Chumbo do Tribunal da UE à TAP não é inédito. Mas Espanha já tem ok

Ryanair deu entrada com 16 processos judiciais contra Bruxelas por ter permitido apoios, incluindo por Portugal, Países Baixos ou Espanha. Os três países tiveram decisões esta quarta-feira.

O Tribunal da União Europeia tomou, no mesmo dia, decisões contrárias sobre apoios públicos a companhias aéreas em três países diferentes. Portugal e Países Baixos viram um chumbo na forma como injetaram dinheiro na TAP e KLM, respetivamente, enquanto Espanha recebeu luz verde da justiça europeia. A razão prende-se com falta de argumentação.

A “insuficiência de fundamentação” é citada em ambos os casos para explicar a anulação das decisões da Comissão Europeia que permitiram aos dois Estados darem auxílio financeiro no âmbito da Covid-19. No caso da TAP, o tribunal aponta “lacunas na fundamentação” da decisão impugnada que fazem com que o Tribunal Geral não esteja “em condições de verificar se os requisitos” relativas aos auxílios a empresas em dificuldade estavam reunidos.

Em particular, houve uma falta de explicações por parte de Bruxelas em relação ao grupo. Esta questão importa para avaliar se as dificuldades com que o beneficiário se depara lhe são específicas e não resultam de uma afetação arbitrária dos custos, no âmbito do grupo, ou se estas são demasiado graves para serem resolvidas pelo próprio grupo.

Além disso, o Tribunal “constata” que a Comissão “não fundamentou” afirmações sobre eventuais benefícios para acionistas ou filiais e, por outro lado, que as dificuldades eram demasiado graves para serem resolvidas pelos administradores ou acionistas. “De facto, a Comissão limitou-se a prestar esclarecimentos sobre a situação financeira do beneficiário e sobre as dificuldades causadas pela pandemia de Covid-19”, refere o acórdão.

O recurso pode ser apresentado no prazo de dois meses e dez dias a contar da notificação, mas o Governo português já explicou que a decisão concretiza-se na prática numa solicitação de informações complementares a Bruxelas. “É um processo em que não somos parte, é a Comissão Europeia”, disse António Costa esta quarta-feira. Tanto o primeiro-ministro como a gestão da TAP garantiram que não há, para já, quaisquer efeitos imediatos, nomeadamente a devolução do cheque de 1,2 mil milhões de euros.

A mesma garantia foi dada pela KLM, que antecipa que “não haja consequências” para a empresa da decisão semelhante tomada também na quarta-feira pelo mesmo tribunal. “Tendo em conta a insuficiência de fundamentação de que enferma a decisão impugnada, o Tribunal Geral não estava em condições de verificar a necessidade e a proporcionalidade do auxílio nem a observância das condições”, pode ler-se no acórdão relativo à companhia do grupo Air France.

"A Comissão limitou-se a prestar esclarecimentos sobre a situação financeira do beneficiário [TAP] e sobre as dificuldades causadas pela pandemia de Covid-19.”

Acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia

O Tribunal Geral salienta que a decisão impugnada não contém elementos relativos à composição da estrutura acionista da Air France e da KLM, nem informações quanto às relações funcionais, económicas e orgânicas entre a sociedade holding Air France-KLM e as suas filiais, embora revele que a sociedade holding está implicada na concessão e administração dos auxílios previstos tanto a favor da KLM como da Air France.

Neste caso trata-se de 3,4 mil milhões de euros que se juntam a outros 11 mil milhões para outras empresas do grupo. A ligação entre as várias companhias é exatamente um dos pontos que a justiça quer ver clarificado pois “a decisão impugnada também não expõe a eventual existência de um qualquer mecanismo que impeça que o auxílio concedido à Air France através da sociedade holding Air France-KLM beneficie, precisamente por intermédio da sociedade holding, a KLM, e vice-versa”.

Neste quadro, o Tribunal Geral declarou “inadmissíveis” as explicações apresentadas pela Comissão, pela primeira vez na audiência, para demonstrar que o auxílio anteriormente concedido à Air France não podia beneficiar a KLM. “Além disso, embora a Comissão disponha de um amplo poder de apreciação para determinar se sociedades que fazem parte de um grupo, devem ser consideradas como uma unidade económica para efeitos de aplicação do regime dos auxílios de Estado”, não o expôs “de forma suficientemente clara e precisa”.

Embora os efeitos tenham sido suspensos e as decisões sejam provisórias — cabendo agora à Comissão Europeia prestar os esclarecimentos necessários –, estas são as primeiras vitórias para a Ryanair. A maior low cost europeia deu entrada com 16 processos judiciais contra a Comissão Europeia por ter permitido apoio público a companhias de bandeira, como a TAP e a KLM, mas também a Lufthansa ou a Austrian Airlines.

Desde o início da pandemia, a concorrência europeia já deu luz verde a apoios de mais de três biliões de euros, o que a Ryanair considera que vai “contra os princípios fundamentais da legislação da UE” e inverte o processo de liberalização do transporte aéreo, “recompensando a ineficiência e encorajando a concorrência desleal”. Viu, por isso, os dois acórdãos como “uma importante vitória para os consumidores e para a concorrência”.

"A Comissão limitou-se a prestar esclarecimentos sobre a situação financeira do beneficiário [TAP] e sobre as dificuldades causadas pela pandemia de Covid-19.”

Acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia

A companhia não fez, no entanto, referência a um terceiro acórdão também conhecido esta quarta-feira, relativo ao Fundo de Apoio à Solvência das Empresas Estratégicas espanholas que registam dificuldades temporárias devido à pandemia de Covid-19. A medida em causa, destinada à adoção de medidas de recapitalização e dotada de um orçamento de 10 mil milhões de euros, foi usada para apoiar a Iberia e a Vueling.

O Estado espanhol decidiu injetar mil milhões de euros nas duas empresas, mas tendo sido incluído num pacote de apoios que Madrid viu aprovado em Bruxelas não precisou de ser tratado individualmente pela Comissão. Neste caso, a conclusão foi que “constitui um regime de auxílios de Estado, mas é proporcionada e não discriminatória”.

Sobre o princípio da não discriminação, considerou que o regime “satisfaz as condições” estabelecidas pela legislação europeia, na medida em que “visa efetivamente sanar uma perturbação grave da economia espanhola causada pela pandemia de Covid-19”. Além disso, o Tribunal acrescenta que o critério da importância estratégica e sistémica dos beneficiários do auxílio “reflete efetivamente” o objetivo do auxílio em causa.

O Tribunal Geral constata, por outro lado, que a limitação do regime em causa às empresas não financeiras, com importância sistémica ou estratégica para a economia espanhola, estabelecidas em Espanha e com os seus principais centros de atividade no seu território, é “simultaneamente adequada e necessária” para alcançar o objetivo de sanar a perturbação grave da economia espanhola.

A decisão relativa a Espanha é semelhante à tomada pela mesma instituição, no mês passado, sobre a SAS – Scandinavian Airlines e sobre a Finnair. Quanto à finlandesa, os juízes consideraram que a garantia do empréstimo estatal era “necessária” para remediar a grave perturbação na economia do país, dada a importância da transportadora aérea. Já sobre a SAS, referiram que “dado que a quota de mercado é muito superior à do seu concorrente mais próximo nos dois Estados-Membros, o auxílio não constitui uma discriminação ilegal”.

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Lisboa regressa aos ganhos à boleia do BCP. Semapa desliza

Depois das quedas acentuadas na última sessão, as bolsas europeias estão de volta aos ganhos. Lisboa acompanha a tendência, beneficiando do bom desempenho do BCP.

Após as quedas acentuadas da última sessão, o “verde” volta a pintar os ecrãs de negociação. Na Europa, o dia é de recuperação nas bolsas, assim como em Lisboa que acompanha a tendência à boleia do BCP.

O Stoxx 600 soma 0,5%, assim como a generalidade dos índices do Velho Continente. Em Lisboa, o PSI-20 segue a ganhar 0,32% para cotar nos 5.236,92 pontos.

O BCP destaca-se pelo peso que tem no comportamento do índice de referência. As ações do banco liderado por Miguel Maya seguem a valorizar 1,28% para os 16,66 cêntimos.

A liderar os ganhos na praça nacional está a Ibersol, que avança 1,36%, sendo de destacar também o comportamento do setor do retalho, com a Sonae a valorizar 1,06% enquanto a Jerónimo Martins sobe ligeiros 0,03%.

No setor da energia, a EDP e a EDP Renováveis seguem com ganhos modestos, assim como a Galp Energia que avança 0,2% para cotar nos 9,954 euros por ação.

A Altri, que vê a Greenvolt continuar a expansão, e a Navigator também ajudam o PSI-20, enquanto a Semapa cai. A “holding” recua mais de 2% depois de a família Queiroz Pereira ter vindo anunciar que não vai rever o preço da OPA que lançou sobre a Semapa.

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“Não existe decisão fechada” sobre consórcio para o hidrogénio em Sines, diz EDP

"A EDP integra o grupo de empresas que tem estado a avaliar a viabilidade e opções de desenvolvimento do projeto H2Sines, não existindo ainda qualquer decisão fechada", refere fonte oficial.

A EDP admite que todos os cenários para o mega consórcio de 1,5 mil milhões de euros de investimento para produzir hidrogénio em Sines e exportá-lo para a Holanda — H2Sines, que integra também a Galp, REN, Martifer e Vestas — estão ainda em aberto, tal como estiveram desde o primeiro dia.

Ou seja, o consórcio pode de facto ainda vir a avançar nos moldes em que foi constituído e apresentado ao Governo na manifestação de interesse lançada em junho de 2020, e o projeto ser desenvolvido em conjunto para criar uma unidade industrial com capacidade total em eletrolisadores de, pelo menos, 1 GW até 2030. Ou então, cada empresa avançar por si só e realizar o investimento individualmente, com o mesmo objetivo na mira.

O ECO/Capital Verde sabe que existe até uma terceira opção em cima da mesa, que poderá implicar que sejam revistas as posições de cada parceiro dentro do consórcio H2Sines.

O mais recente diagnóstico ao ponto de situação da análise de decisão conjunta de investimento das cinco empresas (quatro portuguesas e uma dinamarquesa) é feito pela voz da elétrica. A EDP integra o grupo de empresas que tem estado a avaliar a viabilidade e opções de desenvolvimento do projeto H2Sines, não existindo ainda qualquer decisão fechada”, refere fonte oficial em declarações ao ECO/Capital Verde.

Do lado da Galp, a petrolífera diz em declarações ao Capital Verde que “mantém todo o interesse e empenho no hidrogénio verde”. No entanto, “a empresa não tem neste momento qualquer comentário a fazer em relação ao projeto H2Sines”.

Quanto à REN, prevê que nos próximos anos 33% do investimento seja dedicado a projetos de hidrogénio, representando cerca de 40 milhões de euros: 15 milhões na rede de gasodutos e 25 milhões na armazenagem, na infraestrutura do Carriço.

“A REN quer sair das palavras e fazer todo o trabalho detalhado de engenharia para tornar o hidrogénio uma realidade em Portugal. Estamos preparados”, frisou Rodrigo Costa recentemente no Capital Markets da REN, sem fazer qualquer menção ao consórcio H2Sines, no qual a REN se encontra ao lado da EDP, Galp, Martifer e Vestas para produzir hidrogénio em Sines e exportá-lo para a Holanda.

As posições da EDP e Galp surgem na sequência de notícias que dão conta da possibilidade de o projeto de hidrogénio verde em Sines não ter, afinal, um mega consórcio. De acordo com o Dinheiro Vivo, EDP, Galp, Martifer, REN e Vestas ainda não concluíram o estudo de viabilidade da criação de um cluster industrial de produção de hidrogénio verde com base em Sines. O site cita fontes que admitem que, tal como está, o projeto não deverá avançar. Em alternativa, cada uma das empresas poderá avançar por si própria com projetos individuais.

As fontes citadas pelo Dinheiro Vivo recusam qualquer tipo de desentendimento entre os parceiros deste mega consórcio, mas invocam apenas “leituras distintas” das empresas face à visão do governo para o projeto. Um dos pontos de desacordo é a vertente exportadora do projeto do hidrogénio produzido em Sines para a Holanda via Porto de Roterdão.

O H2Sines é o projeto bandeira do Sines Hydrogen Valley e o segundo maior projeto (a seguir ao da Bondalti) dos 37 projetos aprovados para fazer parte da candidatura portuguesa a Bruxelas para o estatuto de Projeto Importante de Interesse Europeu Comum (IPCEI) para o hidrogénio, que o Governo está ainda a negociar com vários países europeus, incluindo a Alemanha, tendo já garantido a parceria com a Holanda.

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Exames nacionais deixam de ser feitos em papel até 2025

  • ECO
  • 20 Maio 2021

Medida consta do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e tem um custo estimado de 12 milhões de euros.

As provas e os exames nacionais vão começar aos poucos a deixar de ser feitos em papel, cumprindo o objetivo previsto de serem totalmente feitos em formato digital até 2025, avança o Jornal de Notícias (acesso pago). Esta medida — que já começou a ser implementada — consta do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e tem um custo estimado de 12 milhões de euros.

“Adotar processos desmaterializados de elaboração, distribuição, aplicação, realização e classificação das provas de avaliação interna e externa” é um dos objetivos do PRR no âmbito da educação, estimando-se que o investimento permitirá aumentar “de forma gradual o número de provas abrangidas até 2025”. Este ano, os testes dos 3.º, 6.º e 9.º ano para aferir o impacto do ensino à distância já foi feito de forma digital.

A ideia do Governo é reverter as baixas médias de literacia digital em tecnologias de informação e comunicação (TIC) e usar a “bazuca” europeia para robustecer as infraestruturas e equipamentos das escolas. Isto vai requerer mudanças nas componentes letivas, começando pelo “aprofundamento” das TIC no ensino básico e a “integração de áreas de competências digitais” no básico e secundário.

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Hoje nas notícias: TSU, exames nacionais e Covid-19

  • ECO
  • 20 Maio 2021

As isenções e reduções de TSU oferecidas no âmbito da pandemia já custaram ao Estado mais de 580 milhões de euros. 510 mil já autoagendaram a vacina da Covid e os exames vão deixar o papel até 2025.

As isenções e reduções de TSU oferecidas no âmbito das medidas de apoio às empresas já custaram ao Estado mais de 580 milhões de euros. O dia fica marcado também pela notícia de que o autoagendamento da vacinação contra a Covid-19 que já conta com mais de 510 mil marcações. Quanto aos exames nacionais, a novidade é que vão deixar o papel até 2025.

Isenção de TSU já custou 580 milhões ao Estado

Desde o início da pandemia, as isenções e reduções de TSU oferecidas no âmbito das medidas de apoio às empresas já custaram ao Estado mais de 580 milhões de euros, segundo uma estimativa do Ministério do Trabalho. Este montante é “financiado pelo Orçamento do Estado”, para que a Segurança Social não perca receita. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Exames nacionais deixam de ser feitos em papel até 2025

As provas e os exames nacionais vão progressivamente passar a ser feitos em formato digital até se acabar totalmente com o papel em 2025. A medida consta do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e prevê um investimento de 12 milhões de euros. Este ano, o teste dos 3.º, 6.º e 9.º ano já foi feito de forma digital. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Mais de 510 mil pessoas autoagendaram vacina contra a Covid-19

Mais de 510 mil pessoas já fizeram o autoagendamento da vacina contra a Covid-19 através da internet. Desde que foi alargado para as pessoas com 60 anos, a 8 de maio, e depois para os 55, mais do que duplicou o número de inscrições (de 210 mil no dia 8 para 510 mil na terça-feira). Porém, muitos estão em “lista de espera” aguardando confirmação da hora e do local. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Ministério da Defesa investigado por quebra de segurança

O Gabinete Nacional de Segurança (GNS) está a investigar uma suspeita de quebra de segurança relacionada com um documento do Ministério da Defesa. Em causa está uma auditoria às obras do antigo Hospital Militar de Belém, transformado em Centro de Apoio Militar de Belém Covid-19, cujo custo excedeu em mais do triplo a verba inicialmente apresentada pelo Governo (3,2 milhões de euros em vez de 750 mil euros). Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Chumbo do tribunal europeu não anula apoio de 462 milhões de euros à TAP

O Tribunal de Justiça da União Europeia chumbou os apoios estatais de 1,2 mil milhões de euros que a TAP recebeu no ano passado, mas tal não impede que a companhia aérea receba o próximo cheque de 462 milhões. Este apoio deverá chegar à TAP dentro de dias. Para já, a decisão do tribunal não tem “consequência nenhuma”, como disse António Costa na quarta-feira o primeiro-ministro, António Costa. No entanto, se a anulação for definitiva e a TAP tiver que devolver o dinheiro, a companhia fica em apuros. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

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Isenção de TSU já custou 580 milhões de euros ao Estado

  • ECO
  • 20 Maio 2021

Entre isenções ou reduções de TSU no âmbito dos apoios às empresas, o Estado já gastou mais de 580 milhões de euros desde o início da pandemia, estima o Ministério do Trabalho.

As isenções e reduções da Taxa Social Única (TSU) no âmbito das medidas de apoio às empresas já custaram mais de 580 milhões de euros ao Estado desde o início da pandemia, estima o Ministério do Trabalho, citado pelo Jornal de Negócios (acesso pago).

Fonte do Ministério de Ana Mendes Godinho acrescenta que estas isenções e reduções da TSU — que foram oferecidas no âmbito de medidas como o lay-off simplificado e o apoio à retoma — “são financiadas pelo Orçamento do Estado”, pelo que a Segurança Social não perca receita. Ainda de acordo com o Negócios, o lay-off e o apoio à retoma já custaram, só este ano, 1.633,5 milhões de euros.

Só este ano, o lay-off simplificado abrangeu 57 mil empresas e 317 mil trabalhadores, enquanto o apoio à retoma abrangeu 38 mil empresas e 267 mil trabalhadores, indicam dados do Ministério do Trabalho.

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Donos do Sublime Comporta têm à venda carteira com 200 imóveis avaliada em 60 milhões

A Addrezza, pertencente ao Grupo Laje Capital, tem no mercado uma carteira com 200 imóveis, avaliada em 60 milhões de euros. Na corrida estão dois interessados.

A Addrezza, dona de vários projetos de luxo em Lisboa, tem à venda desde março uma carteira com mais de duas centenas de imóveis no Porto, Lisboa e em Faro, sabe o ECO. O processo está nas mãos da Square Asset Management (Square AM), gestora do fundo que detém os imóveis, e da CBRE. Na corrida estão dois interessados: um fundo alemão e outro investidor que está a ser assessorado pela Whitestar.

Chama-se “Project Silk” e entrou para o mercado em março deste ano. De acordo com o teaser a que o ECO teve acesso, o portefólio era inicialmente composto por 219 imóveis, a maioria localizada no Porto, em Lisboa e em Faro, que perfaziam um total de cerca de 60 milhões de euros. No entanto, alguns imóveis acabaram por ser retirados.

Deste total, 200 (95%) são habitações, numa área total de 24.600 metros quadrados e gerando rendas de 806.000 euros por ano. A maioria tem, em média, 120 metros quadrados e corresponde a T2, T3 e T4, enquanto a restante fatia são estúdios com até seis quartos. Os restantes 5% da carteira (19 imóveis) são escritórios, lojas, terrenos e estacionamentos, numa área total de 40.670 metros quadrados, gerando rendas de 32.000 euros anuais.

Os contratos de arrendamento da maioria destes imóveis começaram a ser rescindidos em 2020, lê-se no documento enviado a potenciais investidores. Atualmente, 46% dos imóveis estão desocupados, mas esta percentagem “aumentará rapidamente nos próximos meses, uma vez que a maioria dos contratos” está prestes a terminar. “O vendedor tem-se oposto a todas as renovações e não assinou novos contratos de arrendamento”.

Dois interessados na corrida, mas carteira desperta pouco interesse

Em declarações ao ECO, uma fonte do mercado imobiliário referiu tratar-se de “um portefólio muito heterogéneo de casas ‘soltas’ em prédios de propriedade horizontal” e que, por isso, “não corresponde ao tipo de produto que os investidores institucionais procuram”.

A fase de non binding offer terminou a 7 de abril, estando o processo está neste momento na fase de binding — apresentação das propostas vinculativas –, terminando o prazo dentro de duas semanas. E o ECO sabe que na corrida estão dois interessados: a Whitestar Asset Solutions, em representação de um investidor que não foi possível apurar, e o fundo alemão Deutsche Finance, juntamente com a Finsolutia.

Ao ECO, a Square AM confirmou que os imóveis são detidos pelo fundo Addrezza Arrendamento que, por sua vez, é detido por um investidor. A sociedade gestora adiantou ainda que estas duas centenas de imóveis são tudo o que resta deste fundo e que, “se forem vendidas as frações, o fundo a seguir será liquidado”, mas “se forem transacionadas as unidades de participação”, este “continuará a sua atividade”.

Questionada pelo ECO, a Addrezza não enviou qualquer resposta até ao momento de publicação deste artigo.

Entre aumentos e reduções de capital, estratégia é vender

Estes imóveis pertencem à Addrezza, empresa de imobiliário do Grupo Laje Capital, proprietária de vários projetos de habitação e turismo de luxo no país, como o Sublime Comporta, o Amoreiras Residence e Amoreiras Vista e o i53 Carcavelos, lê-se no site da empresa. A par destes projetos está ainda a carteira que está agora no mercado, que é detida pelo fundo de investimento imobiliário fechado Addrezza Arrendamento. Este, por sua vez, é gerido pela Square AM.

Posteriormente, conforme se lê no Relatório de Atividade e Contas de 2020 da Addrezza, desde que foi criado, em 2009, o fundo realizou vários aumentos e reduções de capital. Iniciou atividade com um capital de 50 milhões de euros e aumentou esse capital duas vezes, até que, em 2016, “fruto da excelente dinâmica comercial entretanto implementada”, fez a primeira redução de capital, onde resgatou cerca de 20 milhões de euros. No final de 2017 e de 2018 fez mais duas reduções de capital, “graças à manutenção do excelente ritmo de vendas de imóveis em carteira”.

Durante o ano passado, foram realizadas as quarta e quinta reduções de capital do fundo, num montante total de cerca de 15,5 milhões de euros. A 31 de dezembro de 2020, o capital ascendia a 52,2 milhões de euros. No ano passado, o fundo não fez qualquer aquisição, refere o relatório, mas somou vários desinvestimentos. Assim, apesar de ter iniciado 2020 com 284 frações, acabou com 235 frações (tudo o que está neste momento à venda).

Para 2021, o fundo pretende continuar com a “manutenção da dinâmica de vendas de frações, acompanhada de uma expectativa de subida dos valores de arrendamento das frações”, lê-se no documento. O ECO questionou a Addrezza para perceber quais são os objetivos após a venda desta carteira, mas até ao momento de publicação deste artigo não obteve resposta.

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Decisão do TJUE não põe em risco aprovação do plano de reestruturação da TAP

Fonte próxima das negociações explica que continuam a decorrer encontros entre autoridades portuguesas e europeias. A anulação às ajudas de Estada decretada pelo Tribunal da UE não terá efeito.

O plano de reestruturação da TAP continua sem ser aprovado pela Comissão Europeia e o processo sofreu esta quarta-feira novo revés. O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) anulou a decisão de Bruxelas que permitiu dar um auxílio inicial de 1,2 mil milhões de euros à companhia aérea. No entanto, nem o dinheiro terá de ser devolvido nem a decisão irá afetar o calendário de aprovação de aprovação do plano, segundo apurou o ECO.

A Comissão Europeia considerou, em junho do ano passado, que o apoio à TAP era compatível com as regras do mercado interno. A decisão foi contestada judicialmente pela Ryanair, a quem a justiça deu agora razão, decretando a anulação da decisão da Comissão por não ter sido “suficientemente fundamentada”.

O efeito prático da sentença foi simultaneamente suspenso pelo mesmo tribunal até à adoção de uma nova decisão pela Comissão Europeia, dando alguma margem de manobra às autoridades europeias. Em alternativa à mudança na decisão, pode ser apresentado um recurso no prazo de dois meses e dez dias a contar da notificação.

A suspensão da anulação é que faz com que nada seja alterado na situação atual, nomeadamente no processo de aprovação do plano de reestruturação, segundo confirmou ao ECO fonte próxima das negociações. Continuarão, por isso, a decorrer os contactos entre as autoridades portuguesas e europeias, sendo que a expectativa é que haja uma decisão proximamente.

O prazo inicial apontado pelo Governo era o primeiro trimestre do ano, mas têm havido constantes adiamentos. “Esperamos que no final de maio, início de junho possamos ter alguma resposta. Continuamos a reiterar que o atraso não significa nenhuma dúvida em relação ao processo“, disse há um mês o CEO Ramiro Sequeira, em entrevista ao ECO. Questionados sobre o impacto da decisão do Tribunal no plano, TAP e Comissão Europeia não quiseram comentar.

Fonte oficial de Bruxelas respondeu apenas que “a Comissão registou a decisão do Tribunal Geral”, bem como que “irá estudar cuidadosamente a sentença e refletir sobre os próximos passos“. Já sobre se iria apresentar recurso, não respondeu.

Da parte do Governo, o primeiro-ministro António Costa disse, logo após o acórdão ser conhecido, que é agora responsabilidade da Comissão Europeia prestar informações complementares, rejeitando efeitos imediatos para a companhia aérea. “Para já, não tem consequência nenhuma. Não significa nada, nenhum atraso. Vamos continuar a executar tudo como temos estado a executar”, garantiu.

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TdC tem em curso auditorias a vários contratos da Covid-19

  • Lusa
  • 20 Maio 2021

“Há sempre quem se aproveite de apoios e de outras situações que são ilegítimas”, diz o presidente do Tribunal de Contas.

O presidente do Tribunal de Contas disse estarem em curso auditorias a vários contratos no âmbito do regime excecional de resposta à Covid-19, sublinhando que serão encaminhadas para efetivação de responsabilidades situações de apropriação ilegítima de apoios.

Ouvido na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença Covid-19 e do processo de recuperação económica e social, o presidente do Tribunal de Contas (TdC), José Tavares, referiu que o acompanhamento que tem vindo a ser feito indica que houve melhoria nos processos, mas precisou o Tribunal está agora a iniciar a verificação concreta das situações que já analisou do ponto de vista global.

Referindo que em situações de catástrofe ou de combate a uma pandemia “há sempre quem se aproveite de apoios e de outras situações que são ilegítimas”, sublinhou que estas serão encaminhadas pelo Tribunal para a efetivação de responsabilidades.

“Estão em curso várias ações neste domínio, em que o Tribunal vai analisar em particular determinados contratos, elaborará os respetivos relatórios e, se for caso disso, serão encarnados para a efetivação das responsabilidades a que há lugar”, referiu José Tavares em resposta aos deputados.

O presidente do Tribunal de Contas afirmou ainda que essa efetivação de responsabilizadas poderá visar pessoas coletivas privadas e singulares privadas já que, notou, a legislação nacional prevê que, perante situações de beneficiários de qualquer tipo de fundos a que não em direito, o Tribunal pode ordenar a reposição desses montantes aos cofres do Estado.

O tribunal pode também, referiu, apurar os efeitos que o uso indevido de uma medida teve na não arrecadação de receitas, dando como exemplo o caso do lay-off simplificado – em que além do apoio para pagar remunerações, o empregador ficou isento da Taxa Social Única.

Na sua intervenção inicial, o presidente do Tribunal de Contas apontou as auditorias que este tribunal tem em curso no âmbito da pandemia, nomeadamente digitalização das escolas e o lay-off simplificado no ano de 2020, incluindo uma análise aos efeitos desta medida e dos apoios subsequentes no mercado de trabalho.

Da lista de ações em curso em 2021 e relacionadas com a pandemia consta ainda uma ação de acompanhamento de contratos isentos de fiscalização prévia e uma auditoria ao sistema de controlo e prevenção de fraude nos fundos europeus.

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Hoje há greve na Função Pública. Saúde fica de fora

A Frente Comum preparou para esta quinta-feira um dia de luta nacional, com greves e uma concentração. Funcionários públicos reivindicam aumento dos salários e revogação do sistema de avaliação.

Esta quinta-feira é dia de greve na Administração Pública. A paralisação convocada pela Frente Comum deverá afetar a administração central, local e regional, à exceção dos serviços da área da saúde, dada a crise pandémica que o país atravessa. Os trabalhadores do Estado reivindicam o aumento geral dos salários, a correção da tabela remuneratória única, a revogação do atual sistema de desempenho (o SIADAP) e a dignificação das carreiras.

“Esta não foi uma decisão tomada de ânimo leve”, sublinhou Sebastião Santana, líder da Frente Comum, aquando do anúncio da greve desta quinta-feira. Segundo o sindicalista, esta paralisação resulta de um longo período de falta de respostas por parte do Governo aos problemas dos funcionários públicos.

Para reivindicar a melhoria dos salários, das carreiras e da avaliação, a Frente Comum organizou, assim, um dia de luta nacional, que implicará greves e uma concentração frente ao Palácio da Ajuda — onde o Governo vai estar reunido em Conselho de Ministros –, pelas 15h00.

De acordo com o pré-aviso comunicado à Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), em greve estarão os trabalhadores da administração central, local e regional. A exceção serão os serviços de saúde, que continuarão a funcionar com normalidade. “Vai ser uma greve com grande impacto“, estima Sebastião Santana.

Estes protestos acontecem numa altura em que o Governo está a negociar com os sindicatos a revisão do SIADAP. O líder da Frente Comum tem criticado a forma como o Executivo tem conduzido esse processo, considerando que o que está em causa é um “simulacro de negociação”. Ao ECO, fonte do Ministério da Administração Pública garantiu, por sua vezes, que estes protestos “não interferem” com negociações.

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5 coisas que vão marcar o dia

É dia de greve da Administração Pública e de se conhecerem os resultados da Sonae. No Parlamento, Nuno Vasconcellos é ouvido na comissão de inquérito às perdas do Novo Banco.

A greve dos funcionários público e a audição de Nuno Vasconcellos prometem marcar o dia desta quinta-feira. Destaque também para a apresentação de resultados por parte da Sonae, para a divulgação dos dados relativos ao endividamento do setor não financeiro e para a publicação do Relatório de Implementação da Política Monetária em 2020.

Vasconcellos na comissão de inquérito ao NB

Nuno Vasconcellos ruma, esta quinta-feira, à Assembleia da República. O antigo presidente da Ongoing Strategy Investments vai responder às perguntas dos deputados da comissão eventual de inquérito parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução. De notar que a falida Ongoing tinha uma dívida superior a 600 milhões de euros ao Novo Banco. Vasconcellos será o quarto grande devedor do NB a ser ouvido pelos deputados da comissão em causa.

Funcionários públicos fazem greve

Esta quinta-feira é dia de luta nacional por parte dos trabalhadores da Administração Pública. Está marcada para esse efeito uma greve dos funcionários públicos da administração central, local e regional — que exceciona os serviços de saúde face à crise pandémica que o país atravessa — e uma concentração junto ao Palácio da Ajuda, pelas 15h00. Os protestos foram organizados pela Frente Comum e servem para reivindicar o aumento geral dos salários, a correção da tabela remuneratória, a revogação atual do sistema de avaliação dos funcionários públicos e a dignificação das carreiras.

Sonae apresenta resultados

A Sonae apresenta, esta quinta-feira, os seus resultados relativos aos primeiros três meses de 2021. Os números serão conhecidos após o fecho dos mercados. A retalhista fechou o ano de 2020 com lucros de 71 milhões de euros, um recuo de cerca de 57,2% face ao resultado líquido de 166 milhões de euros registado em 2019. O alívio das restrições que marcou o último trimestre do ano passado permitiu à empresa terminar o ano com um resultado positivo.

Como está a evoluir o endividamento?

O Banco de Portugal divulga, esta quinta-feira, os dados sobre a evolução do setor não financeiro relativos a março e ao conjunto do primeiro trimestre de 2021. Em fevereiro, o endividamento das famílias, empresas e Estado aumentou 5.395 milhões de euros face ao mês anterior, passando a situar-se em 751.399 milhões. O Banco de Portugal detalhava, na altura, que desse total, 345.600 milhões de euros respeitavam ao setor público e 405.800 milhões de euros ao setor privado.

Bdp divulga relatório sobre política monetária

O Banco de Portugal publica, esta quinta-feira, o Relatório de Implementação da Política Monetária em 2020. Neste documento, o banco central nacional irá revelar a sua atuação no contexto do euro, nomeadamente as compras de dívida realizadas em mercado ao abrigo da “bazuca” pandémica lançada por Christine Lagarde.

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Governo junta cultura e restauração para lançar o IVAucher

A implementação da medida vai depender da evolução da pandemia. Em cima da mesa está a data de 1 de junho ou 1 de julho.

O Governo está a ultimar os detalhes técnicos para lançar o IVAucher. O arranque da medida continua condicionado à evolução da situação pandémica, mas os setores beneficiários da medida têm a expectativa de que esteja no terreno até 1 de julho.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais esteve reunido esta quarta-feira com associações representativas do setor cultural, de hotelaria e restauração. O objetivo foi apresentar-lhes a medida “do ponto de vista técnico” e pedir contributos para melhorar a sua implementação.

“O Executivo mostrou-nos a operação que conseguiu montar e pediu os nossos contributos“, contou ao ECO, Álvaro Covões, um dos elementos que esteve presente na reunião da manhã, com as associações culturais. Reconhecendo que a “medida é complexa”, o diretor da Everything is New, que criou o NOS Alive, classificou a medida como “uma bazuca direta ao consumo”.

O IVAucher, criado no Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), pretende estimular o consumo nos setores mais afetados pela pandemia — restauração, alojamento (hotéis, alojamento local, etc.) e cultura — através da possibilidade de os consumidores poderem acumular todo o IVA suportado nestes mesmos setores, descontando-o nas compras efetuadas no trimestre seguinte.

Apesar de o ministro da Economia ter dito no Parlamento, a 5 de maio, que o Executivo estava “em condições de laçar, nas próximas semanas”, o IVAucher, António Mendonça Mendes não se comprometeu com nenhuma data junto das associações que recebeu esta quarta-feira. A posição do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais tem sido a de sempre: a implementação da medida vai depender da evolução da pandemia. Em cima da mesa está 1 de junho ou 1 de julho.

“Estamos mais ativos com a recuperação”, reconheceu Álvaro Covões, sublinhando que o processo de vacinação ajuda muito, uma vez que “incentivar o consumo significa incentivar as pessoas a sair, a frequentar eventos culturais, restaurantes e hotéis”. O dirigente da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos admite que gostaria que a medida fosse implementada a 1 de julho já que se trata de algo “muito positivo para a economia”, “uma espécie de injeção direta” à semelhança dos incentivos que os Estados Unidos deram.

Para implementar o IVAucher, a Autoridade Tributária lançou um concurso público internacional. O Ministério das Finanças não refere o nome da entidade que o venceu, mas o ECO avançou que a operadora de pagamentos Pagaqui — que concorreu juntamente com a instituição de crédito islandesa BorgunHF, pertencente à empresa de pagamentos internacional SaltPay, da qual a Pagaqui faz parte — foi a única a concorrer. A SIBS, gestora da rede Multibanco, confirmou que não apresentou proposta.

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