“O pior debate de sempre”. Como a internet viu o primeiro confronto entre Trump e Biden

  • Tiago Lopes
  • 30 Setembro 2020

O primeiro debate presidencial entre Donald Trump e Joe Biden ficou marcado por trocas de acusações entre os dois candidatos. Online, também houve muitas críticas (e piadas) por parte dos espetadores.

Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, e Joe Biden, candidato do Partido Democrata na corrida à Casa Branca, estiveram frente a frente no primeiro debate presidencial dos EUA, em Cleveland. Além dos próprios, nem Chris Wallace, jornalista da Fox News Sunday que moderou o debate ao longo de 90 minutos, escapou às centenas de memes que surgiram na internet durante e depois de terminar o primeiro encontro entre os dois candidatos.

Durante uma hora e meia foram muitas as trocas de acusações entre Trump e Biden e muitos os momentos de tensão que os utilizadores da internet rapidamente transformaram em memes. A frase “vais-te calar, homem?” — proferida por Biden quando não conseguiu acabar o raciocínio devido às intervenções de Trump — foi um dos momentos mais marcantes da noite.

Mas não foi em estúdio que se esgrimiram argumentos a favor e contra cada um dos lados. Quem assistia pela televisão, usou a internet para ir reagindo a cada momento. O veredicto foi feito pela jornalista Anna Palmer, que classificou este primeiro encontro televisivo entre Trump e Biden como “o pior debate de sempre”.

As permanentes interrupções levaram um internauta a sugerir que desligassem o microfone para que fosse possível falar apenas um dos candidatos. “Uma ideia: silenciem os microfones quando não devem estar a falar. Não aprendemos nada com o Zoom?

Ideia semelhante é partilhada por David Sinclair. “Em todos os debates futuros, os moderadores têm de usar estes”, diz, ilustrando uma imagem de ligar e desligar os microfones.

O momento em que Joe Biden diz a Trump “vais-te calar, homem?” foi um dos episódios mais marcantes da noite. Um utilizador escreveu no Twitter: “Penso que Joe Biden está a falar por todos os americanos sãos”.

Mais jocosos foram os comentários do utilizador Ryan Capperauld, que fez uma comparação com os Simpsons…

… Ou de Carlos Alamilla, também com uma referência gráfica.

O moderador da Fox News, Chris Wallace, também teve direito a uma série de memes uma vez que a maior parte dos analistas consideraram que durante grande parte dos 90 minutos do debate não conseguiu travar as constantes interrupções.

Outro utilizador quis mostrar a posição complicada em que Wallace estava e que merecia alguma simpatia dada a difícil tarefa de moderar este debate.

A jornalista da NBC News, Yamiche Alcindor, mostrou-se surpreendida depois de Biden dizer a Trump que este é “o pior presidente que os Estados Unidos já tiveram”.

Terminados os 90 minutos de debate, foram muitos os utilizadores que assinalaram o momento. “Isto é castigo?”

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8 em cada 10 alunos de bootcamps de programação conseguem emprego em menos de 90 dias

  • Trabalho
  • 30 Setembro 2020

Mais de 75% dos 829 estudantes que concluíram os bootcamps de web development e UX/UI design na Ironhack, conseguiram emprego em menos de 90 dias, revela a escola num relatório auditado pela PwC.

Mais de 75% dos alunos que concluíram, em 2019, os cursos de web development e UX/UI design na Ironhack, conseguiram emprego em menos de 90 dias, revela o relatório da escola de formação, auditado pela PwC. Foram considerados 829 alunos, que realizaram bootcamps em regime full-time, durante nove semanas, e part-time em 24 semanas, nas nove escolas espalhadas pelo mundo. Entre as empresas que mais contrataram alunos nos nove países onde a Ironhack tem presença estão a Siemens, o BBVA, a Capgemini e a Indra.

O relatório concluiu que 96% dos alunos finalizou com sucesso os respetivos cursos, sendo que 70% conseguiu emprego até três meses depois e 89% até seis meses após o término da formação, números semelhantes aos do ano anterior. Em 2018, oito em cada vez dos 1.126 alunos que integraram os bootcamps em regimes part-time e full-time, conseguiram emprego em menos de 90 dias.

Em Lisboa, 250 alunos concluíram o curso de web development e, destes, cerca de 77% conseguiu emprego na área nos 90 dias seguintes, valor que chega aos 92% quando se consideram os 180 dias seguintes. Na área de web development, a maior parte dos estudantes conseguiu emprego como front-end developer, e ainda em funções como full-stack developer, web developer e software developer.

Relativamente ao curso de UX/UI design, que não se realizou em Lisboa na primeira metade do ano passado, 322 alunos optaram por esta área nos restantes campus da Ironhack em Madrid, Barcelona, Paris, Amesterdão, Berlim, Miami, São Paulo e Cidade do México. Dos que terminaram a formação, 67% encontrou emprego no primeiro trimestre e 86% nos primeiros seis meses depois do bootcamp.

IronhackD.R.

O estudo destaca ainda que, nesta área, a função mais requisitada foi a de UX/UI designer, seguindo-se por ordem decrescente a de UX designer, product designer, Ui designer e, por fim, UX/UI consultant.

 

“Os dados voltam a comprovar como este modelo de educação alternativo permite aos alunos ter, em menos tempo, experiência prática em projetos reais que os ajudam a criar portefólios competitivos e adaptados às necessidades do mercado. Há cada vez mais empresas que recrutam em bootcamps porque estão cientes da qualidade do talento, que possui competências atualizadas que vão muito além de um diploma”, sublinha Álvaro González, diretor-geral da Ironhack Lisboa, citado em comunicado.

A nível global, a Ironhack já formou mais de 6.000 estudantes que integraram empresas como a Google, Twitter e Cabify. Desde que chegou a Portugal, em 2018, já realizou 15 bootcamps.

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Finerge mantém aposta no solar e compra mais seis centrais fotovoltaicas em Portugal

Com esta aquisição, a Finerge passa a dispor de um total de 10 parques solares em Portugal e de uma capacidade instalada de 47,6 MW no país.

A Finerge anunciou esta quarta-feira que chegou a acordo para a aquisição de mais seis parques solares em Portugal à empresa Luxbon Solat, todos situados na região da Grande Lisboa e com uma capacidade instalada de 17,8 MW. Juntos geram uma faturação de oito milhões de euros por ano.

Depois de ter ultrapassado a marca de 1 GW de capacidade instalada na energia eólica e de ter apostado na energia solar em Espanha em 2019, a Finerge anunciou em março deste ano a sua entrada no solar também em Portugal, com a compra de quatro centrais fotovoltaicas. Aquela que é já a segunda maior produtora de energia renovável no país chegou a acordo com a Glenmont Partners para a aquisição dos primeiros quatro parques solares em território nacional, localizados em Santarém, Setúbal e Loulé, com uma produção anual de 29,8 MW, gerando uma faturação de 13 milhões de euros.

A aposta na energia solar permite-nos diversificar o nosso portefólio, no qual predomina ainda a componente da energia eólica. Temos um plano de crescimento ambicioso, mas não perdemos de vista a gestão do risco. Para que a expansão se faça de forma sustentada é importante diversificar, quer em termos geográficos, quer em termos tecnológicos. É assim expectável que continuemos a fazer investimentos que permitam alcançar esses objetivos” afirmou Pedro Norton, CEO da Finerge, citado em comunicado.

Com esta operação, que deverá estar concluída no mês de outubro (após aprovações administrativas), a Finerge passa a dispor de um total de 10 parques solares em Portugal e de uma capacidade instalada de 47,6 MW no país. “Este negócio insere-se numa lógica de expansão e crescimento na Península Ibérica e representa um incremento de 47% da capacidade instalada de energia solar da Finerge, que detém também seis centrais fotovoltaicas em Espanha”, disse a empresa em comunicado. .

A Finerge tem um total de 46 parques eólicos e de dez parques solares em Portugal (já com esta nova aquisição) e de sete parques eólicos e seis centrais solares fotovoltaicas em Espanha.

Através dos seus 659 aerogeradores instalados nas 53 centrais eólicas que explora, e nas 16 centrais solares fotovoltaicas, em Portugal e Espanha, a Finerge tem neste momento uma capacidade instalada de 1339 MW, produzindo cerca de 3200 GWh por ano, evitando a emissão de 1801 kton de CO2.

A empresa faturará, em 2020, mais de 220 milhões de euros, com um investimento de mais de 1,5 mil milhões de euros, em Portugal e Espanha.

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Circulação na Linha Azul do Metro de Lisboa reposta “o mais tardar” na sexta-feira

  • Lusa
  • 30 Setembro 2020

Uma derrocada no túnel do metro, ocorrida ao início da tarde de terça-feira, obrigou à interrupção da circulação na Linha Azul, entre as estações das Laranjeiras e do Marquês do Pombal.

A circulação na Linha Azul do Metro de Lisboa estará reposta “o mais tardar na sexta-feira de manhã”, depois da derrocada que ocorreu na terça-feira no túnel da Praça de Espanha, disse esta quarta-feira o presidente da empresa.

“O mais tardar sexta-feira da parte da manhã reabriremos ao tráfego”, afirmou o presidente do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, em declarações aos jornalistas na Câmara Municipal de Lisboa, no final de uma reunião com o presidente da autarquia e o presidente da Carris.

Uma derrocada no túnel do metro, ocorrida ao início da tarde de terça-feira, obrigou à interrupção da circulação na Linha Azul, entre as estações das Laranjeiras e do Marquês do Pombal.

Na altura do acidente, que provocou quatro feridos ligeiros e, segundo o presidente da Câmara de Lisboa, decorreu de um “erro grosseiro” numa obra da autarquia, estavam cerca de 300 pessoas na composição que passava no local.

Assegurando, tal como já tinha feito o presidente da Câmara de Lisboa, que os passageiros “não têm nenhum motivo” para não se sentirem seguros, já que o desabamento decorreu de uma obra que está a ser feita à superfície, o responsável do Metropolitano adiantou que durante a noite já foi recuperada a eletrificação e a sinalização do túnel, bem como as linhas de comunicação de emergência. Os túneis, acrescentou, “estão todos vistoriados”.

Neste momento, disse, a empresa apenas está a aguardar uma resposta dos especialistas à proposta de trabalho de reparação do “buraco” que ficou aberto no túnel, que foi conjugada entre o metro, o empreiteiro e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

“Espero que durante a tarde se inicie a betonagem. Há um buraco, há que tapar o buraco, que se vai tapar com ferro e com betão”, explicou, adiantando que durante a tarde de hoje espera ter uma data mais precisa sobre o retomar da operação do metro na Linha Azul.

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Novo regime de lay-off vai beneficiar mais empresas. Basta faturar menos 25%

O Governo vai flexibilizar o Apoio à Retoma Progressiva. As empresas com quebras de faturação acima de 75% podem reduzir o horário do trabalho em 100% e Estado paga totalidade da remuneração.

O Governo vai flexibilizar o Apoio à Retoma Progressiva. As empresas com quebras de faturação acima de 75% podem reduzir o horário do trabalho em até 100%. Neste último caso, os trabalhadores recebem 88% do salário original, que deverá ser pago na íntegra pela Segurança Social.

A garantia foi dada esta quarta-feira pelo ministro Pedro Siza Vieira no final da reunião de Concertação Social. Para as empresas que estão “há tantos meses com redução da atividade, o esforço é muito significativo”, apontou o ministro. Desta forma, o Governo espera que este “apoio muito mais intenso possa permitir que empresários consigam preservar o ativo que é a força de trabalho”.

Até agora, este regime de Apoio à Retoma Progressiva, que veio substituir o regime do lay-off simplificado, previa que as empresas com uma quebra de faturação superior a 75% face ao período homólogo pudessem reduzir os horários de trabalho em até 60%. Agora, com a flexibilização anunciada pelo Governo, essa redução dos horários de trabalho poderá chegar, no limite, a 100% para estas empresas mais afetadas pela crise económica.

Para estas empresas com quebras de venda acima de 75%, as horas trabalhadas são pagas em 35% pela Segurança Social e em 65% pela empresa. Esta parte relativa à remuneração das horas trabalhadas não sofre alterações.

Onde há novidades é na comparticipação das horas não trabalhadas. Até agora, a Segurança Social pagava 70% dos custos salariais relativos às horas não trabalhadas e a empresa suportava os 30% remanescentes. A grande novidade anunciada pelos ministros Pedro Siza Vieira e Ana Mendes Godinho é que para as empresas mais debilitadas por causa da crise, a comparticipação da Segurança Social poderá ser de 100%, e não de 70%.

E quanto recebe o trabalhador?

No cenário de uma empresa com uma quebra superior a 75%, se decidir reduzir o horário do trabalhador em 100%, este poderá ir para a casa a receber 88% do salário original e a Segurança Social irá pagar a totalidade dessa remuneração.

Este regime flexibilizado entrará em vigor a partir do dia 1 de outubro e vai vigorar até final de dezembro, mas o ministro da Economia já afirmou que a medida poderá ser prolongada ou alterada no Orçamento do Estado para 2021.

Segundo foi explicado pela ministra da Segurança Social, estes trabalhadores que fiquem em casa com horário zero, poderão ter acesso a uma bolsas de formação “que complementam o salário de 88% que recebe”. Essa bolsa de formação, financiada pelo IEFP, é hoje de 150 euros (partilhada a meias pela empresa e pelo trabalhador) e vai duplicar para 300 euros.

Siza Vieira sinaliza que o facto de este apoio prever uma redução do horário e não uma suspensão do contrato de trabalho, como existia no lay-off simplificado, é o que permite ter acesso a estas ações de formação. O ministro apontou ainda que, neste período em que há menos atividade económica, “é bom que possamos utilizar o tempo de formação”, nomeadamente para adquirir competências em matéria digital.

Novo escalão para empresas com quebra de vendas acima de 25%

A outra novidade que foi transmitida esta manhã aos parceiros sociais é o alargamento dos critérios, permitindo a mais empresas ter acesso ao regime do Apoio de Retoma Progressiva. Até agora, só empresas com quebras acima de 40% é que podiam aceder a este apoio.

Agora, as empresas com quebras de faturação acima de 25% e inferior a 40% poderão também aceder a esta medida, sendo que neste novo escalão poderão reduzir o horário de trabalho em até 33%. As horas trabalhadas são pagas, como sempre, em 100% pela empresa e as horas não trabalhadas são pagas, neste escalão, em 70% pela Segurança Social e em 30% pelo empregador.

No escalão seguinte mantém-se tudo inalterado. Para empresas com quebras de faturação entre 40% e 60%, a redução do horário de trabalho poderá ser de 40% a partir de outubro. Para as empresas com uma quebra de vendas entre 60% e 75%, a redução do horário de trabalho poderá chegar a 60%. Só a partir de quebras de vendas acima de 75% é que a redução dos períodos normais de trabalho poderá ser maior, podendo, no limite, chegar a 100%.

Mas o ministro Siza Vieira fez questão de afirmar de forma reiterada que a redução de 100% do horário de trabalho não implica suspender temporariamente o contrato de trabalho, uma possibilidade prevista no anterior regime do lay-off simplificado.

Regime atual do Apoio à Retoma Progressiva

Quanto ao impacto desta medida nas contas do Estado, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social apontou que não existem “desvios” face ao montante que tinha sido inicialmente identificado. Isto até porque este ajuste se aplica principalmente às empresas com quebras acima de 75% um “universo reduzido”.

Ana Mendes Godinho salientou também que as medidas extraordinárias são suportadas pelo Orçamento do Estado, que fará as transferências para a Segurança Social, respondendo assim a preocupações da CGTP relativamente ao impacto do apoio nas contas da Segurança Social.

O Executivo ainda vai elaborar o diploma referente a estas mudanças, que terá de ser aprovado em Conselho de Ministros, mas será sempre com efeitos a 1 de outubro.

(Notícia atualizada às 15h45)

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Há 825 novos casos de Covid-19. Morreram mais oito pessoas

Nas últimas 24 horas foram identificados 825 novos casos de coronavírus em Portugal. O número total de pessoas infetadas sobe para 75.542.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 825 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 75.542 o número de infetados desde o início da pandemia. O número total de vítimas mortais subiu para 1.971 após terem sido registadas mais oito mortes nas últimas 24 horas.

Entre os casos de infeção confirmados desde o início da pandemia, mas considerando também os recuperados, existem atualmente 25.041 casos ativos, mais 480 nas últimas 24 horas.

A maioria dos novos casos continuou a ser registada na região de Lisboa e Vale do Tejo. Dos 825 novos casos confirmados nas últimas 24 horas, 398 ocorreram em Lisboa (cerca de 48,24% do total), seguidos pela região Norte, que contabilizou 294 novas infeções (35,64%).

Boletim epidemiológico de 30 de setembro

Neste contexto, Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região com mais casos até ao momento (38.692 casos de infeção e 765 mortes), seguindo-se do Norte (27.029 casos e 886 mortes), do Centro (6.158 casos e 263 mortes), do Algarve (1.663 casos e 19 mortes) e do Alentejo (1.502 casos e 23 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 274 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 224 pessoas infetadas e continua sem registar nenhuma vítima mortal.

Quanto à caracterização clínica, a maioria dos infetados está a recuperar em casa, sendo que 666 estão internados (mais cinco face ao dia anterior), dos quais 105 em unidades de cuidados intensivos (mais seis). Há ainda 44.758 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, ou seja, mais 527 do que no balanço de terça-feira.

Os dados revelados pelas autoridades de saúde dão ainda conta de mais 337 recuperados, um número ligeiramente superior ao último balanço. No total, já 48.530 pessoas recuperaram da da doença.

RT de 21 a 25 setembro foi de 1,07. Transmissão é maior no Algarve

Na conferência de imprensa desta quarta-feira, a ministra da Saúde indicou que a evolução da taxa de incidência a sete dias é de “49,4 novos casos por 100 mil habitantes” e “a 14 dias de 96,4 novos casos por 100 mil habitantes”.

Com base no último relatório do instituto Ricardo Jorge, que é complementar ao boletim epidemiológico da DGS, o valor médio do RT estimado para os dias 21 a 25 de setembro foi de 1,07 “com uma média de 823 novos casos para este período”, afirmou a ministra da Saúde, em declarações transmitidas pelas televisões.

Nesse contexto, a governante sublinhou que o índice de transmissão é variável de região para região, sendo que o valor mais elevado foi registado no Algarve (1,16) e o mais baixo no Alentejo 0,9.

Sobre a ocupação dos hospitais, Marta Temido fez um balanço da capacidade dos hospitais nas regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo (LVT), onde há mais novos casos identificados. Em LVT há neste momento 351 pessoas internadas em 539 camas disponíveis, sendo que o hospital Beatriz Ângelo é a unidade de saúde a registar a maior pressão. Quanto ao Norte do país, “havia 162 doentes internados em 311 camas disponíveis para Covid-19” e 33 em cuidados intensivos, com 65 camas disponíveis. “Eu recordo que esta capacidade disponível é sempre expansível em função das necessidades, tanto na enfermaria normal como nos cuidados intensivos”, sinalizou Marta Temido.

Questionada sobre a peregrinação de 13 de outubro, em Fátima, a diretora-geral de saúde adiantou que vai haver peregrinos no recinto “cumprindo regras de segurança“. Segundo disse Graça Freitas ainda hoje será publicado “pelo próprio santuário, o parecer que foi dado pelas autoridades de saúde”.

(Notícia atualizada às 15h03

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Governo lança nova linha de crédito com 400 milhões para empresas de média dimensão

A linha de 400 milhões de euros pretende impedir despedimentos até fim do ano. É necessário ter quebra de faturação de 40%. Empresas vão ter período de carência de 18 meses e um spread máximo de 1,5%.

O Governo lançou esta quarta-feira uma nova linha de crédito para apoiar a tesouraria das médias empresas, mas também das mid caps. As empresas vão poder beneficiar de um período de carência de 18 meses e, no máximo, ser-lhes-á cobrado um spread de 1,5% para aceder a esta linha de 400 milhões de euros, mas não podem despedir trabalhadores até ao final do ano.

De acordo com as informações disponibilizadas na página da SPGM, as médias empresas poderão obter no máximo um empréstimo de 1,5 milhões de euros, enquanto as small mid cap e mid cap (empresas de pequena-média capitalização, que empregam até 500 trabalhadores e médica capitalização que empregam até três mil) podem beneficiar de créditos até dois milhões de euros.

Para aceder a esta linha as empresas têm de apresentar uma quebra de faturação de pelo menos 40% relativamente à média mensal de faturação no período de março a maio de 2020, comparando com a média mensal de faturação dos dois meses anteriores a esse período, ou face à média mensal de faturação no período homólogo do ano anterior. E, tal como nas linhas anteriores as empresas, têm de apresentar uma situação líquida positiva no último balanço aprovado, não terem dívidas ao Fisco nem à Segurança Social (pagar dívidas a prestações é considerado situação regularizada), nem terem incidentes junto da banca.

As empresas que queiram beneficiar deste apoio não podem despedir trabalhadores, à semelhança do que já acontecia em linhas anteriores. “O beneficiário assume ainda o compromisso de manutenção dos postos de trabalho permanentes até 31 de dezembro 2020, face ao comprovado número desses postos a 1 de fevereiro de 2020 e, como tal, não ter promovido nem vir a promover, nesse período, processos de despedimento coletivo ou despedimento por extinção do posto de trabalho, previstos nos artigos 359.º e 367.º do Código do Trabalho, independentemente de estar ou vir a estar sujeito ao regime do lay-off, previsto no Decreto-Lei n.º 10-G/2020, de 26 de março”, esclarece o regulamento da linha.

Por outro lado, as empresas que já tenham recorrido no passado a este tipo de linhas de crédito com garantias de Estado, no âmbito da pandemia de Covid-19, também não podem voltar a concorrer. “Caso tenham operações aprovadas, ainda não contratadas, será necessário solicitar à Sociedade de Garantia Mútua a prévia caducidade da mesma”, esclarece a SPGM.

Esta linha surge quase dois meses depois de ter sido lançada uma linha de crédito para micro e pequenas empresas, com uma dotação de mil milhões de euros e depois de os partidos terem mesmo entregue perguntas à Assembleia a questionar os atrasos no lançamento desta linha para as médias empresas, como por exemplo o CDS.

Nesta nova linha, os bancos podem cobrar um spread máximo de 1,5%, no caso dos empréstimos de três a seis anos de maturidade, mas nos créditos concedidos apenas por um ano, o spread só pode ser de 1%. Por outro lado, os bancos só poderão cobrar à empresa uma comissão de gestão/acompanhamento anual de até 0,25% sobre o montante de financiamento em dívida.

As sociedades de garantia mútua não cobram à empresa qualquer valor pela emissão da garantia, exceto a respetiva comissão de garantia — durante o primeiro ano da vigência da garantia 0,25%, no segundo e terceiro 0,5% e nos três últimos 1% — e as operações ficam isentas de outras comissões e taxas habitualmente praticadas pelos bancos e pelo sistema de garantia mútua, sem prejuízo de serem suportados pela empresa, todos os custos e encargos, associados à contratação das operações de crédito, designadamente os associados a impostos ou taxas, e outras despesas similares. Mas os valores da comissão de garantia sobrem para 0,3%, 0,8% e 1,75%, nos respetivos anos, para as as small mid cap e mid cap.

Empresas têm 30 dias para usar o dinheiro

À semelhança do que já aconteceu na linha para as microempresas são alteradas as regras ao nível da formalização da contração. Depois das duras críticas apontadas relativamente à gestão que os bancos estavam a fazer destas linhas, é definida “uma utilização única da totalidade do montante de financiamento, no prazo de 30 dias a contar da data do contrato, não podendo o banco atribuir data-valor do crédito na conta do cliente anterior à data da disponibilização efetiva dos fundos”. No caso das microempresas este prazo é de apenas 15 dias.

Já para travar a demora na disponibilização dos empréstimos, a formalização da contratação das operações aprovadas passa a ser assegurada integralmente pelos bancos. Assim, as empresas devem contactar o banco e fazer o pedido de financiamento, ou seja, apresentar uma candidatura à linha de crédito. Estes pedidos são analisados e decididos pelo banco, autonomamente, tendo em consideração a sua política de risco de crédito. A decisão da instituição — seja aprovação ou recusa — deve ser comunicada no prazo de cinco dias úteis a contar da data do pedido. “Em caso de recusa da operação, bastará ao banco dar conhecimento da sua decisão à empresa”, explica a SPGM.

Depois de aprovar a operação de financiamento o banco deve enviar à Sociedade de Garantia Mútua (SGM) – Agrogarante, Garval, Lisgarante ou Norgarante – os elementos necessários para a análise de risco da operação para obter a garantia mútua. “A decisão da SGM (aprovação ou recusa) deve ser comunicada ao banco no prazo de dois dias úteis, salvo situações em que esse prazo se revele insuficiente face aos contornos da operação, podendo o prazo ser até cinco dias úteis”, estipula a SPGM. A contagem dos prazos pode ser suspensa se a SGM pedir elementos que considere indispensáveis para a análise da operação. Finalmente, depois de aprovada pela SGM, “a operação de financiamento deverá ser contratada com a empresa até 60 dias, corridos, após a data de envio da comunicação de aprovação da SGM, ao banco”, precisa a entidade.

Bancos voltam a ter quotas

Para garantir que os apoios chegam ao maior número de empresas possível, a SPGM repete o modelo adotado também para as microempresas com a introdução de quotas de utilização da linha por parte dos bancos. Assim deixa de se seguir o modelo tradicional de distribuição “first come first served”, tal como aconteceu nas linhas anteriores, e passou a ser implementado um sistema de quotas que tem em conta o volume de crédito concedido pelos diversos bancos.

“As quotas de utilização apuradas têm em conta os volumes de crédito bruto a empresas concedidos de acordo com os respetivos Relatórios Anuais e Contas reportados a 31 de dezembro de 2019″, especificava a SPGM, quando mudou as regras que pretendiam responder às críticas de que os bancos que utilizaram robots para submeter as candidaturas foram beneficiados em detrimento dos outros.

Num balanço dos apoios destas medidas, a SPGM revela que, no total, foram já apoiadas mais de 50 mil empresas no âmbito das linhas de crédito com garantia mútua criadas para apoio ao emprego e à normalização da atividade empresarial, perante a pandemia de Covid-19.

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“Governo está disponível e ansioso pelo investimento americano”, diz ministro

  • Lusa
  • 30 Setembro 2020

Ministro das infraestruturas e da habitação diz que o Governo “está muito disponível e ansioso pelo investimento americano em Portugal”.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse esta quarta-feira que o Governo “está muito disponível e ansioso pelo investimento americano em Portugal”, numa reação à posição do embaixador dos EUA em Lisboa.

Questionado sobre as declarações proferidas pelo embaixador dos EUA, George Glass, em entrevista ao Expresso, publicada na edição de sábado, em que defende que “Portugal tem de escolher entre os aliados e os chineses”, Pedro Nuno Santos sustentou que “em Portugal mandam os portugueses”.

“Em primeiro lugar, em Portugal mandam os portugueses, é assim, já vamos a caminho dos 900 anos, e assim continuará a ser. Em segundo lugar nós estamos obviamente muito disponíveis e ansiosos pelo investimento americano em Portugal”, avançou.

Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas à margem da sessão pública de apresentação do plano estratégico do Porto de Sines, no distrito de Setúbal, que visa reforçar o papel do maior porto nacional, em termos de carga movimentada, no shipping internacional nos próximos dez anos.

O embaixador norte-americano George Glass avisou que Portugal “tem de escolher agora” entre a “parceira” China ou os “aliados” EUA em processos como o 5G, a entrada da CCCC na Mota-Engil ou a construção do novo terminal de Sines.

“O concurso [para o terminal Vasco da Gama] está a decorrer com prazo até abril e temos de esperar. Enquanto portugueses o que queremos é que haja muita gente interessada, muitos investidores dos EUA, da China e do resto do mundo, aliás o senhor embaixador dos EUA deu a entender que havia esse interesse e nós estamos de braços abertos para quem quiser investir em Portugal”, concluiu.

Na entrevista ao Expresso, o embaixador norte-americano em Lisboa considera que “Portugal acaba inevitavelmente por ser parte do campo de batalha na Europa entre os Estados Unidos e a China” e alega que esta potência “é uma nova China, com planos de longo prazo para acumular influência maligna através da economia, política ou outros meios”.

Segundo George Glass, “nos últimos três anos” Portugal tem olhado para os EUA como “amigos” e “aliados” no domínio da segurança e defesa e para a República Popular da China como “parceira económica”.

O embaixador dos EUA defendeu que “não se pode ter os dois” e que os portugueses “têm de fazer uma escolha agora” entre “trabalhar com os parceiros de segurança, os aliados, ou trabalhar com os parceiros económicos, os chineses”.

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Bruxelas alerta que luta contra a corrupção em Portugal tem poucos recursos e pede reavaliação do sistema

Falta de recursos monetários, materiais e humanos são alguns dos problemas dos sistema judicial apontados pela Comissão Europeia. Combate à corrupção precisa de uma "avaliação".

Com vários desafios pela frente, a Justiça portuguesa tem colocado em prática várias políticas de combate à corrupção, entre elas a criação, em 2019, de uma Entidade de Transparência. Ainda assim, o relatório da Comissão Europeia aponta que é necessário uma avaliação a este mecanismo, “uma vez que a Entidade de Transparência ainda não está operacional”.

No início de 2019 foi concluído um conjunto de normas mais amplas de forma a criarem disposições anticorrupção. “O processo, liderado por uma Comissão Parlamentar ad-hoc para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas criada em 2016, resultou em revisões do quadro de integridade de membros do Parlamento e altos funcionários, visando em particular alguns aspetos do ativo e sistema de divulgação de juros e das regras sobre incompatibilidades“, lê-se no relatório.

A Entidade de Transparência é um novo órgão que visa fiscalizar e verificar as declarações de bens e interesses apresentados por titulares de cargos políticos e altos funcionários nomeados pelo Tribunal Constitucional. Mas o relatório da Comissão Europeia refere que este mecanismo ainda não está operacional.

“Os avanços na luta contra a corrupção continuam a ser alcançados pelo Ministério Público e pela polícia criminal. No entanto, os constrangimentos no que diz respeito a um processo eficaz de combate à corrupção resultam da falta de recursos e da especialização dos órgãos de aplicação da lei“, lê-se no relatório da Comissão Europeia.

Segundo os últimos dados do Índice de Perceção de Corrupção da Transparência Internacional, Portugal ocupava a 10.ª posição entre os países da União Europeia e a 30.ª a nível global. Este estudo indicou que 94% dos portugueses inquiridos para o inquérito Eurobarómetro Especial de 2020 sobre corrupção consideraram que a corrupção está generalizada no seu país.

A falta de recursos no sistema judicial português é também um problema mencionado no relatório da Comissão Europeia. Tanto a reduzida verbas como a falta de recursos humanos e materiais é uma “preocupação expressa pelas partes”.

“Por exemplo, o número total de juízes atualmente em funções em tribunais tributários e administrativos de primeira instância está significativamente abaixo do que está estabelecido no quadro legal”, refere. Entre as medidas a ser preparadas até ao momento estão a Estratégia Nacional de Anticorrupção, a adoção de um Código de Conduta para Membros do Parlamento e ainda na proteção do denunciante.

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Bloco de Esquerda pede fiscalização a “toda a rede” do metro de Lisboa com mais de 30 anos

Na sequência da derrocada na estação da Praça de Espanha do metro de Lisboa, os bloquistas propõe um reforço de autocarros e a fiscalização a "toda a rede" do metro com mais de 30 anos.

Na sequência da derrocada no túnel do metro de Lisboa na zona da Praça da Espanha, o Bloco de Esquerda (BE) propõe um reforço de autocarros naquela zona, mas também uma fiscalização conjunta a “toda a rede” do metro que tenha sido construída há mais de 30 anos.

O partido propõe mais autocarros entre o Marquês de Pombal e as Laranjeiras, dado que “as filas intermináveis que se viram ao longo da manhã” desta quarta-feira, refere o BE, em comunicado. Para os bloquistas, “o que foi mobilizado não é suficiente e continuará a não o ser perante a morosidade prevista para a recuperação da linha”, atualmente prevista para um ou dois dias.

Além da resposta imediata ao acidente, o Bloco pede que sejam adotadas medidas de prevenção de novos acidentes. Assim, aponta a necessidade de “uma inspeção conjunta entre Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Câmara Municipal de Lisboa e Metro de Lisboa a toda a rede de metro com mais de 30 anos de construção“, justificando que esta derrocada “pôs a nu a fragilidade da rede e as consequências trágicas que pode ter”.

Os bloquistas pedem ainda o acesso aos documentos do processo e projetos da empreitada da Praça de Espanha, que está atualmente a ser construída na zona onde decorreu a derrocada. Afirmando que “todas as obras com proximidade do Metro carecem de parecer e fiscalização”, o partido questiona a existência de documentos e se foram implementadas todas as medidas de segurança.

Referindo que “a monitorização das condições dos túneis do metro de Lisboa é feita regularmente pelo próprio metro de Lisboa”, o Bloco afirma, contudo, que “é hoje necessário um levantamento geral, de forma a garantir a segurança dos lisboetas”. “Esta decisão custa dinheiro, mas a segurança de quem todos os dias utiliza o metro, assim como quem frequenta as escolas de Lisboa, tem de ser a nossa prioridade”, lê-se.

O presidente da Câmara de Lisboa admitiu esta quarta-feira que a derrocada se deveu a um “erro grosseiro” na obra que estava a ser feita pela autarquia, o Bloco de Esquerda afirma que, ainda assim, “é imperativo analisar a globalidade da estrutura do túnel afetado de forma a assegurar que as trepidações e movimentos a que a estrutura foi sujeita não comprometeram mais profundamente a segurança global da infraestrutura”.

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CMVM vai pedir ao Ministério Público que investigue auditoras no caso Luanda Leaks

O supervisor dos mercados financeiros desencadeou dez ações de supervisão sobre nove auditores relacionadas com o caso Luanda Leaks, estando atualmente cinco ainda em aberto.

As auditoras ligadas ao caso Luanda Leaks também vão ser alvo de investigação por parte do Ministério Público. Como parte das ações de supervisão ainda a decorrer, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) já encontrou matéria de participação à justiça portuguesa, o que poderá acontecer proximamente.

No início do ano, a CMVM desencadeou dez ações de supervisão relacionadas com o caso Luanda Leaks, que expôs alegados desvios de dinheiro levados a cabo pela empresária Isabel dos Santos. Estas incidiram sobre 9 auditores, que efetuaram a revisão legal ou voluntária das contas de 27 entidades onde foram identificados indícios de incumprimento das leis de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo.

Até à presente data foram concluídas as ações de supervisão relativas a 4 auditores (5 ações de supervisão)“, explica o supervisor liderada por Gabriela Figueiredo Dias, no relatório relativo aos resultados globais do sistema de controlo de qualidade da auditoria, divulgado esta quarta-feira. “Estas ações de supervisão identificaram incumprimentos” referentes a cinco áreas diferentes.

Estas são: documentação dos procedimentos executados relativamente a operações com características suspeitas envolvendo partes relacionadas; dever de comunicação quando o auditor sabia, suspeitava ou tinha razões suficientes para suspeitar de que estava em presença de operações suscetíveis de poderem estar relacionadas com fundos provenientes de atividades criminosas; dever de identificação ao abrigo da lei de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo; documentação dos procedimentos executados e respetivas conclusões no que respeita a identificação de partes relacionadas; e documentação da prova obtida e avaliação da mesma quanto à sua suficiência e adequação no que se refere ao reconhecimento do rédito, à substância económica subjacente a transações envolvendo partes relacionadas e à divulgação de saldos e transações com partes relacionadas.

Na presente data estão ainda em curso 5 ações de supervisão sobre 5 auditores relativamente a esta matéria“, refere ainda a CMVM.

Há mais irregularidades das auditoras na pandemia

O relatório refere-se ao período entre junho de 2019 e o mesmo mês deste ano, que foi amplamente marcado pela pandemia. Assim, no total desse período, houve apenas uma ação de supervisão presencial, complementada pela abertura de 138 ações de supervisão contínua. Foram também encerradas sete ações presenciais iniciadas em ciclos e outras 39 de supervisão contínua.

“Das 7 ações de supervisão presencial encerradas no ciclo 2019/2020, cobrindo dois emitentes, uma instituição de crédito, uma seguradora, uma empresa pública, e duas entidades que não se classificam como entidades de interesse público, foram identificadas 389 irregularidades (findings), para as quais foram emitidas recomendações, destacando-se 66 situações de maior severidade“, refere o relatório.

O documento revela um aumento tanto no número de irregularidades — que sobem 34% face às 291 registadas no ciclo anterior — como à severidade — que aumentam 16% em relação às 57 no ano anterior, o que o supervisor associa ao período vivido.

“O período do reporte, entre 1 de junho de 2019 e 30 de junho de 2020, foi marcado por uma intensificação da ação da supervisão focada em situações específicas da atividade de auditoria em relação às quais foram identificados fatores de risco relevantes, bem como por uma monitorização dos riscos decorrentes dos impactos da pandemia de covid-19 que se manterá enquanto se verificarem as atuais circunstâncias”, acrescenta a CMVM no relatório.

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Bruxelas com “sérias preocupações” por ataques a tribunais e media na Hungria e Polónia

  • Lusa
  • 30 Setembro 2020

Em causa está o relatório anual sobre a situação do Estado de direito na UE, no qual Bruxelas realça que “existem sérias preocupações” no cumprimento dos valores, principalmente na Hungria e Polónia.

A Comissão Europeia manifestou esta quarta-feira “sérias preocupações” com a pressão e ataques aos tribunais e à imprensa pelos governos da Hungria e Polónia, dois países da União Europeia com procedimentos abertos por violação do Estado de direito.

Em causa está o primeiro relatório anual sobre a situação do Estado de direito em UE, divulgado esta quarta-feira, no qual o executivo comunitário realça que, relativamente a alguns Estados-membros, “existem sérias preocupações” no cumprimento destes valores europeus, principalmente na Hungria e Polónia.

Uma dessas preocupações reside no “impacto das reformas na independência judicial”, nomeadamente no que toca à Hungria, com Bruxelas a realçar que “o Conselho Judicial Nacional independente enfrenta desafios no contrapeso dos poderes do presidente do Gabinete Nacional da Magistratura responsável pela gestão dos tribunais” e a questionar as novas regras de “nomeação para o Supremo Tribunal de membros do Tribunal Constitucional”.

No que toca à Polónia, o executivo comunitário assinala que “as reformas da justiça desde 2015 têm sido uma enorme fonte de controvérsia, tanto a nível interno como a nível da UE, e têm suscitado sérias preocupações, várias das quais persistem”. Acresce que tais medidas “aumentaram a influência política sobre o sistema judicial”, indica o relatório.

A corrupção nestes dois países também preocupa Bruxelas, que afirma no documento que, embora haja julgamentos a este propósito na Hungria, “estes continuam a ser muito limitados”, existindo assim “uma falta consistente de ação determinada para iniciar investigações criminais e processar casos envolvendo funcionários de alto nível ou o seu círculo imediato quando surgem acusações graves”.

Relativamente à Polónia, “o duplo papel em que o Ministro da Justiça é também o Procurador-Geral da República suscita preocupações especiais, uma vez que aumenta a vulnerabilidade à influência política no que diz respeito à organização do Ministério Público e à investigação de casos”, critica Bruxelas.

O comportamento de Budapeste e de Varsóvia relativamente aos meios de comunicação também é criticado, destacando o relatório “algumas preocupações relativamente ao risco de politização” das autoridades nacionais de media.

Além disso, na Hungria, a “ausência de legislação e transparência na distribuição da publicidade estatal […] abriu a porta para o governo exercer influência política indireta sobre os meios de comunicação social”, o que se tornou mais evidente com a fusão de mais de 470 meios de comunicação social favoráveis ao governo através do conglomerado KESMA.

A Comissão Europeia conclui, por isso, que “os jornalistas e outros atores dos meios de comunicação social enfrentam cada vez mais ameaças e ataques”, não só na Hungria, como também na Bulgária, Croácia, Eslovénia e Espanha.

No que toca às organizações da sociedade civil, é assinalada no relatório a controversa lei húngara sobre o financiamento destas entidades, que “é incompatível com a livre circulação de capitais, bem como com o direito à liberdade de associação e os direitos à proteção da vida privada e dos dados pessoais”.

Já na Polónia, a Comissão Europeia critica no relatório as recentes “ações do governo dirigidas aos grupos LGBTI+ [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgénero e Intersexo], incluindo a detenção de alguns dos representantes dos grupos, e as campanhas de difamação conduzidas contra esses grupos”.

A Comissão Europeia ativou, em 2017 contra a Polónia e em 2018 contra a Hungria, o procedimento conhecido como o artigo 7.º do Tratado de Lisboa, que contempla sanções aos Estados-membros se houver um risco claro de violação grave dos valores em que se baseia a UE.

Este primeiro relatório anual sobre o Estado de direito na UE estava previsto ser lançado em setembro, mas devido ao Conselho Europeu desta semana, fontes comunitárias indicaram à Lusa que o documento iria ser publicado só na segunda-feira.

Entretanto, a divulgação foi apressada para esta quarta-feira depois de o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, ter exigido a demissão da vice-presidente da Comissão Europeia Vera Jourová, após esta ter, numa entrevista, considerado a Hungria como uma “democracia doente”.

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