Na luta entre Trump e Biden, nem todos os votos valem o mesmo

A dias das eleições presidenciais, está tudo em aberto e tanto democratas como republicanos apostam tudo nos swing states.

A 3 de novembro, os norte-americanos vão às urnas para umas eleições presidenciais que podem ditar o segundo mandato de Donald Trump ou a chegada de Joe Biden à Casa Branca. Os eleitores dividem-se entre democratas e republicanos, mas não votam diretamente para eleger o presidente do país. Há votos que pesam mais do que outros, e americanos que não podem votar. Parece confuso? Realmente é.

Em todas as eleições presidenciais nos EUA, os norte-americanos votam livremente, mas quem decide são os membros do colégio eleitoral. Este grupo é composto por 538 representantes dos 50 estados que elegem diretamente o presidente.

O colégio eleitoral nasceu quando os founding fathers dos EUA definiram na sua Constituição que este grupo seria composto por homens notáveis, que fariam o intermédio entre pessoas que podiam ter menos informação para “votar diretamente”. Contudo, o principal objetivo era equilibrar as diferenças entre os estados mais pequenos e maiores. O método permanece o mesmo até hoje, apesar das dúvidas sobre a sua eficácia.

Os estados não têm todos o mesmo peso no colégio eleitoral: o número de membros que é atribuído a cada um é decidido pela sua representação no congresso. Por exemplo, no caso da Califórnia são atribuídos dois representantes pelo Senado mais 53 por cada Distrito Congressional. Assim, este é o estado com mais peso no colégio eleitoral, com 55 membros.

Mas não é assim em todo o país. A capital Washington DC tem três representantes correspondentes aos distritos que possui, uma vez que não é caracterizada como estado e por isso não tem representação no Senado. Já os chamados territórios americanos — 14 regiões que incluem Porto Rico ou Samoa Americana — não têm representação alguma no congresso, e por isso, apesar de serem considerados norte-americanos, os cidadãos não têm poder de voto.

Winner takes it all

Os eleitores que têm poder de voto registam-se para votar algum tempo antes das eleições, ou em alguns estados no próprio dia. Pode-se votar no próprio dia ou antecipadamente, por correio ou presencialmente. A opção de enviar o voto por correspondência tornou-se mais popular em tempos de pandemia, embora gere polémica e seja fortemente contestada pelo atual presidente Trump.

Os votos são contabilizados em todos os estados e os respetivos representantes do colégio eleitoral votam na sua maioria pelo sentido de estado. O eleitor representante vota consoante a vontade dos habitantes do distrito congressional que representa. Mesmo que não seja obrigado a isso. Contudo, um faithless elector — ou seja, que contrarie a escolha dos eleitores que representa — é raro e nunca influenciou o resultado final de uma eleição.

A controvérsia em torno do colégio eleitoral chega na hora da contagem dos votos. A maioria dos estados funciona como winner takes it all. Isto significa que, se um dos partidos tiver um voto a mais no colégio do que outro, acaba por angariar todos os votos desse estado. Para ganhar uma eleição, o partido deve conseguir 270 votos do colégio eleitoral. No caso de existir um empate, a decisão recai sobre o congresso.

Este método implementado gera controvérsia porque em estados menos populosos, o peso do voto individual é maior do que nos estados com mais habitantes. De forma diferente atuam os estados do Maine e Nebraska. Nestes estados, dois votos são atribuídos aos partidos consoante o sentido de voto do estado, e os restantes pelo sentido de cada distrito congressional.

O desenho dos distritos vai mudando ao longo do tempo. Em teoria, a cada dez anos são reavaliadas as fronteiras com base na população. No entanto, há uma polémica técnica conhecida como gerrymandering que consiste em manipular os limites de cada distrito congressional para tirar partido do sistema de winner takes it all. Este é um dos motivos de discórdia e polémica que pairam sobre o sistema eleitoral dos EUA.

Candidatos apostam tudo nos swing states

Neste sistema, os candidatos consideram alguns estados como mais importantes do que outros durante a campanha eleitoral. Há dois tipos de estados: os seguros e os oscilantes. Os chamados safe states são aqueles que historicamente votam sempre no mesmo partido e por isso já têm de antemão uma cor atribuída.

Por exemplo, é o caso do Texas, cujo voto (quase) garantidamente vermelho, ou seja, republicano. Por outro lado, Nova Iorque é azul, que é o mesmo que dizer democrata. Mas há estados pintados de roxo, os swing states.

Estes estados não têm um histórico de “lealdade” a um só partido e por isso podem ter outro peso na decisão das eleições, o que justifica que exijam maior dedicação por parte dos candidatos a presidente. Atualmente, estes estados representam 125 votos no colégio eleitoral e são onde os candidatos gastam mais recursos de campanha.

Em 2016, o atual presidente Donald Trump ganhou o estado da Florida com 49% dos votos, angariando os 29 votos do colégio eleitoral. Por ter conseguido ganhar mais votos no colégio eleitoral consagrou-se presidente, embora não tenha tido tantos votos populares como a sua adversária Hillary Clinton.

Este ano, a nível nacional, a última sondagem da CNN indica que Biden tem 54% das intenções de voto, contra 42% de Trump. Olhando apenas para os swing states, a margem é menor. Na Florida — o mais importante — o democrata acolhe 51% das intenções de voto, contra 43,6% do republicano. Menor ainda é a margem no segundo swing state mais importante, a Pensilvânia: apenas 50,5% contra 45,2%. Feitas as contas, está tudo em aberto.

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Banco de Portugal quer poder obrigar acionistas a venderem posições em bancos em risco

Novo Código da Atividade Bancária, que se encontra em consulta pública, prevê que supervisor possa determinar a venda de participações qualificadas em situações que possam por em risco o banco.

O Banco de Portugal quer ter o poder para obrigar os maiores acionistas dos bancos a venderem as suas participações caso a solidez da instituição esteja em risco ou se existirem suspeitas de lavagem de dinheiro, de acordo com o anteprojeto de Código da Atividade Bancária que se encontra em consulta pública.

O novo código para a banca, que vem substituir o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), prevê que o supervisor possa “determinar a venda de parte ou da totalidade das ações respeitantes a uma participação qualificada” em situações que comportam riscos para a estabilidade do banco.

Em concreto, dizem as novas regras, tal decisão poderá ser desencadeada pelo Banco de Portugal se considerar “que a falta de diversificação acionista gera riscos para a situação financeira ou para a gestão sã e prudente da instituição de crédito e esta se encontre em risco de incumprimento dos níveis mínimos regulamentares de adequação de fundos próprios”.

Adicionalmente, determinado acionista qualificado poderá ser também obrigado a desfazer-se da sua posição (parcial ou totalmente) se não tiver capacidade para apoiar financeiramente a instituição de crédito, “nomeadamente através da participação em aumentos de capital ou de empréstimos subordinados”, colocando em causa a solidez financeira do banco.

Há uma terceira situação prevista pelo novo código. O Banco de Portugal pode forçar o acionista a vender a participação qualificada “quando tenha sido inibido o exercício dos respetivos direitos de voto ou quando existam motivos razoáveis para suspeitar que, em relação a essa instituição de crédito e associada à participação qualificada em causa, foi ou está a ser efetuada ou tentada uma operação de branqueamento de capitais ou de financiamento do terrorismo“.

O anteprojeto de Código da Atividade Bancária vai estar em consulta pública até ao dia 4 de dezembro. Com isto, o supervisor pretende sistematiza e atualizar as normas à luz das necessidades do sistema bancário atual, da experiência de supervisão acumulada, bem como das recomendações emitidas pelas várias comissões parlamentares de inquérito dos últimos anos, desde o BNP, BES até à Caixa Geral de Depósitos.

Adicionalmente, agrega-se num único texto legislativo vários regimes especiais presentemente dispersos, transpondo-se ainda as diretivas europeias relativas ao chamado “Banking Package” (CRD V e BRRD II) e, parcialmente, a diretiva das empresas de investimento.

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5 coisas que vão marcar o dia

O Banco de Portugal atualiza hoje as estatísticas da dívida pública referentes a setembro. Mas é sobre a pandemia que se debruçarão grande parte das atenções dos portugueses.

O Governo já apresentou novas medidas para controlar a pandemia, mas os números de infeções pelo novo coronavírus continuará a centrar atenções dos portugueses. Além da Covid-19, também o OE 2021 volta a estar em destaque, desta vez com a audição dos ministros da Defesa e do Ambiente. Isto no dia em que serão conhecidos novos dados sobre a evolução da dívida pública.

Marcelo e Costa discutem Estado de Emergência

A pandemia de Covid-19 continua a evoluir de forma desfavorável em Portugal, forçando o Governo a apresentar novas medidas de controlo da crise sanitária. O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, vai receber o primeiro-ministro esta segunda-feira de manhã e, ao longo do dia, os nove partidos com assento parlamentar. António Costa será recebido pelo Presidente da República às 10h30 no Palácio de Belém, em Lisboa.

Ministros ouvidos no Parlamento sobre OE

Continuam as audições a membros do Governo na Assembleia da República, na sequência da apresentação da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2021. Esta segunda-feria é a vez de a Comissão de Orçamento e Finanças questionar o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, bem como o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes. Cravinho é ouvido às 9h00, Matos Fernandes é o ouvido às 16h00.

Dívida pública pode atingir novo recorde

É dia de saber a evolução da dívida pública no mês de setembro. Em agosto, o Banco de Portugal revelou que o endividamento do Estado situava-se, então, em 267,1 mil milhões de euros, um aumento de 2,4 mil milhões de euros face a julho. O supervisor liderado por Mário Centeno justificou a subida com as emissões de títulos de dívida no valor de 2,6 mil milhões de euros em resultado da necessidade de gastos adicionais para responder à pandemia.

Mais créditos para a compra de casa?

O Banco de Portugal atualiza as taxas de juro de novas operações de empréstimos e depósitos. Ao mesmo tempo, são conhecidos os montantes dos novos financiamentos, sendo relevante a evolução da concessão de empréstimos para a compra de casa em setembro. Em agosto, maior parte do dinheiro emprestado pela banca às famílias foi para a compra de habitação, num total de 854 milhões de euros, numa altura em que muitas famílias estão a beneficiar das moratórias.

Indústria continua a recuperar?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai revelar o Índice de Produção Industrial, referente a setembro. Depois de a produção industrial ter aumentado 3% em agosto em termos homólogos, e recuperado 11,8 pontos percentuais em relação ao mês de julho, será importante perceber a evolução registada no nono mês do ano.

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Portugal ganha Óscar de Melhor Destino da Europa

  • Lusa
  • 2 Novembro 2020

“É com particular orgulho que recebemos este prémio, neste ano atípico”, disse a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques

Portugal foi eleito pelo quarto ano consecutivo como o Melhor Destino da Europa na edição 2020 dos World Travel Awards, segundo os resultados divulgados no domingo à noite.

Conhecidos como os “Óscares do turismo”, os World Travel Awards são atribuídos pelos profissionais do setor e a cerimónia em que são divulgados foi este ano substituída por um formato virtual, devido à pandemia de Covid-19.

Da extensa lista de prémios Portugal arrecadou 21, entre eles a cidade do Porto, com o galardão de Melhor Destino “City Break” da Europa, e Lisboa eleita como o Melhor Destino Europeu de Cruzeiros.

O Algarve voltou a ser o Melhor Destino de Praia da Europa e os Açores foram distinguidos como o Melhor Destino de Turismo de Aventura.

“É com particular orgulho que recebemos este prémio, neste ano atípico”, disse a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, num comunicado divulgado pelo Ministério da Economia e Transição Digital.

A secretária de Estado do Turismo acrescentou: “É mais uma prova da confiança internacional no nosso destino e um reconhecimento de que os atributos de Portugal permanecem intactos e prontos a ser descobertos por todos quantos nos desejam visitar, sempre respeitando as regras definidas pelas autoridades”.

Para Rita Marques, “saúde, proteção e confiança são sinónimos inquestionáveis da oferta turística nacional”.

No dia 27 serão conhecidos os prémios da edição mundial.

Na edição deste ano, além de vários hotéis e “resorts”, foram ainda reconhecidas iniciativas e entidades como o projeto Dark Sky Alqueva, os Passadiços do Paiva ou a transportadora aérea TAP.

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7 meses e 9 dias depois, teletrabalho volta a ser obrigatório para alguns

Foi em março, com o estado de emergência, que o teletrabalho passou a ser obrigatório. Depois de um interregno, trabalhar em casa voltará a ser obrigatório na quarta-feira em 121 concelhos.

Em março, o novo coronavírus chegou a Portugal e espalhou-se a um ritmo alarmante. Para travar o surto começaram a ser tomadas várias medidas, que culminaram num confinamento. Desde o verão houve um levantamento das restrições mas, agora, a situação voltou a ser “muito grave”, como caracterizam os líderes políticos. Assim, o Governo decidiu avançar de novo para o teletrabalho obrigatório em 121 concelhos do país, 223 dias depois do dia em que todos os portugueses, cujo trabalho o permitia, tiveram de montar o escritório em casa.

Foi a
18 de março que o Presidente da República decretou o estado de emergência em Portugal. No dia a seguir, o Governo aprovou um conjunto de medidas para travar a pandemia, que entraram em vigor a 22 de março. O Executivo determinou que era “obrigatória a adoção do regime de teletrabalho sempre que as funções em causa o permitam”.

A medida também abrangia os trabalhadores da Função Pública, sendo que estes chegaram mesmo a ir para casa mais cedo. Cerca de uma semana antes de ser obrigatório para todos, o Ministério liderado por Alexandra Leitão definia que os trabalhadores da Administração Pública iriam ficar “em regime de teletrabalho sempre que as funções que exercem o permitam”, texto quase igual ao que ficou fixado para os outros trabalhadores.

Entretanto, os funcionários públicos foram progressivamente voltando ao trabalho presencial, apesar de o Governo adiantar que tinha como objetivo manter em teletrabalho um quarto dos trabalhadores da Função Pública (equivalente a cerca de 68 mil) depois daquela que foi a primeira vaga desta pandemia.

Excluídos deste regime ficaram então os trabalhadores que não podiam trabalhar a partir de casa. Foi o caso daqueles que ficaram conhecidos como os “trabalhadores essenciais”, como foi o caso das áreas da alimentação, distribuição e da saúde, bem como trabalhadores dos supermercados, farmácias, bancos, correios, camionistas e muitos outros.

Na maioria das funções na indústria também não existia a possibilidade de teletrabalho. No entanto, foram muitas as fábricas que acabaram por fechar portas, ou avançar com uma produção parcial, apenas com uma parte dos trabalhadores, de forma a evitar surtos de Covid-19. Lentamente, foram retomando produção.

Quanto ao resto das empresas, o teletrabalho deixou de ser obrigatório a partir do dia 1 de junho, como parte de um levantamento progressivo e gradual das restrições. Esta continua, ainda assim, a ser uma opção para muitos, com algumas empresas a prolongarem esta nova forma de trabalho, evitando assim a regra do “espelho”, em que os trabalhadores foram divididos em grupos, alternando durante 15 dias o trabalho em casa e de forma presencial.

Agora, cinco meses depois, volta a ser uma obrigação para uma parte dos trabalhadores, como forma de o Governo tentar travar o aumento exponencial de novos casos de infeção por Covid-19 que estão a levar a um aumento dos casos de internamento. Foi já batido o recorde de pessoas internadas em Unidades de Cuidados Intensivos, estando mais de 80% das camas do SNS destinadas à doença ocupadas.

No sábado, em Conselho de Ministros, o Governo decidiu que nos 121 concelhos de Portugal (veja aqui a lista) com um número de casos de Covid-19 superior a 240 casos por 100 mil habitantes, o teletrabalho votará a ser obrigatório, a partir desta quarta-feira, 4 de novembro.

“Prevê-se a obrigatoriedade de adoção do regime de teletrabalho, independentemente do vínculo laboral, sempre que as funções em causa o permitam, salvo impedimento do trabalhador”, determinou o Governo em Conselho de Ministros.

Desfasamento de horários já não é só para Porto e Lisboa

Os casos de Covid-19 começaram a aumentar já em setembro, depois de um regresso ao trabalho e às aulas. Perante o agudizar da situação, o Governo decidiu avançar também com o desfasamento de horários nas empresas de Lisboa e Porto, para evitar a aglomeração.

Este sábado, além de determinar a obrigação do teletrabalho, o Governo também anunciou que o desfasamento de horários também passará a ser obrigatório em todos os 121 concelhos considerados de alto risco.

“Determina-se que o regime excecional e transitório de reorganização do trabalho (constante do DL 79-A/2020) é aplicável às empresas com locais de trabalho com 50 ou mais trabalhadores, nas áreas territoriais dos concelhos identificados no anexo II da RCM (atualmente este regime era aplicável às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto)”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

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Pandemia faz cair para menos de metade pré-avisos de greve

Entre março e agosto, foram apresentados 221 pré-avisos de greve, menos de metade do que tinha sido registado no período homólogo. Em abril, deram entrada apenas três pré-avisos.

A pandemia de coronavírus fez cair o recurso à greve pelos trabalhadores portugueses. Entre março e agosto, deram entrada apenas 221 pré-avisos, menos de metade face ao período homólogo, indica a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT). O travão imposto durante o estado de emergência às paralisações nos setores essenciais, o confinamento do país e a forte adesão ao lay-off explicam esse recuo. A CGTP alerta, no entanto, que “a luta dos trabalhadores está em crescendo”.

Em março, mês em que a pandemia de coronavírus chegou a Portugal, deram entrada 64 pré-avisos de greve. Em comparação, em 2019, tinham sido apresentados 133 avisos prévios. Estes dados da DGERT dizem respeito ao setor empresarial do Estado e ao privado.

Uma parte dessas paralisações convocadas acabou, contudo, por ser suspensa e não acontecer por causa do impacto inicial da crise pandémica no país. Na Administração Pública, por exemplo, as paralisações que estavam agendadas foram levantadas e nenhuma outra foi comunicada, no segundo trimestre, à Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

Foi o caso da greve nacional marcada pela Frente Comum face aos “ofensivos” aumentos salariais propostos aos funcionários públicos.

O sindicato liderado por Sebastião Santana tinha convocado uma paralisação para 20 de março, mas desconvocou-a face à propagação do coronavírus em Portugal e de modo a assegurar a normalidade dos serviços perante o quadro de então. A Frente Comum começou por garantir que a greve não abrangeria os serviços de saúde, mas acabou por alargar essa suspensão a todos os serviços.

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) também decidiu desconvocar a greve geral marcada para o mesmo dia.

Março foi também o mês em que foi publicado o primeiro decreto-lei que determinou a passagem do país ao estado de emergência. Tal diploma estabeleceu a suspensão “do exercício do direito à greve na medida em que possa comprometer o funcionamento de infraestruturas críticas ou de unidades de prestação de cuidados de saúde, bem como em setores económicos vitais para a produção, abastecimento e fornecimento de bens e serviços essenciais à população”.

Ao ECO, o advogado Gonçalo Delicado explica que, nesse primeiro decreto-lei, tal como nos que vieram a prolongar o estado de emergência, o travão às greves só foi aplicado aos setores considerados essenciais. Ou seja, nos demais, continuou a ser possível avançar com paralisações. Apesar disso, o recurso a esta forma de protesto caiu muito significativamente.

Os dados da DGERT indicam que, em abril, apenas deram entrada três avisos prévios de greve, quando tinham sido apresentados 87 no período homólogo. Em causa está uma quebra de quase 97%.

Em declarações ao ECO, Ana Pires, dirigente da CGTP, explica que esta evolução é justificada por três grandes fatores: as já referidas limitações introduzidas pelo estado de emergências, mas também a forte adesão dos empregadores ao lay-off e a passagem de muito trabalhadores para o regime de teletrabalho. De notar que abril foi precisamente um dos meses da pandemia com o maior número de trabalhadores e empresas a serem abrangidas pelo lay-off simplificado.

Apesar dos dados em causa, a sindicalista frisa que “houve muita luta dentro das empresas” face ao “conjunto de aproveitamentos” feitos pelos empregadores, ao forçarem, por exemplo, o gozo de férias.

Em maio, mês em que se iniciou o desconfinamento do país e em que as empresas começaram, aos poucos, a abrir as portas, o número de pré-avisos de greve aumentou para 39, ficando ainda assim abaixo do nível de há um ano (59).

Esse foi, de resto, o mês em que, por exemplo, os trabalhadores dos CTT avançaram para a greve. Pararam a 29 de maio contra o congelamento salarial e o pagamento do subsídio de refeição em cartão. Ao ECO, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) conta que, com a chegada da pandemia a Portugal, as paralisações que estavam agendadas foram suspensas, mas acabou por ser preciso avançar com esta forma de protesto para evitar o aproveitamento da situação pela empresa.

A mesma fonte afirma que, da parte dos trabalhadores, o cenário pandémico não mudou em nada a forma como a greve foi vivida e acrescenta: “Os trabalhadores até ficaram menos expostos [ao novo coronavírus]”. Da parte do empregador, frisa o sindicato, também não foi notada qualquer abertura extra por se tratar de uma paralisação no meio de uma pandemia.

A sindicalista Ana Pires salienta, por outro lado, que a pandemia “alterou a maneira de viver tudo”, com um reforço da organização das concentrações — para assegurar o cumprimento das normas de segurança –, mas sobretudo com uma subida da pressão por parte dos empregadores. “Há a ideia de que não estamos em momento de reivindicar nem salários, nem direitos, no patronato“, sublinha, referindo que, ao contrário do que dizem os empresários, “não estamos todos no mesmo barco”.

“Tenho a certeza de que a luta dos trabalhadores está em crescendo”, atira a mesma dirigente da CGTP, mencionando que, no público, o Governo fechou a porta a aumentos generalizados dos salários e, no privado, é altura de confrontar as propostas dos sindicatos com as respostas dos patrões.

Os dados da DGERT parecem espelhar esse “crescendo”. Em junho, já foram 47 os pré-avisos de greve entregues, mais oito que no mês anterior. E em julho, deram entrada 49. Ainda assim, agosto contou apenas com 19 avisos prévios, o que pode ficar a dever-se a essa altura específica do ano, muito associada a férias. Por exemplo, em 2019, nesse mesmo mês, só entraram 22 pré-avisos de greve.

A propósito, em julho, os guardas prisionais completaram dois dias de paralisação. “A greve realizou-se porque a Direção-Geral [de Reinserção e Serviços Prisionais, DGRSP] nem tentou chegar um acordo”, esclarece o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Jorge Alves, em conversa com o ECO.

O sindicalista indica, no entanto, que, em qualquer greve feita por estes profissionais, é preciso garantir determinados serviços, e julho não foi exceção. “Trabalhamos numa realidade muito própria, as prisões. Nas greves que realizamos, temos de garantir determinados serviços”, diz Jorge Alves.

O presidente do SNCGP avança, além disso, que a situação dos guardas prisionais está cada vez mais grave, com um aumento das horas extraordinárias e menos segurança. O responsável antecipa, por isso, que serão marcadas mais paralisações a nível local, no futuro próximo.

E no futuro próximo, também já está agendada uma greve dos enfermeiros, convocada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) para o período entre 9 e 13 de novembro. “Os enfermeiros estão extremamente exaustos”, justificou o sindicato, que reivindica o descongelamento das progressões na carreira, a atribuição de um subsídio de risco para todos os enfermeiros e a aposentação aos 57 anos.

Esta greve não poderia ter acontecido, por exemplo, durante o estado de emergência, por estar em causa um setor considerado essencial, mas poderá agora decorrer sem qualquer travão, a não ser que haja uma alteração em virtude do Conselho de Ministros extraordinário agendado para este sábado.

O advogado Gonçalo Delicado explica que, mesmo estando o país em calamidade, “não é possível suspender o direito à greve”. Ainda assim, é sempre possível exigir serviços mínimos, que até podem ser “convertidos em serviços máximos”. O especialista explica que os serviços mínimos são determinados, numa primeira fase por acordo e, no limite, em tribunal arbitral, podendo ser muito superiores “aos comuns”, face à situação pandémica e a necessidade de assistência aos doentes com Covid-19.

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Atividade industrial da China cresce ao ritmo mais rápido desde 2011

  • Lusa
  • 2 Novembro 2020

Segunda maior economia do mundo tem a Covid-19 praticamente sob controlo em todo o território, o que tem permitido a recuperação. China cresceu 4,9% no terceiro trimestre.

A atividade industrial na China voltou a crescer ao ritmo mais rápido desde janeiro de 2011, segundo o Índice do Gestor de Compras (PMI) do setor manufatureiro, divulgado pelo jornal de informação económica Caixin.

O índice é tido por muitos investidores como referência para o país asiático. Em outubro, aquele indicador fixou-se nos 53,6 pontos, 0,6 unidades acima do valor registado em setembro.

Um valor acima da marca dos 50 pontos representa um crescimento da atividade, em relação ao mês anterior, enquanto abaixo representa uma contração.

No sábado, o Gabinete de Estatísticas da China divulgou o PMI oficial, que expandiu pelo oitavo mês consecutivo, com 51,4 pontos, ligeiramente inferior aos 51,5 registados em setembro, quando teve o melhor desempenho até então este ano.

Ambos os indicadores oficiais do Governo e da Caixin superaram as projeções dos analistas, confirmando que o setor manufatureiro chinês está a recuperar, após a queda da atividade, no início do ano, quando a China adotou restritas medidas de prevenção contra a covid-19.

O economista da Caixin Wang Zhe destacou que o subíndice de novas encomendas cresceu ao maior ritmo desde novembro de 2010.

Wang alertou, porém, sobre o impacto do avanço da pandemia sobre as encomendas de outros países: “A procura do exterior recuperou a um ritmo bem mais lento, em setembro, embora o indicador de novos pedidos de exportação continuasse a expandir-se pelo terceiro mês consecutivo”.

“A segunda onda de infeções pelo novo coronavírus na Europa e nos Estados Unidos moderou-a significativamente“, afirmou.

A segunda maior economia do mundo tem a Covid-19 praticamente sob controlo em todo o território, à exceção de alguns surtos, aos quais reagiu rapidamente, com a limitação da circulação de pessoas e com a realização de milhões de testes em poucos dias.

Isto permitiu que recuperasse rapidamente do abalo económico sofrido no início do ano, quando a economia contraiu 6,8%.

No segundo e terceiro trimestres, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês avançou 3,2% e 4,9%, acumulando um crescimento de 0,7%, até setembro.

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Presidente da República recebe hoje o primeiro-ministro e os partidos

  • Lusa
  • 2 Novembro 2020

Presidente da República recebe Costa para conhecer a posição do Governo sobre o estado de emergência. As audiências aos partidos estão marcadas para entre as 11h00 e as 17h30, falando ao país à noite.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai receber esta segunda-feira o primeiro-ministro, que lhe transmitirá a posição do Governo sobre um eventual estado de emergência, e de seguida os nove partidos com assento parlamentar.

António Costa será recebido por Marcelo Rebelo de Sousa às 10h30, após uma curta cerimónia de homenagem aos mortos, em especial às vítimas da Covid-19, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, em dia de luto nacional, em que participarão o chefe de Estado, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

As audiências aos partidos estão marcadas para entre as 11h00 e as 17h30, por ordem crescente de representação parlamentar: Iniciativa Liberal, Chega, PEV, PAN, CDS-PP, PCP, BE, PSD – por videoconferência – e PS. Segundo a RTP, Marcelo falará depois ao país às 21h00.

No sábado, António Costa anunciou ter pedido uma audiência ao Presidente da República para lhe transmitir a posição do Governo sobre uma eventual declaração do estado de emergência aplicável aos concelhos com mais de 240 infetados com o novo coronavírus por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

Em conferência de imprensa, no final de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, António Costa acrescentou que só iria divulgar a posição do Governo sobre esta matéria depois de a revelar ao Presidente da República.

Questionado sobre um eventual recolher obrigatório, o primeiro-ministro respondeu que “essa medida nunca poderia ser adotada com as competências constitucionais de que o Governo dispõe”.

Para já, na reunião de sábado o Governo decidiu, ao abrigo da Lei de Bases da Proteção Civil, renovar a situação de calamidade em todo o território continental, das 00:00 horas da próxima quarta-feira até às 23:59 de 15 de novembro, e aplicar medidas especiais em 121 concelhos que têm mais de 240 casos de infeção por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, incluindo um “dever de permanência no domicílio”, teletrabalho obrigatório, e encerramento do comércio até às 22:00 e dos restaurantes até às 22:30.

Antes de anunciar estas medidas, o primeiro-ministro ouviu os nove partidos com assento parlamentar, na sexta-feira.

O PAN revelou que o Governo colocou em cima da mesa a hipótese de um confinamento geral na primeira quinzena de dezembro para preservar o período de Natal, o que requer vigência de estado de emergência.

O primeiro-ministro confirmou no sábado que isso foi discutido com os partidos, mas adiantou que “houve uma opinião generalizada de que era absolutamente prematuro” estar agora “a pensar o que fazer em dezembro”.

Na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa não excluiu um eventual regresso ao estado de emergência “por proposta de outro órgão de soberania”, referindo que os próximos passos do combate à Covid-19 iriam depender também dos partidos.

O estado de emergência vigorou em Portugal no início desta epidemia, entre 19 de março e 02 de maio.

De acordo com a Constituição, a declaração do estado de emergência pode determinar a suspensão de alguns dos direitos, liberdades e garantias, por um prazo máximo de 15 dias, sem prejuízo de eventuais renovações com o mesmo limite temporal.

A sua declaração no todo ou em parte do território nacional é uma competência do Presidente da República, mas depende de audição do Governo e de autorização da Assembleia da República.

Em Portugal, os primeiros casos de infeção com o novo coronavírus foram detetados no dia 2 de março e até agora já morreram 2.544 pessoas com esta doença, num total de 144.341 casos de infeção contabilizados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).

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Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde em quarentena, mas sem sintomas

  • Lusa
  • 2 Novembro 2020

“É extremamente importante que todos cumpramos as normas de saúde. É assim que vamos quebrar as cadeias de transmissão", diz Tedros Ghebreyesus.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que iniciou uma quarentena, após ter estado em contacto com uma pessoa infetada com Covid-19, especificando que não apresenta sintomas.

“Estou bem e sem sintomas, mas estarei em quarentena nos próximos dias, de acordo com os protocolos da OMS e trabalharei em casa”, escreveu, no domingo à noite, Tedros Adhanom Ghebreyesus na conta na rede social Twitter.

“É extremamente importante que todos cumpramos as normas de saúde. É assim que vamos quebrar as cadeias de transmissão (…), suprimir o vírus e proteger os sistemas de saúde”, acrescentou.

O responsável da OMS tem estado na vanguarda das iniciativas da agência de saúde das Nações Unidas para combater a pandemia.

No início de outubro, foi obrigado a defender o trabalho da OMS, acusada, em particular pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de incompetência na gestão da pandemia.

A pandemia de Covid-19 já provocou quase 1,2 milhões de mortos e mais de 46 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Polícia do Dubai afasta qualquer “ato criminoso” na morte de Sindika Dokolo

  • Lusa
  • 1 Novembro 2020

A polícia do Dubai declarou hoje que não suspeita de qualquer “ato criminoso” na morte do empresário congolês Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos.

A polícia do Dubai declarou este domingo que não suspeita de qualquer “ato criminoso” na morte do empresário congolês Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, empresária e filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos. Sindika Dokolo morreu na sexta-feira num acidente de mergulho no Dubai.

“Não suspeitamos de qualquer ato criminoso na morte do empresário Sindika Dokolo, de 48 anos, que se afogou quando fazia mergulho livre no norte da ilha de Deira”, anunciou a polícia do emirado em comunicado.

As autoridades receberam, a 29 de outubro, “uma chamada de emergência” e equipas de salvamento marítimo foram “imediatamente enviadas”, precisou o general de divisão Khaled Ibrahim al-Mansuri, comandante adjunto de investigação.

Sindika Dokolo praticava uma forma de mergulho, localmente conhecida como al-hivari, que não utiliza equipamento de respiração e assenta na utilização exclusiva do ar existente nos pulmões. As declarações de amigos do empresário e o relatório médico-legal permitiram “concluir que não há suspeita de crime nesta morte”, disse o general.

Sindika Dokolo nasceu em 1972 no antigo Zaire, atual República Democrática do Congo (RDCongo), filho do banqueiro Augustin Dokolo Sanu, e da sua segunda mulher, a dinamarquesa Hanne Taabbel.

Crítico dos quase 20 anos do regime do Presidente Joseph Kabila na RDC, Sindika Dokolo esteve cerca de cinco anos no exílio, devido aos processos movidos contra si em Kinshasa, regressando ao país em maio de 2019, meses depois da vitória presidencial do opositor Félix Tshisekedi, em dezembro de 2018.

Sindika Dokolo era casado desde 2002 com Isabel dos Santos, de quem teve quatro filhos. O casal é suspeito de ter lesado o Estado angolano em milhões de dólares e foi alvo em dezembro de 2019 de arresto de bens e participações sociais em empresas, por determinação do Tribunal Provincial de Luanda. Sindika Dokolo e Isabel dos Santos negam as acusações.

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Nove em cada 10 trabalhadores valorizam educação financeira, diz MetLife

  • ECO Seguros
  • 1 Novembro 2020

Ações que promovem boa educação na vertente financeira estão não só a ganhar relevo entre os trabalhadores, mas também entre as próprias empresas.

A Metlife indica que 45% dos trabalhadores relatam que a origem dos seus problemas de saúde reside em problemas financeiros segundo apontou o estudo “Navigating Together: How to Support Employee Well-Being in Uncertain Times”, divulgado pela MetLife, nos EUA.

“As organizações têm um papel fundamental na construção de uma sociedade mais sustentável, que contribua para o bem-estar das suas famílias e comunidades, que enfrentam desafios sem precedentes. O compromisso de MetLife está também em acrescentarmos uma mais valia à sociedade portuguesa, que há 35 anos nos dá a sua confiança”, afirma Oscar Herencia, vice-presidente da MetLife para o sul da Europa e diretor geral da MetLife na Ibéria.

De acordo com o mesmo estudo, nas empresas que trabalham para alcançar uma boa educação financeira através de diferentes programas, 76% dos colaboradores declaram estar satisfeitos com os benefícios oferecidos pela empresa. Contudo, nas empresas em que este modelo ainda não está implementado, o número cai 17%.

Além disso e ao contrário de outros anos, considera a companhia, um em cada quatro profissionais considera que estes programas são agora indispensáveis para alcançar o bem-estar financeiro e, quando é considerado como uma opção a ser implementada na organização, o número sobe para nove em cada dez (85%), o que reflete o peso que a educação financeira está a adquirir entre os trabalhadores, em particular, após o confinamento.

Por todas estas razões, a MetLife encoraja as empresas que ainda não aderiram a esta causa, a refletir sobre o impacto que a felicidade tem na produtividade dos colaboradores, elaborando sobre os passo seguintes:

1. Definir como se pretende alcançar o bem-estar dos colaboradores e como se pretende executar esse objetivo. Além do bem-estar financeiro, o bem-estar mental ou social também são fatores a ter em conta.

2. Avaliar como é que os atuais benefícios e programas apoiam o bem-estar, para analisar o que pode ser melhorado e como.

3. Envolver os colaboradores. Será mais fácil chegar a um consenso entre todos e, além disso, a figura do líder melhorará através do exercício de uma liderança participativa.

4. Aprofundar a procura do bem-estar do colaborador, especialmente o bem-estar financeiro, um dos mais pretendidos.

Uma longa lista de empresas organiza cursos, atividades ou seminários de curta duração para ajudar os colaboradores a adquirir bons conhecimentos e assim obter bons hábitos através da motivação. De acordo com a seguradora norte-americana, o facto positivo a destacar neste dia, em comparação com 2019, é que mais 10% das empresas estão conscientes dos benefícios do bem-estar financeiro.

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Europ Assistance e CA Assurances assinam parceria estratégica

  • ECO Seguros
  • 1 Novembro 2020

A Europ Assistance France cede metade do seu capital social para se tornar prestadora de serviços de assistência exclusiva das quatro marcas locais do braço de seguros do grupo Crédit Agricole.

A CA Assurances, braço de seguros do grupo Crédit Agricole, assinou um acordo de parceria com a Europ Assistance, trocando uma participação [n.r. não quantificada] da Pacifica, subsidiária no ramo de acidentes (particulares e empresas) da CA Assurances, por 50% do capital da Europ Assistance France, anunciou o grupo francês de seguros.

Dependendo da aprovação de autoridades competentes, o acordo produz efeitos a partir de janeiro de 2021 e, exatamente um ano depois, todos os serviços de assistência – de todas as filiais domésticas do grupo CA Assurance em França – serão transferidos para a Europ Assistance que, por sua vez, passa operar como parceira da CA Assurances e das marcas francesas do grupo de seguros do universo Crédit Agricole, nomeadamente a Predica, Pacifica, CAMCA e La Médicale.

Com base na parceria, a Europ Assistance, que é parte do grupo Generali, reforça a posição como companhia de referência no mercado de serviços de assistência em França, enquanto a CA Assurances concretiza o objetivo de alargar a sua oferta de serviços prestados aos clientes.

Citado no comunicado, Antoine Parisi, diretor geral da Europ Assistance, salienta que a CA Assurances é um grupo reconhecido pela importância que atribui à qualidade de serviço.

Por seu lado, Thierry Langreney, diretor geral (DG) adjunto da CA Assurances e DG da Pacifica, manifestou confiança de que a capacidade de gestão da Europ Assistance garantirá o sucesso da parceria. “Pela experiência e qualidade de serviço que presta, é o parceiro ideal para responder às ambições de serviço e de relacionamento com clientes do grupo Crédit Agricole”, complementou Langreney.

A Europ Assistance é uma das pioneiras no conceito de assistência em seguros, operando em cerca de 200 países e territórios. Já a Crédit Agricole Assurances (CA Assurances), líder em França e presente em nove países, agrupa e consolida todas as filiais francesas e estrangeiras do negócio segurador do Crédit Agricole, líder francês na banca de retalho.

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