Ex-CEO Paulo Neto Leite fica na Groundforce como não executivo

Não foi conseguido um acordo entre empresa e Paulo Neto Leite, sendo que a indemnização terá sido um entrave. O gestor abandona já a comissão executiva, mas mantém-se no conselho de administração.

Paulo Neto Leite deixou de ser CEO da Groundforce, mas continua ligado à empresa como administrador não executivo, sabe o ECO. A situação deverá manter-se pelo menos até que seja marcada uma assembleia geral de acionistas, sendo que principal acionista pretende que a saída seja com justificação e sem direito a indemnização.

O conselho de administração decidiu, esta segunda-feira de forma unânime, destituir Paulo Neto Leite das funções de CEO, apontando ações que apelida de “quebra de confiança” e uma “violação grave dos deveres de lealdade”. Os acionistas entenderam que “a confiança no até aqui CEO foi ferida de morte” e que este não tinha condições para “conduzir os negócios sociais da empresa ou para se envolver na procura de soluções sustentáveis para a Groundforce”.

A destituição teve efeitos imediatos como o próprio confirmou numa comunicação aos trabalhadores da empresa de handling. “Nunca tomei uma decisão que me proteja, favoreça ou vá contra as minhas convicções”, garantiu Paulo Neto Leite, dizendo-se “preparado para suportar as consequências” das suas decisões. A empresa não especificou quais as razões para o despedimento, mas o gestor sinalizou que esteve relacionado com a posição que tomou durante o período de atraso nos salários.

“Isto não é uma mensagem de despedida. É apenas um até já, que saberia que teria que escrever quando tomei a decisão de possibilitar que os nossos trabalhadores recebessem os seus salários“, disse numa outra mensagem dirigida apenas aos diretores da empresa. A decisão a que se refere foi o anúncio de que a empresa iria pagar parte dos salários (500 euros a cada pessoa), entregando dinheiro recebido da Segurança Social ao abrigo do lay-off.

Não é clara razão para o desentendimento nessa altura, mas a comunicação foi feita pelo gestor (que não se tinha pronunciado até então sobre os atrasos nos salários) diretamente ao Expresso e só mais tarde confirmada por Casimiro. “Consciente das implicações das decisões que tomei, saberia que este dia iria chegar. Fiz tudo o que a minha consciência e os meus princípios me obrigaram e não me arrependo de um segundo sequer”, garante Paulo Neto Leite.

No entanto, o ECO sabe que a saída resulta de uma série de fatores, incluindo a possibilidade de um management buyout, no qual o ex-CEO ficasse com a participação detida atualmente pelo acionista privado Pasogal, que foi levantada publicamente e que nunca foi negada pelo próprio. A situação levou a mal-estar especialmente entre Paulo Neto Leite e Alfredo Casimiro (dono da Pasogal que detém 50,1% da Groundforce), mas também a TAP (o outro acionista com os restantes 49,9%) votou a favor da destituição.

"É tempo de construir a solução de futuro para a nossa empresa que passa por garantir o aval do Estado para o financiamento necessário para a nossa continuidade.”

Paulo Neto Leite

Ex-CEO da Groundforce

Não foi conseguido um acordo entre a empresa e Paulo Neto Leite, sendo que a questão da indemnização terá sido um dos entraves já que o acionista privado considera que há justa causa para o despedimento e não haverá lugar a indemnização, segundo apurou o ECO junto de duas fontes ligadas à empresa. Nenhum dos intervenientes respondeu às questões do ECO sobre o assunto.

Assim, o gestor abandona já a comissão executiva, mas mantém-se no conselho de administração como não executivo. Apesar de o mandato terminar apenas no fim do ano, o objetivo será marcar assim que possível uma assembleia geral para mudar a composição dos órgãos sociais e efetivar a saída de Paulo Neto Leite também do conselho de administração.

O próprio sinaliza nas duas cartas que enviou que irá manter-se ligado à empresa. “É um momento de garantir que estamos preparados para o futuro e para garantir a sustentabilidade da nossa empresa. Será por isso que continuarei a lutar todos os dias, como tenho feito até ao momento, agora noutro papel”, disse aos trabalhadores. Acrescentou, aos diretores, que “é tempo de construir a solução de futuro para a nossa empresa que passa por garantir o aval do Estado para o financiamento necessário para a nossa continuidade”.

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Fusão Unicaja-Liberbank mexe com quatro seguradoras

  • ECO Seguros
  • 6 Abril 2021

Duas seguradoras têm relação comercial com um dos bancos, enquanto outras duas companhias vão além dos acordos de distribuição, num caso como acionista e, noutro ainda, como participada dos bancos.

A fusão Unicaja-Liberbank, operação de absorção aprovada no último dia de março pelos acionistas das duas entidades espanholas, deverá alterar a relação da nova entidade com, pelo menos, quatro seguradoras, sobretudo em negócios no ramo Vida.

A reorganização do negócio segurador da entidade emergente – que, a partir de julho, começa a operar como um banco único, em termos jurídicos -, envolverá negociação sobre o futuro da distribuição de seguros e dos acordos de banca seguros que existiam antes da fusão.

Entre as seguradoras envolvidas, a Santalucía é parceira de bancassurance (e acionista) do Unicaja, enquanto a Aegon tem acordo comercial com o Liberbank e a Caser é contratante (e participada pelos dois bancos, Unicaja e Liberbank) no ramo não Vida. A equação acrescenta ainda a Mapfre que, tendo sido parceira do desaparecido Banco Castilla-La Mancha (entretanto absorvido pelo Liberbank), tornou-se parceiro do agora absorvido pelo Unicaja.

A necessidade de renegociar as relações nos seguros é conhecida desde outubro de 2020, quando as administrações das duas entidades acordaram a operação que conduz à integração do Liberbank no Unicaja Banco.

A fusão (por absorção) acaba de obter luz verde dos acionistas dos dois lados e vai criar o quinto maior banco espanhol, representado por 113 mil milhões de euros em ativos. A combinação supôs custo estimado de 1,2 mil milhões de euros e a entidade resultante da fusão terá poupanças anuais estimadas em 192 milhões de euros.

Com uma carteira com 4,5 milhões de clientes, o banco emergente da fusão será líder em cerca de um terço das 17 comunidades autónomas de Espanha.

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Família Queiroz Pereira sobe preço da OPA sobre a Semapa para 12,17 euros

A revisão em alta, para 12,17 euros por ação, acontece após uma reação negativa do mercado e apesar de a gestão ter considerado o preço oportuno.

A Sodim, holding da família Queiroz Pereira, subiu o preço da oferta pública de aquisição (OPA) que lançou sobre a Semapa. A revisão em alta, para 12,17 euros por ação, acontece após uma reação negativa do mercado e apesar de a gestão ter considerado o preço oportuno.

“Vem o oferente comunicar que deliberou, nesta data, proceder ao aumento do montante da contrapartida oferecida, no âmbito dessa oferta de 11,40 euros por ação para 12,17 euros por ação, representado um aumento de 6,8% face ao valor da contrapartida inicialmente oferecida constante do anúncio preliminar“, anunciou a Sodim, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O anúncio preliminar da operação geral e voluntária foi feito a 18 de fevereiro. A família Queiroz Pereira, que já controla mais de 73% da cotada, propõe-se assim a pagar 12,17 euros por cada ação da Semapa que ainda não detém e definiu como cláusula de sucesso a aquisição de 90% dos direitos de voto. O novo valor representa um prémio de 28,1% face à última cotação de fecho das ações em bolsa antes do anúncio ou um prémio de 46,5% face ao preço médio dos seis meses anteriores.

Analistas e investidores já tinham sinalizado considerar o preço baixo, refletindo essa convicção no desempenho da empresa em bolsa. Logo na sessão seguinte ao anúncio a cotação disparou e, desde então, já ganhou quase 26%, tendo fechado a sessão desta terça-feira nos 11,96 euros. Já o Conselho de Administração considerou a OPA “oportuna” e as condições “adequadas”.

Se a Sodim comprar os mais de 22,8 milhões de títulos que são objeto da oferta a 12,17 euros cada, a OPA irá implicar um investimento da holding da família Queiroz Pereira de cerca de 277,5 milhões de euros (mais 17,5 milhões do que inicialmente previsto). No anúncio preliminar, a Sodim frisa que é sua intenção, “independentemente dos resultados da OPA, dar continuidade à atividade empresarial da Semapa e das sociedades por ela controladas em moldes similares aos que têm vindo a ser por estas desenvolvidos”, mas poderá vir a tirar a empresa da bolsa.

Se vier a deter pelo menos 90% dos direitos de voto da Semapa e, simultaneamente, adquirir, pelo menos, 90% das 22.831.666 ações da Semapa que são objeto da OPA, a Sodim irá recorrer ao mecanismo de aquisição potestativa das ações que permanecerem na titularidade de outros acionistas (“squeeze-out”).

Contudo, se não adquirir pelo menos 90% das ações que são objeto da OPA mas vier a deter pelo menos 90% dos direitos de voto da Semapa, irá promover a perda de qualidade de sociedade aberta da Semapa e saída de bolsa e, posteriormente, ponderará então se irá proceder a uma aquisição potestativa das ações da Semapa que permanecerem na titularidade de outros acionistas.

A Semapa, que controla a papeleira Navigator e a cimenteira Secil, tem como CEO João Castello Branco e como chairman José Antônio Fay. A empresa fechou o ano passado com um lucro de 106,6 milhões de euros, o equivalente a uma descida de 14,1% face aos 124,1 milhões de euros observados em 2019 tendo anunciado também esta terça-feira ao mercado que pretende distribuir dividendos no valor de 51 cêntimos por ação.

(Notícia atualizada às 19h50)

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Nuno Rodrigues dirige Riscos Patrimoniais e Engenharia na MDS Portugal

  • ECO Seguros
  • 6 Abril 2021

Antes de ingressar na MDS, o especialista de risco era responsável pelo departamento de Corporate, Property and Engineering da Generali, onde acumulou 13 anos de experiência.

A contratação de Nuno Rodrigues enquadra-se no objetivo de “potenciar competências técnicas na consultoria de seguros e riscos com quadros de referência do setor”, explica o grupo MDS em comunicado.

Nuno Rodrigues, diretor de Riscos Patrimoniais e Engenharia da MDS: “A minha missão será ajudar os nossos clientes na definição e implementação dos seus programas de seguros”.

Contratado para Diretor de Riscos Patrimoniais e Engenharias, Nuno Rodrigues é especialista em gestão e colocação de riscos, contando com cerca de duas décadas de experiência, repartidas entre Portugal e o Reino Unido, boa parte do tempo ao serviço do grupo segurador Generali.

Antes de ingressar na MDS era responsável pelo departamento de Corporate, Property and Engineering da Generali, onde desempenhava funções de department manager há 13 anos.

Mário Vinhas, COO da MDS Portugal, realça que “a MDS é hoje uma empresa de consultoria de riscos e de seguros, disponibilizando serviços únicos de elevado valor para os clientes. A contratação do Nuno constitui mais um reforço das nossas competências técnicas nas áreas de Riscos Patrimoniais, Engenharias e elaboração de Programas globais de seguros, estando alinhada com a nossa estratégia de negócio, que pretende apostar num serviço ímpar para potenciar a nossa posição de liderança no mercado português”.

Ser líder em Portugal, sendo também corretor Lloyd’s e distinguindo-se pela consultoria prestada aos seus clientes nos muitos países onde está presente, tornam a MDS “uma empresa atrativa para qualquer profissional do sector segurador desenvolver a sua carreira, pelo que não poderia perder esta oportunidade”, assume Nuno Rodrigues, citado num comunicado da MDS.

Licenciado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, o novo Diretor de Riscos Patrimoniais e Engenharias da MDS está a concluir uma Pós-graduação em Gestão de Empresas no IDEFE – ISEG Lisbon school of Economics and Management e possui a acreditação de Chartered Risk Surveyor pela Associação Portuguesa de Seguradores. Durante a sua carreira conta com diversos cursos de especialização, nomeadamente em Gestão de Risco, Resseguro, Análise de Risco, Riscos Ambientais, Gestão de Seguros Patrimoniais, bem como o Certificado de nível 3 em Seguros pelo The Chartered Insurance Institute do Reino Unido.

“A minha missão será ajudar os nossos clientes na definição e implementação dos seus programas de seguros, integrando uma equipa experiente, com provas dadas, e uma empresa que ambiciona fazer melhor todos os dias e reforçar ainda mais a sua liderança e reconhecimento dos clientes”, acrescentou o novo Diretor de Riscos Patrimoniais e Engenharia do MDS Group.

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Reino Unido: Milhares de negócios fechados na pandemia esperam pagamento das seguradoras

  • ECO Seguros
  • 6 Abril 2021

Dois meses após sentença do Tribunal Supremo, dados da FCA mostram que muitas seguradoras ainda não resolveram pagar as indemnizações devidas pela suspensão de atividade causada por Covid-19.

Apesar do veredicto do Tribunal Supremo, que validou a eficácia das coberturas relativas ao fecho de negócios (BI-Business Interruption) por causa da pandemia (Covid-19) no Reino Unido, milhares de empresas britânicas aguardam ainda pelos pagamentos das seguradoras.

Dados da Financial Conduct Authority (FCA) – que mantém atualizações sobre a evolução do “Test Case” (processo piloto entregue aos tribunais em julho de 2020, requerendo clarificação para dirimir o litígio entre seguradores e tomadores de seguros sobre interpretação de cláusulas dos contratos de seguro, sobretudo de PME -, indicam que perto de 18,4 mil empresas esperam ainda pagamentos das seguradoras.

Após atualização da informação remetida pelos seguradores à FCA, pelo menos 10.207, de um total de 21.140 apólices até agora consideradas enquadradas com a tipificação Business Interruption (BI) e validadas pelas companhias seguradoras, receberam 279,8 milhões de libras esterlinas em volume agregado de pagamentos (incluindo adiantamentos preliminares).

Os dados disponibilizados pela FCA resultam de respostas das seguradoras a uma carta do organismo de Supervisão, datada de 22 de janeiro, e à (pouca) informação remetida pelas companhias de seguro até 12 de março passado. Após este último inquérito, a autoridade britânica publicou uma lista identificando numerosas seguradoras impactadas pelo processo judicial e, do outro lado, um total de 200 mil tomadores de seguros, cujas apólices terão de ser consideradas caso a caso. Muitas seguradoras não deram qualquer resposta ao inquérito.

Entretanto, segundo a imprensa britânica, companhias como a MS Amlin Insurance SE e a MS Amlin Underwriting Ltd, com carteira combinada de 4.000 reclamações pendentes de resolver, não tinham ainda validado qualquer sinistro até 22 de fevereiro. Já a Hiscox, que teria validado e pago adiantamentos por 24 processos de um total de superior a 4,2 mil participações BI, decidiu que muitos sinistros não eram elegíveis para receberem qualquer indemnização.

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PS acusa PSD de “ataque calunioso e mentiroso” ao Governo sobre barragens

  • Lusa
  • 6 Abril 2021

O deputado socialista João Paulo Correia acusou o PSD de ceder ao "populismo e irresponsabilidade" no caso da venda das barragens pela EDP à Engie.

O PS acusou esta terça-feira o PSD de fazer um “ataque calunioso e mentiroso” nas redes sociais ao Governo e ao primeiro-ministro a propósito da venda de barragens pela EDP, considerando que os sociais-democratas cederam ao “populismo e irresponsabilidade”.

Em causa está uma publicação na conta oficial do PSD nas redes sociais, divulgada na segunda-feira à noite, com uma montagem onde o primeiro-ministro surge ao lado de um quadro preto onde se lê: “Manual. Como fugir a 110 milhões de euros de impostos. Patrocinado por António Costa e EDP”.

A publicação vai mudando as mensagens no quadro entre seis lições, sendo a “lição número um”: “Pedes aos amigos do Governo para alterarem a lei, conforme te der mais jeito”.

“O PS condena o ataque calunioso e mentiroso que o PSD tem dirigido nas redes sociais ao Governo e ao primeiro-ministro a propósito da venda de seis barragens entre EDP e Engie”, afirmou hoje o deputado e vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia, em declarações aos jornalistas no parlamento.

O dirigente socialista recordou que o primeiro-ministro já se pronunciou, no parlamento, há cerca de duas semanas sobre este negócio e classificou-o como “no mínimo criativo”, dizendo que ficaria perplexo se a Autoridade Tributária (AT) não o estivesse já a investigar.

“É falso que a lei [do estatuto dos benefícios fiscais] tenha sido alterada para acomodar este negócio da venda das seis barragens”, acrescentou João Paulo Correia, salientando que o PS se tem referido ao negócio como “complexo e criativo” e defendido que se a AT “comprovar que houve planeamento fiscal agressivo e abusivo”, a EDP e a Engie terão de pagar “os impostos devidos ao Estado”.

O deputado acusou ainda o PSD de ter cedido “à irresponsabilidade, ao extremismo e ao populismo” e defendeu que “em política não vale tudo”.

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Semapa propõe pagamento de 51 cêntimos por ação

  • Lusa
  • 6 Abril 2021

Na assembleia geral, marcada para 30 de abril, os acionistas da Semapa vão votar o pagamento de dividendos no valor total de cerca de 40,9 milhões de euros.

A Semapa vai votar, em assembleia-geral, no dia 30 de abril, a proposta de pagamento de dividendos no valor de 51 cêntimos por ação, foi esta terça-feira comunicado ao mercado.

De acordo com um comunicado remetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os acionistas da Semapa vão votar, na assembleia-geral, a proposta de aplicação de resultados, que prevê que do lucro de 106.588.079,31 euros, apurado em 2020, 40.893.118,98 sejam destinados ao pagamento de dividendos, o que se traduz em 0,512 euros por ação, e 65.694.960,33 euros transferidos para as reservas livres.

No entanto, o montante global destinado ao pagamento de dividendos, conforme ressalvou a empresa, pode ser ajustado, embora o valor a pagar por ação seja fixo.

“Excluindo as ações próprias em carteira, para o efeito foram consideradas 1.400.627 ações próprias”, indicou a Semapa, explicando que se esse valor for alterado, o valor será ajustado.

Os acionistas vão ainda votar as contas individuais e consolidadas das empresas e proceder à apreciação geral da administração e fiscalização da sociedade.

Em cima da mesa estará também a proposta de política de remuneração dos órgãos sociais e a deliberação sobre a compra e venda de ações e obrigações próprias.

Na sessão desta terça-feira da bolsa, as ações da Semapa subiram 1,18% para 11,96 euros.

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Eni anuncia nova descoberta de petróleo angolano

  • Lusa
  • 6 Abril 2021

O novo poço, em águas profundas, tem reservas estimadas de 200 a 250 milhões de barris de petróleo. Ao mesmo tempo, a empresa anunciou que prevê investir 5,9 mil milhões de euros em Angola.

A petrolífera italiana Eni anunciou esta terça-feira a descoberta de um novo poço de petróleo leve em águas profundas no Bloco 15/06, estimando reservas entre 200 e 250 milhões de barris de petróleo no local.

“A Eni fez uma nova descoberta de petróleo leve no Bloco 15/06, em águas profundas do ‘offshore’ [ao largo da costa] angolano. O poço foi perfurado no prospeto de exploração de Cuica, na Área de Desenvolvimento de Cabaça”, referiu a petrolífera, numa nota de imprensa.

O poço de Cuica-1 NFW foi perfurado como “poço desviado pela sonda de perfuração Libongos” em águas profundas de 500 metros, tendo alcançado uma profundidade vertical total de 4.100 metros.

“O poço de descoberta vai ser desviado de modo a ser colocado numa posição ideal como poço produtor”, explicou a petrolífera, que apresentou que “os resultados da recolha intensiva de dados indicam uma capacidade de produção estimada em 10.000 barris de petróleo por dia”.

A ENI acrescentou que esta é a segunda “descoberta significativa” de petróleo dentro da Área de Desenvolvimento do campo Cabaça e “confirma o compromisso do grupo empreiteiro do Bloco 15/06 em alavancar quadro jurídico favorável a atividades exploratórias adicionais dentro de Áreas de Desenvolvimento existentes”.

A ENI disse também que o poço de Cuica-1 NFW foi “resultado da estratégia ILX [exploração liderada pelas infraestruturas]”, acrescentando que “a localização da cabeça do poço, intencionalmente colocado próximo das instalações do FPSO [unidade flutuante de produção de petróleo] no Pólo Este, permitirá uma ligação rápida do poço de exploração à produção relevante”.

Depois das descobertas dos poços de Kalimba, Afoxé, Ndungu, Agidigbo, Agogo e dos poços de avaliação realizados entre 2018 e 2020, o poço de Cuica representa a primeira descoberta comercial no Bloco 15/06 desde o reinício das atividades da campanha de exploração – interrompidas devido à pandemia de covid-19.

Angola, conclui-se no comunicado, “desempenha um papel fundamental na estratégia de crescimento orgânico da Eni, presente no país desde 1980”, com uma cota-produção atual de cerca de 120.000 barris de petróleo equivalente por dia.

Além do Bloco 15/06, a Eni opera atualmente na fase de exploração o Bloco 1/14 (‘offshore’ da Bacia do Baixo Congo), e os blocos Cabinda Norte e Cabinda Centro (‘onshore’)”, prevendo aumentar “as suas áreas operadas com o Bloco 28 no ‘offshore’ da Bacia do Namibe”.

ENI prevê investimento em Angola de 5,9 mil milhões de euros nos próximos quatro anos

A ENI, petrolífera italiana, prevê investir sete mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros), nos próximos quatro anos, na pesquisa, produção, refinação e energia solar anunciou esta terça-feira, em Luanda, fonte da multinacional.

A informação foi avançada pelo presidente executivo de Upstream da ENI, Guido Brusco, citado pela agência noticiosa angolana, Angop, no final da audiência que o Presidente angolano, João Lourenço, concedeu ao presidente da comissão executiva da ENI, Claudio Descalzi.

Em declarações à imprensa, Guido Brusco disse que foram analisados os projetos para a produção de gasolina e diesel biológico, projetos que deverão impulsionar a agricultura e reduzir as emissões de carbono.

Segundo o responsável, a província do Namibe, no litoral sul do país, poderá contar dentro de um ano com um projeto de produção de 50 megawatts, para substituir o sistema elétrico a diesel, que permitirá poupar quatro vezes mais do que se gasta atualmente.

Ao chefe de Estado angolano foi igualmente reportado os sucessos alcançados na implementação de vários projetos na área da pesquisa e produção, nos últimos três anos, salientou Guido Brusco.

Na província de Cabinda, Huíla e Namibe, prosseguiu o responsável, estão em curso projetos para facilitar o acesso à água potável e energia elétrica, melhoria dos serviços de saúde, estando previsto o início de um programa de formação de mais de 600 médicos, em Luanda e Cabinda, com o apoio de especialistas italianos e angolanos, que viu o seu arranque afetado pela pandemia da Covid-19.

Ainda no âmbito social, a ENI pretende desenvolver iniciativas de desminagem, acesso à terra e inclusão.

Numa nota de imprensa, a ENI dá conta que o encontro serviu para avaliar os avanços das atividades da empresa em Angola e discutir novas áreas de cooperação, salientando que o Claudio Descalzi apresentou ao chefe de Estado angolano os recentes sucessos da estratégia de exploração da ENI no país, que permitiu descobrir mais de dois mil milhões de barris no Bloco 15/06, desde 2018.

“O Sr. Descalzi também atualizou o Presidente Lourenço sobre o novo consórcio de gás que permitirá desenvolver e monetizar campos de gás não associados, aumentando a capacidade de Angola produzir GNL [Gás Natural Liquefeito] e disponibilidade de gás nacional para o desenvolvimento industrial do país”, refere-se na nota.

A ENI está presente em Angola desde 1980, sendo o país lusófono africano fundamental na estratégia de crescimento da petrolífera italiana.

Além do Bloco 15/06, a ENI atualmente opera em fase de exploração o Bloco 1/14 (offshore da Bacia do Baixo Congo), Blocos Cabinda Norte e Cabinda Sul e em breve aumentará as suas áreas operadas com o Bloco 28, na Bacia do Namibe. A ENI Angola é operadora do Bloco 15/06 desde 2006, com uma participação de 36,84%, sendo os outros parceiros a Sonangol, com 36,84%, e a SSI Fifteen, com 26,32%.

(Notícia atualizada com o investimento em Angola às 21h56)

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85% das pessoas com mais de 80 anos já receberam uma dose da vacina contra a Covid-19

Relatório da vacinação revela que 6% da população portuguesa já recebeu as duas doses da vacina contra a Covid-19. Pessoas com mais de 80 anos são o grupo com maior taxa de vacinação completa.

Mais de 579 mil portugueses já receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19, o correspondente a 6% da população portuguesa, de acordo com o relatório de vacinação revelado esta terça-feira pela Direção-Geral de Saúde. Os dados revelam que 85% das pessoas com mais de 80 anos já receberam pelo menos uma dose da vacina, sendo que 44% já estão completamente imunizados.

No total, há já 1.334.338 pessoas vacinadas com uma dose da vacina (12% da população), das quais 579.069 já têm a vacinação completa (6% da população). Só na última semana, 135.736 portugueses receberam a primeira dose da vacina, enquanto outros 83.652 receberam a segunda dose.

A população com 80 ou mais anos é a que tem maior taxa de vacinação: 576.599 têm já a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus, ou seja, 85% da população desta faixa etária. São 298. 862 as pessoas com mais de 80 anos que já tomaram as duas doses (44%).

No que diz respeito às restantes faixas etárias, até 4 de abril, 237.063 pessoas (15%) com idades entre os 65 anos e os 79 anos, 252.678 pessoas (12%) com idades entre os 50 anos e os 64 anos, 246.159 pessoas (7%) entre os 25 anos e os 49 anos, 21.562 pessoas (3%) entre os 18 anos e os 24 anos e 274 pessoas (0%) com até 17 anos já tinham recebido também a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

Na semana passada, o coordenador da task force tinha antecipado, numa audição no Parlamento, que a previsão, se tudo “correr bem”, era ter até ao final desta semana, 94% dos maiores de 80 anos e 77% das pessoas dos 50 aos 80 anos com comorbilidades tipo 2 com pelo menos uma dose da vacina tomada. Ao mesmo tempo, o vice-almirante adiantou que a expectativa é que a primeira fase de vacinação esteja concluída até 11 de abril.

Em termos geográficos, o Alentejo e o Centro são as regiões do país com maior percentagem de vacinação, em primeira e segundas doses. No que toca à primeira dose, ambas as regiões têm 17% da população vacinada, sendo que nas segundas doses esta percentagem cai para 9% no Alentejo e 8% no Centro. No total, já foram administradas 123.627 vacinas no Alentejo e 404.406 no Centro.

Não obstante, em termos absolutos, o Norte continua a ser a região com mais pessoas vacinadas (626.873) até ao momento, seguida por Lisboa e Vale do Tejo, com 605.758 vacinas administradas. Nestas zonas, há já 12% da população com uma dose da vacina e 5% com a vacinação completa.

Quanto ao Algarve, já foram administradas 71.744 doses, o que significa que 11% da população já recebeu a primeira dose e 5% já tem a vacinação completa. No que diz respeito às regiões autónomas, os Açores contabilizam 30.011 doses administradas, enquanto a Madeira conta com 48.501 doses.

No relatório semanal divulgado esta terça-feira, a DGS dá ainda conta de que Portugal ultrapassou pela primeira vez a fasquia dos dois milhões de doses contra a Covid-19 recebidas (2.344.530), tendo sido distribuídas 1.996.561.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h54)

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Departamento de risco “não tem de impor travões” mas reportar, diz ex-diretor do BES

  • Lusa
  • 6 Abril 2021

Ex-diretor de risco Carlos Calvário disse que era a sua função, "efetivamente, reportá-los, indicá-los", e afirmou que "certamente" terá "expressado, provavelmente, nalgum sítio" as suas preocupações.

O antigo diretor de risco do Banco Espírito Santo (BES) Carlos Calvário disse no parlamento que esse departamento “não tem que impor travões” ao crédito, mas sim reportá-los à administração.

“O diretor do departamento de risco global não tem que impor travões”, mas sim “que os reportar, que os indicar, mas não tem direito de veto”, respondeu ao deputado Miguel Matos (PS) durante a sua audição na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

Carlos Calvário disse que era a sua função, “efetivamente, reportá-los, indicá-los”, acrescentando que “certamente” terá “expressado, provavelmente, nalgum sítio” as suas preocupações.

“O departamento de risco global podia e devia emitir ratings e pareceres sobre as operações que lhe eram colocadas, e sobre essas emitia a sua opinião sem ser alguma vez pressionado ou limitado nas suas funções”, disse.

No entanto, “a decisão de concessão de créditos pertencia ao comité financeiro e de crédito, à comissão executiva e ao conselho de administração“, disse.

O antigo responsável do BES adiantou ainda “havia um comité de riscos mensal em que todas essas questões eram analisadas”, em sessões “muito abertas” com “30 ou 40 pessoas presentes”.

Questionado pelo deputado socialista se alguma vez comunicou aos seus superiores José Maria Ricciardi ou Ricardo Salgado o “excesso de riscos ou atribuições de crédito ‘à Lagardère'”, Carlos Calvário remeteu para os registos oficiais.

“Se constavam dos mapas dos grandes riscos, se eram reportados pelo Banco de Portugal, se eram analisados no comité de risco, se todas as operações a partir de certo montante ou com ausência de rating eram aprovadas em conselho financeiro de crédito com a presença da administração ou ratificadas em comissão executiva”, com todos os membros, mensalmente, “eu creio que a resposta estará dada”, referiu Carlos Calvário, afirmando a comunicação dos riscos.

Anteriormente, o deputado João Cotrim Figueiredo (IL) já tinha questionado se tinha sido evidente que havia “ativos que não estavam contabilizados” na relação do banco com a Espírito Santo International (ESI).

“Surgiu eventualmente a possibilidade que para além da dívida efetivamente não reconhecida, que pudesse haver outros ativos não reconhecidos”, admitiu, tendo tido conhecimento disso e comunicado a discrepância na identificação de dívida à sua administração, bem como ao Banco de Portugal e aos auditores PwC e KPMG.

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Saiba se os seus dados foram “apanhados” na fuga de informação do Facebook

Uma base de dados com informação de 533 milhões de contas do Facebook surgiu num fórum na internet. Dados pessoais de mais de dois milhões de portugueses podem estar comprometidos.

Alguns dos seus dados pessoais podem ter sido comprometidos, incluindo nome, data de nascimento, email, número de telemóvel, localização geográfica, ocupação e até estado civil. Uma fuga de informação do Facebook levou a que uma base de dados com informação de 533 milhões de contas de 103 países fosse posta à venda na internet, podendo abranger mais de dois milhões de utilizadores da rede social em Portugal.

A informação foi publicada num fórum de hacking às 9h22 de sábado, 3 de abril. Para se ter a noção da dimensão da fuga, a base de dados completa tem 77,2 GB de informação e pode ser descarregada por qualquer pessoa a preço de chuva: ao que o ECO apurou, o download custa oito créditos, a moeda virtual do referido fórum, sendo possível adquirir 30 créditos por apenas oito euros, o mínimo a pagar em troca da informação.

Este tipo de bases de dados costuma surgir à venda em sites na dark web, visto como o “mercado negro” da internet. No entanto, esta fuga em particular ganhou expressão no fim de semana pela facilidade com que se pode aceder à informação: nem sequer é na dark web; a informação está praticamente pública, à vista de qualquer pessoa com noções básicas de pesquisa. Tendo a ligação para o referido fórum (que o ECO não partilha para não endossar estas práticas potencialmente criminosas), basta gastar cinco minutos a criar uma conta e a comprar os referidos créditos.

Felizmente, há formas mais fáceis de saber se os seus dados também foram expostos nesta fuga de informação. Uma delas é através da plataforma Have I Been Pwned, criada e mantida pelo diretor regional da Microsoft na Austrália, Troy Hunt. O serviço está bem estabelecido há anos e tem agregado as bases de dados de grandes fugas de informação para centralizar, num único motor de busca, a possibilidade de se saber se os nossos dados pessoais já foram, alguma vez comprometidos.

Na sequência da fuga do Facebook, Troy Hunt decidiu adquirir a base de dados e anunciou, no seu blogue pessoal, que o Have I Been Pwned já possibilita pesquisar por números de telemóvel e emails para se saber se estes dados foram “apanhados” nesta fuga de dados. É uma das opções, sendo também possível que descubra que os seus dados foram “apanhados” numa qualquer outra brecha de segurança (a plataforma explica qual).

Os meus dados estão na fuga do Facebook?

  1. Aceda ao Have I Been Pwned.
  2. Introduza o seu número de telemóvel no formato “+3519XXXXXXXX”
  3. Se surgir o ecrã verde, significa que os seus dados não foram comprometidos. Caso surja o ecrã vermelho e o logótipo do Facebook, significa que os seus dados estão expostos na referida base de dados.
  4. Repita o processo, mas em vez do telemóvel, introduza o seu email.

Os meus dados foram comprometidos. O que fazer?

Se os seus dados foram comprometidos, pode querer alterar as suas palavras-passe, sobretudo a do Facebook, ou usar um gestor de palavras-passe que crie e agregue senhas aleatórias para vários serviços. Um exemplo é o 1Password.

Outra forma de garantir maior segurança é ativando a autenticação a dois passos sempre que possível. Este método de login recorre a dois elementos — uma coisa que sabe e uma coisa que tem — para que possa aceder aos sites em que está registado.

“Uma coisa que sabe” diz respeito à palavra-passe. “Uma coisa que tem” diz respeito ao seu telemóvel. Por outras palavras, quando tem a autenticação a dois passos ativada, quando introduz a palavra-passe para entrar na plataforma, terá de indicar também o código que recebeu no seu telemóvel por SMS (como já acontece nos bancos online).

Dados não são recentes, mas…

O Facebook apressou-se a desvalorizar a fuga de informação. Em várias publicações no Twitter, uma responsável da empresa veio assegurar que a fuga foi detetada e corrigida em 2019 e que o problema está “resolvido”.

Alguns especialistas têm afirmado, também, que a base de dados já circulava há alguns meses no tal “mercado negro” da internet. Ou seja, o mais provável é que estes dados já estejam a ser explorados por cibercriminosos para variados fins.

Entretanto, o autor da publicação no referido fórum atualizou o conteúdo e admite agora que, de facto, os dados remontam a 2019, mas refere que há 113 milhões de emails válidos naquela informação. Mesmo assim, informação como o nome e data de nascimento nunca muda, sendo intemporal.

O que pode acontecer agora?

Fugas de dados não são incomuns, mas esta, do Facebook, tem mais mediatismo devido à sua dimensão. É provável, contudo, que os seus dados já tivessem sido “apanhados” noutras fugas massivas nos últimos anos.

Esta informação é valiosa para hackers, na medida em que pode ser usada para ataques direcionados a pessoas específicas: por exemplo, recorrendo ao número de telemóvel e email, pode ser possível invadir uma conta específica num determinado serviço.

Outro uso para estes dados é o envio de correio eletrónico não solicitado. Uma base de dados com informação geográfica, estado civil e endereços de email é um autêntico maná para marqueteiros e empresas de comunicação. Sobretudo, estando dividida por países de origem das contas, como é o caso da atual.

Há também quem já esteja a usar os dados para investigação e apresentação da informação em gráficos anonimizados (por exemplo, usando o estado civil ou localização dos utilizadores). Esta será, todavia, a utilização menos lesiva dos seus dados.

Por fim, é também possível que o Facebook venha a ser alvo de processos judiciais devido a esta fuga de dados. Feitas as contas, é a informação dos seus utilizadores que acabou exposta na internet, para toda a gente ver.

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Postigo foi a palavra mais pesquisada no dicionário Priberam durante o primeiro trimestre

  • Lusa
  • 6 Abril 2021

A palavra mais pesquisada durante os primeiros três meses do ano no dicionário Priberam foi postigo, por razões que se prendem com as regras impostas ao comércio durante o confinamento.

A palavra postigo foi a mais pesquisada durante os primeiros três meses do ano no dicionário Priberam, que registou ainda um aumento de pesquisas na ordem dos 30%, face ao mesmo período de 2020, foi hoje divulgado.

Desde o início deste ano, já foram feitas mais de 78 milhões de pesquisas no Dicionário Priberam, o que representa um crescimento de cerca de 30% relativamente ao mesmo período de 2020”, revela a Priberam em comunicado, especificando ter sido consultado por mais de 14 milhões de utilizadores.

A palavra mais pesquisada até ao momento foi postigo, por razões que se prendem com as regras impostas ao comércio durante o confinamento, acrescenta.

O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, que fez 12 anos de existência no dia 1 de abril, passou ainda a integrar 592 palavras novas, muitas delas associadas à Covid-19 ou à área da medicina em geral.

Aeromédico, antiescaras, aquarentenar, autoteste, borderline, imunotolerante, oncogenicidade, porta-máscara, salva-orelhas, uranálise ou virtópsia são alguns desses exemplos.

Relativamente a outras áreas, entraram termos como antifraude, braquiação, coluvial, encorricado, gamer, heterocaracterização, indo-pacífico, luso-senegalês, narcossubmarino, párodo ou xamânico, entre muitas outras. Em 2020, o Dicionário Priberam integrou 2.200 novos verbetes.

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