec, “Portugal não recuperará totalmente das perdas causadas pela pandemia antes de 2022”.

Em consequência deste contexto, a seguradora de créditos prevê um aumento de 15% das insolvências em Portugal este ano e de mais 15% em 2021. Números que, salienta, “representam uma subida de 33%” face a 2019.

De acordo com os analistas da Euler Hermes, “apesar de alguns resultados positivos fruto do esforço de contenção da propagação do vírus e de uma melhor gestão da crise sanitária, quando comparado com outros países da zona euro Portugal foi fortemente atingido pela recessão causada pelo confinamento”, registando uma contração de 13,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2020.

Portugal foi, a seguir à Grécia, o país da zona euro em que o consumo foi mais afetado pela pandemia, nomeadamente devido ao peso que têm no consumo interno as atividades relacionadas com hotelaria e restauração, transportes, vestuário e calçado, entretenimento e cultura, mobiliário e artigos para a casa (cerca de 27% do PIB)”, refere.

“A favor da recuperação”, a Eurler Hermes diz que “Portugal beneficiará da retoma internacional do comércio de bens, cujas exportações representam 27% do PIB nacional”.

Pelo contrário, acrescenta, “a contribuir para moderar a velocidade da retoma estão, por um lado, a recuperação muito comedida do turismo – que apenas deverá atingir o nível pré-crise em 2023 – e, por outro, a previsível manutenção, até ao final de 2021, de medidas de contenção em Portugal e nos países vizinhos (Espanha, França, Reino Unido)”.

O estudo “Living on with a Covid-19 hum”, recentemente publicado pela Euler Hermes, avança que os dados do segundo trimestre do ano confirmaram uma contração “sem precedentes” do PIB mundial (-6,1% em relação ao trimestre anterior) após o choque da crise sanitária, cerca de quatro vezes pior do que a contração de 2009 e o dobro da contração no primeiro trimestre deste ano.

Os analistas da Eurler Hermes estimam, assim, que o PIB mundial recue 4,7% em 2020, para depois evoluir 4,6% em 2021. “A par de Portugal, outros países devem registar este ano quebras no PIB superiores às da média global”, referem, apontando os casos de França (-9,8%), Itália (-10,1%), Reino Unido (-11,8%) e Espanha (-11,8%), que foram “muito mais afetados pelo impacto da crise sanitária do que, por exemplo, os Estados Unidos (-5,3%) e a Alemanha (-6%)”.

O efeito, explicam os economistas, “variou em função da intensidade das medidas de confinamento e da estrutura das economias”.

Neste contexto, e também em consequência da eliminação gradual das medidas temporárias destinadas a apoiar as empresas, prevê-se que as insolvências aumentem 31% até ao final de 2021.

De acordo com o estudo, estima-se que “a partir do início de 2022 as vacinas deverão estar disponíveis em grande escala para os países com economias mais desenvolvidas”, como a Rússia, China, Reino Unido e Estados Unidos, sendo posteriormente distribuídas pelos restantes países até ao final de 2022, de acordo com a avaliação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Nessa altura, prevê a Euler Hermes, 80% do PIB mundial voltará aos níveis anteriores à crise, mas “existe o risco de uma rutura temporária no setor dos transportes durante a campanha global de vacinação”, já que se estima que, “durante vários meses, a distribuição de vacinas mobilizará metade da capacidade global do setor”.

Relativamente ao comércio global, “sofreu um duro golpe” no segundo trimestre de 2020, recuando 15% em volume e 21% em valor face a 2019, sendo que, no primeiro semestre de 2020, o comércio de mercadorias foi 9% inferior ao do primeiro semestre de 2019 em volume e 13% abaixo em termos de valor.

“Também neste campo os números são piores do que os verificados na crise de 2009”, refere a Euler Hermes, prevendo uma quebra de 13% este ano, face aos -11% registados em 2009, em termos de volume, o que corresponderá a perdas comerciais de aproximadamente 3,4 mil milhões de euros.

Segundo os economistas responsáveis pelo estudo, “embora 2021 deva ser um ano de retoma, com uma recuperação de 7%, o regresso aos níveis de trocas comerciais pré-crise deverá acontecer apenas em 2022”.

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Governo espanhol injeta 475 milhões na Air Europa

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

Esta operação clarifica incertezas face à compra da empresa pela Iberia, que tinha sido fechada há exatamente um ano por 1.000 milhões de euros em dinheiro, mas que a pandemia obrigou a suspender.

O Governo espanhol aprovou esta terça-feira uma ajuda de 475 milhões de euros à transportadora Air Europa, considerando-a uma empresa estratégica para a economia do país, cuja viabilidade foi posta em causa pela pandemia.

O resgate consiste num empréstimo de 240 milhões em condições muito favoráveis ligadas à evolução da empresa e num empréstimo ordinário de 235 milhões, que terão de ser reembolsado nos próximos seis anos. Este resgate é o primeiro que o Governo espanhol canalizou através do Fundo de Apoio à Solvabilidade das Empresas Estratégicas, que é gerido pela Sociedade Estatal de Propriedade Industrial (SEPI).

Esta operação de ajuda pública clarifica incertezas face à compra da empresa pela Iberia, que tinha sido fechada há exatamente um ano por 1.000 milhões de euros em dinheiro, mas que a pandemia obrigou a suspender.

A Iberia vai agora examinar a nova situação da Air Europa, que, para além destes 475 milhões de euros de ajuda pública, tem um empréstimo de 140 milhões de euros garantido pelo Instituto de Crédito Oficial (ICO) e 600 milhões de euros de dívida, com resultados operacionais negativos.

Os 475 milhões de euros aprovados pelo Governo espanhol são mais 75 milhões de euros do que o montante que a companhia aérea tinha inicialmente solicitado, porque o agravamento da situação criada pela epidemia, desde que a Air Europa solicitou o resgate no início de setembro, agravou ainda mais as perspetivas comerciais da empresa, devido à queda do tráfego aéreo.

Desde o início da pandemia, a Air Europa tem tido receitas mínimas, que foram mesmo nulas durante o estado de emergência, entre março e junho, e teve de suportar custos, como o aluguer dos aviões, que custam uma média mensal entre 25 e 30 milhões de euros.

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Macif e Generali entram na corrida pelos ativos da Aviva France, diz imprensa

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2020

O grupo britânico manifestou, em setembro, a intenção concreta de vender o negócio que tem em França, uma operação que representou 15% da receita total consolidada pela Aviva Plc em 2019.

A Aviva Plc tomou opção estratégica de se concentrar nas operações no Reino Unido, Irlanda e Canadá, tendo encetado um processo de desinvestimento em certos mercados geográficos. Depois de, em setembro, ter assumido a intenção de deixar o mercado francês, os meios especializados adiantaram que a companhia está em conversações com a Allianz e a Athora, potenciais interessadas no negócio.

Acresce que, segundo a edição eletrónica do jornal Les Echos, a francesa Macif, por um lado, e a Generali (em conjunto com a CVC Capital Partners), por outro, também se perfilam como alternativas para a transação.

De acordo com a publicação, o facto de a Athora (subsidiária da gestora de fundos Apollo) ter sede na hub segurador da Bermuda motivou preocupação e contestação nos meios políticos e do sindicalismo em França, fatores que poderão constituir barreira à concretização de um negócio. Assim, enquanto se espera pelo termo das conversas que decorrem entre Aviva e Allianz, a mutualista Macif emerge como alternativa, apoiando-se no grupo Credit Suisse de modo a ganhar fôlego financeiro para uma transação que é estimada para um intervalo entre três mil milhões e 4000 milhões de euros.

Ainda, de acordo com a mesma fonte, outro eventual candidato à aquisição da Aviva France é o grupo Generali, em consórcio com os fundos da CVC Capital Partners, para a apresentação de proposta pelos mesmos ativos. O Les Echos adianta que, com base nesse possível entendimento, o grupo italiano ficaria com 30% de nova holding criada para absorver os ativos da Aviva France. Na parte que caberia à Generali estariam incluídos os ativos não Vida, sobretudo ramo acidentes.

A Aviva France emprega cerca de 4300 pessoas em França e representa 15% do volume de negócios total do grupo segurador britânico, segundo informação e números publicados em setembro por ECO Seguros.

 

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Espaços culturais antecipam horários de eventos para responder a restrições

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

Face às recentes medidas de contenção da pandemia de Covid-19, dezenas de equipamentos culturais de várias cidades antecipará os horários dos espetáculos mais tardios.

Um coletivo de dezenas de equipamentos culturais de várias cidades do país afirmou, num comunicado conjunto, que se manterão abertos, mas que, face às recentes medidas de contenção da pandemia de Covid-19, antecipará os horários dos espetáculos mais tardios.

“Continuamos abertos, começamos mais cedo”, pode ler-se no comunicado partilhado por dezenas de salas, que vão dos três teatros nacionais (D. Maria II, São Carlos e São João) aos teatros municipais de Lisboa e do Porto, passando pelo Centro Cultural de Belém, pelo Theatro Circo, em Braga, pelo Cine-teatro Louletano, pelo Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, e pelo Coliseu do Porto, entre outros.

As salas permanecerão abertas, “garantindo a oferta cultural e seguindo todas as regras de segurança de público e de todos os profissionais envolvidos”, mas com uma antecipação do horário de apresentação dos espetáculos “de forma a permitir que o público possa cumprir o seu dever cívico de recolhimento”.

Os novos horários poderão ser consultados nos sites de cada um dos teatros”, acrescentam.

Em termos concretos, por exemplo, no Teatro Nacional São João, no Porto, a única alteração é que “as récitas previstas para as 21h00 passam para as 19h00”, segundo fonte oficial da instituição que gere o São João, o Teatro Carlos Alberto e o Mosteiro de São Bento da Vitória.

Em Vila Nova de Famalicão, a Casa das Artes antecipou os horários dos espetáculos marcados para o fim de semana para as 20h45, abrangendo assim o concerto de Tainá (sexta-feira) e a peça “Para atravessar contigo o deserto do mundo” (sábado).

Da mesma forma, o Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz deverá manter todos os espetáculos que estavam agendados, mas com “as devidas alterações de horários”, que terão ainda de ser acordadas com os produtores responsáveis por cada um dos eventos, afirmou o vereador da Câmara Municipal com a pasta da cultura, Nuno Gonçalves.

Em Chaves, o Teatro Experimental Flaviense mantém a programação cultural e sessões de cinema previstas para novembro, mas vai antecipar para as 20h30 o início das sessões noturnas.

Segundo fonte da Culturgest, em Lisboa, os eventos anunciados para aquele espaço “mantêm os seus horários, visto que todos os espetáculos terminam antes das 22h30, com exceção das sessões das 21h30 do Doclisboa que foram antecipadas para as 19h00”.

A Festa do Cinema Italiano, no Cinema São Jorge, em Lisboa, antecipou igualmente os horários das sessões de abertura e de encerramento, nos dias 04 e 12 de novembro, para as 19h30.

Também em Lisboa, no Teatro Maria Matos, na quarta-feira, Manel Cruz só dará um concerto às 20h30, ao invés dos dois que estavam previstos para as 18h30 e para as 21h30.

O Auditório de Espinho optou por antecipar o espetáculo do espanhol Rodrigo Cuevas, inicialmente marcado para as 21h30 da próxima sexta-feira, passando-o para as 21h00, o que implicará atualizar horários em todas as plataformas de divulgação da casa e contactar individualmente os diversos espectadores que estão identificados por terem efetuado reserva através de email. Quanto aos próximos concertos, essa sala do distrito de Aveiro também os tentará antecipar, mas os novos horários só poderão ser definidos após auscultação aos diversos músicos envolvidos.

“Propor horários diferentes para espetáculos sempre esteve nas nossas intenções e já tentámos algumas experiências a esse respeito em tempos recentes, no sentido de alterar hábitos, mas, neste momento, a mudança vai causar-nos algumas dificuldades logísticas e de comunicação com os públicos. Em todo o caso, a outra hipótese seria cancelar alguns concertos, o que queremos evitar porque continuamos a defender que é possível assistir com segurança a um espetáculo”, declarou à Lusa o programador do auditório, André Gomes.

Outros espaços não vão sofrer alterações: em Castelo Branco, segundo o vereador da Cultura, Carlos Semedo, o Cineteatro Avenida, para já, não vai ser afetado com o encerramento da sala às 22h30. Contudo, o autarca adiantou que, caso a situação seja prolongada no concelho de Castelo Branco para lá do dia 18 de novembro, aí sim, vão ter de fazer alterações aos horários dos espetáculos agendados, que passam das 21h30 para as 20h00.

Também a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, não antecipa modificações aos horários, visto que os concertos mais tardios da sua programação começam às 21h00, com a duração de uma hora.

No caso das salas de cinema, algumas das exibidoras contactadas pela agência Lusa disseram que aguardam ainda esclarecimentos da Inspeção-Geral das Atividades Culturais para tomar uma decisão. Os cinemas Ideal e Nimas, em Lisboa, anteciparam a última sessão para cerca das 20h00.

Os equipamentos culturais, situados nos 121 concelhos de Portugal continental sujeitos ao confinamento parcial, a partir de quarta-feira, passam a encerrar às 22h30, segundo a Resolução de Conselho de Ministros publicada na segunda-feira, em Diário da República.

A resolução declara a situação de calamidade no âmbito da pandemia da doença covid-19 e estabelece, entre as “medidas especiais” aplicáveis aos 121 municípios com mais restrições, que os equipamentos culturais “devem encerrar às 22h30”.

Teatros, cinemas, salas de concerto surgem assim, à semelhança de “estabelecimentos de restauração e similares”, com horário alargado em mais 30 minutos, como exceções à imposição de fecho às 22h00, aplicada a “estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços”, assim como os que “se encontrem em conjuntos comerciais”.

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Xi diz que a China vai duplicar rendimento per capita nos próximos 15 anos

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

O Presidente chinês quer que o país se foque na inovação e na autossuficiência tecnológica como "núcleos" estratégicos para os próximos cinco anos.

O Presidente chinês, Xi Jinping, considerou esta terça-feira “inteiramente possível” a China duplicar a sua produção económica total e o seu rendimento ‘per capita’ até 2035 e entrar no grupo das economias de alto rendimento nos próximos cinco anos.

Num discurso divulgado pela agência noticiosa oficial Xinhua, na sequência da última reunião do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), Xi também alertou para “fatores instáveis e incertezas no panorama internacional” e “riscos e perigos ocultos que podem ter impacto no desenvolvimento económico da China”.

“A pandemia da covid-19 teve um impacto de longo alcance e a economia mundial pode sofrer uma recessão”, disse Xi, no seu discurso, no final da reunião, que encerrou com a proposta da China se focar na inovação e na autossuficiência tecnológica como “núcleos” estratégicos para os próximos cinco anos.

Segundo a Xinhua, Xi optou por “manter um equilíbrio entre a abertura e a autossuficiência” para que a China se “adapte melhor às circunstâncias” e exortou os líderes do país a “realizarem esforços para prevenirem os riscos que podem impedir a modernização da China”. Conforme a nota divulgada no final da sessão plenária, Xi disse esperar que, “em 2020, o PIB da China atinja 100 biliões de yuan (12,72 biliões de euros)”.

Em paralelo, na proposta para os próximos cinco anos, o Comité Central do PCC anunciou como meta para 2035 transformar o país “num líder mundial em inovação” e “alcançar um novo processo de industrialização e urbanização”, assim como garantir a existência de um “Estado de direito”.

Até então, o “PIB da China terá atingido o nível de países moderadamente desenvolvidos”, enquanto “o tamanho da classe média terá expandido significativamente”, reduzindo as desigualdades. Os líderes chineses defenderam ainda que a China se torne “um país forte nas áreas cultura, educação, desporto e saúde”.

As emissões de dióxido de carbono “diminuirão gradualmente” e atingirão o pico em 2030. O país alcançará também a “modernização do seu Exército e da sua Defesa Nacional”.

O Comité Central definiu as diretrizes políticas e económicas para o novo plano quinquenal com o objetivo de “construir um novo padrão de desenvolvimento”, baseado na procura interna. “É preciso promover a dupla circulação nacional e internacional, estimular o consumo e ampliar o espaço de investimentos”, lê-se no comunicado difundido após o encontro.

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ESMA diz que reguladores alemães deviam ter lido o Financial Times para evitarem escândalo da Wirecard

  • ECO
  • 3 Novembro 2020

Supervisor europeu encontrou "deficiências" no trabalho feito a nível nacional em relação à fraude da fintech alemã.

Os reguladores financeiro da Alemanha, o BaFin e o FREP, falharam na supervisão da Wirecard. A conclusão é da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) que disse esta terça-feira que estes deviam ter prestado mais atenção às notícias que foram publicadas em jornais como o Financial Times ao longo de dois anos antes do rebentar do escândalo da fintech.

Foi através de uma notícia da jornal britânico que o mundo ficou a saber que a auditora EY tinha identificado um buraco de 1,9 mil milhões de euros das contas da empresa de pagamentos. No seguimento do caso, a Wirecard pediu insolvência, foi excluída da bolsa alemã, mais de 700 trabalhadores foram despedidos e o antigo CEO, Markus Braun, foi detido.

Num relatório divulgado esta terça-feira pelo Financial Times (acesso condicionado), a ESMA apontou a culpa do BaFin e do comité FREP por terem sido “deficientes” no tratamento do caso e não o ter conseguido prevenir. A ESMA acusa os supervisores de terem ignorado, durante anos, os sinais de alerta.

O FREP não apanhou os sinais nos media internacionais e falou em selecionar a Wirecard para análise no período entre 2016 e 2018“, aponta a ESMA, citada pelo FT. “O relatório de hoje [terça-feira] aponta deficiências na supervisão e cumprimento das regras de reporte financeira da Wirecard”.

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Depois de veto, Presidente da República promulga nova versão da Lei da Nacionalidade

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

Marcelo Rebelo de Sousa tinha vetado mudanças na Lei da Nacionalidade. Considera agora que o novo texto "acolhe na generalidade as recomendações feitas à anterior versão".

O Presidente da República promulgou esta terça-feira a nova versão do diploma do parlamento que altera a Lei da Nacionalidade, considerando que “acolhe na generalidade as recomendações feitas à anterior versão”, que vetou em agosto.

De acordo com uma nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa “congratula-se com a nova versão do decreto da Assembleia da República que acolhe na generalidade as recomendações feitas à anterior versão submetida e devolvida, sem promulgação, à Assembleia da República no passado dia 21 de agosto, pelo que promulgou o decreto”.

A nova versão deste diploma foi aprovada no dia 2 de outubro, com votos favor de PS, BE, PCP, PAN, PEV e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues, votos contra de PSD, CDS-PP, Chega e a abstenção da Iniciativa Liberal.

Antes desta votação, a vice-presidente da bancada socialista Constança Urbano de Sousa afirmou que o PS iria “atender plenamente” às objeções que estiveram na origem do veto de Marcelo Rebelo de Sousa.

Quando vetou a primeira versão deste diploma, em 21 de agosto, o chefe de Estado referiu-se à “dispensa de aplicação do regime genérico quanto a casais ligados por matrimónio ou união de facto com filhos em comum, filhos esses dispondo de nacionalidade portuguesa”.

Afigura-se-me politicamente injusto, porque desproporcionado, desfavorecer casais sem filhos, bem como, sobretudo, casais com filhos, dotados de nacionalidade portuguesa, mas que não são filhos em comum”, considerou.

Segundo o chefe de Estado, “a presunção material de maior coesão ou estabilidade nos casais com filhos, e, neles, com filhos em comum, filhos esses dotados de nacionalidade portuguesa” era “levada longe de mais”. “É claramente o caso se houver filho ou filhos nacionais portugueses mas que não são em comum do casal. Também, em casais sem filhos, e que, em muitos casos, os não podem ter”, acrescentou.

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Grupo português investe 100 milhões em mega empreendimento em Gaia. Vai empregar 500 trabalhadores

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

O grupo Fortera vai investir 100 milhões de euros na construção de um mega projeto, que terá um hotel, um centro de congressos, escritórios, apartamentos e uma superfície comercial.

O Grupo Fortera anunciou esta terça-feira que vai investir 100 milhões de euros na construção de um empreendimento em Gaia, que inclui hotel, centro de congresso e apartamentos desenhados por Souto Moura e que empregará 500 trabalhadores.

“Vamos iniciar a obra em 2021 e concluí-la em dois a três anos”, anunciou Elad Dror, CEO do Grupo Fortera, em comunicado. De acordo com o grupo português, vão ser criados 500 novos postos de trabalho no empreendimento “Skyline”, em Vila Nova de Gaia, cujo investimento global ascende a 100 milhões de euros.

O arquiteto Souto Moura, vencedor do prémio Pritzker em 2011, foi contratado para desenhar um hotel de 160 quartos, um centro de congressos e 100 apartamentos, tudo parte integrante do empreendimento localizado na Rua General Torres.

“O projeto é totalmente distinto na região e até no país e conseguir a assinatura de Souto Moura para esta obra é algo que nos deixa extraordinariamente empolgados por ser um nobel, um ícone da arquitetura, que vai acrescentar um enorme valor patrimonial ao projeto e à região“, afirma o CEO do grupo.

O projeto consiste num ecossistema de comércio, serviços, residencial e lazer, estando dividido em cinco áreas distintas: um hotel de 20 andares com 160 quartos, um centro de congressos para eventos e exposições com capacidade para 2.000 pessoas, uma praça e superfícies comerciais, 16.000 metros quadrados de escritórios e 10.000 metros quadrados de área residencial.

O Grupo Fortera Properties foi fundado em 2015 e é uma empresa de direito português, que atua no ramo imobiliário de luxo, tendo a sua atividade iniciado no Norte, com o Porto — particularmente as zonas da Boavista, Santo Ildefonso, Nevogilde, Campanhã — e Espinho a serem os concelhos onde “incidem por enquanto os principais investimentos”.

As suas grandes áreas de atuação centram-se na aquisição de imóveis para construção de raiz ou reabilitação de espaços para fins hoteleiros ou residencial. Atualmente, o grupo tem já vários projetos concluídos e comercializados, sendo que será em 2019 que a grande maioria dos projetos residenciais e os primeiros dois grandes investimentos hoteleiros estarão concluídos.

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Adiada entrada em bolsa de maior fintech da China

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

A Bolsa de Valores de Xangai suspendeu a entrada em bolsa do Ant Group, depois de os reguladores chineses terem convocado os executivos da empresa para uma reunião.

A Bolsa de Valores de Xangai suspendeu esta terça-feira a entrada em bolsa do Ant Group, que estava programada para quinta-feira, depois de os reguladores chineses terem convocado os executivos da empresa para uma reunião.

A bolsa citou mudanças no ambiente regulatório da tecnologia financeira (fintech), um dia depois de os reguladores terem reunido com o fundador, Jack Ma, que criou o gigante Alibaba, o presidente do Conselho de Administração, Eric Jing, e o diretor da empresa, Hu Xiaoming.

“Estas mudanças podem fazer com que a sua empresa deixe de estar apta a cumprir com as condições de emissão e listagem ou os requisitos de divulgação de informações“, disse o operador do mercado de ações, num comunicado dirigido ao Ant Group. O Ant Group não comentou a decisão imediatamente.

Na segunda-feira, o Banco do Povo da China (banco central), a Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários e a Administração Estatal de Câmbio informaram terem realizado “entrevistas regulatórias” com os executivos da empresa. O comunicado não avança detalhes, embora estas chamadas dos reguladores sejam vistas como um alerta ou uma espécie de repreensão. “Houve uma troca de opiniões sobre a saúde e a estabilidade do setor financeiro”, disse o Ant Group, em comunicado.

As ações do Ant Group deviam começar a ser negociadas em Hong Kong e Xangai na quinta-feira, 05 de novembro, com a expectativa de arrecadar pelo menos 34,5 mil milhões de dólares (29,4 mil milhões de euros), no que seria a maior entrada em bolsa de sempre. A empresa está sob crescente escrutínio e regulamentos mais rígidos, à medida que amplia a gama de serviços de tecnologia financeira que oferece.

Entre as novas regulações estão os limites ao uso de títulos garantidos por ativos para financiar empréstimos ao consumidor, novos requisitos de capital ou limites nas taxas de empréstimos. Na segunda-feira, o banco central aumentou a exigência de capital registado para credores como o Ant para um mínimo de cinco mil milhões de yuan (640 milhões de euros).

O Ant Group opera a Alipay, a maior e mais valiosa empresa de tecnologia financeira (fintech) do mundo e uma das duas carteiras digitais dominantes na China, país onde o dinheiro físico praticamente desapareceu. Jack Ma fundou o gigante do comércio eletrónico Alibaba em 1999. O Alipay foi introduzido como método de pagamento, para aumentar a confiança dos utilizadores na plataforma.

Ma foi convocado pelos reguladores poucos dias depois de ter afirmado que os regulamentos financeiros estão desatualizados, referindo-se aos acordos de supervisão bancária de Basileia como obra de um “clube de velhos”. Ma questionou se o sistema financeiro chinês se deve submeter a esses regulamentos. “Os acordos de Basileia são usados para tratar as doenças de um sistema bancário envelhecido, são remédios para idosos (…), mas o sistema bancário chinês é jovem”, disse o empresário, citado pela imprensa local.

O empresário defendeu que a China precisa de canais de financiamento alternativos, além dos grandes bancos estatais, fortemente dominantes no país. “Os grandes bancos são como rios, mas precisamos de lagoas, riachos e canais no sistema. Sem eles, vai haver sempre enchentes ou secas”, descreveu.

Ma garantiu que os bancos tradicionais funcionam como “casas de penhores” e garantiu que as futuras decisões de crédito terão que ser feitas por meio de big data (análise maciça de dados) e históricos de crédito, em vez de solicitar grandes garantias para conceder empréstimos, ao mesmo tempo que criticou a excessiva burocracia do sistema financeiro chinês.

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Wall Street sobe 1% à espera dos resultados eleitorais

Analistas apostam numa vitória de Joe Biden nas eleições americanas. Banca americana avança mais de 3%.

Os três principais índices de Wall Street arrancar a sessão desta terça-feira em forte alta, com os investidores apostados numa vitória do democrata Joe Biden nas eleições americanas.

O S&P 500 soma 1,78% para 3.369,27 pontos, acompanhado do industrial Dow Jones e do tecnológico Nasdaq, que avançam 2,12% e 1,58%, respetivamente.

As sondagens dão favoritismo ao candidato democrata no frente-a-frente com Donald Trump, dando confiança aos mercados de que um pacote de estímulos de grande escala, incluindo um aumento da despesa em infraestruturas, seja aprovado após as eleições.

“Neste momento, o mercado está a apostar numa vitória de Biden“, referiu Christian Stocker, analista da UniCredit. “Sob a presidência de Biden, a economia americana deve dar maior apoio aos mercados acionistas – uma economia com mais programas de estímulo será perfeita para o desempenho superior dos setores cíclicos”, acrescentou.

Neste cenário, o setor financeiro, um setor cíclico, está em alta. Bancos como o JPMorgan, BankofAmerica e Goldman Sachs avançam mais de 3%.

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Hi Fly vai deixar de voar com o A380, o maior avião do mundo

Companhia área portuguesa vai deixar de voar com o A380, o maior avião do mundo, no final do ano. Decisão é justificada pela redução do fluxo de passageiros no setor da aviação.

A Hi Fly vai deixar de operar com o seu avião Airbus A380, o maior avião de passageiros do mundo, no final deste ano. A companhia aérea portuguesa decidiu não renovar o contrato de leasing, por considerar que a pandemia de Covid-19 reduziu “a procura de aeronaves de grande porte”.

“Após quase três anos de operações bem-sucedidas em todo o mundo”, a Hi Fly decidiu não estender o período inicial de aluguer acordado “como consequência da pandemia Covid-19, que reduziu drasticamente a procura de aeronaves de grande porte”, revela a empresa, em comunicado.

Neste contexto, o Airbus 380 será substituído na frota da companhia aérea que opera a partir do aeroporto de Beja, por alguns Airbus A330 adicionais, “um avião menor e mais adequado para as atuais condições do mercado”.

O A380 foi concebido para competir com o icónico Boeing 747, que celebrou 50 anos no ano passado. Com dois luxuosos andares, a aeronave da fabricante europeia consegue sentar entre 575 a 853 passageiros, dependendo da configuração. Com os seus quatro motores, é capaz de atingir uma velocidade de 1.080 Km/h. E a capacidade de armazenamento de 320 mil litros de combustível dá ao A380 uma autonomia de 14.800 Km. Contas feitas, este avião tem autonomia para ir quase duas vezes da Rússia aos Estados Unidos, já que a distância entre os dois países é de 8.781 km.

Contando com a Hi Fly, já só há 15 companhias aéreas a operar com o A380. O fim da produção do Airbus 380 já era conhecido desde o ano passado, dado o declínio de encomendas. Contudo, face à crise provocada pela pandemia, as companhias áreas estão a optar por operarem com aeronaves de menores dimensões, dada a quebra abrupta de passageiros.

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De quem gosta mais Wall Street? Vença Trump ou Biden, importante é que haja estímulos

Tal como os eleitores, Wall Street não parece decidida sobre qual dos candidatos a presidente dos EUA vai vencer as presidenciais. O perdedor deverá ser o dólar.

Os norte-americanos decidem esta terça-feira se querem Donald Trump mais quatro anos na Casa Branca ou se preferem ter Joe Biden como novo presidente. Os mercados estão em suspenso à espera do resultado e, apesar de os investidores tradicionalmente preferirem os republicanos, uma vitória democrata poderá não ser totalmente uma má notícia. O que interessa são os estímulos que cada um irá implementar.

O mercado acionista tem um forte histórico de corretamente prever o resultado das eleições presidenciais“, aponta Sean Markowicz, estratega de research e analytics da Schroders. “Sempre que as ações dos EUA sobem nos três meses antes do dia eleitoral, o partido do titular do cargo vence e, sempre que caem, o incumbente perde”.

Desde 1932 que esta metodologia teve sucesso em 86% dos casos, ou seja, em 19 das últimas 22 campanhas. Olhando para o desempenho do S&P desde agosto, o saldo é — tecnicamente — positivo, mas a valorização é de apenas 0,04%, sinalizando que, tal como tem acontecido com as sondagens, a margem não é grande.

"O mercado acionista tem um forte histórico de corretamente prever o resultado das eleições presidenciais.”

Sean Markowicz

Schroders

Uma das explicações para a curta diferença é que “os preços das ações não indicam simplesmente quem poderá vencer a presidência, mas também o estado da economia, que tem vindo a recuperar das consequências económicas da Covid-19“, lembra Markowicz. A economia dos Estados Unidos expandiu 33,1% no terceiro trimestre do ano (em termos anualizados), um crescimento sem precedentes para o país e que se seguiu a uma contração recorde do PIB de 31,4% no trimestre anterior.

Trump vs Biden: de quem é que os mercados gostam mais?

http://videos.sapo.pt/5o5YZm1dEMr7BeuTySpz

A Covid-19 criou um cenário de exceção e, neste ciclo eleitoral, os investidores estão a tentar avaliar a capacidade de Trump e Biden estimularem a retoma da economia. Para relançar a economia, Biden foca-se na despesa pública com transferências diretas para as famílias e empréstimos a PME, bem como a reversão do corte de impostos aos mais riscos. Já Trump quer implementar mais estímulos fiscais, apostar nas obras públicas e implementar politicas de repatriação de empregos.

A questão é: de quem é que as bolsas gostam mais? Depende do setor. Donald Trump representa continuidade, propondo maior alocação do orçamento do país para gastos com a defesa, bem como cortes de impostos e menor regulação para os bancos.

É nos temas ligados ao clima que mais se distinguem os dois candidatos. Por um lado, o atual presidente é mais flexível com as emissões de carbono em setores do ferro, aço ou carvão e protege as petrolíferas. Em sentido contrário, o opositor Biden quer apostar na transição energética, através do desinvestimento no petróleo, reforço do financiamento a renováveis e utilities e ainda nas redução de emissões poluentes.

"Políticas para combater alterações climáticas poderão ser essenciais para uma vitória de Biden, especialmente em estados mais afetados por desastres naturais como Florida e Califórnia.”

Equipa de research

BiG - Banco de Investimento Global

“Donald Trump já afirmou várias vezes que as alterações climáticas são uma “invenção”, independentemente do aumento de desastres naturais nos EUA, nomeadamente os fogos na Califórnia e os furacões no sul do país”, recordam os analistas do BiG – Banco de Investimento Global.

“Joe Biden por outro lado anunciou políticas para combater as alterações climáticas, que passam pela reentrada no acordo de Paris e investimentos em renováveis. Estas políticas poderão ser essenciais para uma vitória de Biden, especialmente em estados mais afetados por desastres naturais como Florida e Califórnia“, consideram.

O clima, tal como a saúde, é um dos pontos em que Trump e Biden mais diferem, mas há outros temas em que as abordagens são mais próximas, como é o caso das relações comerciais com a China. Tal como Trump, Biden também defende o fomento da indústria nacional, apesar de ter uma postura menos rígida quanto ao país asiático que diz não querer ver como concorrente direto.

"O grande perdedor poderá ser o dólar e a sua posição como divisa de referência e de refúgio.”

Hugo Gerald Freitas

Abanca

Além da relação com a China, há ainda o comportamento face a organizações internacionais como a NATO ou ao banco central dos EUA, a Reserva Federal norte-americana. Certo é que qualquer que seja o escolhido dos norte-americanos, a incerteza é grande e o percurso estará intimamente dependente da pandemia.

Biden poderá ter a vida facilitada para implementar políticas públicas já que, em conjunto com o presidente serão eleitos 35 lugares no Senado. Atualmente, os Republicanos têm a maioria com 23 dos lugares contra 12 dos Democratas. Com um presidente da mesma cor política, para passarem a deter a maioria, é apenas necessário aos segundos roubarem três lugares aos primeiros pois o Presidente tem poder de desempatar em caso de igualdade no Senado.

Em qualquer caso, o grande perdedor poderá ser o dólar e a sua posição como divisa de referência e de refúgio“, ressalva Hugo Gerald Freitas, responsável de produtos de investimento do Abanca em Portugal. “Uma combinação de défices massivos (em que a probabilidade de que ocorram quer ganhe um candidato ou outro é bastante elevada) associada a estímulos monetários destinados a monetizar a dívida emitida para financiar os referidos défices, será um terreno fértil para um aumento significativo da inflação e para uma desvalorização do dólar”, acrescenta.

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