Compras superam valores pré-pandemia na semana da reabertura dos centros comerciais

De acordo com dados da SIBS, este é um crescimento que está relacionado, sobretudo, com o comércio online. O comércio físico tem, também, estado em subida desde o mês de março.

Na semana de 19 a 25 de abril, que ficou marcada pela reabertura dos centros comerciais, bem como pela retoma da atividade dos cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculos, o consumo dos portugueses superou, pela primeira vez este ano, os valores associados ao período pré-pandemia.

Como avança a SIBS em comunicado, as compras realizadas pelos portugueses, tanto físicas como online, “atingiram, pela primeira vez em 2021, valores acima dos registados antes da Covid-19” — tanto em comparação com a mesma semana de 2019, como com “os primeiros meses de 2020”, em que o novo coronavírus não estava presente, ainda, em território nacional.

Um crescimento que está relacionado, sobretudo, com o comércio online. Esta é uma modalidade que tem vindo a crescer significativamente ao longo da pandemia, estando agora 51% acima dos níveis registados no período pré-pandemia. Nessa altura, o comércio online representava apenas 10% do total das compras eletrónicas, estando atualmente nos 14%. O “pico” foi atingido em fevereiro de 2021, quando 18% das compras eletrónicas diziam respeito ao comércio online.

No que toca ao comércio físico, que tem estado em crescimento desde o passado mês de março, os valores atingidos na semana de 19 a 25 de abril também foram capazes de superar os valores homólogos de 2019 e de 2020, embora tenham ficado 5% abaixo do consumo registado nos primeiros meses de 2020, mostra a SIBS.

Já o MB Way tem sido uma forma de pagamento cada vez mais utilizada pelos portugueses. O número de compras online realizadas com recurso a esta tecnologia chegou a ser 4 vezes superior em fevereiro de 2021 face ao periodo pré-pandemia, bem como 3,6 vezes maior quando considerando a primeira semana da 3.ª fase de desconfinamento. No comércio físico, as compras com MB Way têm crescido exponencialmente, sendo atualmente 4,8 vezes superior ao registado anteriormente.

Turismo, restauração e transportes ainda aquém da pré-pandemia

Os dados da SIBS mostram ainda que os negócios mais impactados durante o período de confinamento — alojamento turístico, restauração, transporte de passageiros, moda e acessórios — apresentam um gradual retorno com as diferentes fases de reabertura, sendo que, na última semana, as suas vendas encontravam-se ainda a 16% face ao período pré-pandemia.

Já os setores do pequeno comércio – mercearias, mini-mercados e similares, produtos alimentares, bebidas e tabaco -, mantém-se em contraciclo, com incrementos no número de compras a rondar os 24%, considerando compras físicas e online.

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Linha de crédito para médias e grandes empresas do turismo já está disponível

Apoio pode chegar a 4.000 euros por posto de trabalho, com limite de 25% do volume de negócios em 2019 ou o dobro da massa salarial anual. Um quinto do total pode ser convertido em fundo perdido.

A linha de apoio à economia Covid-19 dirigida para médias e grandes empresas do turismo está disponível a partir desta sexta-feira. A dotação total é de 300 milhões de euros para fazer face a necessidades de liquidez decorrentes dos impactos nas empresas do turismo das restrições motivadas pela situação epidemiológica no país.

“O impacto económico desta pandemia no setor do turismo, agudizado com a imprevisibilidade da sua duração, justificam a criação desta linha de financiamento de 300 milhões de euros, que atua em complementaridade com outras medidas de apoio às empresas, e pretende responder às necessidades temporárias de fundo de maneio das empresas de maior dimensão, salvaguardando a sua atividade plena e o seu capital humano”, diz a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, em comunicado.

Podem candidatar-se, até 31 de dezembro de 2021, empresas médias, small mid cap, mid cap e grandes empresas do turismo, para um montante de apoio de 4.000 euros por posto de trabalho, com os limites de 25% do volume de negócios em 2019 ou o dobro da massa salarial anual. A linha é promovida pelo Banco Português de Fomento, em articulação com o sistema bancário.

A linha de crédito tem garantias do Estado e a possibilidade de conversão de 20% do crédito em subvenções a fundo perdido. Para isso, a empresa tem de manter a totalidade dos postos de trabalho por, pelo menos, 12 meses depois da contratação do crédito. O prazo máximo das operações será de seis anos, com 18 meses de carência de capital.

O anúncio da disponibilização deste apoio acontece depois de o Governo ter, na terça-feira, também reforçado a linha de apoio às micro e pequenas empresas do Turismo, promovida e gerida pelo Turismo de Portugal, com mais 20 milhões de euros para uma dotação global de 140 milhões de euros. Desde a criação, há cerca de um ano, foram aprovadas 12.703 candidaturas, com um financiamento de 121,1 milhões de euros, e garantiram a manutenção de perto de 40 mil postos de trabalho.

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É cliente da CGD? Vêm aí comissões mais caras, nas contas, nos cartões e até nos levantamentos

Os cartões de débito vão ficar mais caros, assim como levantar dinheiro ao balcão com caderneta e fazer transferências na internet ou através da aplicação.

A partir deste sábado, os clientes da Caixa Geral de Depósitos (CGD) devem estar mais atentos às operações bancárias que fazem. Isto porque é precisamente a partir desta data que entram em vigor alterações ao seu preçário, que traz mudanças nos encargos associados a vários dos produtos e serviços. Vão acabar as isenções nas comissões de manutenção na generalidade dos produtos, e nas contas pacote, o banco público vai alterar, também, os critérios de bonificação. Veja quais as principais mudanças que traz este novo preçário da CGD.

Isenção nas comissões de manutenção chega ao fim

A Caixa Geral de Depósitos vai acabar com as isenções nas comissões de manutenção na generalidade dos produtos. É o que acontece, por exemplo, com os critérios de isenção de comissão para as contas à ordem com aplicações financeiras associadas. Os clientes com estas contas vão passar a pagar uma mensalidade de 4,95 euros (5,15 euros já com o Imposto do Selo de 4%). É o equivalente a 61,77 euros por ano (já considerando os impostos).

Contas pacote com mudanças nos critérios de bonificação

Nas contas pacote, o banco público vai alterar os critérios de bonificação, o que terá impacto no bolso dos clientes: passa a exigir gastos de 50 euros por mês efetuados com cartões de crédito ou débito associados para se ter direito a desconto. É o que acontece com a Caixa S, Conta Caixa M e Conta Caixa L (esta última com comercialização suspensa desde o início do ano) que mantém, no entanto, a domiciliação de rendimento como critério de bonificação.

Nestas contas, a realização de duas ou mais cobranças de débito direto nos últimos três meses e compras iguais ou superiores a 50 euros com cartão de débito ou crédito também passará a ser admitido como critério de bonificação. Por outro lado, nas contas Caixa Azul também se passa a obrigar as compras de 50 euros ou mais com cartões em vez das duas ou mais autorizações de débito.

Levantar dinheiro ao balcão com caderneta fica mais caro. Cartões de débito também

O levantamento de dinheiro ao balcão, por via da caderneta, vai passar a custar mais 65% a partir deste sábado. Isto porque, com o novo preçário, vai passar a vigorar uma comissão única de 4,95 euros (5,15 euros já com o Imposto do Selo) para levantamento de dinheiro ao balcão. Porém, o banco público optou por manter as isenções para levantamentos com apresentação de cheques, para as contas de serviços mínimos e para os três primeiros levantamentos do mês nas Contas Base Extrato e Contas Base Caderneta.

Deste modo, o agravamento de custos vai refletir-se apenas no levantamento de numerário mediante a apresentação de caderneta: atualmente custa 3,00 euros (3,12 euros com Imposto do Selo) e vai passar a custar 4,95 euros (5,15 euros com imposto), uma subida de 65%.

Também os cartões de débito vão ficar mais caros, com a sua disponibilização a subir dos 18 euros para os 19 euros (19,76 euros com o imposto) para uma dezena de cartões. É o que acontece com os cartões do tipo Caixa Maiores Acompanhados, Caixa IU, Caixa Débito, Caixautomática Electron, Caixautomática Maestro, Maestro RE, Caixa Activa, Débito Nacional, Caixa Azul e Visa Electron RE.

Custos aumentam nas transferências

As transferências a crédito SEPA + para outros bancos através da internet ou da aplicação do telemóvel também vão encarecer. Uma ordem de transferência permanente ou pontual vai passar a custar 95 cêntimos (99 cêntimos com Imposto do Selo), mais 15 cêntimos face ao preço atual (80 cêntimos).

O mesmo se aplica a transferências internacionais com indicação de NIB pelos mesmos canais, com o encargo de uma ordem de transferência a subir também 15 cêntimos, dos 80 cêntimos para 95 cêntimos (mais Imposto do Selo).

Contas de depósito vão ser menos rentáveis

Para além de subir comissões, a CGD cortou também nas remunerações de algumas das suas contas de depósito. É o que acontece com as contas CaixaPoupança Reformado, CaixaPoupança, CaixaPoupança Emigrante e CaixaProjecto, que veem a sua remuneração baixar de 0,015% para 0,005%, para montantes a partir dos 250 euros.

Noutros depósitos já descomercializados, mas cujas contas continuam ativas, as condições também foram revistas, com a taxa anual a ter também passado para os 0,005%. É o que acontece na Poupança Caixa Activa, Caixaprojeto Emigrante, Caixapoupança Rumos, Caixa Poupança Superior, Poupança Caixa Família Base e Poupança Caixa Família Mais.

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Taxa de inflação homóloga mantém-se nos 0,5% em abril

  • Lusa
  • 30 Abril 2021

Correção dos preços dos bens alimentares face ao período homólogo trava a inflação.

A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) deverá manter-se nos 0,5% em abril, segundo a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o INE, o indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também se terá mantido, registando uma variação homóloga de 0,1% em abril.

A taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos terá sido 8,1% (2,4% no mês anterior), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá apresentado uma variação de -1,1% (1,3% em março).

“Esta redução reflete essencialmente um efeito de base associado ao forte aumento dos preços dos produtos alimentares não transformados verificado em abril de 2020”, justifica o INE.

Relativamente ao mês anterior o IPC terá tido uma variação de 0,4% (em março, a variação mensal foi 1,4% e em abril de 2020 tinha sido 0,3%).

Segundo o INE, estima-se uma variação média nos últimos 12 meses de 0,1% (nula no mês anterior).

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), por sua vez, terá registado uma variação homóloga de -0,1% (0,1% no mês anterior).

Os dados definitivos referentes ao IPC de abril serão publicados em 12 de maio.

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Abreu Advogados aposta no mercado angolano com integração de João Bravo da Costa

João Bravo da Costa vai reforçar a Angola Desk da Abreu Advogados enquanto sócio contratado. O novo membro da firma transita da BCSA Advogados.

A Abreu Advogados vai reforçar a Angola Desk com a integração de João Bravo da Costa, como sócio contratado. O advogado até ao momento era o sócio do escritório angolano parceiro da PLMJ, a BCSA Advogados.

João Bravo da Costa conta com 14 anos de experiência, num percurso profissional dedicado ao mercado angolano, mas também com uma forte experiência jurídica em grandes transações internacionais, nomeadamente no mercado africano e nos Emirados Árabes Unidos.

“A integração do João Bravo da Costa na Abreu Advogados representa mais um importante passo no reforço do nosso projeto internacional e da nossa aposta no mercado Angolano onde há muitos anos temos uma parceria com a FBL, um escritório líder local, parceria esta que sai reforçada com a vinda do João para a Abreu Advogados onde se dedicará a 100% a este mercado. O João é um advogado que se destaca pela sua experiência ímpar e conhecimentos únicos da jurisdição angolana, pelo que será uma enorme mais-valia para os nossos Clientes que trabalham com este mercado”, nota o managing partner da Abreu Advogados, Duarte de Athayde.

O novo reforço da Abreu Advogados presta assessoria a diversas empresas multinacionais, em operações de Reestruturação e M&A, investimento estrangeiro, comércio internacional e questões cambiais, envolvendo vários setores como o Financeiro, o Mineiro e o Petróleo & Gás, Infraestruturas e Distribuição.

“A Abreu Advogados é um projeto líder no mercado de advocacia de negócios de língua portuguesa, com uma aposta consistente nos países africanos de língua portuguesa e com uma forte clientela internacional, que são fatores essenciais para mim e para os clientes que represento. Estou muito motivado em contribuir para a afirmação da Abreu e da sua Angola Desk como um player incontornável da advocacia nos PALOPs. Identifico-me plenamente com a cultura e valores da sociedade e com a sua parceira em Angola, a FBL Advogados, sociedade de tier 1 e com uma equipa de sócios e profissionais de excelência pelos quais tenho enorme admiração. Estou certo que seremos capazes de grandes feitos em conjunto”, refere João Bravo da Costa.

Em comunicado, a Abreu Advogados refere que a aposta neste mercado reflete o potencial de oportunidades em Angola, que nos “últimos vinte anos tem sido um dos países africanos que mais tem captado investimento estrangeiro”.

“Angola tem sido um mercado apetecível para grandes investimentos em áreas em que a Abreu Advogados conta com um muita expertise, como o petróleo, o gás, a extração mineira as infraestruturas, a construção, a indústria agroalimentar e a hotelaria”, refere a firma.

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Desemprego fixa-se nos 8,1% na Zona Euro e 7,3% na UE em março

  • Lusa
  • 30 Abril 2021

Segundo o gabinete estatístico europeu, em março estavam 15,520 milhões de pessoas desempregadas na UE, 13,166 milhões das quais na Zona Euro.

A taxa de desemprego da Zona Euro fixou-se, em março, nos 8,1% e a da União Europeia (UE) nos 7,3%, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat. Na Zona Euro, a taxa de desemprego de 8,1% recuou face aos 8,2% de fevereiro, mas subiu na comparação com os 7,1% de março de 2020.

Já no conjunto dos 27 Estados-membros, os 7,3% de desemprego em março comparam-se com os 7,4% de fevereiro e os 6,4% homólogos. Segundo o gabinete estatístico europeu, em março estavam 15,520 milhões de pessoas desempregadas na UE, 13,166 milhões das quais na Zona Euro.

A taxa de desemprego juvenil, por seu lado, foi de 17,2% na Zona Euro e de 17,1% na UE, que se comparam, respetivamente, com 17,3% e 17,2% de fevereiro e 15,4% e 14,9% de março de 2020. Um total de 2,951 milhões de jovens com menos de 25 anos estavam desempregados na UE, dos quais 2,373 milhões na Zona Euro, em março.

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A1 passa a ter em Santarém o primeiro posto ultrarrápido da BP e EDP. Dá para carregar o carro em 10 minutos

Com este carregador ultrarrápido, de 150kW, é possível carregar o equivalente a 100 quilómetros de autonomia em menos de dez minutos, diminuindo o tempo de paragem, prometem bp e EDP.

Depois de na semana passada terem sido inaugurados os primeiros quatro postos de carregamento elétrico ultrarrápidos da Cepsa e da Ionity na nova rede Via Verde Electric da Brisa, localizados na área de serviço de Almodôvar na A2, esta semana é a vez do principal eixo rodoviário entre Lisboa e o Porto — onde passam por dia 26 mil carros — ganhar o seu primeiro carregador ultrarrápido para veículos elétricos da bp e da EDP.

Em comunicado, as duas empresas anunciaram que já estão então operacionais na Autoestrada do Norte os primeiros dois pontos de carregamento rápido e ultrarrápido da parceria entre a bp, a Brisa e a EDP Comercial, no âmbito da rede Via Verde Electric. Os carregadores foram instalados na Área de Serviço de Santarém, apenas no sentido Norte/Sul, “uma localização estratégica entre as duas principais cidades do país, Lisboa e Porto”.

Para os clientes da empresa com contrato para mobilidade elétrica, a EDP assinala a inauguração do primeiro posto ultrarrápido na A1 com 25% de desconto no carregamento até ao final de junho. A EDP Comercial já emitiu mais de 25 mil cartões para utilização na rede MOBI.E, que já foram utilizados para fazer mais de 140 mil carregamentos, evitando a emissão de 1.200 toneladas de CO2 para o planeta. Para 2021, a empresa quer ter mais de 1.000 pontos de carregamentos em todo o país.

“É agora mais fácil, cómodo e previsível para os utilizadores de mobilidade elétrica percorrerem longas distâncias, fora dos centros urbanos. Com o carregador ultrarrápido, de 150kW, é possível carregar o equivalente a 100 quilómetros de autonomia em menos de dez minutos, diminuindo de forma significativa o tempo de paragem. Este é o primeiro carregador ultrarrápido da bp e da EDP em Portugal”, explicaram as empresas, informando que no mesmo local foi também instalado um carregador rápido, de 50kW, que permite o carregamento simultâneo de duas viaturas, em corrente contínua e corrente alternada.

Até ao final de 2021, a rede Via Verde Electric terá um total de 82 carregadores em 40 áreas de serviço da Brisa, sendo que a bp e a EDP Comercial esperam equipar mais quatro áreas de serviço com carregadores rápidos e ultrarrápidos, na A1 e na A2, “assegurando desta forma que há mais e melhores opções de carregamento elétrico a Norte e a Sul, em dois dos principais eixos rodoviários”. Todos os equipamentos estarão ligados à rede pública MOBI.E.

Para a bp, a inauguração destes pontos de carregamento constitui “um marco importante na política de sustentabilidade, que tem vindo a trabalhar para criar soluções energéticas alternativas ou produtos com consumos mais eficientes, com vista à redução das emissões de carbono”. “Em Portugal há 92 anos, a bp é hoje uma empresa integrada de energia focada no fornecimento de soluções para os clientes e tem como compromisso tornar-se numa empresa com zero emissões líquidas de carbono até 2050”, frisou a petrolífera em comunicado.

A rede Via Verde Eletric é a resposta da Brisa à necessidade de acelerar a descarbonização do tráfego rodoviário, através da facilitação da mobilidade elétrica. Até ao final de 2021, com a bp e a EDP, e com os restantes parceiros da Via Verde Electric, todas as autoestradas da Brisa estarão servidas por um total de 82 postos de carregamento rápido e ultrarrápido (dos 50kW aos 350kW), instalados em 40 áreas de serviço. Até ao verão deste ano, já será possível atravessar por autoestrada o país, de norte a sul, num carro elétrico, com total segurança e conforto de carregamento. A Brisa tem como objetivo atingir a neutralidade carbónica até 2045.

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Zona Euro contrai 0,6% no primeiro trimestre. PIB português foi o que mais caiu

A economia da Zona Euro contraiu 0,6% em cadeia no primeiro trimestre por causa do reforço das restrições para controlar a pandemia. Dos 12 da UE com dados, Portugal foi o país que mais caiu.

Dos 12 Estados-membros da União Europeia para os quais já se conhece o PIB do primeiro trimestre de 2021, Portugal foi o que registou a maior queda (-3,3%). Em média, na Zona Euro a contração da economia foi de 0,6% e na União Europeia foi de 0,2%. Os dados foram divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat.

Em termos homólogos, a queda da Zona Euro é de 1,8% e a da União Europeia é de 1,7% enquanto Portugal registou uma contração de 5,4%. Pela primeira vez desde o início da pandemia, o PIB homólogo já compara com um trimestre (primeiro trimestre de 2020) com um mês afetado pela Covid-19, ao contrário do que acontecia até ao momento.

Ainda faltam os dados de 15 Estados-membros para se conseguir tirar conclusões, mas para já os números mostram que a economia portuguesa foi a mais afetada no primeiro trimestre, ainda que de forma menos intensa do que no segundo trimestre do ano passado. Estes valores são explicados pelo segundo confinamento e a onda de infeções que colocou Portugal como o país do mundo com a pior situação epidemiológica por vários dias.

A seguir a Portugal, foi a Letónia e a Alemanha quem mais sofreu com o impacto da pandemia no início de 2021. A economia letã encolheu 2,6% em cadeia e 2,1% em termos homólogos e a economia alemã sofreu uma queda de 1,7% em cadeia e de 3% em termos homólogos.

Já o melhor desempenho pertence à Lituânia, um dos países europeus que menos tinha sido afetado pela pandemia em 2020, com um crescimento de 1,8% em cadeia e de 1% em termos homólogos. Ou seja, a economia da Lituânia poderá ter recuperado totalmente da crise pandémica. Segue-se a Suécia com um crescimento de 1,1% em cadeia e uma queda de apenas 0,2% em termos homólogos.

http://videos.sapo.pt/Mrl2w3cHpvzlBZynZKJM

Entre os países do Sul da Europa, Espanha apresentou uma queda de 0,5% em cadeia e de 4,3% em termos homólogos enquanto a Itália surge numa posição melhor ao cair 0,4% em cadeia e apenas 1,4% em termos homólogos. Contudo, é de notar que ambos os países registaram uma queda no primeiro trimestre de 2020 superior à de Portugal porque foram afetados pela Covid-19 mais cedo.

Em França, esse efeito também se deu, tendo a economia francesa conseguido crescer em termos homólogos no primeiro trimestre de 2021: mais 1,5%.

(Notícia atualizada às 11h40 com o vídeo)

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Planos de Biden são oportunidade “única na vida” de acabar com o abuso fiscal global, diz secretário-geral da OCDE

O secretário-geral da OCDE adianta que um acordo global para os impostos sobre as empresas está próximo e pode mesmo ser assinado neste verão.

As propostas do presidente norte-americano Joe Biden para impedir as multinacionais de transferirem os lucros para paraísos fiscais são uma oportunidade “única na vida” de acabar com os abusos fiscais, defende o secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Consenso pode chegar dentro de meses, diz.

“É uma oportunidade única na vida de conseguir uma revisão completa do sistema tributário internacional, para fornecer mais segurança tributária para as empresas e também para garantir que todos paguem a sua parte justa dos impostos”, apontou Ángel Gurría, citado pelo The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

O secretário-geral da OCDE, responsável pelas negociações internacionais sobre este tema, adianta que um acordo global para os impostos sobre as empresas está próximo e pode mesmo ser assinado neste verão, apontando que “o novo ímpeto dos Estados Unidos é exatamente o que era necessário para fazer com que esta negociação avance em meados de 2021”.

As propostas de Biden limitam a capacidade das empresas multinacionais de localizar lucros em jurisdições de baixa tributação, ao invés definindo que têm de pagar impostos aos governos nacionais com base nas vendas que geram em cada país, independentemente de onde estejam sediadas. Contemplam ainda um acordo para uma taxa mínima global, que os EUA sugerem que seja de 21%, valor que recebeu já algumas críticas.

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PIB cai 3,3% no arranque de 2021 à custa do novo confinamento

Tal como era esperado, a economia portuguesa voltou a contrair no primeiro trimestre de 2021 por causa do segundo confinamento. Em termos homólogos, a queda foi de 5,4%.

O segundo confinamento teve um impacto menor do que o primeiro, mas não deixou de afetar a economia portuguesa. De acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta sexta-feira, o PIB contraiu 3,3% no primeiro trimestre em cadeia (face ao quarto trimestre de 2020). Em termos homólogos, face ao primeiro trimestre de 2020 (que já foi afetado pela pandemia), a queda foi de 5,4%.

No quarto trimestre de 2020, o PIB tinha cresceu 0,2% em cadeia, completando um segundo semestre de recuperação económica, e caiu 6,1% em termos homólogos. No conjunto do ano, a economia portuguesa caiu 7,6%, a maior queda da história da democracia portuguesa. A expectativa do Governo é que o PIB recupere 4% em 2021, beneficiando de uma forte recuperação a partir do segundo trimestre.

“O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de -5,4% no 1º trimestre de 2021 (-6,1% no trimestre anterior), refletindo os efeitos do confinamento geral decretado no início deste ano devido ao agravamento da pandemia Covid-19“, revela o gabinete de estatísticas, notando que “a evolução em termos homólogos é influenciada por um efeito base, visto que, pela primeira vez, a comparação incide sobre um trimestre já afetado pela pandemia no último mês (março de 2020)”.

O INE estima que, na ótica trimestral (em cadeia), o contributo da procura interna e da procura externa líquida para o PIB tenha sido negativo, “sendo particularmente intenso” no caso da procura interna por causa das limitações à mobilidade devido ao segundo confinamento.

PIB reduz queda em termos homólogos

Na ótica homóloga, o contributo da procura interna também foi negativo, piorando face ao quarto trimestre por causa da redução “mais acentuada” do consumo privado. Já a procura externa líquida deu um contributo menos negativo, “continuando, porém, a verificar-se uma contração mais intensa das Exportações de Bens e Serviços que a observada nas Importações de Bens e Serviços, salientando-se em particular a redução muito significativa do turismo de não residentes”, detalha o INE.

 

Os dados divulgados também esta semana mostram que as exportações de bens cresceram 6% entre janeiro e março deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, ao passo que as importações caíram 5,7%.

Queda a meio caminho das previsões pessimistas e otimistas

A queda do PIB de 3,3% em cadeia no primeiro trimestre não está longe das previsões avançadas nos últimos meses, mas fica a meio caminho entre as estimativas pessimistas e as mais otimistas. Ainda esta semana o BCP antevia uma quebra de apenas 2%, o que não veio a concretizar-se. E ficou ainda mais longe da queda inferior a 1% para onde apontava o tracker da OCDE com base nas pesquisas do Google.

O valor acabou por ficar próximo da estimativa do Fórum para a Competitividade, que ia dos 1% aos 3% de quebra em cadeia, e do ISEG, que ia dos 2,5% aos 3,5%. A estimativa mais pessimista, uma queda de 5% em cadeia prevista pela Católica, também não se confirmou.

Certo é que o impacto do segundo confinamento ficou bem aquém da queda de 13,9% (em cadeia) registada no segundo trimestre do ano passado, período do primeiro confinamento.

No dia 31 de maio o INE irá publicar uma versão mais completa da evolução da economia no primeiro trimestre onde se poderá compreender melhor esta contração da economia no início de 2021.

(Notícia atualizada às 9h49 com mais informação)

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Comité Olímpico admite realizar Jogos Olímpicos de Tóquio à porta fechada

  • Lusa
  • 30 Abril 2021

Os Jogos Olímpicos de Tóquio2020 podem vir a realizar-se à "porta fechada", admitiu o presidente do comité organizador da prova.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio2020 podem vir a realizar-se à “porta fechada” disse esta sexta-feira à France Presse o presidente do comité organizador a menos de três meses da eventual data do evento.

Por causa da crise sanitária pode acontecer situações em que “não podemos, de todo, autorizar espetadores” reconheceu Seiko Hashimoto acrescentando que os Jogos Olímpicos não seriam um “completo sucesso” se os organizadores não protegessem “completamente” os atletas e a população japonesa.

Seiko Hashimoto que lidera o comité organizador Tóquio2020 desde fevereiro, após a demissão do antecessor devido a um escândalo sexual, frisou que os organizadores estão a fazer tudo para que os Jogos Olímpicos não venham a ser anulados.

Face às incertezas relacionadas com a crise sanitária, os organizadores adiaram para junho a decisão sobre a presença ou não de espetadores nos locais. Em março, tinha sido decidida a interdição aos espetadores oriundos do estrangeiro.

No Japão, a região de Tóquio e outras três províncias enfrentam desde o passado domingo o terceiro estado de emergência por causa do aumento de casos de covid-19 e que impõe restrições aos eventos desportivos que devem decorrer “à porta fechada”.

Os hospitais japoneses encontram-se atualmente sob uma grande pressão, sendo que os organizadores dos Jogos Olímpicos Tóquio-2020 têm sido criticados por pedirem a colaboração extraordinária dos médicos japoneses para os eventos desportivos, caso se venham a realizar.

Se houver mudanças em relação aos eventos (Olímpicos) vão ser alterações que dizem respeito à presença de espetadores“, disse Hashimoto. “Esta é uma forma de reduzir as preocupações da população sobre o sistema hospitalar“, disse.

Numa tentativa de apaziguar o ceticismo da população japonesa que maioritariamente defende um novo adiamento ou mesmo a anulação dos Jogos Olímpicos, a organização publicou esta semana novos manuais com as medidas antivírus.

A quarentena para os desportistas não vai ser exigida e a vacina não vai ser obrigatória.

Seiko Hashimoto refere na entrevista à AFP que as medidas vão continuar a ser “adaptadas” mas diz-se convencido de que os Jogos Olímpicos podem decorrer de forma segura. “É uma responsabilidade importante. Quero deixar isto bem claro à medida em que trabalhamos para os Jogos [Olímpicos]”, disse.

Ao afirmar que ouviu as preocupações da população japonesa, Hashimoto disse esperar que o público “ficasse contente” com a realização do evento desportivo. Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram adiados para 23 de julho a 08 de agosto de 2021, devido à pandemia de covid-19.

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Da britânica à brasileira, até à indiana. Num mês, número de variantes em Portugal subiu de 12 para 16

  • ECO
  • 30 Abril 2021

No espaço de um mês, o INSA passou de 12 variantes do vírus SARS-Cov-2 identificadas em Portugal para 16. Isto significa que o número de variantes da Covid-19 reportadas no país aumentou em 33,3%.

São várias as variantes que estiveram ou estão a circular em Portugal ao longo do último ano e há cada vez mais casos notificados. No espaço um mês, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) passou de 12 variantes identificadas em Portugal para 16, o que representa um aumento de 33% do número de variantes detetadas no país.

O surgimento das novas variantes preocupam os governos e instituições de saúde mundiais já que estas podem “fintar” as medidas de saúde públicas que estão a ser implementadas, como a vacinação, os tratamentos estabelecidos para tratar a Covid-19, o rastreio ou até ser mais transmissíveis e causarem uma doença mais grave. Há cada vez mais mutações do vírus SARS-CoV-2 a serem identificadas em todo o mundo e Portugal não é exceção.

Se no relatório divulgado a 3 de março, o INSA tinha identificado 12 variantes em Portugal, sendo que 3,8% dos casos eram categorizados como “outras variantes”, a 2 abril o balanço aumentava para 16, sendo que em 1,1% dos casos eram categorizados como “outras variantes”. Contas feitas, no espaço de um mês, o número de variantes da Covid-19 reportadas no país aumentou em 33,3%. Mas, afinal, quais são as variantes que mais preocupam as autoridades de saúde?

Variante britânica responsável pela maioria dos casos

No primeiro relatório mencionado e referente ao mês anterior, era já a variante britânica (N501Y.V1 – linhagem B.1.1.7) que mais preocupava as autoridades de saúde nacionais. Detetada pela primeira vez em setembro, no Reino Unido, esta variante espalhou-se rapidamente por todo o mundo e representava quase 60% (58,2%) das amostras analisadas pelo INSA em fevereiro. Estes dados mostravam um “incremento relativamente à frequência de 16% observada em janeiro”, notava o relatório.

Cerca de um mês depois, no relatório de 2 abril, o INSA destacava que esta variante, associada ao Reino Unido, representava já 82,9% das amostras analisadas pelo instituto em março, continuando uma “trajetória ascendente” e “sendo a variante responsável pela grande maioria dos casos de Covid-19” detetados no país. E esta tendência crescente ficou também clara na última reunião do Infarmed, com o investigador João Paulo Gomes, a estimar que a percentagem da prevalência nos casos identificados deve rondar os 89%-90%. Esta variante é a mais transmissível, mas a “letalidade em Portugal está em níveis baixos”, explicou.

Outra das variantes que tem concentrado as atenções dos especialistas é a variante brasileira (501Y.V3), especificamente associada a Manaus (Amazónia), que, em fevereiro, representava 0,4% das amostras colhidas pelo INSA. Em Portugal, circulavam já nessa altura as variantes brasileiras de linhagem P.1 e P.2 , sendo que esta última tem maior resistência aos anticorpos do que o vírus original – o que dificulta a criação de imunidade.

E se a presença da variante brasileira da linhagem P.1. era ainda “muito limitada” no último relatório do INSA, já que o documento apenas dava conta de 22 casos identificados em Portugal (quatro dos quais detetados na amostragem de março), o que mantinha a sua frequência no país (0,4%), esta linhagem poderá estar a ganhar força em Portugal, já que na na reunião do Infarmed João Paulo Gomes disse que já foram identificados 73 casos no país, dos quais 44 nos últimos 15 dias.

Por outro lado, no que concerne à linhagem P.2. a sua frequência em Portugal revelou um decréscimo no último relatório do INSA, tendo apenas sido identificado um casos no mês passado desta variante em 1.904 sequenciações do vírus.

Quanto à variante da África do Sul (N501Y.V2 + E484K – linhagem B.1.351) em fevereiro, a sua presença era ainda limitada, tendo sido encontrados cinco casos até essa altura, o que representa uma frequência de 0,1%. Em contrapartida, um mês depois o balanço aumentava para 49 casos detetados, dos quais 27 identificados na amostragem de março. Neste contexto, a frequência relativa em março era já de 2,5% “o que evidencia um aumento considerável em relação à amostragem de fevereiro”, notava o relatório.

E tal como acontece com a variante brasileira, a tendência é de crescimento. “Portugal está com um total de 64 casos, 11 dos quais [detetados] nas últimas duas semanas”, afirmou o João Paulo Gomes, durante a última reunião de peritos, reforçando que este número está longe dos valores registados em países como a Alemanha, Bélgica ou Reino Unido, “reflexo da abertura de fronteiras em toda a Europa”. Relativamente a esta variante, o grande aumento deu-se de fevereiro para março: “É cedo para estimativas mas número em abril é capaz de rondar os 2%”, notou.

Um estudo divulgado na quarta-feira pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC na sigla em inglês) e em colaboração com sete países, incluindo Portugal revelou que estas variantes aumentam o risco de hospitalizações e ingresso em unidades de cuidados intensivos. Assim, este estudo aponta que, quando comparado com o vírus original, as infeções originadas pela variante britânica aumentam o risco de hospitalização em 1,7 vezes, enquanto na variante da África do Sul o risco é 3,6 vezes superior, e 2,6 vezes no caso da variante brasileira com linhagem P.1.

Quanto ao risco de ingressar em unidades de cuidados intensivos, é 2,3 vezes maior no caso de infeções com a variante britânica, 3,3 vezes superior na variante sul-africana e 2,2 vezes superior na linhagem P.1. da variante brasileira.

Há já seis casos da variante indiana em Portugal

Mais recentemente foi detetada uma nova variante, categorizada como B.1.617 e associada à Índia. Apesar de ainda estar sob investigação, sabe-se que é constituída por duas mutações: a E484Q e a L452R. Contudo, nenhuma delas é completamente desconhecida dos especialistas: a primeira, mais comum, é semelhante a uma mutação verificada nas variantes de Manaus e da África do Sul, ao passo que a segunda já foi observada na variante da Califórnia.

Esta variante está a levantar algumas preocupações, porque parece ser mais contagiosa que as já identificadas, o que poderá fazer com que escape à resposta imunológica das vacinas e poderá explicar o crescimento explosivo de novos casos na Índia. Em Portugal, a B.1.617 ainda não tinha sido mencionada em nenhum os relatórios mensais do INSA, no entanto, na última reunião do Infarmed ficou a saber-se que já foi identificada no país. Atualmente, foram identificados seis casos associados à variante indiana em Portugal, “todos em Lisboa e Vale do Tejo“, disse João Paulo Gomes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, esta variante foi detetada em mais de 1.200 sequências de genoma em “pelo menos 17 países”. A maior parte destas amostras “vem da Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Singapura”. Além de Portugal, nos últimos dias, a estirpe também foi detetada na Bélgica, Suíça, Grécia e Itália.

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