Portugueses “gastaram” 10,1 mil milhões de GB de internet no ano da pandemia
Tráfego no acesso à internet disparou "de forma extraordinária" em 2020, o ano do teletrabalho e da pandemia. Cresceu mais de 60% e atingiu 10,1 mil milhões de GB, segundo o INE.
O volume de tráfego de acesso à internet no ano da pandemia disparou “de forma extraordinária”, crescendo mais de 60% e atingindo 10,1 mil milhões de GB. A informação foi avançada pelo INE, que publicou esta sexta-feira mais um conjunto de dados que mostram o efeito da chegada da Covid-19 nos transportes e comunicações.
Com milhões de portugueses fechados em casa e as empresas obrigadas a adotarem o trabalho remoto sempre que possível, as redes de internet de banda larga assistiram a um disparo sem precedentes no volume de informação. Este impacto levou também o número de acessos à internet no país a aumentar em 4,9%, para 4,16 milhões, sendo o crescimento mais expressivo o dos acessos por fibra ótica.
Dados preliminares mostram também que o volume de negócios das empresas de telecomunicações subiu 11,9% face a 2019, para 6,2 mil milhões de euros. É que, além da subida do tráfego de internet e do número de acessos, os portugueses falaram mais tempo ao telemóvel (mas fizeram menos chamadas na rede móvel) e também viram mais televisão: o número de assinantes de TV paga voltou a crescer, na ordem dos 4%, atingindo 4,2 milhões de subscrições.
Das comunicações eletrónicas para as mais tradicionais, o INE salienta que “a rede postal nacional cresceu 8,3%” e inverteu a tendência do ano anterior. No fim do ano, havia 14.802 estabelecimentos, mais 23 do que no ano prévio (os CTT estão a reabrir lojas que tinham sido encerradas pela anterior administração).
Mas enquanto o número de estações de correio aumentou (4,3%), o número de postos diminuiu (-1,5%). O tráfego postal continuou a descer em 2020, acentuando a queda anual, de -6,7% em 2019 para -12% no ano passado, o correspondente a 604 milhões de objetos expedidos.
Transportes afundam na pandemia
Passando aos transportes, o cenário é o oposto, tendo-se registado quedas bastante acentuadas, visto que a pandemia travou a mobilidade.
O número de passageiros transportados por ferrovia caiu 41,7%; desceu 47,8% no metropolitano; deslizou 42% no caso do transporte rodoviário; e encolheu 42,8% no transporte fluvial.
A queda mais acentuada, porém, verificou-se nas viagens de avião. “O transporte aéreo de passageiros registou o maior impacto, com uma diminuição de 69,4% do movimento de passageiros nos aeroportos e aeródromos nacionais”, indica o INE. No ano anterior, tinha subido 6,8%.
No caso concreto do transporte de mercadorias, o tráfego apresentou “decréscimos menos acentuados”. Desceu 29,4% na via aérea, 10,6% na ferrovia, 7% no modo marítimo e 14,8% no transporte rodoviário em veículos nacionais”.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h38)
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