PIB em queda, défice a subir e dívida a disparar. Mas 2020 trouxe juros negativos a Portugal

Num ano marcado pela pandemia, que fez afundar o PIB, disparar o défice e a dívida, os juros afundaram. Portugal chegou a ter taxas negativas a dez anos, muito por causa do BCE.

Não foi há muitos anos que Portugal viveu uma grave crise. No rescaldo da crise financeira, o país, tal como outros da Zona Euro, viu os juros da dívida dispararem para perto dos 20%. Foi preciso um resgate, a que se seguiram anos de austeridade. Depois de taxas recorde, com um apoio como nunca se tinha visto por parte do Banco Central Europeu (BCE) as taxas exigidas pelos investidores financiarem o Estado começaram a afundar. Juros caíram tanto que, este ano, acabaram por atingir um novo recorde, desta vez abaixo de zero.

Beneficiando de um ciclo económico positivo, Portugal foi “arrumando a casa”. Com o PIB a crescer, o peso da dívida começou a reduzir-se, o que permitiu uma visão mais otimista das agências de rating sobre o país. As mesmas que atiraram o país para “lixo”, acabaram todas por colocar o país no radar dos investidores mundiais. Investidores que foram comprando dívida portuguesa ao mesmo tempo que jorrava dinheiro de Frankfurt. E com Portugal a alcançar em 2019 o primeiro excedente em democracia, os juros caíram, caíram e caíram ainda mais.

O país entrou no novo ano com taxas muito baixas, permitindo poupanças expressivas com a tradicionalmente pesada fatura das mais de duas centenas de milhares de milhões de euros em dívida. É elevada essa “fatura”, tendo aumentado ainda mais com a resposta do país à crise provocada pela pandemia. Os gastos na resposta à Covid-19 catapultaram o endividamento do Estado, mas ao mesmo tempo assistiu-se a um acentuar da tendência de queda dos juros da dívida portuguesa, bem como dos restantes países do euro.

Aos poucos, a dívida portuguesa começou a apresentar juros negativos. Primeiro nas maturidades mais curtas, depois superou a fasquia dos cinco anos. O sinal de menos chegou aos seis, sete, oito e aos nove anos, já em novembro. Não foi preciso esperar muito para que também a taxa de referência a dez anos passasse para “terreno” negativo.

Foi a 26 de novembro, a meio do dia que a linha que segue os juros da dívida a dez anos passou para o “outro lado” do gráfico. De positiva, passou para os -0,001278%, recuperando em seguida. E chegou a tocar nos -0,054%, aquele que é, até agora, o nível mais baixo alguma vez atingido pela “yield” das Obrigações do Tesouro a dez anos.

Juros de Portugal a dez anos em mínimos

João Leão atribuiu o recorde “à contínua melhoria da qualidade creditícia da República e da credibilidade junto dos investidores”. “Esta visão que os investidores têm sobre o nosso país foi conseguida através da implementação de medidas e políticas que permitiram, nos últimos anos, reduzir o rácio de dívida pública sobre o PIB, melhorar os saldos orçamentais, sendo de destacar o superavit alcançado em 2019, e ainda melhorar a avaliação pelas agências de notação financeira mais importantes”, referiu o Ministério das Finanças em resposta a questões colocadas pelo ECO, à data.

“Este movimento de descida das taxas de juro tem-se verificado também na generalidade das dívidas soberanas europeias, devido à atuação do BCE”, reconhecem as Finanças, numa alusão à “bazuca” utilizada por Christine Lagarde para ajudar os países do euro a responderem à crise provocada pela pandemia de Covid-19. “Bazuca” essa que foi, entretanto, reforçada já em dezembro com mais 500 mil milhões de euros, ajudando outros países do euro a alcançarem o mesmo feito que Portugal.

Portugal conseguiu alcançar taxas de juro negativas (na dívida com o prazo de dez anos) mais rapidamente do que Espanha e muito mais rapidamente do que Itália e Grécia. Não conta, atualmente, com esses juros negativos a dez anos, depois de alguns momentos de stress nos mercados por causa da pandemia, mas a “yield” continua nos 0,05%.

É com estas taxas mínimas que o país entra em 2021, mas também arranca o novo ano com a dívida em recorde. Para 2020, a estimativa do Governo é que a dívida se situe em 134,8% do PIB, sendo que para 2021 a projeção é de que o rácio baixe para 130,9%. Este movimento refletirá apenas o crescimento da economia, já que em termos nominais a dívida continuará a aumentar, mas vai custar menos.

Este ano, “o custo médio da dívida (stock) em 2020 é de 2,2% (estimativa), que compara com 2,5% em 2019″, revelou o Ministério das Finanças ao ECO, traduzindo-se numa poupança avultada para o Estado. Em 2021, o Governo está a contar com uma poupança de 161 milhões de euros na fatura dos juros da dívida pública.

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Banca britânica com passaporte europeu perde licença em Portugal devido ao Brexit

No seguimento do acordo do Brexit, bancos e financeiras sediadas no Reino Unido perderão a sua licença para operar em território português.

O divórcio entre Reino Unido e União Europeia está prestes a ser efetivado, com implicações para todos os setores, incluindo para bancos e instituições financeiras. O Banco de Portugal alertou, esta quarta-feira, que todas as empresas sediadas no Reino Unido e que tinham, até agora, autorização para operar em Portugal ao abrigo do regime de passaporte comunitário deixarão de a ter.

Como este acordo do Brexit entra provisoriamente em vigor a partir de 1 de janeiro de 2021, todas as leis que se encontram em vigor na União Europeia deixam, a partir desse momento, de se aplicar ao Reino Unido, bem como a todas as entidades que estão sediadas nesse país. Assim, todas as empresas britânicas que exerçam a sua atividade ou prestem os seus serviços em qualquer país da União Europeia, perdem a sua licença para tal já no início de 2021.

“No dia 31 de dezembro de 2020 termina o período de transição fixado no artigo 126.º do Acordo sobre a Saída do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte da União Europeia e da Comunidade Europeia da Energia Atómica”, lembra o banco central liderado por Mário Centeno. “Assim, as entidades sediadas no Reino Unido autorizadas a operar em território português ao abrigo do regime de passaporte comunitário – e que constam do registo de instituições no site do Banco de Portugal – terão o seu registo cancelado com efeitos a 01 de janeiro de 2021″.

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Bolsa de Lisboa desliza e quebra ciclo de cinco sessões em alta

A bolsa nacional quebrou a tendência e, após cinco sessões consecutivas de ganhos, deslizou. O desempenho da EDP pesou no índice e nem o BCP teve força para o manter no verde.

A bolsa de Lisboa terminou a terceira sessão da semana com perdas, depois de cinco sessões consecutivas a subir, tendo estado bastante perto de tocar nos 5.000 pontos. O desempenho da EDP acabou por penalizar o índice, e nem a subida de quase 2% do BCP foi suficiente para evitar uma descida. Lisboa acompanhou, assim, a tendência de perdas que se vive no resto da Europa.

O PSI-20 caiu 0,2% para 4.921,78 pontos, naquela que foi a maior descida dos últimos 19 dias. Entre as 18 cotadas nacionais, apenas cinco encerraram no verde e duas ficaram inalteradas.

Entre os maiores recuos, destaque para a EDP que desvalorizou 1,07% para 5,02 euros, acabando por empurrar o índice de referência nacional para o vermelho. Ainda entre os pesos pesados, a Jerónimo Martins caiu 0,25% para 13,9 euros, enquanto a Nos deslizou 0,76% para 2,87 euros.

Pelo contrário, a impedir uma queda mais acentuada do PSI-20, estiveram os títulos do BCP, que somaram 1,79% para 0,1251 euros, representando a maior subida desta sessão. Destaque ainda para as ações da Galp Energia que ganharam 0,02% para 8,762 euros.

Naquela que foi a terceira sessão da semana, a bolsa de Lisboa acompanhou a tendência negativa das congéneres europeias. O Stoxx-600 recuou 0,28% para 400,48 pontos, acompanhado pelo espanhol Ibex-35 que caiu 0,25% e pelo francês CAC-40 que recuou 0,22%.

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Vai circular na noite de passagem de ano? Veja os horários dos transportes em Lisboa e Porto

  • ECO
  • 30 Dezembro 2020

Metropolitano e empresas de transportes rodoviários e ferroviários vão fazer ajustamentos na noite de 31 de dezembro devido ao recolher obrigatório decretado para as 23h.

Quem não esteja a trabalhar e queira festejar o fim de ano fora de casa, terá de encurtar a noite, já que há recolher obrigatório às 23h em todo o país. Ainda assim, os transportes públicos vão estar a funcionar, mesmo com ajustamentos. O metro de Lisboa vai manter o horário habitual na noite de passagem de ano, circulando com composições de seis carruagens em todas as linhas. Já o metro do Porto vai fechar mais cedo, a uma hora da chegada de 2021.

Em comunicado, o Metropolitano de Lisboa refere que encerra o serviço de exploração às 1h00 na noite de 31 de dezembro para 1 de janeiro, recomeçando às 6h30 do dia 1 de janeiro de 2021. O Metropolitano de Lisboa é composto por quatro linhas: Amarela (liga Odivelas ao Rato), Verde (Telheiras ao Cais do Sodré), Azul (Reboleira a Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto a São Sebastião).

O Metro do Porto vai funcionar apenas até às 23h00 na noite de 31 de dezembro. No dia 1 de janeiro, a operação do Metro é idêntica à dos feriados, com arranque às 6h, e nos dia 2 e 3 de janeiro estará disponível a oferta habitual aos sábados e aos domingos, embora com todas as viagens em veículos simples.

Além do metropolitano, também os transportes rodoviário e ferroviário serão ajustados não só às restrições como à redução da procura na época festiva. A Carris vai realizar ajustes nas carreiras que podem ser consultados no site da empesa. Da mesma forma, a CP vai suprimir vários comboios Alfa Pendular, Intercidades, Regionais, InterRegionais e Celta, bem como os Urbanos de Lisboa, do Porto e de Coimbra.

Quem já tinha bilhetes para viagens da CP que não se vão realizar pode pedir “o reembolso do valor total do bilhete, ou a sua revalidação, sem taxas, desde que o pedido seja apresentado até 30 minutos antes da partida do comboio na estação de origem da viagem do cliente”, excetuando-se aqui o caso dos bilhetes para comboios urbanos, a não ser que se trate de um complemento às viagens de Longo Curso da CP.

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Função pública não vai ter tolerância de ponto a 31 de dezembro

António Costa confirmou que a função pública não terá tolerância de ponto no dia 31 de dezembro. Já o estado de emergência deverá ser "automaticamente prorrogado" por mais 15 dias.

Após 14 dias de isolamento profilático, o primeiro-ministro voltou ao ativo a tempo de inaugurar a nova unidade de cuidados intensivos no hospital Amadora-Sintra, tendo feito um discurso de apostar no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Questionado pelos jornalistas, António Costa revelou que a função pública não terá tolerância de ponto no dia 31 de dezembro e que o estado de emergência deverá ser prolongado por mais 15 dias.

O Executivo tinha dado tolerância de ponto na véspera de Natal e em anos anteriores também o fez para o dia 31, mas não o fará este ano dadas as restrições em vigor. À Lusa, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL) tinha a expectativa de que a tolerância de ponto fosse dada, mas tal não vai acontecer. Contudo, os trabalhadores municipais poderão ter tolerância de ponto por decisão das respetivas câmaras.

Relativamente ao Ano Novo, a administração central não terá este ano tolerância de ponto. Como sabem, nós adotámos medidas muito restritivas para a passagem de ano“, disse António Costa em declarações transmitidas pela SIC Notícias, explicando que, após a maior flexibilidade dada no período de Natal, é preciso maior aperto para conseguir avaliar os resultados.

E “é por isso que será seguramente prorrogado automaticamente o estado de emergência“, acrescentou o primeiro-ministro, confirmando a expectativa que havia de que o país continuará em emergência para lá de 7 de janeiro, dia em que acaba o atual estado de emergência, prolongando-se por mais 15 dias, até dia 22 de janeiro, dois dias antes das eleições presidenciais.

O Governo espera conseguir avaliar o impacto do aligeirar das restrições durante as celebrações do Natal na segunda semana de janeiro. O primeiro-ministro disse estar “confiante” de que em Portugal o impacto das festividades não terá sido tão “nefasto” como noutros países, aconselhando cautela na interpretações dos números do boletim desta quarta-feira: mais de seis mil infetados, o que poderá ter sido influenciado pelo menor registo de testes durante a semana passada, sugeriu Costa.

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Galp está a estudar cadeia de valor das baterias de lítio, admite administrador

Nesta fase, a empresa poderá estar a olhar para o início dessa cadeia de valor e à procura de um parceiro que lhe forneça a matéria-prima para refinar, como tinha já avançado o ECO/Capital Verde.

Da reunião pública que teve lugar esta terça-feira na Câmara Municipal de Matosinhos, resultaram algumas garantidas dadas por José Carlos Silva, responsável pela refinação da Galp e membro da administração da petrolífera: a decisão de encerrar refinaria de Matosinhos em 2021 está tomada e é “irreversível”; o futuro das instalações ainda está em análise, mas o espaço será mantido com uma “utilização de base industrial, alinhado com a transição energética”, e haverá emprego nos próximos três a cinco anos.

A Galp mantém que, à data de hoje, não existe nenhum projeto de refinação de lítio para Matosinhos, mas revelou as suas verdadeiras intenções em relação ao lítio, no contexto da transição energética. “O que existe é o estudo da cadeia de valor de baterias, porque a armazenagem de energia está no DNA da Galp”, revelou José Carlos Silva. Questionada pelo ECO/Capital Verde, a Galp não quis avançar mais informações.

Menos de 24 horas depois, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, voltou a frisar que é muito importante para Portugal ter uma refinaria de lítio e que tudo fará para que esse investimento seja uma realidade e esses negócios aqui se possam desenvolver. “Não há nenhum terreno concreto. Há várias intenções de investimento. Há investidores estrangeiros a olhar para Portugal como um sítio onde podem desenvolver várias etapas do lítio”, disse aos jornalistas durante uma visita ao pinhal de Leiria para acompanhar os trabalhos de reflorestação da área com 10.000 hectares, depois do incêndio de outubro de 2017.

No entanto, o ministro lembrou que o Plano Diretor Municipal de Matosinhos diz que o terreno da refinaria tem fins industriais, “pelo que se trata de uma questão de licenciamento, onde o Governo é um agente passivo, que está entre a vontade da empresa e a disponibilidade da autarquia”.

O governante garantiu no entanto que ainda não existe um projeto para a refinação de lítio em Matosinhos e que não há uma relação entre as ambições de Portugal em construir uma cadeia de valor completa para o lítio no país e o futuro da unidade industrial de Leça da Palmeira, que ainda está a ser estudado pela Galp. No entanto, a petrolífera admite que está a olhar para a cadeia de valor das baterias de lítio, tal como o Governo.

O que existe é o estudo da cadeia de valor de baterias, porque a armazenagem de energia está no DNA da Galp”

José Carlos Silva, responsável pela refinação da Galp e membro da administração da Galp

“Portugal tem uma grande aposta. Sabendo que a Europa só tem 9% das matérias-primas fundamentais para o seu desenvolvimento económico, temos uma dessas matérias-primas em quantidade apreciável, que é o lítio. Portugal não tem nenhum projeto de mineração, mas sim um projeto completo, que queremos desenvolver com Espanha”, disse Matos Fernandes aos jornalistas. De acordo com o ministro, o lítio é um metal muito leve, fundamental para a descarbonização e para a digitalização, que pela sua abundância no país permitirá “ter os cinco passos necessários: extração, refinação, transformação em células, construção de baterias e a reciclagem e reaproveitamento de baterias”. “Tudo isto em Portugal”, garante.

Mais uma vez, o ministro passou a bola à Galp: “Não há aqui qualquer relação entre isso e que venha a existir uma refinaria de lítio no terreno da refinaria de Matosinhos, que a presidente da Câmara já disse que deve manter a sua finalidade industrial. Talvez a Galp tenha mais alguma coisa a dizer sobre isso. Aquele espaço é de uma empresa privada e quem gere o território é a autarquia. O Governo não vai ter nenhum projeto para aquele terreno”, rematou.

Na semana passada, horas depois de a Galp ter anunciado o fecho da refinaria, Matos Fernandes convocou uma conferência de imprensa em Lisboa para frisar que quer que a mesma faça parte da transição energética: “A porta está aberta para que seja rentabilizado aquele grande ativo industrial que ali existe. O centro logístico que ali virá a ser construído só aproveitará uma parcela dos trabalhadores e uma parcela do espaço. Pela localização que tem, pelo passado industrial que tem, pela proximidade ao porto de Leixões, estão ali um conjunto vasto de ativos e de terrenos que poderão ser muito importantes para a transição energética com outros projetos industriais diferentes da refinação do petróleo”, disse Matos Fernandes em declarações aos jornalistas.

Questionado sobre se o lítio seria uma boa hipótese para o futuro de Matosinhos, o ministro respondeu: “Há uma coisa que sei: Portugal vai ter uma refinaria de lítio, mas não posso estar aqui a discutir as intenções de empresas privadas”. Questionada sobre as declarações do ministro, a Galp não se quis pronunciar.

Armazenamento de energia está no ADN da Galp

A ideia de que o armazenamento de energia (no passado fóssil, no futuro obrigatoriamente renovável) faz parte da missão da empresa, tinha já sido transmitida pelo CEO da Galp, Carlos Gomes da Silva, na sua recente intervenção no Web Summit, dedicada ao “Desafio da Descarbonização”: “A eletrificação do mundo está em marcha. A forma de descarbonizar o setor da energia terá de ser com renováveis. O armazenamento e as baterias serão fundamentais. Temos de arranjar formas competitivas de armazenar energia e garantir a segurança do abastecimento”.

Também no Web Summit, a Galp lançou através da sua nova empresa EI – Energia Independente uma competição para startups e empresas tecnológicas a apresentarem soluções de articulação entre os sistemas de painéis solares para autoconsumo e equipamentos como baterias estacionárias ou mobilidade elétrica, com aplicação a nível doméstico ou empresarial.

A petrolífera não esconde a vontade de dar o salto do Oil & Gas e transformar-se numa empresa de energia global — assumindo-se já como o principal operador solar na Península Ibérica, com uma carteira de 2,9 GW (que estará 100% operacional em 2024), depois de concluída recentemente a transação de 325 milhões com espanhola ACS. Dos 724 milhões investidos pela Galp até setembro, quase metade (46%) disseram respeito à unidade de Renováveis & Novos Negócios, sobretudo ao portfólio de energia solar fotovoltaica adquirido em Espanha.

Os resultados dos primeiros nove meses de 2020 da Galp dão conta que a capacidade instalada para a geração de renováveis da empresa passou de 12 MW em 2019 para 926 MW até setembro, com a energia renovável produzida a passar de 20,1 GWh no ano passado para 157,4 GWh em nove meses de 2020.

Para já as baterias de lítio são sobretudo usadas nos carros elétricos, para armazenar a energia que permite ao veículo ter autonomia suficiente para se deslocar algumas centenas de quilómetros, mas as baterias estacionárias (compostas por lítio e ferro, ambos existentes em Portugal) são também cruciais para que seja possível guardar a eletricidade excedente gerada quando há excesso de energias renováveis (solar, hídrica ou eólica), podendo depois essa mesma energia ser usada e injetada na rede elétrica nacional de noite ou quando há escassez, sem ser necessário recorrer às energias fósseis.

Na futura indústria do hidrogénio verde, onde a Galp já tem o seu lugar garantido, em Sines, as baterias de lítio também vão desempenhar um papel fundamental no armazenamento de energia limpa.

“O plano estratégico da Galp prevê a descarbonização gradual do seu portefólio. A empresa estabeleceu objetivos de longo prazo para a redução da intensidade carbónica, alinhando o portfólio com a visão de neutralidade carbónica na Europa até 2050 e comprometendo-se a reduzir a intensidade das suas atividades em pelo menos 15% até 2030, face a 2017, diz a empresa na apresentação de resultados.

O armazenamento e as baterias serão fundamentais. Temos de arranjar formas competitivas de armazenar energia e garantir a segurança do abastecimento”.

Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp

Galp quer começar a sua “análise” pelo início da cadeia de valor do lítio

“Mantemos o estudo de várias possibilidades. O futuro das instalações de Matosinhos ainda está em análise, o que posso desde já dizer é que nunca houve nenhum projeto concreto para nenhuma estrutura da cadeia de baterias”, frisou José Carlos Silva, na reunião do executivo camarário em Matosinhos referindo que o local alberga já um pólo de mobilidade sustentável, onde se inclui a startup GoWithFlow.

No que diz respeito ao “estudo da cadeia de valor das baterias” de lítio, como referido pelo responsável da Galp, nesta fase a empresa poderá estar precisamente a olhar para o início dessa mesma cadeia de valor e à procura de um parceiro que lhe forneça a matéria-prima para refinar, como tinha já avançado o ECO/Capital Verde. Resta agora saber se será um parceiro nacional ou estrangeiro, já que importar lítio para ser refinado em Portugal acaba por agravar a pegada ambiental deste minério que deve fazer parte da transição ambiental para um futuro mais eletrificado e com menos emissões.

Com a parte da refinação ainda em aberto, e saltando para o fim da cadeia de valor, a Galp garante que ainda “não existe acordo com a empresa” sueca Northvolt para a venda de lítio refinado, mas os responsáveis da companhia nórdica que quer ter várias fábricas de baterias a todo o vapor na Europa em 2023 estiveram já em Portugal numa reunião preliminar para falar com a Galp e com o Governo português, que está a par de todo este processo, disseram ao ECO/Capital Verde fontes próximas do processo.

“A Galp está a desenvolver o calendário de implementação da descontinuidade das unidades afetas a toda a atividade de refinação da Galp em Matosinhos, que começará em 2021. O futuro das instalações está em análise não tendo sido tomada qualquer decisão”, esclareceu fonte oficial da petrolífera.

A Northvolt não nega os contactos com a Galp e reconhece que Portugal tem todas as vantagens: cadeias de abastecimento curtas, fontes de energia renovável e exploração de depósitos nacionais de lítio. “A Europa pode, sem dúvida, desempenhar um papel muito mais importante no abastecimento das matérias-primas de que a indústria de baterias elétricas necessita. Cadeias de valor curtas, fontes de energia renovável ​​e exploração de depósitos domésticos são do nosso interesse. Portugal preenche muitas destes requisitos”, disse fonte oficial ao ECO.

Na calha pode estar também uma candidatura conjunta das duas empresas, com a possibilidade de se juntar ainda uma terceira (de exploração mineira), ao concurso de lítio que o Governo português já anunciou que vai realizar até setembro de 2021, com 11 áreas de exploração, e que “privilegiará a instalação no país de toda a cadeia de valor”.

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Quase 100 trabalhadores indiretos da central termoelétrica de Sines “ficam sem emprego”

  • Lusa
  • 30 Dezembro 2020

Há 99 trabalhadores que já receberam as cartas de despedimento. A partir da próxima segunda-feira vão apresentar-se no Instituto do Emprego e Formação Profissional.

Quase 100 trabalhadores indiretos da central termoelétrica de Sines da EDP, com “luz verde” para encerrar, “já receberam cartas de despedimento e ficam sem emprego”, alertou esta quarta-feira o sindicato do setor que defendeu uma transição energética justa.

O Sindicato das Indústrias, Energias, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP) alertou para o grave problema dos trabalhadores indiretos da central termoelétrica de Sines da EDP que já receberam carta de despedimento e defendeu uma transição energética justa.

“Há 99 trabalhadores que a partir de hoje [quarta-feira] ficam sem emprego com o encerramento da central, ou seja já têm as cartas de despedimento”, disse o representante do Sindicato das Indústrias, Energias, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP), Egídio Fernandes, à agência Lusa.

Estes trabalhadores, a partir da próxima segunda-feira, 04 de janeiro, “apresentar-se-ão no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) para solicitar o respetivo subsídio de desemprego e reemprego”, acrescentou.

A EDP recebeu as autorizações necessárias para encerrar a atividade na central a carvão de Sines a partir de 15 de janeiro e pretende fazê-lo nessa mesma data, disse hoje fonte oficial da empresa à Lusa.

“A EDP confirma que recebeu as autorizações necessárias para encerrar a atividade da Central de Sines a partir de 15 de janeiro e mantém os planos para encerrar nessa data”, informou a empresa do setor energético.

De acordo com o dirigente sindical, “nas últimas duas semanas, o IEFP, tem feito ações de informação com um conjunto muito alargado de trabalhadores diretos e prestadores regulares de serviços da EDP sobre o subsídio de desemprego, reemprego e condições de acesso à reforma”.

“Neste momento estão a decorrer ações individuais para analisar a situação social, de emprego e académica de cada trabalhador, para a possibilidade de integrarem ações de formação com vista a novos empregos que, eventualmente, virão para Sines”, no distrito de Setúbal, indicou.

A solução para estes trabalhadores “que prestam serviços em instalações essenciais ao funcionamento da central, e alguns deles há mais de 30 anos”, poderá ser a “nova industria do hidrogénio” verde, cujo início da construção está previsto para 2021 e o arranque da produção em 2022.

“A acontecer prevemos que alguns destes trabalhadores poderão integrar a exploração da nova industria”, adiantou o sindicalista, considerando que “uma transição energética justa” passa por “um reemprego imediato destes trabalhadores que são técnicos qualificados e altamente qualificados”.

O sindicato defende que “sejam considerados “trabalhadores em trânsito”, ou seja de uma empresa para outra e não desempregados”.

“Nestes processos há sempre trabalhadores que não são reintegrados, outros que irão optar por outra vida mas o nosso objetivo é manter e até, se possível, reforçar o emprego na região do litoral alentejano”.

Quanto aos trabalhadores da EDP, “uma parte deles têm o problema em vias de resolução, mas há um grupo mais pequeno, de trabalhadores com menos de 50 anos, que não têm solução à vista”, indicou o dirigente do SIEAP.

“Numa primeira fase alguns ficarão na central porque é necessário fazer o descomissionamento e outros terão que ser movimentados para outros locais de trabalho da EDP, sendo que o mais perto será Setúbal, Beja ou Évora”, explicou.

Dos 109 trabalhadores que “inicialmente estavam com problemas da pré-reforma, reforma, mobilidade ou não, há sete ou oito trabalhadores que não sabemos para onde vão após o encerramento e há um problema ainda com cerca de 16 trabalhadores que não sabemos se aceitarão a pré-reforma”, disse Egídio Fernandes.

“Estamos em conversações com a EDP porque as condições que se fazem nestas circunstâncias são condições de acordo e as condições de acesso à reforma ainda não são muito claras, mas creio que seja resolvido e iremos pugnar para que haja um menor prejuízo possível”, concluiu.

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Wall Street aproxima-se de 2021 com recordes à vista

Os principais índices norte-americanos voltaram a negociar em alta no arranque da sessão desta quarta-feira, após uma sessão de pequenas descidas.

Wall Street abriu esta quarta-feira em alta, após a sessão de ontem ter sido ligeiramente negativa. Os principais índices norte-americanos aproximam-se assim de novos recordes na penúltima sessão de um ano que fica marcado pela crise pandémica em todo o mundo.

2021 está aí à porta e as bolsas norte-americanas continuam a mostrar sinais de que vão manter a tendência ascendente. O Dow Jones sobe 0,46% para os 30.475,41 pontos, o S&P 500 avança 0,39% para os 12.900,28 pontos e o Nasdaq valoriza 0,4% para os 3.741,83 pontos.

Desde o início do ano, apesar da forte queda registada em março, os três principais índices norte-americanos acumulam ganhos: o Dow sobe 6,3% desde o início do ano, o S&P 500 soma 15,36% e o índice tecnológico Nasdaq valoriza 43%.

A contribuir para o tom positivo deste início de sessão está a aprovação da vacina da AstraZeneca/Oxford pelos reguladores britânicos, dando ânimo ao processo de vacinação. Apesar disso, a cotada britânica está a descer ligeiramente.

Os investidores estão expectantes relativamente aos estímulos orçamentais aprovados nos EUA, os quais ainda poderão ser aumentados de um cheque de 600 dólares para 2.000 dólares, apesar de haver alguma resistência no senado para aprovar essa legislação. Para já, os 600 dólares começaram a ser entregues aos norte-americanos esta madrugada, de acordo com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

Porém, nem tudo são boas notícias. O número de infetados continua a aumentar nos EUA, com pelo menos 180 mil novos casos por dia e mais de duas mil mortes, de acordo com os cálculos da CNBC usando os dados da Universidade de Johns Hopkins.

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Bruxelas e Pequim alcançam “acordo de princípio” sobre investimentos

  • Lusa
  • 30 Dezembro 2020

A UE e a China chegaram a um acordo de princípio sobre Investimentos, ao fim de sete anos de negociações, durante uma videoconferência entre líderes da UE e o Presidente chinês, Xi Jinping.

A União Europeia e a China chegaram esta quarta-feira a um “acordo de princípio” sobre Investimentos, ao fim de sete anos de negociações, durante uma videoconferência entre líderes da UE e o Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou a Comissão Europeia. De acordo com Bruxelas, este acordo político “irá criar um melhor equilíbrio nas relações comerciais UE-China”, uma vez que “a UE tem sido tradicionalmente muito mais aberta do que a China ao investimento estrangeiro”.

Pequim “compromete-se agora a abrir-se à UE numa série de sectores-chave” e a assegurar “um tratamento justo” às empresas europeias, de modo a que estas possam competir em condições de igualdade, referiu a Comissão.

“Pela primeira vez, a China também concordou com disposições ambiciosas sobre desenvolvimento sustentável, incluindo compromissos sobre trabalho forçado e a ratificação das convenções fundamentais relevantes da Organização Internacional do Trabalho”, indica o executivo comunitário em comunicado.

O texto do acordo deverá ainda ser finalizado pelas partes e aprovado pelo Conselho (Estados-membros) e pelo Parlamento Europeu, o que só sucederá numa fase posterior, em 2021.

A “conclusão em princípio” das negociações sobre este novo acordo de investimento UE-China ocorreu durante uma videoconferência celebrada hoje, na qual a UE esteve representada pelos presidentes da Comissão, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, tendo ainda participado a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, enquanto a China se fez representar pelo seu chefe de Estado, Xi Jinping.

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Rui Rio prevê eleições legislativas antecipadas em 2022: “É muito difícil a legislatura chegar ao fim”

O presidente do PSD considera que outubro de 2021 será um mês difícil para o Governo com as eleições autárquicas e a negociação do OE 2022. Para Rio, o mais provável é que haja eleições antecipadas.

Outubro de 2021 será um momento fulcral para a estratégia da liderança do PSD. Rui Rio antecipa que este mês será o “momento mais pesado” para o Governo com a conjugação das eleições autárquicas e da negociação do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022). O líder social-democrata admite que “se der para o torto” haverá eleições antecipadas em 2022.

Em entrevista à Antena 1 esta quarta-feira, Rio perspetivou uma tempestade política nos próximos meses, contrariando a visão do atual Presidente da República, que é o candidato apoiado pelo PSD às eleições presidenciais. Se Marcelo Rebelo de Sousa acha que não haverá crise política e que a esquerda continuará a aprovar os Orçamentos do PS, o líder do PSD tem outra visão: “É muito difícil a legislatura chegar até ao fim”, prevê.

Para Rui Rio as “fragilidades crescentes” do Governo, assim como a “fragmentação” dentro do próprio Executivo e os “conflitos” internos, levam a crer que poderá haver uma “crise política” em outubro do próximo ano, “o momento mais pesado em 2021”, com as eleições antecipadas a serem convocadas para 2022. A contribuir para este cenário está a expectativa do líder da oposição de que irá conquistar as câmaras de Lisboa e do Porto nas próximas eleições autárquicas.

A juntar a essas dificuldades, o líder do PSD diz que o “grande derrotado” das presidenciais, independentemente do resultado, será o PS. Contudo, quis dar um sinal ao eleitorado mais moderado ao dizer que “será mau para o país se o líder do Chega, o doutor André Ventura, tiver uma votação grande e expressiva”. O PSD já admitiu formar um Governo com o apoio parlamentar do Chega, consoante as exigências apresentadas.

Na mesma entrevista, Rio culpou António Costa pelo “excesso” de mortalidade que se está a verificar este ano: “Eu estimo que vão morrer em Portugal este ano mais cerca de 15 mil pessoas do que a média, das quais mais 5 mil de Covid e 10 mil de outras patologias que não o Covid”.

Em relação à TAP, o líder social-democrata diz que, se fosse Governo, não excluía “nada” a hipótese de deixar cair a transportadora aérea. “Depende”, referiu, criticando de seguida o aumento de salários dentro da empresa aos trabalhadores que assumiram mais responsabilidades, ainda que auferindo menos do que os seus antecessores nos mesmos cargos. “É esta TAP que fomos tendo que estamos a pagar com o nosso dinheiro”, apontou.

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CP suprime comboios no fim de semana da passagem de ano

Entre 31 de dezembro e 2 de janeiro, serão vários os comboios afetados por estas supressões. Os clientes com bilhetes já adquiridos podem requerer o reembolso ou a revalidação do mesmo.

Durante o período das festividades de Ano Novo, a CP vai suprimir ligações ferroviárias em território nacional. Haverá nos próximos dias um aperto das medidas de combate à Covid-19, incluindo a proibição de circulação entre concelhos das 0h de 31 de dezembro e as 5h de 4 de janeiro.

Assim, entre 31 de dezembro (quinta-feira) e 2 de janeiro (sábado), vários comboios Alfa Pendular, Intercidades, Regionais, InterRegionais e Celta, bem como os Urbanos de Lisboa, do Porto e de Coimbra, serão afetados por esta decisão da CP, de acordo com informações divulgadas no site da empresa.

Todos os que já tinham bilhetes comprados para viagens que não se vão realizar podem pedir “o reembolso no valor total do bilhete, ou a sua revalidação, sem taxas, desde que o pedido seja apresentado até 30 minutos antes da partida do comboio da estação de origem da viagem do cliente”, excetuando-se aqui o caso dos bilhetes para comboios urbanos, a não ser que estes se tratem de um complemento às viagens de Longo Curso da CP.

A totalidade dos horários suprimidos podem ser consultados no site oficial da CP.

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Grupo de Carlos Slim quer comprar portuguesa Aquapor

  • ECO
  • 30 Dezembro 2020

O negócio implica a aquisição, pela FCC Aqualia, do controlo exclusivo da Criar Vantagens, sociedade que detém a totalidade do capital social da Aquapor.

A empresa espanhola Aqualia fez uma proposta para comprar a portuguesa Aquapor, não sendo conhecido o valor do negócio. O comprador é uma empresa maioritariamente detida pela construtora FCC, do empresário Carlos Slim. Segundo noticia o Jornal de Negócios (acesso livre), a operação foi notificada à Autoridade da Concorrência a 22 de dezembro.

A Aquapor é responsável pela gestão de sistemas de água e resíduos em Portugal, estando também presente em Moçambique, Cabo Verde e Arábia Saudita. O negócio implica a aquisição, pela FCC Aqualia, do controlo exclusivo da Criar Vantagens, sociedade que detém a totalidade do capital social da Aquapor – Serviços e que é controlada pelo grupo DST – Domingos da Silva Teixeira, de acordo com o diário.

Além da Aquapor, a DST detém igualmente mais de uma dezena de participadas, incluindo a Luságua Lisboa, a Águas de Cascais ou a Águas do Vouga. Por seu turno, a espanhola FCC Aqualia tem já presença em Portugal nos setores das águas e do saneamento, que poderá agora reforçar caso o negócio avance.

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