Lucro do BPI dispara 180% para 242 milhões até setembro
Resultado inclui ganho extraordinário de 100 milhões de euros com dividendos e reservas distribuídas pelo angola BFA, que não será repetido no próximo ano, frisou o CEO, João Pedro Oliveira e Costa.
O lucro do BPI disparou 180% para 242 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, revelou esta terça-feira a instituição financeira detida pelos espanhóis do CaixaBank.
O banco em Angola contribuiu com 100 milhões para este resultado, que inclui 40 milhões relativos ao dividendo de 2020 e 50 milhões da distribuição de reservas reconhecidos em
resultados. É um ganho não recorrente que leva o CEO João Pedro Oliveira e Costa a dizer que “não será possivelmente repetido no próximo exercício”.
Já o negócio em Portugal lucrou 137 milhões de euros no mesmo período, mais 90 milhões do que há um ano, quando o desempenho estava a ser penalizado pelas provisões para a pandemia. Moçambique gerou um lucro de 14 milhões.
“Os resultados dos primeiros nove meses de 2021 evidenciam que o BPI mantém a trajetória de crescimento da atividade comercial e das quotas de mercado, alicerçada numa forte subida nos recursos, no crédito à habitação e na venda de produtos de poupança e investimento”, diz Oliveira e Costa.
“Paralelamente, o Banco apresenta uma elevada qualidade dos ativos e uma capitalização confortável”, acrescenta o mesmo responsável.
Negócio cresce
De acordo com o banco, o produto bancário subiu para 664,4 milhões de euros, com a margem financeira a crescer para 342 milhões, as comissões a avançarem para 204 milhões de euros e os rendimentos de instrumentos de capital a mais do que duplicarem de 42 milhões para quase 100 milhões.
Os custos de estrutura também aumentaram para 340 milhões, levando o BPI a obter um resultado operacional de 324,3 milhões de euros, mais 125 milhões em relação ao mesmo período do ano passado.
O banco destaca o aumento do volume de negócios: os recursos de clientes cresceram 9,2% para 39,3 mil milhões de euros, engordando sobretudo à boleia dos depósitos (+11% para 28 mil milhões); a carteira de crédito aumentou 7,5% para 27,1 mil milhões, correspondendo a uma quota de mercado de 10,9% em agosto de 2021 (mais 30 pontos base face ao mesmo mês do ano passado).
Ao nível da qualidade da carteira de empréstimos, o rácio de NPE (non performing exposures) situou-se em 1,5% no final de setembro de 2021, “mantendo-se sem alterações face ao trimestre anterior, apesar do fim das moratórias APB em junho”, indica o BPI. O rácio de malparado desceu 0,3 pontos percentuais para 1,8%. “Os NPL estavam cobertos a 155% por imparidades e colaterais no final do período”, diz o banco.
O BPI diz também cumprir “por margem significativa os requisitos mínimos exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE) para 2021, apresentando rácios de CET1 de 14,5%, Tier 1 de 16% e capital total de 17,6%.
(Notícia atualizada às 11h24)
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