Preço das casas sobe em todas as freguesias do Porto. Em Lisboa há descidas até 10%

Na Invicta, todas as freguesias ficaram mais caras para comprar casa, mas o mesmo não aconteceu em Lisboa. Houve freguesias onde os preços das casas caíram 10% em 2020.

As casas ficaram quase 10% mais caras em ano de pandemia, com o valor do metro quadrado a superar os 1.000 euros. Numa análise às duas principais cidades do país, ambas confirmam esta tendência. Em Lisboa há grandes discrepâncias: houve freguesias onde os preços desceram, mas também se observaram subidas superiores a 30%, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). O Porto, por sua vez, apresentou a maior subida dos preços a nível nacional: ficou mais caro comprar casa em todas as freguesias.

No último trimestre de 2020, o preço mediano das casas foi de 1.188 euros por metro quadrado, um valor que representa uma subida de 7,8% face ao último trimestre de 2019. No trimestre anterior, o terceiro do ano passado, o crescimento tinha sido de 7,6%. Face a esse cenário, o INE refere uma “ligeira aceleração dos preços da habitação, interrompendo a desaceleração verificada nos dois trimestres anteriores”.

Entre todas as cidades do país, o Porto foi a estrela, ao ver os preços subiram 14,7% para uma mediana de 2.142 euros por metro quadrado. Foi o maior aumento observado naquele período. Os dados mostram ainda que todas as freguesias da Invicta ficaram mais caras, com a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde a ser a mais cara (2.888 euros/m2) e Campanhã a mais barata (1.392 euros/m2).

Para perceber melhor estes valores, veja-se o exemplo: comprar um T2 com 70 metros quadrados em Aldoar, Foz do Douro ou Nevogilde poderia custar cerca de 202 mil euros, enquanto o mesmo T2 em Campanhã custaria apenas cerca de 97 mil euros.

Contudo, em termos de evolução, o cenário muda. A União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, S. Nicolau e Vitória assistiu à maior subida dos preços (22,8% para 2.503 euros/m2), enquanto o Bonfim teve o aumento mais baixo (6,5% para 1.973 euros/m2).

Lisboa, por sua vez, continua no pódio de cidade mais cara para viver. O valor mediano do metro quadrado fixou-se em 3.377 euros por metro quadrado, com algumas das freguesias a verem os preços cair. Santa Maria Maior é a mais cara para comprar casa (5.914 euros/m2), enquanto Santa Clara é a mais barata (2.102 euros/m2).

Assim, comprar um T2 com 70 metros quadrados em Santa Maria Maior poderia custar cerca de 413 mil euros, enquanto o mesmo T2 em Santa Clara custaria apenas cerca de 147 mil euros.

Em termos de evolução, o cenário é bastante diferente do Porto. Santa Maria Maior assistiu ao maior aumento dos preços (31,9%), mas houve nove freguesias onde os preços caíram mesmo. Santa Clara teve a maior queda (-10,7%), à frente da Ajuda (-6,4%) e das Avenidas Novas (-6,3%).

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Voo da TAP entre Caracas e Lisboa tinha droga a bordo

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

TAP confirmou que avião de carga que fazia o trajeto Caracas – Lisboa “foi cancelado" e que decorrem investigações das autoridades venezuelanas sobre "produtos de eventual natureza estupefaciente".

A polícia venezuelana impediu esta quarta-feira a descolagem de um avião de carga da TAP, que deveria efetuar um voo entre Maiquetía (norte de Caracas) e Lisboa, depois de ter detetado quantidade indeterminada de substâncias estupefacientes na fuselagem da aeronave.

Na inspeção à aeronave, um avião A330neo, participaram cães da divisão 43 da Guarda Nacional Bolívariana (polícia militar) e teve lugar no âmbito dos preparativos da viagem de transporte de carga que a TAP realiza, atualmente, semanalmente entre Caracas e Lisboa.

Fonte da TAP em Caracas, contactada pela Agência Lusa, disse “desconhecer” a situação, remetendo quaisquer informações a empresa em Portugal.

Em Lisboa, fonte oficial da TAP confirmou à agência Lusa que o voo, exclusivamente cargueiro Caracas – Lisboa, de 05 de maio, “foi cancelado, estando as autoridades locais a conduzir as investigações relativas a produtos de eventual natureza estupefaciente, que terão sido encontrados no porão de carga, numa ação de controle de segurança obrigatória da aviação civil da responsabilidade da Guarda Nacional Bolivariana”.

“Os três tripulantes deste voo cargueiro encontram-se no hotel e a TAP está a prestar toda a colaboração e informações às autoridades locais”, acrescentou a mesma fonte da empresa em Lisboa.

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Ventura suspeito de desobediência por jantar com 175 pessoas durante estado de emergência

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

Juíza de instrução criminal pede autorização ao presidente do Parlamento para constituir André Ventura como arguido de forma a poder interrogá-lo.

O presidente e deputado do Chega é suspeito do crime de desobediência, punível com um ano de prisão ou 120 dias de multa, devido ao jantar-comício de Braga, durante o estado de emergência, na campanha presidencial de janeiro.

Segundo ofício do Tribunal Judicial da Comarca de Braga, a que a Lusa teve acesso e que chegou à Assembleia da República na segunda-feira, a juíza de instrução criminal pede autorização ao presidente do parlamento para constituir André Ventura como arguido de forma a poder interrogá-lo.

O gabinete do Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, classificou o documento como “confidencial” e remeteu-o à 14.ª Comissão Parlamentar (Transparência e Estatuto dos Deputados), onde está agora a ser apreciado pelos tribunos das diversas forças políticas, que vão agora decidir sobre o levantamento da imunidade parlamentar.

No despacho judicial, segundo o qual o Ministério Público (MP) solicita o levantamento da imunidade parlamentar do presidente do Chega para ser ouvido no processo, constam factos apurados “suscetíveis de integrarem a prática, em autoria material e na forma consumada, de um crime de desobediência simples, previsto e punível pelo artigo 348.º n.º 1 alínea a)”: pena de prisão até um ano ou pena de multa até 120 dias.

O MP cita uma participação da Guarda Nacional Republicana (GNR) datada da madrugada de 17 para 18 de janeiro, após agentes daquela força terem fiscalizado o restaurante Solar do Paço, em Tebosa, arredores de Braga, onde decorreu a ação de campanha durante uma das fases mais agudas da pandemia de covid-19.

A GNR verificou no local 28 mesas e 175 lugares sentados, numa sala de “cerca de 350 metros quadrados, dotada de ar condicionado e álcool-gel à entrada e em cada uma das mesas”, lê-se no documento, que acrescenta que o local em causa tem como capacidade máxima 250 lugares sentados.

No auto da GNR refere-se que a organização do evento esteve a cargo do presidente da distrital local do Chega, Filipe Melo, mas o MP optou por constituir Ventura, o então candidato presidencial, como arguido.

O eventual crime de desobediência está ainda enquadrado pelo artigo 7.º da lei 44/86, pela “violação do disposto na declaração do estado de sítio ou do estado de emergência ou na presente lei, assim como no ponto 7.º do decreto presidencial 6-B de 13 de janeiro de 2021 e no ponto 7.º do decreto governamental 3-A de 14 de janeiro de 2021, que regulamentou o estado de emergência.

Aquele documento determinou o encerramento de “restaurantes e similares, cafetarias, casas de chá e afins, salvo para efeitos de entrega ao domicílio, diretamente ou através de intermediário, bem como para disponibilização de refeições ou produtos embalados à porta do estabelecimento ou ao postigo (‘take-away’); bares e afins; bares e restaurantes de hotel, salvo para entrega nos quartos dos hóspedes (‘room service’) ou para disponibilização de refeições ou produtos embalados à porta dos hotéis (‘take-away’); esplanadas”.

Mas aquele jantar-comício, numa noite de domingo, ficaria ainda marcado pela hostilização e intimidação, com ameaças verbais e até contactos físicos, por parte de indivíduos afetos à candidatura e apoiantes de Ventura aos jornalistas e repórteres de imagem presentes.

“Pouco importa, pouco importa/se eles falam bem ou mal/queremos o André Ventura/Presidente de Portugal”, entoaram os convivas, com gestos típicos de claque de futebol, enquanto os “cameramen” instalavam os seus tripés.

Durante uma breve intervenção, a anteceder o líder do partido da extrema-direita parlamentar, o diretor de campanha e mandatário nacional, além de membro da Direção Nacional do Chega, Rui Paulo Sousa afirmou: “Os nossos adversários estão lá fora, mas alguns estão cá dentro…”, motivando ainda mais gestos ameaçadores dos apoiantes na direção dos repórteres.

“É com orgulho que eu digo chega/É com respeito que me vês/E bate forte cá no meu peito/E é por ti que eu canto, André/Ale, ale, Ventura, Ale/Ale, ale, Ventura, Ale/Ale, ale, Ventura, Ale”, era outra das “letras” reproduzidas em papel e colocadas em todas as mesas para que os cânticos saíssem mais afinados.

Apesar do “dever geral de recolhimento domiciliário” e num dia em que Portugal perdeu mais 152 pessoas para a covid-19, Rui Paulo Sousa argumentou que o evento era “um comício político que, pela lei, é permitido”.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil tinha dado um parecer negativo ao evento, que foi depois confirmado pelo delegado a Administração Regional de Saúde do Norte, mas o Agrupamento de Centros de Saúde de Braga só já durante o dia terá tido conhecimento do tal documento, assim como a GNR.

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Lucros da Endesa caem 42% para 491 milhões de euros no 1.º trimestre

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

A empresa atribuiu a redução dos lucros à pandemia da Covid-19, à volatilidade dos preços e também aos resultados extraordinários registados no mesmo trimestre do ano passado.

A Endesa teve lucros de 491 milhões de euros no primeiro trimestre de 2021, menos 41,8% face ao mesmo período de 2020, divulgou esta quarta-feira a elétrica espanhola.

A empresa atribuiu a redução dos lucros à pandemia da Covid-19, à volatilidade dos preços e também aos resultados extraordinários registados no mesmo trimestre do ano passado devido ao novo acordo coletivo de trabalho.

Sem resultados extraordinários, a queda dos lucros teria sido de 13%.

Ainda entre janeiro e março, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) até março foi de 1.019 milhões de euros, menos 31% do que no mesmo período de 2020.

Citado em comunicado, o presidente executivo da empresa, José Bogas, disse que, depois de um início de ano com um “mercado complexo e turbulento”, espera que “a situação se vá normalizando nos próximos trimestres”.

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DGEG garante que não haverá prospeção de lítio em áreas protegidas

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

As áreas de concurso não incluirão parques naturais ou áreas da Rede Natura 2000", assegurou esta quarta-feira o diretor-geral de Energia, João Bernardo.

As oito áreas propostas para o concurso de prospeção e pesquisa de lítio excluem parques naturais e áreas da Rede Natura 2000, assegurou esta quarta-feira o diretor-geral de Energia, João Bernardo, numa conferência internacional.

“Está em preparação um concurso público para a exploração do lítio, com procedimento prévio de avaliação ambiental estratégica. As áreas de concurso não incluirão parques naturais ou áreas da Rede Natura 2000″, afirmou numa intervenção na Conferência de Alto Nível “Green Mining”, da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

Defendendo que o lítio desempenha um papel essencial na agenda de descarbonização energética, João Bernardo enalteceu o “elevado potencial” de extração mineira no norte e centro do continente e apresentou o país como tendo a “vantagem única” de ter lítio em abundância, devendo, por isso, contribuir para a descarbonização.

O lançamento do concurso aguarda o estudo estratégico de impacto ambiental, a cargo da Direção Geral de Energia e Geologia, que deverá estar publicado até novembro, segundo revelou, no mesmo encontro, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes.

A prospeção e pesquisa de lítio tem como objetivo conhecer sobre a existência de depósitos minerais de lítio, suas quantidades e viabilidade económica da respetiva extração, mas exclui áreas com estatuto de proteção ambiental ou onde está já a ser feita uma avaliação de impacte ambiental.

O executivo tinha anunciado que o concurso seria lançado após esta avaliação ambiental estratégica e entrar em vigor a nova lei das minas, aprovada em outubro pelo Conselho de Ministros, com novos padrões de sustentabilidade ambiental, repartição de benefícios económicos com as populações e mais poderes aos municípios.

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Volume de negócios da Vista Alegre cai 22% no primeiro trimestre

O volume de negócios do grupo Vista Alegre registou um quebra de 22% nos três primeiros meses do ano.

O Grupo Vista Alegre fechou o terceiro trimestre deste ano, em termos acumulados, com um volume de negócios de 19 milhões de euros, verificando uma quebra de 22% face ao ano anterior, anunciou esta quarta-feira a empresa.

Apesar dos resultados negativos, o volume de negócios do grupo Vista Alegre no mês de abril de 2021 foi de 7,4 milhões de euros, representando um aumento, face ao mesmo mês de 2020, de 116% (+4 milhão de euros), registando assim uma recuperação nas vendas.

“Apesar da incerteza ainda existente quanto ao período de duração de pandemia provocada pelo Covid-19 e quanto ao prolongamento do seu efeito na economia global, o Grupo Vista Alegre tem perspetivas claramente positivas quanto à evolução do seu negócio, tendo em conta os contratos em carteira existentes e a reabertura de toda a sua rede de retalho físico”, explica o grupo em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com o grupo, “é expectável, com o progressivo desconfinamento em Portugal no mês de maio, se mantenha a tendência crescente nas vendas dos próximos meses”.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) da Vista Alegre situou-se nos 1,2 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 29% face ao EBITDA atingido no segundo trimestre de 2020 quando ocorreu o pico mais forte da pandemia com o encerramento generalizado da rede de retalho.

A Vista Alegre já tem assegurados novos contratos de fornecimento totalizando mais de 20 milhões de euros para o segundo, terceiro e quarto trimestre de 2021. A Europa é o destino principal destes novos fornecimentos com destaque para França, Alemanha e os Países Escandinavos, ainda que uma parte significativa (25%) destina-se ao continente Asiático.

De acordo com a empresa, os mercados externos representam 87% do volume de negócios.

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Subscrição de nova dívida do FCP arranca dia 10. Conheça as datas da operação

Oferta pública de subscrição deverá ser de 35 milhões de euros em obrigações a 3 anos, mas ainda poderá ser alargada. Taxa de juro anual de 4,75% começa a cair nas contas dos investidores em novembro.

Após um interregno causado pelo impacto da pandemia nos mercados, estão de volta as emissões de obrigações junto de investidores de retalho. É a SAD do Futebol Clube do Porto (FCP) que vai fazer uma oferta pública de 35 milhões de euros, em obrigações a três anos, com uma taxa de 4,75%.

O anúncio foi feito esta terça-feira e a operação começa já na próxima segunda-feira, dia 10 de maio. O clube presidido por Pinto da Costa vai emitir um total de sete milhões de obrigações, tendo cada uma um valor de cinco euros. Caso cumpram as expectativas, os “azuis e brancos” ficarão com mais de 33 milhões de euros (retirando taxas, impostos e outras despesas) para refinanciar dívida mais antiga.

Mas o valor pode ser aumentado já que o FCP admite rever a oferta em alta até 18 de maio caso a procura o justifique. As ordens de subscrição devem ser apresentadas num montante mínimo de investimento de 1.500 euros (correspondente a 300 obrigações) e expressas em múltiplos de cinco euros até 21 de maio. Essa data é também o limite para que os investidores possam fazer alterações às ordens.

Nessa tarde, os intermediários financeiros vão enviar as últimas ordens à Euronext, onde serão apurados os resultados três dias depois. A liquidação física e financeira da oferta e a efetiva emissão das obrigações irá acontecer na semana seguinte, tal como a admissão à negociação na bolsa de Lisboa.

Depois disso, os investidores que fiquem com obrigações (se a procura superar a oferta, isso não é garantido e haverá lugar a rateio) irão receber o primeiro juro à taxa anual de 4,75% a 26 de novembro de 2021 e a última na data de reembolso, a 26 de novembro de 2023.

Este é o calendário completo da operação:

  • 10 de maio de 2021 às 8h30: data de início do período de subscrição;
  • 18 de maio de 2021: data limite para o emitente aumentar o montante global da oferta;
  • 21 de maio de 2021 às 15h00: data limite para revogação e/ou alteração das ordens de subscrição;
  • 21 de maio de 2021 às 15h00: fim do período de subscrição;
  • 21 de maio de 2021 às 16h30: fim do período de transmissão de ordens à Euronext por parte dos intermediários financeiros
  • 24 de maio de 2021: apuramento dos resultados pela Euronext em sessão especial de mercado regulamentado e divulgação dos resultados da Oferta;
  • 26 de maio de 2021: liquidação física e financeira da Oferta e emissão das Obrigações FC Porto SAD 2021-2023 e data prevista para a respetiva admissão à negociação na Euronext Lisboa;
  • 26 de maio e 26 de novembro de cada ano: data de pagamento de juros, sujeitas a ajustamento de acordo com a convenção do dia útil seguinte;
  • 26 de novembro de 2023: data de reembolso, sujeita a ajustamento de acordo com a convenção do dia útil seguinte.

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Siza Vieira diz que Algarve foi a região do país mais apoiada

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

Segundo precisou o ministro, “no seu conjunto, as empresas algarvias já receberam a fundo perdido 233 milhões de euros nos vários setores de atividade e com vários tipos de apoios”.

O ministro da Economia garantiu esta quarta-feira que vai continuar a bater-se por uma “atenção especial” ao Algarve no âmbito da crise pandémica, mas salientou que esta é já a região que mais apoios recebeu proporcionalmente à sua dimensão económica.

“O Algarve já foi beneficiário de apoios importantes. Foi talvez a região que, em termos proporcionais à dimensão da sua economia, mais apoios recebeu neste último ano, mas continuo a pensar que precisamos de [lhe] continuar a dedicar atenção nos próximos tempos”, disse Pedro Siza Vieira durante uma audição regimental na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.

Segundo precisou o ministro, “no seu conjunto, as empresas algarvias já receberam a fundo perdido 233 milhões de euros nos vários setores de atividade e com os vários tipos de apoios”.

“Só no setor do turismo – precisou – entre apoios a fundo perdido e linhas de crédito, as empresas algarvias receberam 353 milhões de euros de financiamento”, avançou.

Ainda assim, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital disse continuar a defender “uma atenção especial ao Algarve, pela concentração setorial de atividade no setor do turismo”.

“Acho que precisamos, por um lado, de ajudar as empresas a digerirem o impacto desta crise. Precisamos de apoiar a requalificação da oferta e a capacidade de atrair eventos e turistas ao longo do ano, mas, finalmente, também de apoiar a diversificação da base económica”, sustentou.

Neste âmbito, considerou “muito importantes” as verbas adicionais conseguidas no Portugal 2030 para o Programa Operacional Regional do Algarve, assim como o direcionamento da “atenção especial em alguns setores no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”.

“Continuo a achar que o Algarve precisa de uma atenção especial e vou continuar a bater-me por isso”, assegurou Siza Vieira aos deputados.

Relativamente à situação particular do município algarvio de Portimão, que se manteve sujeito a restrições mais apertadas devido à incidência da covid-19, o governante confirmou que, “a pedido da presidente da câmara, o Ministério da Economia decidiu um reforço dos apoios às empresas de restauração” locais.

Segundo referiu, estes apoios adicionais aplicam-se às empresas de restauração “do município de Portimão e de outros municípios que venham a estar mais de uma quinzena com o nível de restrições que Portimão teve”.

“Portimão é um município com uma população muito significativa, onde os casos foram mais difíceis de conter, mas também tenho muito conforto pela circunstância de a ação decidida da câmara municipal ter permitido uma redução muito importante dos níveis de incidência da covid-19 no concelho e estou muito convencido que, já esta semana, Portimão poderá sair das regras de confinamento”, acrescentou o ministro.

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Presidente da República defende investigação à situação dos trabalhadores de Odemira

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou a "importância dos imigrantes para economia e sociedade portuguesa", apontando que "vale a pena refletir sobre o caso de Odemira".

O Presidente da República considerou esta quarta-feira necessário investigar “o que há de ilegal” e “se há algo de criminoso” na situação dos trabalhadores agrícolas imigrantes no concelho de Odemira, em Beja, garantindo que está “a acompanhar a situação”.

“Tenho ouvido e falado com o maior número de pessoas para recolher informações, mas na matéria de apuramento da legalidade e, eventualmente, de situações criminais há entidades especializadas para tal, que importa saber se estão a investigar”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado abordou o tema à margem de uma visita à Escola Carolina Michaëlis, no Porto, no âmbito do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinala esta quarta-feira, mas no final lembrou a “importância dos imigrantes para economia e sociedade portuguesa“, apontando que “vale a pena refletir sobre o caso de Odemira”.

“Infelizmente, pode haver mais clandestinos do que pensávamos. Temos de apurar o que há de ilegal e se há algo de criminoso. Não podemos explorar a mão de obra imigrante, temos de a tratar de forma humana, com dignidade que nossa Constituição dita”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República apontou a necessidade de “compreender estas realidades sociais” e não evitou uma crítica aos setores da sociedade que se demonstram desfavoráveis à presença de imigrantes em território nacional.

“[Para alguns] É muito bonito dizer que imigrantes não, mas depois descobrem que imigrantes sim quando dão jeito para fazer o que os portugueses não fazem. Mas já não dão jeito para terem os direitos que deviam ter. Temos de apurar se em relação a essa imigração de maior rotação há legalidade ou não”, reiterou Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionado se esta questão da imigração, e mais concretamente o caso dos trabalhadores agrícolas em Odemira, belisca a imagem de Portugal no exterior, o chefe de Estado considerou que a mesma deixa “mais vulnerável a imagem entre os portugueses”.

“Gostamos, e bem, do que há de bom em Portugal, mas ao mesmo tempo temos de ter os olhos abertos e sermos lúcidos do que há menos bom em Portugal. Nesta fase pós pandemia não é a reconstrução económica a mais importante, mas sim a reconstrução social”, sublinhou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda que o problema sanitário no concelho alentejano “precisa de uma evolução positiva, encontrando formas de quebrar as candeias de contágio [da covid-19]”.

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Variante britânica responsável por mais de 91% dos casos detetados em Portugal. Há sete casos da variante indiana

Relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge aponta que há ainda sete casos identificados em Portugal associados à variante da Índia.

A variante britânica do vírus SARS-CoV-2 continua com uma “trajetória de frequência ascendente” em Portugal, tendo sido identificada em mais de 91% dos casos sequenciados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), na amostragem de abril. Ao mesmo tempo, o relatório revela ainda que há sete casos identificados da variante associada à Índia.

A variante britânica (N501Y.V1 – linhagem B.1.1.7) continua a ser a estirpe com maior prevalência em território nacional. Das 7.325 sequências do genoma do novo coronavírus analisadas até agora pela instituição, liderada por Fernando Almeida, 3.126 foram associadas a esta variante. Em abril, a variante associada ao Reino Unido representa já 91,2% dos casos sequenciados em Portugal,continuando numa trajetória de frequência ascendente”, aponta o relatório divulgado esta quarta-feira.

Esta prevalência está em linha com as estimativas apresentadas pelo investigador João Paulo Gomes, que na última reunião do Infarmed apontava para uma frequência na ordem dos 89%-90%. Representa, portanto, um ligeiro aumento face a março, já que nesse mês esta variante representava já 82,9% dos casos. Trata-se de um aumento de 8,3 pontos percentuais no espaço de um mês e 33 pontos percentuais face fevereiro, quando foi identificada em 58,2% dos casos sequenciados.

O “Relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal” aponta também para um “aumento considerável” da variante brasileira (501Y.V3) de linhagem P.1, associada a Manaus (Amazónia), que representa atualmente 4,3% dos casos sequenciados, valor que contrasta com os 0,4% na amostragem de março. “Esta variante foi introduzida várias vezes de forma independente em Portugal, tendo sido já detetada em 15 distritos e 40 concelhos”, revela o INSA. Até agora foram detetados 101 casos do total de sequências de genomas analisados.

Em contrapartida, continua a diminuir e a ser limitada a prevalência da variante da África do Sul (501Y.V2 – linhagem B.1.351). “O mais recente relatório de situação destaca a diminuição da sua frequência relativa de 2.5% (março) para 1.3% (abril), o que sugere que a sua transmissão na comunidade tem sido limitada, embora já tenha sido detetada em 10 distritos e 34 concelhos”, sinaliza o instituto.

Ao mesmo tempo, este é o primeiro relatório do INSA a dar conta de casos associados à variante indiana ( B.1.617.1). No total, há já sete casos em Portugal associados a esta estirpe, seis dos quais “foram detetados na amostragem nacional de abril, abrangendo cinco concelhos”, destaca o relatório. Trata-se, portanto, de uma frequência relativa de 0,4%. De notar, que na última reunião de peritos, o investigador João Paulo Gomes já tinha dado conta da existência de seis casos “todos em Lisboa e Vale do Tejo”.

Esta variante de dupla mutação está a levantar algumas preocupações, porque parece ser mais contagiosa que as já identificadas, o que poderá fazer com que escape à resposta imunológica das vacinas e poderá explicar o crescimento explosivo de novos casos na Índia. Segundo a Organização Mundial da Saúde, esta variante foi detetada em mais de 1.200 sequências de genoma em “pelo menos 17 países”. A maior parte destas amostras “vem da Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Singapura”. Além de Portugal, nos últimos dias, a estirpe também foi detetada na Bélgica, Suíça, Grécia e Itália.

(Notícia atualizada às 18h11)

 

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Lisboa segue Europa em alta, impulsionada por energéticas

Energia é o setor do PSI 20 com melhor desempenho, tendo a Galp e a EDP Renováveis um importante papel. Pelo contrário, a EDP fechou a "vermelho". 12 das 18 cotadas fecharam em terreno positivo.

Depois de começar o dia com ganhos de 3%, a bolsa de Lisboa abrandou, tendo fechado o dia a valorizar quase 1%. A maioria das cotadas fechou em terreno positivo, com destaque para a Galp e para o setor da energia, seguindo assim as pegadas da Europa.

As principais praças europeias continuaram no “verde”, com o Stoxx 600 a valorizar 1,83% e o alemão DAX mais de 2%. Já o francês CAC 40 ganhou 1,4%, o espanhol IBEX 35 avançou 1,5% e o britânico FTSE 100 1,75%. O português PSI-20 teve um ganho mais baixo do que os restantes, mas ainda assim fechou com um aumento de 0,93% para 5,092.160 pontos, com 12 das 18 cotadas a fecharem o dia positivamente.

Nas principais bolsas da Europa, a energia ocupou um papel importante nos ganhos e em Portugal não foi diferente, tendo este setor o maior aumento da bolsa (2,85%). O destaque vai para a Galp que fechou com uma valorização de 2,85% para 10,2 euros por ação. Ainda no setor da energia, a EDP Renováveis viu um aumento de 1,72% para 19,49 euros. Por outro lado, a EDP caiu 0,61% para 4,57 euros.

Galp sobe quase 3%

O BCP, que esteve em alta na abertura, abrandou os seus ganhos, tendo fechado o dia com uma valorização de 1,6% para 0,1267 euros por ação. Dos restantes “grandes” da bolsa, três fecharam em terreno positivo (Jerónimo Martins +0,8%, Sonae +1,05%, CTT + 2,37%) e dois ficaram a “vermelho” (REN -0,4%, Nos -1,62%).

Contudo, apesar do menor peso que tem no PSI 20, é a Ramada a cotada que mais valoriza, ao disparar mais de 5% para 7,38 euros. A Semapa, que ao início do dia era a única cotada a deslizar, conseguiu recuperar mantendo-se inalterável face à sessão de terça-feira.

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PS diz que empresas em teletrabalho não têm de pagar “todas e quaisquer despesas”

Partidos discutiram, em plenário, os dez projetos de lei relativos ao teletrabalho. Em resposta à esquerda, PS insiste que despesas implicadas em teletrabalho devem ser definidas em acordo.

A líder do grupo parlamentar do PS defende que as empresas não têm de assumir “todas e quaisquer despesas” só por os trabalhadores irem para teletrabalho. Foi essa a resposta de Ana Catarina Mendes aos partidos mais à esquerda, que entendem que os empregadores devem ficar responsáveis pelo pagamento do acréscimo dos custos — da internet à energia — resultante da modalidade remota. Os socialistas sublinham que o pagamento dessas despesas deve ser alvo de acordo entre trabalhador e empregador, em linha com o que também o PSD defende.

“Quanto às despesas, há uma coisa que nos divide. Esta bancada não acha que, só por ir para casa em teletrabalho, a empresa tem de assumir todas e quaisquer despesas. Isto tem de ser objeto de matéria de acordo e tem de ser comprovado qual é o acréscimo de despesa“, disse Ana Catarina Mendes, esta quarta-feira, no debate sobre os dez projetos de lei apresentados para regular o teletrabalho.

O pagamento das despesas tem sido um dos pontos mais polémicos da experiência do último ano do teletrabalho e promete sê-lo também no que diz respeito à discussão parlamentar sobre o futuro da regulação deste regime. A grande maioria dos dez projetos de lei apresentados a respeito da modalidade remota levanta esta questão, havendo soluções distintas em cima da mesa. Por um lado, há partidos — como o PS e o PSD — que defendem que o pagamento destes custos deve ser definido por acordo entre as partes. E por outro, há partidos — como o PCP, o BE e o PAN — que entendem que deve ficar claro, na lei laboral, que o empregador tem mesmo de cobrir essas despesas.

Todos estes projetos de lei estiveram em discussão esta quarta-feira em plenário, tendo os partidos mais à esquerda criticado PS e PSD por não consagrarem a obrigação do pagamento dessas despesas, mas apenas a sua possibilidade.

“Nas várias iniciativas que forem apresentadas, é possível identificar uma clivagem essencial. De um lado, projetos — como o do BE — que dizem que a lei deve consagrar direitos e deveres. Do outro, os projetos do PS e do PSD que definem possibilidades. “Discordamos totalmente desta opção, porque achamos que a lei tem de definir direitos e não enunciar hipóteses que ficam sujeitos à melhor ou pior vontade do empregador, numa negociação sempre desigual”, atirou o bloquista José Soeiro. O deputado criticou também a opção do PS de apresentar uma proposta que não altera o Código do Trabalho, mas cria regulamentação complementar. “Esta é uma solução esquisita, que vai criar ruído“, disse.

Em reação, Ana Catarina Mendes avisou: “Não esperem que a legislação do teletrabalho sirva para fazer trincheiras entre todos nós“. A líder da bancada socialista acrescentou que ninguém ouvirá o PS dizer que “qualquer uma das iniciativas que estão em cima da mesa é tortuosa, é perniciosa“, adjetivos usados pelos bloquistas para caracterizar o projeto de lei dos socialistas. Quanto às despesas, a deputada insistiu que as empresas não têm de assumir “todas e quaisquer despesas” só por os trabalhadores irem para teletrabalho, defendendo a opção de atirar esse pagamento para o acordo entre as partes.

Também do PSD chegaram críticas ao PS, não só pela opção de criar regulamento complementar, mas também por avançar com esse projeto de lei, quando na Concertação Social o Governo está a discutir com patrões e sindicatos o Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, no qual está incluído também o teletrabalho. “Devem ser os parceiros os primeiros a discutir esta questão e desejavelmente a chegarem a acordo”, frisou Pedro Roque. “Não [vos] parece precipitado avançar com uma legislação avulsa, fora do Código do Trabalho, em cima do acontecimento?”, questionou Lina Lopes. “É só um PS [Governo e grupo parlamentar], mas está é completamente à deriva“, atirou Clara Marques Mendes.

Ana Catarina Mendes respondeu: “Não há vários PS. Há um PS, que trabalha em conjunto“. E detalhou: “O que está em discussão na Concertação Social em nada belisca a discussão que estamos a fazer aqui”.

O deputado Pedro Roque esclareceu, por outro lado, que, da parte do PSD, o que se propõe são “alterações pontuais mas necessárias ao quadro legislativo“. Aliás, o projeto de lei da bancada laranja é dos mais curtos entre todos os que foram apresentados na Assembleia da República.

Durante o debate desta quarta-feira, os deputados, nas suas várias intervenções, foram salientando os riscos — como o esbatimento da fronteira entre a vida pessoal e profissional e o isolamento dos trabalhadores — e as oportunidades — nomeadamente maior flexibilidade e eventual melhor conciliação entre as diferentes esferas da vida — do teletrabalho.

A propósito desses riscos, o direito a desligar foi outro dos temas polémicas deste debate, com o Bloco de Esquerda a considerar “perigosa” a proposta do PS, por criar o conceito de “tempo de contacto”. Os bloquistas aproveitaram também a discussão para salientar que a negociação coletiva “não substitui a lei na definição de patamares mínimos”, enquanto PSD e CDS-PP frisaram a necessidade de se ouvirem os parceiros sociais sobre esta matéria.

Todos os partidos pediram que os projetos de lei debatidos esta quarta-feira baixem à especialidade, sem votação, esperando encontrar um solução o mais convergente possível.

Governo admite “margem” para densificar Código do Trabalho

O debate parlamentar desta quarta-feira sobre o teletrabalho contou também com a intervenção do secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação, que admitiu haver “margem” para encontrar “soluções” no Parlamento para a regulamentação do teletrabalho, densificando eventualmente o que já está previsto no Código do Trabalho.

Miguel Cabrita lembrou que a expansão “sem precedentes” do teletrabalho no último ano ocorreu “num quadro de absoluta excecionalidade” — isto é, o contexto pandémico — pelo que acabou por abranger também trabalhadores e empresas que “nunca teriam optado” por esta modalidade remota. “A experiência do último ano não pode corresponder à avaliação que fazemos do teletrabalho em geral e para o futuro, que é aquilo que procuramos fazer neste debate”, defendeu o responsável.

O secretário de Estado sublinhou que é preciso garantir um quadro legislativo que assegure os direitos dos trabalhadores, dando espaço nesse sentido ao acordo entre as partes, e fez votos de que o debate em torno do teletrabalho “seja feito com tempo, ponderação, profundidade“. Miguel Cabrita disse a esse propósito que “parte das linhas de reflexão” identificadas pelo Governo no Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho “encontram reflexo” em propostas em discussão no Parlamento, nomeadamente na do PS, mas “outras também têm virtualidades”.

(Notícia atualizada às 18h28)

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