Navigator aumenta lucros e lança marca de packaging

Empresa de pasta e papel lucrou 50 milhões no terceiro trimestre, mais 22% do que nos três meses anteriores. Marca do negócio de embalagens, "gKraft", será apresentada na próxima semana.

A Navigator manteve a trajetória de melhoria dos resultados no terceiro trimestre, com um crescimento de 8% no volume de negócios face aos três meses anteriores, para um total de 405 milhões de euros. Os preços mais altos da pasta e o aumento das vendas de papel contribuíram para este desempenho.

As vendas de papel situaram-se 4% acima do segundo trimestre 2021 e 13% acima do trimestre homólogo. Em toneladas, este foi mesmo o melhor trimestre desde os últimos três meses de 2018. Entre janeiro e setembro, o volume de vendas de papel totalizou 1 081 mil toneladas, mais 16% do que em 2020.

as vendas de pasta registaram uma forte quebra, de 26% face ao trimestre anterior e de 47% face ao homólogo, que o comunicado da Navigator explica com a “menor disponibilidade de pasta para o mercado, por via da maior integração em papel”.

A empresa assinala, no entanto, o forte crescimento dos preços da pasta, com o índice de referência na Europa a subir 11% em dólares face aos três meses anteriores e 68% face ao mesmo período de 2020.

Os volumes de tissue aumentaram 4% em relação ao trimestre anterior, mais ficaram 6% aquém do trimestre homólogo, quando ocorreu “um pico de procura provocado pela COVID-19 nos produtos do segmento At Home (AH)”

Com este desempenho, o volume de negócios cresceu 8% em cadeia, para os 405 milhões, e 16% face ao terceiro trimestre de 2020. O EBITDA totalizou 96 milhões (mais 20%, em cadeia) e o resultado líquido atingiu os 50 milhões (mais 22%).

Olhando para os primeiros nove meses, o volume de negócios cresceu para os 1119,7 milhões, mais 7,3% do que no mesmo período de 2020. O EBITDA aumentou 16,9% para os 246 milhões, com o resultado líquido a dar um salto de 51,8% para os 114,2 milhões.

Nova marca de packaging, “gKraft”, lançada no dia 1

Tal como tinha anunciado nas contas do semestre, a Navigator entrou numa nova área de negócio, desenvolvendo um conjunto de produtos dirigidos ao segmento de packaging, para tirar partido da progressiva eliminação do plástico nas embalagens. A nova marca, “que consolidará a estratégia de diversificação e aposta na sustentabilidade”, vai chamar-se gKraf e será lançada no dia 1 de novembro.

O dia não foi escolhido por acaso. É nessa data em que entra em vigor a legislação portuguesa que proíbe os plásticos de utilização única.

“Com o lançamento da linha gKraft, a empresa dá um passo em frente no sentido de disponibilizar alternativas de embalagem que apoiem outras organizações a cumprir os seus objetivos ambientais”, refere a Navigator. Será direcionada para os segmentos industrial e retalho, nomeadamente, alimentar, restauração, farmacêutico, vestuário e cosmética. Uma das máquinas da fábrica de Setúbal já está totalmente dedicada ao packaging.

Preços da energia pesam nas margens

“A retoma económica esperada, conjugada com a melhoria do equilíbrio entre a oferta e a procura nos Estados Unidos e na Europa, na sequência da saída de capacidades e conversões já anunciadas, permitem boas perspetivas para o fecho de 2021”, considera a Navigator.

A empresa assinala, no entanto, que o aumento dos custos com a energia, fretes e químicos estão a pressionar fortemente as margens dos produtores de papel europeus, o que tem motivado novos anúncios de aumento de preços. Conjuntura que “obrigou a Navigator a aumentar preços durante o período, tendo o último anúncio, comunicado este mês, incluído uma sobretaxa extraordinária de 50€ por tonelada, para todos os produtos e marcas em todos os mercados, para expedições a partir de 1 de novembro, nos próximos meses”.

(Notícia atualizada às 18h30 com mais informação)

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Portugal assina oito acordos com Espanha para desenvolver PRR e trabalho transfronteiriço

O trabalho conjunto entre Espanha e Portugal nos Planos de Recuperação e Resiliência foca-se em áreas como a transição ecológica e as indústrias e atividades associadas ao espaço.

Portugal e Espanha assinaram oito acordos na Cimeira Luso-Espanhola, tendo em vista desenvolver os Planos de Recuperação e Resiliência (PRR) de ambos os países em conjunto, em domínios estratégicos, bem como consagrar o estatuto do trabalhador transfronteiriço, anunciou o primeiro-ministro.

Foi assinado, esta quinta-feira, um memorando para os países trabalharem “em conjunto para o desenvolvimento dos PRR em quatro domínios estratégicos de maior importância”, avançou António Costa, em declarações na Cimeira, transmitidas pelas televisões. Por um lado, debruçam-se sobre a fileira automóvel e a transição para a mobilidade elétrica e conectada, “desde a mineração sustentável à produção dos novos veículos”.

Outro foco é a “transição ecológica no domínio das energias e em particular do hidrogénio verde: na dimensão industrial mas também no desenvolvimento do conhecimento”, explicou o primeiro-ministro, pelo que será instalado em Cáceres o centro luso-espanhol de pesquisa de energias sustentáveis.

O terceiro domínio são as indústrias e atividades associadas ao espaço, contando com o projeto Constelação Atlântica, uma “rede de microssatélites lançados por Portugal e Espanha tendo em vista obter informação de maior qualidade sobre a realidade da terra e partilhar dados para melhor ordenamento do território, proteção do ambiente e agricultura mais eficiente e sustentável”, apontou Costa.

Finalmente, portugueses e espanhóis vão trabalhar em conjunto na capacitação das infraestruturas digitais, com três projetos: desenvolver uma rede de investigação na inteligência artificial, a articulação dos diferentes hubs digitais e o desenvolvimento de projetos conjuntos na digitalização da administração pública.

O primeiro-ministro salientou que “foram oito os acordos assinados, todos eles são igualmente importantes e expressam a vontade comum de continuar a trabalhar juntos para uma relação mais próxima e produtiva”.

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Novobanco “vira a página” e lucra 154 milhões até setembro

António Ramalho prometeu virar a página dos prejuízos e Novobanco segue com resultados positivos pelo terceiro trimestre seguido. Acumula lucros de 154 milhões nos nove primeiros meses do ano.

António Ramalho, presidente do Novobanco.Rodrigo Antunes/Lusa

O Novobanco lucrou 154,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um resultado que compara muito favoravelmente com os prejuízos de 853 milhões registados no mesmo período do ano passado.

Foi o terceiro trimestre seguido de resultados positivos (lucro de 16,4 milhões entre julho e setembro), com o CEO António Ramalho a destacar que o banco entrou numa “rota de rentabilidade e crescimento” após anos de prejuízos milionários desde o seu nascimento, em 2014, com a resolução do BES.

Desde a passada segunda-feira que a instituição se passou a chamar Novobanco, caindo a anterior designação Novo Banco, numa mudança que visa deixar para trás o passado, incluindo as polémicas que foi colecionando por causa dos milhões de euros injetados pelo Fundo de Resolução.

Ramalho fala em “virar de página” que estes resultados evidenciam através “do crescimento do negócio sustentável com o produto bancário comercial a crescer 6,8%, ao mesmo tempo que os custos operacionais caem 3,9%” nos primeiros nove meses, segundo a mensagem que acompanha a demonstração de resultados.

O Novobanco, detido em 75% pelos americanos da Lone Star e 25% pelo Fundo de Resolução, revela que o resultado do terceiro trimestre é positivo apesar do impacto negativo da operação de troca de dívida concluída no trimestre, na ordem dos 73,5 milhões de euros. Ainda assim, esta operação vai gerar poupanças futuras, assegura o banco.

Quanto ao desempenho entre janeiro e setembro, um fator que tem estado a pressionar as contas são as imparidades para crédito (ainda que em menor nível de grandeza em relação ao ano passado), que totalizaram os 115 milhões de euros, dos quais 40 milhões têm a ver com o impacto da pandemia.

"É o terceiro trimestre consecutivo de resultados positivos. Estamos na rota da rentabilidade, de crescimento e preparados para apoiar as empresas e a economia portuguesa. É um virar de página agora também assente numa nova imagem de marca.”

António Ramalho

CEO do Novo Banco

Rácio de malparado continua a cair

A margem financeira e as comissões cresceram 7,3% e 5,8% para 430 milhões de euros e 207,9 milhões de euros até setembro, respetivamente. “A melhoria da margem financeira reflete a redução das taxas médias dos depósitos, o menor custo de financiamento de longo-prazo e a manutenção da política de preços”, explica a instituição.

Por outro lado, o crédito a clientes caiu ligeiramente para 23,5 mil milhões de euros, enquanto os depósitos subiram (como tem subido na generalidade dos bancos) para 26,1 mil milhões de euros.

Olhando para os indicadores de qualidade de crédito, o rácio de crédito malparado (NPL) baixou para 7,3% no final de setembro, menos 1,6 pontos percentuais em relação a dezembro de 2020, refletindo o esforço de limpeza do balanço que o banco tem vindo a protagonizar nos últimos anos, sobretudo através da venda de carteiras de ativos tóxicos — o banco tem dois processos de venda de carteiras em curso, o Harvey (640 milhões) e o Orion (200 milhões). O objetivo passa por alinhar o rácio de NPL com a média europeia, abaixo dos 5%, sublinha o banco.

Sobre a robustez da posição de capital, o Novobanco apresenta um rácio CET1 de 10,9% e um rácio de solvabilidade de 12,8%, com a instituição a lembrar que mantém várias disputas com o Fundo de Resolução em torno de 500 milhões de euros no âmbito dos pedidos ao abrigo do mecanismo de capital contingente.

(Notícia atualizada às 17h30)

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Poiares Maduro e Fernando Alexandre lideram equipa de Rangel

  • Joana Abrantes Gomes
  • 28 Outubro 2021

Miguel Poiares Maduro vai coordenar as bases do programa eleitoral da candidatura de Paulo Rangel. Já o professor e economista Fernando Alexandre ficará responsável pela área económica do programa.

Miguel Poiares Maduro, professor universitário e ex-ministro do governo de Passos Coelho, vai ser o coordenador das bases do programa eleitoral da candidatura de Paulo Rangel, anunciou esta quinta-feira o eurodeputado do PSD, que também apontou o professor e economista Fernando Alexandre como o responsável pela área económica do programa eleitoral.

Nas palavras de Paulo Rangel, estas são “grandes notícias para o PSD e para o país”. O candidato a líder social-democrata disse ser “importante” que cada uma das candidaturas à liderança do partido prepare já as bases do programa eleitoral para as eleições legislativas antecipadas, decorrentes da dissolução da Assembleia da República que se espera que Marcelo Rebelo de Sousa anuncie nos próximos dias.

Em conferência de imprensa transmitida pela SIC Notícias, Rangel sublinhou que a marcação das diretas do PSD para 4 de dezembro é “perfeitamente compatível” com a marcação de eleições legislativas nos primeiros meses de 2022. Garantirá “que o novo líder do partido, qualquer que ele seja, vai defrontar as eleições gerais com uma legitimidade forte, reforçada, em 2022 […] porque teve o voto dos seus militantes”, considerou.

Já a data prevista de 14, 15 e 16 de janeiro para o congresso de tomada de posse formal dos órgãos do PSD não é vista com bons olhos pelo candidato que defrontará Rui Rio. Tendo em conta que, nesse congresso, serão eleitos os restantes órgãos do partido, Rangel considera que quer a primeira, quer a segunda semana de janeiro, afigura-se um prazo “demasiado tardio” para um prazo “racional, razoável e rápido” das legislativas.

É com vista à antecipação desse congresso que quer convocar um Conselho Nacional extraordinário do PSD, tendo já recolhido as assinaturas necessárias para o efeito. “Dou todo o meu apoio à iniciativa de mais de seis dezenas de conselheiros nacionais que requerem a convocação do Conselho Nacional extraordinário de modo a antecipar o congresso para os dias 17, 18 e 19 de dezembro“, afirmou. Para o eurodeputado, trata-se de uma “antecipação perfeitamente possível e normal”, que “serve de modo idêntico as duas candidaturas” à liderança do PSD – a sua e a do atual líder, Rui Rio.

Nesse sentido, Rangel propõe o “final de fevereiro”, mais propriamente os dias 20 ou 27 de fevereiro, como data da realização das legislativas. Permitirá, na sua opinião, “a estabilização dos órgãos dos vários partidos que têm congressos e eleições no final do ano de 2021”, como é o caso do CDS e do CHEGA!, “uma preparação cuidada das listas de deputados” e “minimizar os riscos de pandemia e do inverno em tempos de campanha”.

Na conferência de imprensa, o candidato à liderança do PSD considerou ainda que o PS “não tem, nem terá mais condições para governar Portugal nos próximos anos”. Por isso, considera que “todo e cada voto no PS [nas legislativas antecipadas] será um voto inútil”. E justifica: “Inútil porquenão se pode chamar à esquerda, inútil porque o PSD como única alternativa viável, credível, reformista, referente de estabilidade, recusará sempre o recurso à solução perniciosa do bloco central”.

Deste modo, Paulo Rangel assumiu que, se vencer as diretas do PSD em 4 de dezembro, tornando-se líder e candidato do partido às legislativas, não dará a mão aos socialistas para fazer renascer um “bloco central de partidos e interesses”. “Se eu for líder do PSD, recusaremos sempre essa solução má para a democracia, essa solução sempre coxa que é o bloco central”, asseverou.

Poiares Maduro suspende comentário na RTP. Exclui “forças políticas radicais”

Miguel Poiares Maduro anunciou na sua conta de Twitter que irá suspender o seu comentário na RTP: “Decidi (em acordo com a RTP) suspender o meu papel como comentador até às eleições do PSD. Isto deve-se a ter tomado partido por um dos candidatos e não ser correto (na ausência de contraditório) comentar nesse espaço essas eleições“, escreveu o ex-ministro de Passos Coelho na rede social.

Além disso, o coordenador do programa de Paulo Rangel escreve que há uma “escolha fundamental” a fazer no futuro entre o PSD e o PS. No caso de os social-democratas virem a ser liderados por Rangel, Poiares Maduro promete um “projeto politico moderado e reformista – que exclui forças políticas radicais -” e uma reforma da “cultura política e a qualidade das nossas instituições”.

(Notícia atualizada às 21h38 com mais informação)

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Vista Alegre sai do vermelho ano e meio depois

A fabricante de porcelana teve um resultado positivo de 600 mil euros nos primeiros nove meses do ano, invertendo o ciclo de prejuízos registados no período da pandemia.

A Vista Alegre voltou aos lucros no terceiro trimestre, impulsionada pelo crescimento do volume de negócios e do EBITDA, invertendo um ciclo de 18 meses de resultados negativos, devido à quebra de atividade provocada pelos períodos de encerramento das lojas.

A fabricante de porcelanas e vidros teve um resultado de 600 mil euros nos primeiros nove meses do ano, o que compara com prejuízos de 2,4 milhões no mesmo período de 2020. O volume de negócios aumentou 5,6% para os 80 milhões de euros, com 80,8% a vir de fora de Portugal, sobretudo de países europeus. O EBITDA cresceu 44,1% face ao período homólogo, para 14,7 milhões.

Apesar da melhoria, a empresa com sede em Ílhavo ainda não recuperou totalmente do impacto da pandemia, mas está lá perto. Nos primeiros nove meses de 2019, o volume de negócios era de 84,2 milhões e o EBITDA de 17 milhões. Acima está já a margem EBITDA, que no terceiro trimestre se situou nos 21,7%, mais 0,4 pontos percentuais do que em setembro de 2019.

A divida líquida consolidada baixou cerca de 2,5 milhões face ao final de junho, situando-se nos 94,8 milhões. No final de 2020 era de 88,3 milhões.

A empresa detida pela Visabeira está otimista em relação à evolução da atividade nos próximos meses. “O Grupo Vista Alegre tem perspetivas positivas quanto à evolução do seu negócio, tendo em conta o nível de encomendas em carteira existentes assim com o progressivo incremento do nível de confiança das pessoas em função do crescente nível de vacinação que ajudará a retoma progressiva da normalidade.

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Saltos da Jerónimo Martins e EDP Renováveis ditam subida do PSI-20

Após três sessões consecutivas em queda, o PSI-20 valorizou nesta quinta-feira. As subidas da Jerónimo Martins, que apresentou resultados, e da EDP Renováveis guiaram a bolsa lisboeta.

A bolsa lisboeta encerrou esta quinta-feira em terreno positivo, beneficiando dos resultados anunciados pelas cotadas. Foi o caso da Jerónimo Martins cujas ações subiram após ter revelado uma subida de 48% dos lucros até setembro. Assim, o PSI-20 subiu 0,99% para os 5.747,29 pontos, depois de três sessões consecutivas de perdas, acompanhando a tendência positiva das principais praças europeias.

Em Lisboa, a maior parte das cotadas subiu nesta sessão. O destaque vai para os títulos da dona do Pingo Doce que subiram 2,14% para os 19,57 euros. Na quarta-feira, após o encerramento do PSI-20, a Jerónimo Martins revelou que os seus lucros tinham crescido 48% até setembro para um total de 324 milhões de euros.

Porém, a maior subida foi protagonizada pela EDP Renováveis cujas ações valorizaram 3,16% para os 24,78 euros. Recentemente soube-se que a EDP está em negociações avançadas para a compra de uma participação maioritária no Grupo Sunseap, uma empresa de energias renováveis de Singapura. A empresa-mãe, a EDP, valorizou 1,12% para os 4,94 euros.

De notar ainda no setor da energia que a Greenvolt avançou 1,89% para os 7,02 euros.

A travar maiores ganhos no PSI-20 estiveram oito cotadas. Entre as perdas está a Nos com uma desvalorização de 0,12% para os 3,37 euros, mesmo depois de ter anunciado que foi a operadora que mais licenças conseguiu adquirir no leilão do 5G. A maior queda foi a da Ibersol, com uma desvalorização de 2,2% para os 4,89 euros, e dos CTT, com as ações a recuar 1,34% para os 4,78 euros.

De notar ainda que, na sessão que se seguiu ao chumbo do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) no Parlamento, o que deverá ditar a realização de eleições antecipadas, os juros da dívida portuguesa estão calmos. A taxa de juro a 10 anos negociada em mercado secundário agravou-se em apenas 3,5 pontos base, passando de 0,376% para 0,411% nesta quinta-feira. Os juros têm vindo a subir desde setembro, mas devido principalmente às expectativas de aceleração da inflação.

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Kleya é patrocinador oficial da final do World Corporate Golf Challenge em Cascais

  • ECO Seguros
  • 28 Outubro 2021

Associando-se ao evento e à modalidade, a marca que integra a atividade além seguros do grupo Ageas Portugal foca-se no potencial de captação de investimento e desenvolvimento turístico da região.

A Kleya, marca que pertence ao Grupo Ageas Portugal e que presta serviço de consultoria especializado a estrangeiros, é patrocinadora oficial na Final Mundial do World Corporate Golf Challenge World de 2021 (WCGC) que irá decorrer de 1 a 4 de novembro no green do The Oitavos Hotel – Oitavos Dunes, em Cascais.

A Kleya é uma ‘one stop shop‘, integra a área Beyond Insurance do Grupo Ageas Portugal, que oferece serviços de consultoria independente, soluções à medida e adaptadas às necessidades de reformados, investidores, expatriados, empresários e estudantes, entre outros, que desejam viver, estudar, trabalhar e investir em Portugal.

Vasco Rosa da Silva, Founder & CEO da Kleya salienta que a participação e patrocínio deste tipo de eventos “vai ao encontro de tudo aquilo que a Kleya pretende: Parceiros e eventos que apresentem conceitos diferenciadores, que possam elevar o perfil da oferta turística e que contribuam para o desenvolvimento socioeconómico do país. Portugal pode ser um destino muito atrativo para a captação deste tipo de investimento, sejam reconhecidos eventos mundiais, congressos e conferências.”

Composta por uma equipa especializada, a Kleya pretende igualmente apoiar investidores em projetos de sucesso que contribuam para dar a conhecer todo o potencial turístico, económico e humano que Portugal tem.

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Tancos: Novas sessões do julgamento marcadas a partir de dia 12 de novembro

Foram agendadas para os dias 12 de novembro e 2 e 3 de dezembro novas sessões de julgamento do processo do furto e recuperação das armas do paiol de Tancos.

O julgamento do processo do furto e recuperação das armas do paiol de Tancos vai ter novas sessões. O Tribunal de Santarém marcou sessões para os dias 12 de novembro e 2 e 3 de dezembro para novas declarações.

Nestas novas datas agendadas pelo Tribunal serão ouvidos os arguidos Pinto da Costa, Laje de Carvalho, Bruno Ataíde, José Gonçalves, Vasco Brazão e Taciano Correia. Depois das declarações terão lugar alegações orais complementares, segundo despacho assinado pelo presidente do coletivo, juiz Nelson Barra.

No passado dia 21 de outubro foi decidida a reabertura do julgado para serem tomadas declarações dos arguidos que requereram a reabertura na sequência da comunicação da alteração não substancial de factos de que vinham pronunciados.

Num despacho proferido, o coletivo de juízes determinou que o julgamento, iniciado em 2 de novembro de 2020 no Tribunal Judicial de Santarém, seja reaberto para a tomada de declarações complementares dos arguidos que o requereram, na sequência da comunicação, no passado dia 6, da alteração não substancial de factos descritos no despacho de pronúncia.

Com esta decisão, ficou sem efeito a leitura do acórdão, inicialmente agendada para 11 de outubro e, depois, fruto da comunicação da alteração não substancial de factos e alteração da qualificação jurídica dos factos descritos no despacho de pronúncia, para dia 28.

No julgamento, com 23 arguidos, está em causa está um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Além do ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, estão também em julgamento o antigo diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira e o ex-porta-voz desta instituição militar Vasco Brazão, além de elementos da GNR de Loulé.

Alguns arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais, enquanto outros, entre os quais Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo ministerial no seguimento do processo, e os dois elementos da PJM da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

O furto das armas foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a recuperação de algum material sido feita na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

Dos 23 arguidos, apenas um não prestou declarações, Jaime Oliveira, com alegadas responsabilidades no furto. Está acusado de dois crimes em coautoria, associação criminosa e tráfico e outras atividades ilícitas.

Em alegações finais, o Ministério Público pediu a absolvição de 11 dos 23 arguidos, incluindo de Azeredo Lopes, considerando que a conduta do ex-governante se pautou apenas por uma “omissão do ponto de vista ético”, ao não diligenciar no sentido de ser levantado um processo disciplinar aos elementos da Polícia PJM.

Já a pena mais grave – entre os nove e os dez anos de prisão – foi pedida para João Paulino, autor confesso do furto.

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Bruxelas pede redução de emissões de gases poluentes ainda esta década

  • Lusa e Capital Verde
  • 28 Outubro 2021

A presidente da Comissão Europeia apela à comunidade internacional para reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa ainda esta década. "Quanto mais se espera, mais cara será a transição".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou esta quinta-feira à comunidade internacional para reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa ainda esta década, em vésperas da conferência do clima COP26.

“Não é uma questão de 30 ou 40 anos, é agora, é nesta década, em que temos de fazer melhor. Se não, vamos atingir marcos irreversíveis”, disse Von der Leyen, numa conferência de imprensa em vésperas da COP26, que começa já este domingo em Glasgow, no Reino Unido.

A presidente da Comissão Europeia – que representa o executivo comunitário na cimeira de líderes mundiais, a 1 e 2 de novembro, que inaugura oficialmente a COP26 – salientou ainda que Bruxelas irá pressionar todas as partes a cumprir os seus compromissos ao abrigo do Acordo de Paris e a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa.

“Instaremos também os países desenvolvidos a aumentar o seu financiamento climático para cumprir a meta de 100 mil milhões de dólares acordada em Paris, para a qual a União Europeia (UE) já contribui com mais de 25 mil milhões de dólares (mais 21,5 mil milhões de euros)”, salientou também.

Desde 2010, as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram 1,3% por ano, com um pico de 2,6% em 2019, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ursula von der Leyen disse ainda que “o ponto de partida não é bom”, nem financeiramente nem em termos de clima, denunciando uma falta de ambição ambiental e de financiamento.

“A corrida mundial para alcançar zero emissões líquidas até metade do século já começou. Trabalhando juntos, todos podemos ganhar. Na COP26 temos o dever de proteger o nosso planeta para as gerações futuras. Na Europa, estamos preparados para alcançar a neutralidade climática até 2050 e reduzir as emissões em, pelo menos, 55 % até 2030. Em Glasgow, exortarei os outros líderes mundiais a percorrer o mesmo caminho, ou seja, incentivar a inovação e investir numa nova estratégia de crescimento mais sustentável”, disse Von der Leyen.

A líder do executivo comunitário avisou ainda que quanto mais se espera, mais cara será a transição para a energia de fontes renováveis.

O vice-presidente da Comissão Frans Timmermans irá liderar a equipa negocial da UE, em cujo pavilhão estão previstos 150 eventos à margem da conferência de Glasgow.

“Será essencial aproveitar-mos o peso da ciência, o apoio popular e o intenso escrutínio público das próximas duas semanas para darmos passos decisivos em prol da ação mundial pelo clima. Só trabalhando juntos poderemos proteger o futuro da humanidade neste planeta. Nas últimas semanas tenho trabalhado com parceiros de todos os continentes com o objetivo de lançar as bases das próximas negociações. Todos temos o dever de agir rapidamente para finalizar as regras de aplicação do Acordo de Paris, acelerar as reduções de emissões e garantir o financiamento da ação climática que o mundo precisa”, disse Timmermans.

A União Europeia (UE) apresenta-se na cimeira do clima da ONU, em Glasgow, com o que garante ser “o mais alto nível de ambição”, e a Lei do Clima, aprovada durante a presidência portuguesa do Conselho, para o mostrar.

A Lei Europeia do Clima, que entrou em vigor em julho depois de um acordo alcançado em abril entre a presidência portuguesa do Conselho e o Parlamento Europeu (PE), consagra na legislação da UE o seu compromisso para com a neutralidade climática até 2050 e a meta intermédia de reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em pelo menos 55% até 2030.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se, entre 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª conferência ONU sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre cinco anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de Covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7ºC.

Ao abrigo do Acordo de Paris, 195 países concordaram em apresentar contributos determinados a nível nacional que representam as suas metas individuais de redução das emissões. Conjuntamente, esses contributos determinados a nível nacional deverão contribuir para manter o aumento da temperatura média mundial abaixo de 2 °C e tão próximo quanto possível de 1,5 °C até ao final do século.

O último relatório de síntese da CQNUAC, publicado este mês, mostra que os atuais contributos determinados a nível nacional não cumprem os objetivos do Acordo de Paris, o que nos encaminha para um perigoso aquecimento global de 2,7 °C, com efeitos extremamente prejudiciais que representam um desafio existencial.

Os países desenvolvidos comprometeram-se a mobilizar um total de 100 mil milhões de dólares anuais de financiamento internacional entre 2020 e 2025 para ajudar os países mais vulneráveis e os pequenos Estados insulares a fazer face às alterações climáticas, em particular nos seus esforços de mitigação e adaptação.

A UE é o maior doador, contribuindo com mais de um quarto da meta, tendo a presidente Ursula von der Leyen anunciado recentemente um montante adicional de 4 mil milhões de euros proveniente do orçamento da UE até 2027. Não obstante, outros parceiros devem agora intensificar os seus esforços e colmatar a lacuna atual de cerca de 20 mil milhões de dólares. O financiamento da ação climática é fundamental para apoiar os esforços das comunidades vulneráveis para se protegerem dos efeitos das alterações climáticas e para promover uma economia limpa.

Passados seis anos da adoção do Acordo de Paris, a UE negociará igualmente com outras partes no âmbito da COP26 para finalizar as regras e procedimentos das Regras de Aplicação do Acordo de Paris.

Mais concretamente, a UE pretende um acordo que garanta a integridade ambiental dos mercados mundiais do carbono e sobre obrigações de transparência e de comunicação de informações. O bom funcionamento do mercado internacional do carbono pode conduzir a investimentos adicionais na transição ecológica e acelerar a redução das emissões de uma forma economicamente eficiente.

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Subida da inflação pode durar mais, mas recuará em 2022, acredita Lagarde

  • Lusa
  • 28 Outubro 2021

"Ainda que a subida da inflação dure mais do que o previsto, esperamos que desacelere durante o próximo ano", disse a presidente do BCE.

A subida da inflação na Europa pode ser “mais longa do que o esperado”, mas deve “recuar” em 2022, disse esta quinta-feira a presidente do Banco Central Europeu (BCE), justificando a continuação das taxas de juro em níveis muito baixos.

“Ainda que a subida da inflação dure mais do que o previsto, esperamos que desacelere durante o próximo ano”, declarou Christine Lagarde, após a reunião do Conselho de Governadores que decidiu manter todas as medidas adotadas anteriormente para apoiar a economia.

“A subida da inflação reflete a combinação de três fatores”, considerou, apontando “o forte aumento dos preços da energia”, “o aumento da procura associado à reabertura da economia” e os efeitos da reposição do IVA na Alemanha (que foi reduzido no ano passado).

Segundo Lagarde, espera-se que “a influência desses fatores diminua ao longo de 2022”.

Continuamos a prever que a inflação a médio prazo permaneça inferior ao nosso objetivo de 2%”, afirmou, reiterando que a subida das taxas de juro só terá lugar quando isso se verificar.

“Estamos absolutamente determinados a atingir esse objetivo, mas temos que fazer isso com base em dados. Devemos ser pacientes“, acrescentou.

Na reunião desta quinta-feira, os membros do Conselho de Governadores passaram muito tempo a analisar a inflação e a examinar detalhadamente todos os fatores que a influenciam, indicou. O BCE vê a inflação cair para 1,5% até 2023, o que não é suficiente para decidir aumentar as taxas.

Nos últimos meses, registou-se uma aceleração na subida dos preços na zona euro e a inflação anual atingiu 3,4% em setembro.

Com a aproximação do inverno, têm subido os preços do gás e da eletricidade, ao mesmo tempo que aumenta a procura com a recuperação do pós-pandemia.

A subida da inflação tem suscitado preocupação nos mercados, mas o BCE tem afirmado que é preciso evitar “reações exageradas”, num momento em que a recuperação da crise pandémica ainda prossegue e continua condicionada pela crise mundial nas cadeias de abastecimento.

A escassez de materiais, equipamentos e mão de obra está a levar a uma desaceleração do setor de manufatura“, disse Lagarde.

Segundo a presidente do BCE, a economia dos países da zona euro “continua a recuperar com vigor, mas a um ritmo mais moderado”.

O Conselho de Governadores também observou que as taxas de juro no mercado subiram desde a reunião de setembro, mas considera que as condições de financiamento continuam a ser favoráveis para as empresas e famílias.

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Ivo Rosa vai liderar instrução do processo Universo Espírito Santo

A sorteio estavam Carlos Alexandre e Ivo Rosa, os dois juízes do conhecido Ticão, tendo sido o segundo a ser escolhido para liderar a fase de instrução do processo cujo principal arguido é Salgado.

Ivo Rosa é o magistrado que vai liderar a fase de instrução do processo do Universo Espírito Santo, depois do pedido da defesa de Ricardo Salgado ter pedido esta fase facultativa. A sorteio estavam Carlos Alexandre e Ivo Rosa, por agora os únicos dois juízes do chamado Ticão, tendo sido o segundo a ser escolhido.

O sorteio do processo Universo Espírito Santo realizou-se esta quinta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal e foi presenciado pelo juiz presidente da comarca de Lisboa, Artur Cordeiro. A notificação para a diligência foi feita por Carlos Alexandre esta quinta-feira, uma vez que era o juiz de turno no Ticão.

A investigação ao Universo Espírito Santo resultou em 25 acusados, entre 18 pessoas e 7 empresas, segundo o despacho de acusação de 4.117 páginas do Ministério Público. Ricardo Salgado é o principal arguido mas há mais como os seus dois primos — tendo sido ilibado José Maria Ricciardi — e outros nomes conhecidos como Amílcar Morais Pires e Francisco Machado da Cruz.

Entre os crimes de que são acusados está o crime de associação criminosa e os crimes de corrupção ativa e passiva no setor privado, de falsificação de documentos, de infidelidade, de manipulação de mercado, de branqueamento e de burla qualificada contra direitos patrimoniais de pessoas singulares e coletivas.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, “a investigação levada a cabo e que termina com o despacho de acusação em referência apurou um valor superior a 11 mil e oitocentos milhões de euros, em consequência dos factos indiciados, valor que integra o produto de crimes e prejuízos com eles relacionados”.

O inquérito teve origem em notícia divulgada em agosto de 2014 sobre a medida de resolução do, então, BES e visava o apuramento de um conjunto de alegadas perdas sofridas por clientes das unidades bancárias Espírito Santo. “Com base neste conjunto de conhecimentos, o inquérito teve por objeto a investigação de dados patrimoniais de um conjunto de empresas do Grupo em questão, incluindo unidades com licenças públicas para o exercício de atividade bancária e de intermediação financeira”, explica a PGR.

Segundo o Ministério Público, os factos que envolvem o processo do aumento de capital do BES, em junho de 2014, são investigados em processo distinto.

O ex-líder do BES, Ricardo Salgado, terá criado uma estrutura fraudulenta dentro do banco, sustentada no Departamento Financeiro e de Mercados, tutelado pelo diretor financeiro, à data, Amílcar Morais Pires. Uma estrutura alegadamente montada sem conhecimento da maioria da equipa de gestão do BES, nem do Banco de Portugal (BdP).

Amílcar Morais Pires, braço direito de Ricardo Salgado, e a diretora financeira do BES, Isabel Almeida e José Manuel Espírito Santo, primo de Salgado e antigo administrador, foram também acusados. Além de crimes de falsificação, respondem por associação criminosa, burlas qualificadas, abuso de confiança e branqueamento de capitais.

No centro da acusação estão também responsáveis da Eurofin, entidade com sede na Suíça, que era útil ao Grupo Espírito Santo, num alegado esquema de lavagem de dinheiro.

O centro da investigação concentrou-se nas condições que determinaram a resolução do Banco Espírito Santo, assim como da insolvência da Espírito Santo Internacional, da Rioforte, da Espirito Santo Control, da ESFIL e da Espírito Santo Financial Group, no Luxemburgo, bem como da liquidação do Banque Privée Espírito Santo, na Suíça, a liquidação do ES Bank of Panama, no Panamá, e o ES Bankers Dubai, nos Emiratos Árabes Unidos.

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Requerimento a pedir Congresso antecipado do PSD já foi entregue na sede nacional

  • Lusa
  • 28 Outubro 2021

O número de assinaturas entregue, 68, foi muito superior ao mínimo necessário e garante até a aprovação do calendário proposto.

O requerimento a pedir a antecipação do Congresso do PSD para dezembro já foi esta quinta-feira entregue na sede, com 68 assinaturas de conselheiros nacionais com direito a voto, incluindo os antigos presidentes Rui Machete e Luís Filipe Menezes.

Em comunicado enviado à Lusa, refere-se que foi entregue, na sede nacional do PSD ao cuidado do presidente do Conselho Nacional, “o requerimento potestativo para convocação, no prazo de 5 dias, de reunião extraordinária do Conselho Nacional do PSD para que possa deliberar a antecipação do 39º Congresso Nacional do PSD para os dias 17, 18 e 19 de dezembro do presente ano”, em vez de entre 14 e 16 de janeiro, como estava previsto.

Entre os proponentes, refere a nota, estão também “vários dirigentes distritais, jovens, autarcas, deputados e muitos outros militantes”.

Esta antecipação do Congresso Nacional do PSD contribui, sobretudo, para o interesse nacional viabilizando um calendário de eleições legislativas rápido, com as várias forças políticas, incluindo as mais representativas, em plenas e iguais condições políticas, de legitimidade, formais e operacionais para oferecerem aos portugueses as suas melhores equipas e projetos, com a clareza de alternativas que uma democracia saudável merece”, justificam.

Para os requerentes, “a garantia do regular funcionamento das instituições e processos democráticos internos do PSD, enquanto partido pilar do sistema democrático, é também crucial para a defesa da democracia e consequentemente do interesse nacional” e consideram que o requerimento respeita a decisão de marcação de diretas para 04 de dezembro, “a data mais próxima proposta (e preferida) pela Comissão Política Nacional”.

“O processo democrático interno deverá assim ser prosseguido e completado, sem interrupção ou suspensão permitindo a posse atempada de todos os órgãos do partido”, defende, considerando que esta proposta garante a realização do Congresso Nacional do PSD, “momento de grande visibilidade e afirmação política externa do partido”, numa data próxima das eleições diretas e não distante da data das eleições legislativas antecipadas.

Os requerentes apelam aos órgãos nacionais, incluindo à direção e aos dois candidatos já anunciados a presidente do PSD, Rui Rio e Paulo Rangel, “que possam acolher e acompanhar esta iniciativa de militantes do PSD”.

De acordo com os estatutos do PSD, o Conselho Nacional reúne-se ordinariamente de dois em dois meses e, em sessão extraordinária, a requerimento da Comissão Política Nacional, da Direção do Grupo Parlamentar, ou de um quinto dos seus membros (que totalizam mais de uma centena, entre eleitos e inerências).

O número de assinaturas entregue, 68, foi muito superior ao mínimo necessário e garante até a aprovação do calendário proposto, se todos os requerentes votarem.

De acordo com o regulamento interno do Conselho Nacional, “requerida a sessão extraordinária do Conselho Nacional esta realiza-se no prazo máximo de 15 dias da receção do requerimento, salvo se outro prazo mais curto for requerido” e que “o local das reuniões do Conselho Nacional será estabelecido pelo Presidente da Mesa”.

A Assembleia da República ‘chumbou’ na quarta-feira, na generalidade, o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL, abrindo caminho a eleições legislativas antecipadas.

O PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não-inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

No último Conselho Nacional do PSD, em 14 de outubro, foi rejeitada uma proposta da direção para se adiasse a marcação do calendário eleitoral interno até se esclarecer se haveria ou não ‘chumbo’ do Orçamento e eventual crise político, com 71 conselheiros contra, 40 a favor e 4 abstenções.

O presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, tem defendido que foi “um aventureirismo e uma irresponsabilidade” não ter adiado as diretas, enquanto o candidato Paulo Rangel considera que só um líder “fortemente legitimado” se deve apresentar às legislativas.

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