CEO do BCP recebe 650 mil euros. Variável de 260 mil só quando houver dividendos

Miguel Maya recebeu 650 mil euros brutos, mas foi-lhe também atribuída uma remuneração variável de 260 mil euros que será paga quando o banco voltar a pagar dividendos.

O presidente executivo do BCP, Miguel Maya, teve remunerações de cerca de 940 mil euros no ano passado, de acordo com as informações prestadas pelo banco na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A remuneração fixa manteve-se nos 650 mil euros brutos (com 279 mil euros retidos em IRS), tal como em 2019. Já a remuneração variável ascendeu a cerca de 287 mil euros, com 260 mil euros relativos a bónus atribuídos em 2020 e que serão pagos quando o banco voltar a pagar dividendos.

Há um ano, recorde-se, Miguel Maya e a sua equipa renunciaram ao bónus para dar o exemplo dentro do banco por causa da situação de incerteza da pandemia, conforme chegou a revelar no Parlamento.

O CEO foi o mais bem pago da comissão executiva do BCP. Ao todo, o banco atribuiu remunerações de 4,4 milhões de euros à sua equipa executiva composta por seis membros entre componente fixa e variável, esta última diferida até haver dividendos.

Os vice-presidentes executivos Miguel Bragança e João Nuno Palma tiveram ambos remunerações perto de 750 mil euros (incluindo bónus diferidos de 205 mil euros), à frente dos administradores Rui Silva Teixeira, José Pessanha e Maria José Campos, que tiveram rendimentos entre os 650 mil euros e os 670 mil euros (incluindo bónus entre 185 mil euros e 192 mil euros que serão pagos quando o banco pagar dividendos).

Na última conferência de apresentação de resultados, Miguel Maya deixou para depois de setembro uma decisão sobre a política de remuneração acionista do banco.

Já o chairman do banco, Nuno Amado, recebeu 690 mil euros brutos no ano passado. Amado lidera um conselho de administração composto por sete membros que, no total, receberam 1,34 milhões de euros.

O BCP viu o lucro cair quase 40% no ano passado para cerca de 183 milhões de euros, com o resultado a ser penalizado pelas imparidades e provisões para a crise da pandemia e o caso dos créditos hipotecários em moeda estrangeira na Polónia.

(Notícia atualizada às 12h38 para referir que a remuneração variável atribuída em 2020 foi diferida até o BCP voltar a pagar dividendos)

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Pedrógão Grande. CCDR do Centro diz que falta pagar 5,1 milhões do apoio a empresas afetadas

  • Lusa
  • 25 Março 2021

Já foram pagos 8,1 milhões de euros em apoios, cerca de 82% do total aprovado. Segundo a CCDRC, foram aprovados, neste âmbito, 51 projetos de apoios às empresas atingidas pelo incêndio.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) aprovou 51 projetos de apoio às empresas atingidas pelo incêndio de Pedrógão Grande em junho de 2017, com 13,2 milhões de euros, dos quais falta pagar 5,1 milhões (18%).

Foram aprovados 51 projetos, com um investimento de 13.236.155 euros, um apoio de fundos europeus de 9.912.920,09 euros e já foram pagos 8.131.245 euros (82%)”, revelou a ex-presidente da CCDRC Ana Abrunhosa, num esclarecimento adicional prestado na sequência da apresentação do projeto de relatório da comissão eventual de inquérito parlamentar à atuação do Estado na atribuição de apoios na sequência dos incêndios de 2017 na zona do Pinhal Interior.

Em causa está o aviso com a referência CENTRO-53-2017-47, que foi aberto em 24 de julho de 2017 e encerrou em 30 de março de 2018, destinado a financiar a reposição da atividade económica das empresas diretamente afetadas pelos incêndios com início em 17 de junho de 2017 nos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Sertã.

Segundo a informação disponibilizada pela ex-presidente da CCDRC (que presidia ao organismo na altura dos fogos), o valor já pago, na ordem dos 8,13 milhões de euros, reporta a dados de 13 de janeiro deste ano, verificando-se que falta ainda pagar 5,1 milhões de euros.

Dos concelhos abrangidos por este apoio à reposição da atividade empresarial, Pedrógão Grande foi o que registou maior número de projetos aprovados (24), canalizando 44% do total de investimento elegível, com 5,7 milhões de euros, e 36% do financiamento pago às empresas, com um valor de cerca de três milhões de euros.

Enquadrado na vertente das medidas de relançamento da economia, o aviso CENTRO-59-2018-08 teve 197 projetos aprovados em concelhos do Pinhal Interior, em que o investimento elegível correspondeu a 17,5 milhões de euros, contabilizou o relator do projeto de relatório da comissão eventual de inquérito parlamentar, o deputado Jorge Paulo Oliveira (PSD), referindo que “foi aprovado um apoio total de quase 10 milhões de euros (56% do investimento elegível) e foi, até ao momento, pago um total 2,6 milhões de euros às empresas e microempresas que se candidataram (26% do apoio aprovado)”.

Além destes dois apoios, a CCDRC abriu um segundo aviso, com a referência CENTRO-M9-2018-08, designado SI2E ATRAIR e destinado aos concelhos afetados por incêndios em 2017, inclusive os registados em junho e em outubro.

Este apoio “visou estimular a diversificação da base económica do território, pelo que poderia ser inclusivamente para criação de novas empresas”, indicou Ana Abrunhosa (atualmente ministra da Coesão Territorial), referindo que as candidaturas decorreram entre 12 de fevereiro de 2018 e 30 de maio de 2018, e que a iniciativa “permitiu a aprovação de 928 projetos, com um valor de investimento de 74.925.796 euros e um apoio de fundos europeus de 42.862.252 euros”.

O projeto de relatório da comissão eventual de inquérito parlamentar à atuação do Estado na atribuição de apoios na sequência dos incêndios de 2017 na zona do Pinhal Interior, cuja versão final vai ser apreciada e votada esta quinta-feira, recebeu ainda esclarecimentos adicionais do ex-ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural Luís Capoulas Santos e do gabinete do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, assim como propostas de alteração do BE e do PCP.

No âmbito da linha de crédito criada pelo despacho normativo n.º 10/2017, para fazer face às necessidades de tesouraria das empresas turísticas com atividade nos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Ansião, Alvaiázere, Arganil, Góis, Penela, Pampilhosa da Serra, Oleiros e Sertã, foram aprovadas 10 candidaturas, correspondentes a um incentivo aprovado de 493.423 euros. Até ao momento foram pagos 393.423 euros (79%), segundo dados do gabinete de Pedro Siza Vieira.

Relativamente ao reforço deste despacho, como dados globais contabilizam-se 24 candidaturas aprovadas, com 2.442.424 euros de incentivo aprovado e 1.368.544 euros de apoio efetivamente pago, mas estes valores contemplam todos os concelhos afetados pelos incêndios em 2017 e não apenas os 11 concelhos da zona do Pinhal Interior que são objeto da comissão eventual de inquérito parlamentar.

O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017 em Escalos Fundeiros, no concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a municípios vizinhos, nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, e destruiu cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.

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Líderes discutem diplomacia da saúde. “Saúde não conhece fronteiras”, diz Temido

  • Lusa
  • 25 Março 2021

Governantes e líderes defendem papel da UE pela saúde global. No combate à pandemia, os esforços não podem vir só da Europa.

Governantes e líderes discursaram, esta quinta-feira, defendendo a cooperação entre todos os países pela saúde. “A saúde não conhece fronteiras”, disse a ministra da Saúde portuguesa, Marta Temido, na Conferência de Saúde Global, organizada pelo seu ministério e pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE.

Na sua declaração, Marta Temido sublinhou a diplomacia da saúde “não é uma opção” dos Estados, mas sim uma “necessidade compartilhada”, pois os desafios da saúde global “transcendem fronteiras”.

A ministra apontou ainda à necessidade de “estratégias mais inclusivas, abrangentes e coordenadas para enfrentar os novos desafios” e, ao mesmo tempo, a importância da “solidariedade global” no combate às ameaças à saúde pública global.

Daí o facto de “nenhum Estado estar seguro até que todos estejam seguros” e, nesse sentido, “a UE esteve e continuará empenhada” no objetivo da solidariedade além-fronteiras, reforçando “a influência fortalecedora da União na saúde global e também na diplomacia da saúde”, apontou.

Marta Temido assegurou ainda que o Conselho da UE, que Portugal preside até junho, assume um “compromisso claro” com vista a reforçar um “multilateralismo eficaz”, tendo em conta que a saúde atravessa várias áreas, como a “política externa”, o “desenvolvimento”, a “segurança”, a “agricultura”, o “meio ambiente” ou a “proteção civil”.

A opinião da ministra é partilhada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que defendeu importância do reforço dos sistemas de saúde pública e da cooperação global, alertando que “muito tem de ser feito” contra a pandemia de Covid-19. “O que fazemos na Europa é importante, mas o mais importante é o que fazemos no mundo, só juntos podemos combater a pandemia“, disse Santos Silva referindo-se à colaboração com organizações internacionais como a ONU e a Organização Mundial da Saúde.

Marcelo defende “verdadeira União Europeia da saúde”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defende a “construção de uma verdadeira União Europeia da saúde” com maior integração de políticas internas, nova legislação e mais investimento neste setor. O chefe de Estado assumiu esta posição numa mensagem em vídeo transmitida esta quinta-feira na sessão de abertura da conferência sobre saúde.

Relativamente à resposta em termos globais à pandemia de Covid-19, Marcelo Rebelo de Sousa considera que, “apesar de esforços coletivos, houve muito egoísmo, houve muito isolacionismo, houve muito individualismo” e que se assistiu ao “acentuar de desigualdades e de diferenças entre pessoas, funções, territórios, povos”.

O chefe de Estado defende que “a revisão do pacote legislativo neste domínio é um passo decisivo na construção de uma verdadeira União Europeia da saúde, que tem de ir muito mais longe em termos de coordenação e, sobretudo, de liderança em futuras emergências de saúde pública”. “Por outro lado, ficou claro que tem de haver uma integração mais estreita das políticas internas de saúde da União Europeia – isso ficou claro, no testar, no rastrear, no vacinar – se queremos ter uma posição de liderança em termos de saúde global”, sustenta.

Para se “alcançar a segurança sanitária global”, aponta como caminho “uma abordagem sustentada, coordenada, multissetorial, que ligue a saúde humana, a saúde animal, a saúde ambiental”. “No caso português, nós estamos particularmente empenhados, e demonstrámos isso durante esta pandemia, e demonstramos, no relacionamento institucional e diplomática com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na área da saúde. E dizê-lo em nome de Portugal é-me particularmente gratificante”, refere.

“A Europa sozinha não resolve nada”

Na mesma conferência, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reconheceu o papel da União Europeia, mas pediu o empenhamento de “todos” no combate à pandemia de Covid-19.

Ursula von der Leyen frisou que é fundamental a promoção da “diplomacia ligada à saúde” a nível mundial, frisando que, “para se acabar com a pandemia, são precisas milhões de vacinas”. “Sabemos que na Europa estamos juntos, mas a Europa sozinha não resolve nada e, por isso, estamos além das fronteiras europeias“, disse a presidente da Comissão Europeia, demonstrando preocupação com ajuda imediata ao continente africano.

Para a presidente da Comissão Europeia, as coligações no combate à pandemia são necessárias, tendo mostrado confiança na construção de alianças entre os parceiros envolvidos no combate à crise sanitária.

OMS destaca “papel fundamental” da UE na COVAX

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, destacou o “papel fundamental” da União Europeia (UE) na resposta à pandemia. Destacou também o “apoio da equipa Europa” na distribuição de “mais de 32 milhões de vacinas por 57 países” através da COVAX, uma iniciativa coliderada pela Aliança Gavi – uma organização internacional atualmente presidida por Durão Barroso -, pela Coligação para a Inovação na Preparação para Epidemias (CEPI, na sigla em inglês) e pela OMS.

“É um começo, mas está longe de ser suficiente”, assinalou, apontando que “a diferença está a crescer entre o número de vacinas administradas em países de rendimento alto e médio alto e o número administrado em países de baixo rendimento”. Por isso, é preciso que “todos os países e empresas trabalhem juntos para (…) produzir e garantir que as vacinas sejam uma fonte de esperança para todos, não esperança para alguns”.

Para o diretor-geral da OMS, “muitos Estados-membros da UE, incluindo Portugal, são a prova viva de que uma atenção primária e sólida à saúde é a base essencial da cobertura universal de saúde e da segurança da saúde”, frisou.

“Procuramos que a equipa europeia continue a apoiar a igualdade de vacinas e o reforço dos cuidados de saúde primários para alcançar a cobertura universal de saúde na Europa e em todo o mundo”, concluiu.

Durão Barroso pede mais à UE

O presidente da Aliança Global para as Vacinas (Gavi), Durão Barroso, pediu à União Europeia que acelere o acesso às vacinas nos países em desenvolvimento, aumentando contribuições multilaterais e doando doses em excesso através da plataforma COVAX. “Temos capacidade para distribuir 1,8 mil milhões de vacinas aos países de baixo rendimento para proteger as populações de alto risco, mas para atingir este objetivo precisamos de 2 mil milhões de dólares de fundos adicionais“, disse Durão Barroso.

Contribuições adicionais para a Gavi e a Covax são essenciais para a União Europeia (UE) mostrar a sua liderança na saúde global, reforçar o seu apoio a África e impulsionar a solidariedade internacional para controlar a pandemia”, acrescentou.

O ex-presidente a Comissão Europeia e antigo primeiro-ministro português reconheceu, por outro lado, o importante contributo da União Europeia para a distribuição de vacinas aos países em desenvolvimento, considerando que “a nível mundial é o único verdadeiro esforço multilateral” no contexto da pandemia.

O presidente da Gavi alertou, por fim, que não é possível sair desta pandemia sem acesso global às vacinas. “As vacinas têm potencial para um impacto mais poderoso na pandemia do que qualquer estímulo fiscal. A melhor política económica hoje é a política das vacinas, é o caminho para que as economias recomecem a funcionar.”

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Consumo de eletricidade aumenta 21% no setor doméstico em fevereiro

  • Lusa
  • 25 Março 2021

"Os efeitos da pandemia continuam-se a fazer sentir no consumo de energia elétrica", diz a Adene, que adianta que consumo subiu no setor doméstico e desceu nos serviços.

O consumo de eletricidade no setor doméstico aumentou 21% em fevereiro, face ao período homólogo, enquanto nos serviços desceu 23%, devido à pandemia, divulgou esta quinta-feira a Agência para a Energia (Adene).

De acordo com o boletim de fevereiro da eletricidade, divulgado por aquela entidade, “os efeitos da pandemia continuam-se a fazer sentir no consumo de energia elétrica”, com o setor doméstico a registar uma subida de 21% em fevereiro. No sentido inverso, o consumo de eletricidade no setor dos serviços caiu 23%, no mesmo período.

As restrições às deslocações também se fizeram sentir no consumo de derivados do petróleo, que registou quebras de 27% no gasóleo, 39% na gasolina e 81% no jet fuel (combustível para aeronaves), face a fevereiro do ano passado, antes da pandemia.

Por sua vez, o consumo de gás natural no setor doméstico registou também uma subida de 22% no período em análise, “efeito das medidas de confinamento”, apontou a Adene. No setor dos serviços, o consumo de gás natural desceu 20%.

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Risco cibernético é o que mais preocupa maioria das empresas portuguesas

  • ECO Seguros
  • 25 Março 2021

A instabilidade política ou social iguala pandemia como 2º risco mais importante. Em consequência da Covid-19, a gestão de risco passou a ser importante para 90% das organizações, face a 10% em 2017.

Entre os principais riscos que as empresas portuguesas esperam enfrentar em 2021, os ataques cibernéticos ocupam a primeira posição com 57% das respostas recolhidas num inquérito anual, com esta ameaça a manter-se como a mais percecionada há quatro anos consecutivos.

No segundo lugar, empatados com 53%, encontram-se a pandemia/ surtos e a instabilidade política ou social, riscos que “também cresceram em termos de perceção” e que derivam diretamente da crise global provocada pela pandemia. O risco de recessão, apontado por 37% dos respondentes, e os eventos climáticos extremos (29%), completam o Top 5 dos maiores desafios que as empresas portuguesas admitem enfrentar nos meses futuros.

Os números foram revelados pela Marsh Portugal, no evento virtual Raio-X aos Riscos, que lançou a 7ª edição do relatório A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos 2021, com os resultados do inquérito realizado entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, junto de 152 empresas (públicas e privadas) de 21 setores de atividade, mais de metade da amostra empregando 250 (ou mais) trabalhadores e com, pelo menos, cinco milhões de euros em volume de negócios.

Se a cibersegurança constitui a maior preocupação no raio-X às próprias organizações, quando os representantes das empresas portugueses dirigem o olhar para o mundo, a pandemia/propagação rápida de doenças infecciosas toma o primeiro lugar no ranking de riscos em 2021 (63% das respostas), seguida dos ataques cibernéticos em grande escala (62%) e crises fiscais e financeiras em economias chave, em 3º lugar, com 46%. O risco global de eventos climáticos extremos ocupa o 6º lugar da tabela, apontado por 34% das respostas recolhidas no inquérito.

Na análise à evolução da importância atribuída aos riscos nos últimos anos, a Marsh observa que os ataques cibernéticos se mantêm como a maior preocupação desde 2018 na perspetiva da exposição da própria empresa aos riscos, tendo progredido da mesma forma na visão dos empresários portugueses sobre o mundo, exceto no diagnóstico para 2021, em que a pandemia sobe ao primeiro lugar, relegando os ataques informáticos para segundo lugar nos “riscos que o mundo vai enfrentar.”

Recorde-se que, em 2020, apenas 6% das empresas portuguesas identificaram o risco de pandemia/surtos, apesar de já ser conhecida a situação que estava a ser vivida no Oriente. “Este risco saltou do fundo da tabela para o topo, com uma subida de mais de 47 pontos percentuais”. É expectativa da Marsh Portugal que, face à experiência negativa vivida durante o último ano, que “este risco se mantenha no radar de preocupações, devendo os gestores de risco acompanhar mais de perto o trabalho que a Organização Mundial de Saúde desenvolve”.

Face ao efeito da crise sanitária, a consultora global de risco avaliou o impacto que a pandemia está a ter nos negócios, quais as principais áreas da empresa que foram afetadas e se, de alguma forma, esta pandemia influenciou a implementação de políticas ambientais. Dois terços das auscultadas (67% da amostra) indicaram que a pandemia teve um efeito negativo nas suas empresas.

Noutro capítulo, o estudo de 2021 analisou a temática da gestão de risco nas empresas nacionais, a importância que lhe é atribuída e verbas orçamentadas para o efeito. A grande maioria (nove em cada 10) atribui elevada ou suficiente importância à gestão de riscos (contra uma em cada 10 no ano 2017). Nos gastos com este fator de resiliência, um terço (35%) afirma que o valor orçamentado para a gestão de riscos aumenta este ano nas suas organizações, porquanto 48% das empresas portuguesas dá elevada importância à gestão de riscos, 42% afirma dar suficiente importância; e, apenas 9% diz que à gestão de riscos nas suas empresas é dada pouca importância.

Em conclusão, a Marsh explica que o cenário de ameaças cibernéticas tem evoluído rapidamente, reforçado pela pandemia, o que leva as empresas a procurarem respostas mais céleres para lidar com estas exposições. “É crucial que garantam formação especializada aos seus colaboradores, para que acompanhem o ritmo atual da digitalização e adaptem as suas operações às novas tecnologias”, sustenta Fernando Chaves, Risk Specialist da Marsh.

Colocando o foco sobre os restantes riscos que constam no Top 5, “a pandemia colocou a saúde física e mental dos colaboradores em destaque nas agendas de gestores e decisores, de forma a que fosse garantida a sua integridade física e bem-estar, sendo cruciais para as organizações, tanto no crescimento de receita, como ao nível reputacional e para a retenção/aquisição de talentos”. Mais amplamente, a instabilidade política ou social contribui para o abrandamento do crescimento económico e, por outro lado, “as empresas não devem perder de vista as ameaças das alterações climáticas.

Eventos de alto impacto, “como se veio a materializar com a pandemia, podem também coincidir com outros riscos impactantes, como eventos climáticos extremos, ou aumentar significativamente a probabilidade de outros riscos acontecerem, como o aumento das ameaças cibernéticas”, salienta a empresa líder na corretagem de seguros e consultoria de riscos.

Durante o webinar, que articulou os dados de âmbito nacional com os do Global Risks Report 2021 divulgado no no âmbito do Fórum Económico Mundial, os especialistas da Marsh Portugal focaram ainda os riscos silenciosos (blind risks), que surgem no fundo da tabela, como sendo os menos percecionados. Entre estes, globalmente, emergem os que concorrem para eventual “fracasso na ação climática”, a desilusão generalizada dos jovens, a erosão da coesão social e, a merecer atenção especial, os relacionados com a saúde mental.

Perspetivando o longo prazo, a 10 anos, os intervenientes do encontro virtual coincidiram que as ameaças decorrentes das alterações climáticas e a cibersegurança deverão perdurar no topo dos riscos.

A Marsh considera que uma das palavras para definir 2021 possa ser “resiliência”. As organizações que apostam numa “gestão de riscos eficiente serão, também, as mais resilientes para fazer face aos desafios que atravessamos”, remata a companhia do grupo MMC.

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Mais de um quarto das famílias portuguesas perdeu 25% ou mais rendimentos durante a pandemia

Duas em cada três famílias têm dificuldades financeiras. Apenas 31% tem algum conforto. Algarve tem maior percentagem de famílias que perderam 25% ou mais dos rendimentos.

Mais de metade das famílias portuguesas (52%) perderam rendimentos durante a pandemia de Covid-19 e, cerca de uma em cada quatro (27%) reportaram perdas de 25% ou mais, de acordo com o novo barómetro da Deco, divulgado esta quinta-feira, em comunicado.

O estudo, que foi realizado inquirindo 4.690 agregados familiares, indica ainda que “duas em três famílias portuguesas enfrentam dificuldades para suportar os custos inerentes ao dia-a-dia“. De acordo com a nota divulgada, “a necessidade de equipamento para as aulas a partir de casa é a explicação lógica para o acréscimo de dificuldade em honrar as despesas de educação” no ano passado.

As despesas que estas famílias têm mais dificuldades de suportar são as despesas relacionadas com automóvel, manutenção da casa, cuidados dentários. Também é difícil suportar os custos de óculos e aparelhos auditivos e também de férias.

Pelo contrário, 31% dos agregados têm “conforto financeiro”, mostrando facilidade em pagar as suas contas, “mas não mais do que isso”, indica a organização de defesa do consumidor.

“As duras decisões políticas sobre a atividade económica, com maior peso em determinados setores, arrastaram milhares de portugueses para um limite da sua capacidade financeira, situação apenas atenuada pelos apoios do Estado como por exemplo as moratórias ou os regimes de lay-off”, lê-se no comunicado.

Segundo o índice da Deco (de 0 a 100), Portugal tem 47,4, o que situa o país na zona das dificuldades financeiras (de 31,6 a 52,3). Portugal fica, assim, abaixo de todos os países analisados pela organização. Bélgica teve o valor mais alto (56,1), seguido de Espanha (52,5) e Itália (48,9).

Famílias algarvias perderam mais rendimentos

A nível regional, foi o Algarve onde uma maior percentagem das famílias (46%) disse ter perdido 25% ou mais dos rendimentos. Esta região foi bastante afetada pela falta de turistas devido às restrições de viagens, quer durante o verão, quer no resto do ano. Logo a seguir ao Algarve, encontra-se a Madeira (41%), região também muito dependente do turismo.

Pelo contrário, foi nos Açores que as famílias menos declararam perda de 25% ou mais de rendimentos (17%).

É também no Algarve que as famílias têm mais dificuldades financeiras. Segundo o barómetro da Deco, 73% das famílias algarvias passa dificuldades e 8% está mesmo em situação crítica (pobreza).

No sentido inverso, é na Madeira que há menos famílias em dificuldades financeiras (59%). No entanto, a percentagem de famílias com conforto financeiro é a mesma que em Lisboa e Vale do Tejo (34%), isto porque na Madeira há uma maior percentagem de famílias em situação crítica (7% face aos 5% de Lisboa).

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Portugal é dos países mais dependentes das trocas comerciais intra-UE

Portugal está entre os países mais dependente das trocas comerciais realizadas dentro do mercado único europeu. O país com a mais dependência é o Luxemburgo.

Portugal encontra-se entre os países da União Europeia mais dependentes das trocas comerciais feitas com outros Estados-membros. Mais de 70% das importações e exportações das empresas portuguesas são para o mercado europeu, acima da média europeia que se situa perto de 60%, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat.

A maioria dos Estados-membros da União Europeia tem no mercado interno o maior destino das suas exportações e origem das suas importações. Há apenas dois casos em que essas percentagens não superam os 50%: é o caso do Chipre, que importa mais de 50% da UE mas exporta pouco para os Estados-membros, e da Irlanda, por questões geográficas, dado que o seu principal parceiro comercial é o Reino Unido, o qual já não faz parte da União.

Comércio de bens dentro e fora da UE

O Eurostat explica isso mesmo: a variedade de dependência das trocas comerciais intra-UE “reflete até certo ponto as ligações históricas e a localização geográfica”. Estes são fatores que também explicam a dependência de Portugal e de outros países ao mercado interno, como é o caso do Luxemburgo — onde quase 90% das importações e exportações são dentro da UE –, entre outros.

Outra curiosidade destes dados é que a Holanda continua a ser a “porta de entrada” dos bens da União Europeia, importando uma grande parte dos bens de países terceiros que depois são canalizados para os países europeus. Tal acontece pela importância histórica dos portos holandeses como o de Hamburgo.

Pandemia afetou significativamente o comércio internacional

Nesta publicação o Eurostat faz um balanço do ano de 2020 no comércio internacional e a conclusão é inevitável: a pandemia afetou significativamente as trocas comerciais com uma queda de 9,4% das exportações de bens e de 11,6% das importações de bens, em comparação com 2019.

Variação do comércio internacional de bens na UE

Ainda assim, a União Europeia conseguiu aumentar o seu saldo comercial de bens positivo face ao resto do mundo, registando um excedente de 217 mil milhões de euros. Desde 2011, ano em que se registou um pequeno défice, que a UE tem um excedente comercial de bens. O máximo foi alcançado em 2016 com 264 mil milhões de euros.

Na década que acabou, as exportações estiveram a crescer sempre, à exceção de 2020, com as subidas mais significativas a registaram-se nos ano seguintes à crise financeira: 12% em 2011 e 9% em 2012, apesar da crise das dívidas soberanas. O mesmo aconteceu com as importações, ainda que com crescimentos menos ao longo dos últimos dez anos.

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ThinkShield da Lenovo: plataforma de segurança end-to-end

  • Conteúdo Patrocinado
  • 25 Março 2021

Portfólio inovador de ofertas de vanguarda da Lenovo protege as empresas contra os ciberataques mais sofisticados da atualidade, permitindo prevenir, detetar e recuperar de ataques à segurança.

No ano passado, e tendo em conta o papel cada vez mais dominante da transformação digital, era expectável que o aumento do trabalho remoto exigisse que as organizações ajustassem a sua abordagem relativamente às questões de segurança.

Com a rede tradicional a afastar-se repentinamente do ambiente corporativo, o perímetro expandiu-se atualmente para todos os dispositivos conectados remotamente à cloud ou outros equipamentos de trabalho – onde até mesmo dispositivos domésticos inteligentes podem adicionar riscos às redes corporativas conforme os funcionários se conectam a partir de casa.

De facto, ataques abaixo do sistema operacional, onde os hackers se aprofundam na stack de computação à procura de vulnerabilidades, também são um risco crescente. Já em 2019 este tipo de ataques levou uma média 23 dias para serem solucionados, além de terem um custo bastante elevado para as empresas. Mais infraestruturas remotas e em cloud neste “novo normal” também significam que as empresas passam a ter de compreender qual a melhor forma de se manterem protegidas com integrações de serviços de segurança.

Foi neste contexto que, reconhecendo que uma abordagem fragmentada à segurança deixa riscos, a Lenovo desenvolveu uma visão holística da segurança. A plataforma ThinkShield oferece aos clientes o portfólio mais abrangente de ofertas de segurança do setor, uma vez que suporta desde os maiores servidores e clusters de armazenamento da Lenovo até dispositivos móveis e PCs, sendo que abrange, ainda, todo o ciclo de vida de TI, desde o design do sistema até ao final da vida útil – incluindo as melhores práticas do fornecedor da rede de distribuição, monitorização e remediação.

Serviços ThinkShield

O ThinkShield oferece vários serviços (integrados e opcionais) que ajudam todos os utilizadores a prevenir vulnerabilidades de segurança futuras, tudo através de uma base sólida composta por Práticas de Segurança comprovadas para corresponder aos requisitos mais rigorosos:

  • 100% das auditorias CFIUS foram aprovadas sem nenhuma infração;
  • Códigos-fonte armazenados, recolhidos e assinados digitalmente nos EUA;
  • Processos de desenvolvimento de segurança transparentes que são revistos ​​e aprovados pelo governo dos EUA.

Um design confiável que ajuda a garantir que o servidor não introduza vulnerabilidades de segurança a nível de hardware:

  • Segurança integrada baseada em padrões;
  • Ciclo de vida de desenvolvimento de software seguro;
  • Avaliações contínuas de segurança do produto e testes de alcance;
  • Código de firmware não autorizado impedido de iniciar.

E uma rede de distribuição segura que protege os servidores contra a entrada não autorizada em qualquer ponto do processo de produção:

  • Maior nível de segurança alcançado para auditoria da rede de distribuição: C-TPAT Nível 3;
  • Fornecedores confiáveis ​​com avaliações anuais;
  • Unidades produtivas pertencentes e controladas pela Lenovo;
  • Opção para especificar a produção completa nos EUA.

Atualmente, e tendo em conta a preocupação constante com a segurança do dispositivo, da identidade, do online e dos dados, a Lenovo disponibiliza, em equipamentos como o ThinkPad X1 Carbon (9.ª geração) e X1 Yoga (6.ª geração), um conjunto atualizado de soluções ThinkShield.

Um exemplo é o leitor de impressões digitais ultra seguro que está integrado no botão para ligar/desligar para que seja possível iniciar sessão e proceder ao arranque instantaneamente – o facto de bloquear automaticamente ao detetar presença humana quando o utilizador se afasta e, a par da câmara IV opcional, permitir iniciar sessão sem intervenção mesmo a partir do estado hibernado. Além disso, ao selecionar o painel de visualização PrivacyGuard, é possível assegurar que os olhares indiscretos não conseguem ver o que está no ecrã.

Por fim, além destas soluções, a Lenovo recomenda o Windows 10 Pro para empresas, uma vez que estes dispositivos oferecem funcionalidades avançadas, desde mais ferramentas de segurança, controlo melhorado e dispositivos robustos e inovadores, ao mesmo tempo que capacitam recursos para que os utilizadores sejam cada vez mais produtivos.

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Depósitos das famílias atingem recorde de 163,8 mil milhões de euros. Aumentaram mil milhões no confinamento

Com os portugueses em confinamento, os depósitos aumentaram para um novo recorde de 163,8 mil milhões de euros. O anterior máximo era de 162,8 mil milhões de euros.

A pandemia tem vindo a engordar as poupanças dos portugueses. Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal vieram comprovar isso mesmo, mostrando que no segundo mês do ano, marcado por um novo confinamento generalizado da população, o montante depositado nos bancos voltou a aumentar, “engordando” em cerca de mil milhões de euros. Atingiu um novo recorde nos 163,8 mil milhões de euros.

“Os depósitos de particulares nos bancos residentes atingiram o valor mais elevado de sempre, totalizando 163,8 mil milhões de euros no final de fevereiro“, pode ler-se no comunicado do Banco de Portugal. Comparando com fevereiro do ano passado, a taxa de variação anual é de 8,9%.

Face ao primeiro mês do ano, está em causa um aumento de 956,1 milhões de euros no que toca aos montantes depositados pelas famílias. Subida essa que, ainda assim, é inferior à registada entre dezembro e janeiro (de 981,4 milhões), mês em que os portugueses se viram sujeitos a um novo confinamento. Este valor fica também aquém do acréscimo registado em abril de 2020, mês que se seguiu à imposição do primeiro confinamento, que foi de 2,04 mil milhões de euros.

Ainda assim, fica registado um novo máximo histórico nos valores associados aos depósitos de particulares (163,8 mil milhões de euros). Antes deste, o montante mais elevado tinha sido registado em janeiro deste ano, na ordem dos 162,8 mil milhões de euros. O sucessivo aumento deste indicador pode ser explicado pelo facto das famílias, ao estarem por casa durante estes meses, não terem gastos para além dos habituais. Assim, podem aproveitar para “engordar” as suas poupanças e, eventualmente, guardá-las nos bancos.

Empréstimos às famílias voltam a crescer

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal mostram ainda que os montantes associados aos empréstimos concedidos a famílias e empresas subiram novamente.Em fevereiro de 2021, os empréstimos concedidos pelos bancos a sociedades não financeiras apresentaram uma taxa de variação anual (tva) de 11,2%, mais 1,3 pontos percentuais (pp) do que o observado no mês anterior. Destacou-se a subida dos empréstimos às médias e às pequenas empresas, cujas tva aumentaram 1,5 pp e 1,4 pp, para 7,2% e 15,0%, respetivamente”, revela o Banco de Portugal.

No caso dos empréstimos a particulares, atingiu-se aquele que é o montante mais elevado desde junho de 2015. O montante concedido às famílias através de empréstimos subiu, no mês de fevereiro, para os 121,0 mil milhões de euros, mais 164,9 milhões de euros em comparação com o mês anterior.

A propósito dos empréstimos para habitação, a taxa de variação anual foi de 2,7%, um acréscimo de 0,2 pontos percentuais face a janeiro. Em fevereiro, o montante concedido para esse fim estava fixado nos 95.530,9 milhões de euros. O valor destinado à aplicação em outros fins também subiu nesse mês, para os 6.573,5 milhões de euros.

Porém, à semelhança do que tem sucedido em meses anteriores, os montantes emprestados pelas financeiras para fins de consumo continuam a descer. Em fevereiro, foram concedidos 18.853,7 milhões de euros às famílias para essa finalidade. A taxa de variação anual baixou, aqui, 1,2 pontos percentuais relativamente ao mês anterior, para -1,7%.

(Notícia atualizada às 11h48 com mais informação)

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Avaliação das casas fixa novo recorde de 1.174 euros por metro quadrado

  • ECO
  • 25 Março 2021

Preço médio do metro quadrado das casas atingiu 1.174 euros, um novo máximo histórico. Subiu quatro euros face ao primeiro mês do ano.

A avaliação que é feita pelos bancos às casas na hora de conceder financiamento para a compra voltou a aumentar. Segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no segundo mês do ano, o indicador fixou-se em 1.174 euros por metro quadrado, uma subida de quatro euros em comparação com o mês anterior, atingindo um novo recorde.

“O valor mediano de avaliação bancária foi 1.174 euros em fevereiro de 2021, mais quatro euros que o observado no mês precedente. Em termos homólogos, a taxa de variação situou-se em 5,7% (6,1% em janeiro)”, diz o INE, salientando que “o número de avaliações bancárias consideradas ascendeu a cerca de 23 mil, menos 4,1% que no mesmo período do ano anterior”.

Foi mais um mês de subida no valor a que os bancos avaliam as casas, no âmbito de processos de concessão de financiamento para a compra dos referidos imóveis. O INE explica que “o maior aumento face ao mês anterior registou-se na Região Autónoma da Madeira (2,1%)”, sendo esta uma das que apresenta já uma das avaliações mais elevadas em Portugal.

“A Área Metropolitana de Lisboa, o Algarve e a Região Autónoma da Madeira apresentaram valores de avaliação superiores à mediana do país
(33%, 30% e 2%, respetivamente)”, explica o gabinete de estatísticas. Os preços médio por metro quadrado são de 1.558 euros, 1.522 e 1.192 euros, respetivamente,

Em sentido inverso, a redução mais acentuada “foi observada na Região Autónoma dos Açores (-0,5%)”, não sendo, contudo, esta uma das regiões com avaliações mais baixas. “As regiões da Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela foram as que apresentaram o valor mais baixo em relação à mediana do país (-42%)”, diz o INE.

(Notícia atualizada às 11h22 com mais informação)

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EDP não vai provisionar os 110 milhões do imposto de selo da venda das barragens

A empresa entende que "o imposto do selo não é devido" e como tal "não há razão para ser registada uma provisão", mas não revela se invocou ou não o artigo 60.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais.

Com a polémica sobre a venda das seis barragens do Douro à francesa Engie a subir de tom nos últimos dias entre o Governo e os partidos da oposição e a ganhar novos contornos com a investigação judicial, a EDP vem agora garantir, em declarações ao ECO/Capital Verde, que não planeia registar nas suas contas uma provisão de 110 milhões de euros relativos ao imposto de selo alegadamente em falta.

O ministro das Finanças, João Leão, já confirmou que o negócio está, neste momento, a ser investigado pela Autoridade Tributária, que poderá vir a acionar o mecanismo antifraude, se assim o entender, e pedir à EDP o imposto devido.

A empresa contesta e defende a mesma posição já assumida pelo CEO, Miguel Stilwell d’Andrade, numa audição recente no Parlamento: a venda das barragens, tal como foi feita (por cisão e fusão), está isenta de pagamento do imposto “nos termos da lei e de uma Diretiva Europeia”. Por responder está ainda a questão se a elétrica invocou ou não o artigo 60.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), alterado no Orçamento do Estado para 2020 (OE 2020), para ter isenção de imposto de selo no negócio das barragens do Douro, algo que o Governo já disse no Parlamento que não poderia ter feito.

Em declarações ao ECO/Capital Verde, fonte oficial da empresa disse sobre o parecer intermédio da APA, que quis pôr travão ao negócio, que “a EDP colaborou em todos os pedidos de informação e esclarecimento que lhe foram feitos ao longo do processo e a APA deu a sua aprovação em novembro de 2020 após decorridos mais de dez meses de análise”.

A EDP vai provisionar os 110 milhões de imposto de selo relativo à venda das seis barragens do Douro, que poderá ter de vir a pagar se a AT assim o entender?

Como referimos, o imposto do selo não é devido, nos termos da lei e de uma Diretiva Europeia. Como tal, não há razão para ser registada uma provisão. As contas da EDP são públicas e auditadas.

Se for essa a decisão da AT, vão contestar?

A EDP fará a avaliação que for adequada, se e quando for necessário. A nossa certeza é de que a EDP cumpre todas as obrigações tributárias, neste processo e em todos.

Que lei e que artigo invocou a EDP para não pagar imposto de selo na venda das barragens?

Cabe à Autoridade Tributária avaliar essa matéria. Conforme referido anteriormente, a EDP está a cumprir todas as obrigações tributárias e entende que a operação não está sujeita a imposto por não incidência do imposto do selo à operação.

Sobre o parecer da APA de 30 de julho de 2020, que desaconselhava na altura a venda das barragens: todas as questões/entraves levantados pela APA naquele parecer foram resolvidas entre julho e dezembro, por forma a ser possível uma luz verde ao negócio? Que medidas foram tomadas pela EDP para as resolver?

Os esclarecimentos sobre esse tema deverão ser prestados pela própria APA. A EDP colaborou em todos os pedidos de informação e esclarecimento que lhe foram feitos ao longo do processo e a APA deu a sua aprovação em novembro de 2020 após decorridos mais de dez meses de análise.

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H&M, Nike e Adidas sob pressão na China por terem condenado violações de direitos humanos em Xinjiang

Várias marcas, entre as quais H&M, Nike e Adidas, viram-se envolvidas em campanhas de boicote na China por terem publicamente condenado as violações do regime de Xi Jinping sobre a minoria uígur.

Marcas como a H&M, Nike e Adidas estão debaixo de fogo na China, depois de terem expressado preocupação face às violações de direitos do regime de Xi Jinping sobre a minoria muçulmana uígur, na região de Xinjiang. A informação é avançada pela Reuters.

Recentemente, União Europeia, EUA, Reino Unido e Canadá aplicaram sanções sobre responsáveis chineses e a China retaliou com sanções contra eurodeputados, académicos e várias instituições. Mas, esta semana, a imprensa estatal chinesa destacou também declarações da H&M, proferidas no ano passado, em que a marca expressava preocupação face às acusações de trabalho forçado naquela região.

O caso espoletou uma onda de protestos e de críticas contra a H&M nas redes sociais, que contagiou outras marcas. A Nike, que também expressou preocupação face às violações dos direitos humanos na China, acabou por ver-se envolvida, também, numa campanha de boicote que ameaça pressionar o negócio naquele mercado asiático.

A China tem sucessivamente garantido que são falsas as acusações internacionais de que há violações dos direitos humanos na região de Xinjiang. Mas diversas investigações promovidas pela imprensa e alertas de organizações pelos direitos humanos têm exposto os “campos de reeducação” em Xinjiang, autênticas prisões onde uígures são mantidos contra a sua vontade, expropriados das suas ideologias e obrigados a trabalhar à força.

Segundo a Reuters, muitos utilizadores na China têm reagido às “preocupações” das marcas com ameaças de boicote, que estarão a ser alimentadas também pelo regime. Vários afirmam que vão parar de adquirir produtos da Nike e outros apelaram à Adidas para que saia do mercado chinês. O jornal estatal People’s Daily terá criado uma campanha de apoio ao algodão produzido em Xinjiang e que já acumula 2,2 milhões de “gostos” na rede social Weibo, aplicação chinesa semelhante ao Twitter.

A agência sublinha também que, de acordo com um tabloide chinês, o grupo espanhol Inditex, dono da Zara, “apagou subtilmente” do seu site uma declaração sobre não usar algodão produzido em Xinjiang nos seus produtos.

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