BE defende negociação de todas as vacinas disponíveis, tal como fizeram outros países europeus

Catarina Martins, em visita ao laboratório militar, defendeu a produção interna de vacinas e sublinhou a importância de negociar todas as vacinas disponíveis.

Em visita ao laboratório militar esta quarta-feira, Catarina Martins disse que Portugal deveria apostar na produção interna de vacinas, mas que agora era importante negociar todas as vacinas disponíveis. A declaração da bloquista chega no mesmo dia em que a Alemanha anunciou que iria negociar com a Rússia a compra da sua vacina, tal como outros países europeus o fizeram.

Defendendo a produção da vacina no país, a deputada bloquista notou que é necessário “haver muito mais investimento” e que o BE considera “que deve ser feito”. “Aprendemos com esta pandemia, Portugal não deve ficar tão dependente do exterior“, afirmou.

No entanto, apesar de reconhecer esta importância, considera que “neste momento devemos já estar a negociar todas as vacinas disponíveis”. Esta estratégia tem sido adotada por diversos países, especialmente no que diz respeito à vacina russa, Sputnik V. Dentro da União Europeia já Hungria, Eslováquia e República Checa começaram a usar este fármaco e Áustria e Alemanha negoceiam a compra do mesmo.

Catarina Martins referiu ainda que tem confiança nas instituições de saúde, quer portuguesas, europeias ou internacionais. Por isso, no que diz respeito à polémica em torno da vacina da AstraZeneca, a deputada considera que “não se deve criar alarmismo” pois tratam-se “efeitos secundários que não têm diferenças acentuadas para com outras vacinas e não são grandes para causar alarme”.

Além do mais, a líder do BE, voltou a insistir no levantamento das patentes. “Temos de garantir a universalização da vacina Covid. É a única forma de ultrapassar a pandemia”, proclamou.

Por fim, questionada pelos jornalistas sobre os novos apoios sociais, Catarina Martins disse ser “preciso que os serviços da Segurança Social sejam instruídos o mais rapidamente possível sobre a nova forma de cálculo“. Em causa está o apoio à redução da atividade económica foi reativado em janeiro pelo Governo com o novo confinamento, devido à Covid-19, mas foi alterado pelo Parlamento, numa votação em que apenas o PS votou contra. Com as alterações, a base de cálculo do apoio passa a considerar “o rendimento médio anual mensualizado do ano de 2019″ (ano anterior à crise causada pela pandemia) em vez média da remuneração registada como base de incidência contributiva dos últimos 12 meses.

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Queixas sobre ginásios disparam 111% no último ano

Dados do Portal da Queixa mostram que, desde o início do ano de 2021, os portugueses já registaram um total de 229 reclamações.

Numa altura que fica marcada pela reabertura dos ginásios surgem dados recolhidos através do Portal da Queixa que mostram que, no último ano, estes espaços foram alvo de um enorme aumento ao nível do número de reclamações recebidas, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Assim, entre 1 de abril de 2020 e 31 de março de 2021, o setor sofreu um crescimento de 111% ao nível das queixas de que foi alvo (735 reclamações), em comparação com o período homólogo, que ficou marcado pela existência de “apenas” 348 queixas. Junho, julho de 2020 e fevereiro deste ano foram os meses onde existiram mais reclamações — 98, 107 e 107, respetivamente.

As principais motivações que levaram os portugueses a expressar o seu desagrado no Portal da Queixa, durante os últimos 12 meses, relacionam-se com pedidos de cancelamento de contrato (41%), cobranças indevidas (34%) e falta de apoio (13%), por esta ordem.

Por sua vez, o Fitness Up apresenta-se como a marca de ginásios que mais reclamações recebeu nos últimos 12 meses (279 queixas), seguindo-se o Fitness Hut (220) e o Solinca Classic (110 queixas). O Fitness Up foi, também, a entidade que registou o maior aumento face ao ano anterior (+381%), seguindo-se o Solinca Light (+100%). Quanto às marcas detentoras de um maior índice de satisfação entre os clientes, destacam-se o Fitness Hut (76,4) e o Holmes Place (74,1).

Só desde o início do ano, os portugueses já registaram um total de 229 reclamações na referida plataforma. Até dia 4 de abril, houve assim um aumento de 82% face ao mesmo período de 2019, altura em que se tinham registado apenas 126 queixas. Nestes três meses, 71% das reclamações derivaram de débitos indevidos de mensalidades (162 queixas) e o Fitness Up angariou 79% do total das reclamações (181).

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Páscoa não ajuda a puxar pela economia no início de abril

A economia portuguesa abrandou no início de abril, altura marcada por restrições para travar contágios na Páscoa.

Depois de um salto, a economia portuguesa abrandou no início de abril, período em que o país estava sujeito a restrições para travar convívios na Páscoa. Na semana terminada a 4 de abril, o “indicador diário de atividade económica (DEI) apresentou uma variação homóloga inferior à da semana anterior”, revela o Banco de Portugal (BdP), nos dados divulgados esta quinta-feira.

Na semana anterior, o indicador tinha dado um salto. Os dados mostram ainda assim uma melhoria da economia face ao mesmo período do ano passado, mas era uma altura em que se estava ainda em confinamento. Tal como o BdP sinaliza, a “evolução recente do DEI encontra-se fortemente influenciada por efeitos base decorrentes dos eventos verificados durante 2020, o que afeta de forma significativa a evolução homóloga da atividade em 2021”.

Indicador diário de atividade económica:

Para mitigar este efeito, que dificulta a comparação, o BdP decidiu recorrer a uma taxa bienal,” o que corresponde a acumular a variação, em dias homólogos, para um período de dois anos”, por forma a obter a “variação da atividade entre um determinado dia num ano face ao mesmo dia dois anos antes”.

Quando se olha para esta perspetiva, é possível perceber que a economia recuou face ao mesmo período há dois anos, antes da pandemia. Isto depois de na semana anterior ter registado uma melhoria, mesmo quando comparado com a altura em que a Covid-19 ainda não influenciava a atividade económica.

Indicador acumulado a dois anos:

O indicador diário de atividade económica tem sido publicado todas as quintas-feiras pelo BdP, para permitir avaliar a evolução da economia com mais frequência. Tem em conta várias dimensões da atividade económica em Portugal, nomeadamente o tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, consumo de eletricidade e de gás natural, carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes.

(Notícia atualizada às 12h35)

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Bancos portugueses têm menos 1.200 trabalhadores e fecharam 200 balcões em 2020

Grande parte deste ajustamento foi feito nos cinco principais bancos nacionais: Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander, Novo Banco e BPI. Na última década, banca perdeu 16 mil trabalhadores.

Em ano de pandemia, os bancos aceleraram a redução de pessoal. De acordo com os dados da Associação Portuguesa de Bancos (APB), o setor perdeu cerca de 1.200 trabalhadores em 2020. Também voltou a cortar o número de agências: há menos 200 balcões em relação ao ano anterior.

“Em 2020, os bancos deram continuidade ao seu processo de reestruturação, uma tendência que se tem verificado nos últimos anos e que resulta da necessidade de melhoria da eficiência operacional e da adaptação dos modelos de negócio às novas necessidades dos clientes”, contextualiza a APB, associação liderada por Faria de Oliveira e que representa o setor da banca.

Grande parte deste ajustamento foi feito nos cinco principais bancos nacionais. Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander, Novo Banco e BPI indicaram, no seu conjunto, terem encerrado 169 balcões e cortado 1.222 postos de trabalho no ano passado. E o processo não vai ficar por aqui já que muitas instituições têm em curso planos de redução de pessoal, como já foi anunciado no Banco Montepio (saída até 900 trabalhadores até 2022), Novo Banco (redução de 750 em três anos) e Santander.

Os bancos explicam estes cortes com a crescente digitalização do negócio bancário em contexto de pandemia, além da necessidade de otimizar a estrutura de custos em função da concorrência e do ambiente de juros baixos promovido pelo Banco Central Europeu (BCE).

Nos anos anteriores, a redução do número de trabalhadores foi menor, com 788 saídas em 2019 e 931 saídas em 2018. A tendência não é nova: desde 2011 que os bancos cortaram 16 mil trabalhadores e quase 2.500 agências.

Em relação ao desempenho dos bancos em 2020, a APB acrescenta que a rentabilidade do setor bancário foi bastante afetada pelos impactos da pandemia Covid-19,” com o resultado líquido a cair 77%, em termos homólogos, para os 435 milhões de euros”. Este resultado é maioritariamente explicado pelo reforço expressivo das imparidades, que totalizaram 2,9 mil milhões de euros (mais 74% que o valor registado em 2019), adianta a associação.

O volume de negócios cresceu: apenas com referência à atividade doméstica, o crédito às empresas cresceu mais de 10% e o crédito a particulares subiu 1,6%. Os depósitos também subiram quase 5% para os 279,8 mil milhões de euros.

Por outro lado, os bancos reforçaram os seus níveis de solvabilidade, com o rácio CET1 a aumentar para 15,4% e o rácio de solvabilidade a subir para 18,1%, “o que lhes permitiu continuar dar uma resposta eficaz às necessidades de financiamento da economia.

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Altri injeta 69,95 milhões na Greenvolt para preparar o IPO

A Greenvolt tinha um capital social de apenas 50 mil euros até agora. Com esta operação, o capital social da empresa sedeada no Lugar da Leirosa aumenta para 70 milhões de euros.

A Altri está a preparar a dispersão em bolsa do seu negócio de energias renováveis. Enquanto avalia a operação, vai preparando a Greenvolt para esse passo, tendo decidido aumentar o capital da potencial nova cotada da bolsa nacional. Injetou 69,95 milhões de euros na empresa que será comandada por João Manso Neto.

De acordo com Portal da Justiça, este aumento de capital foi realizado a 1 de abril. Foi feito através da “incorporação de reservas livres no valor de 19.950.000,00, com a emissão de 3.990.000 novas ações a distribuir pelos acionistas na proporção das respetivas participações”, mas também com a entrada de dinheiro.

Em “cash”, foram injetados 50 milhões de euros, mediante a emissão de 10 milhões de novas ações do valor nominal de 5,00 euros cada uma, subscrevendo no aumento em dinheiro a Altri (7.500.000 ações) e a Caima Energia (2.500.00 ações)”, lê-se no Portal da Justiça.

A Greenvolt tinha um capital social de apenas 50 mil euros até agora. Com esta operação, o capital social da empresa sedeada no Lugar da Leirosa aumenta para 70 milhões de euros. Este capital passa a ser representado por um total de 14 milhões de ações.

O aumento de capital é mais um passo dado pela Altri rumo à colocação em bolsa da empresa que tem como CEO João Manso Neto, antigo líder da EDP Renováveis. O ECO questionou a Altri sobre este reforço do capital da Greenvolt mas não obteve ainda uma resposta.

Foi a 18 de março que a Altri revelou que contratou a Lazard Asesores Financieros e a Lazard Frères Banque, mas também que mandatou a Vieira de Almeida & Associados para estudar um IPO da Greenvolt. A acontecer, a Altri prepara-se para dar aos seus acionistas uma parte do capital desta potencial nova cotada.

“O Conselho de Administração da Altri está a avaliar a possibilidade de proporcionar aos seus acionistas, na proporção das ações representativas do capital social da Altri de que sejam titulares em determinada data a definir oportunamente, a aquisição, por via de uma distribuição de dividendos em espécie/distribuição de bens aos sócios de ações representativas do capital social da Greenvolt“, refere a empresa em comunicado enviado à CMVM.

A proposta a ser votada na assembleia geral de 30 de abril prevê “a distribuição de dividendos em espécie (podendo revestir a forma de distribuição antecipada de lucro ou a atribuição de um dividendo extraordinário aos acionistas)/distribuição de bens aos sócios (…) até ao máximo global de cinco milhões de ações” da potencial nova cotada.

Estes cinco milhões de títulos poderão ser, no final, menos. A Altri diz que o número de ações será aquele “que, à data do IPO, representar no máximo 5% do capital social e dos direitos de voto da subsidiária integralmente detida”, a Greenvolt.

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Tax & Finance Outsourcing: como a pandemia demonstrou os seus benefícios

  • ECO + EY
  • 8 Abril 2021

Rui Henriques, Global Compliance & Reporting / Tax Technology & Transformation Leader da EY, explica alguns dos benefícios do outsourcing nas funções financeira/fiscal em tempos de COVID e não só.

Antes do COVID-19, a função financeira/fiscal de muitas organizações já tinha iniciado o processo de transformação ou avaliação dos seus modelos operacionais. Em grande parte, foi em resposta a um amplo conjunto de desafios e drivers, incluindo a otimização de custos, geração de valor para a organização, atração e retenção de talentos, uso eficiente de tecnologia e automação e compliance com nova regulamentação.

A recente pandemia, em muitos casos, acelerou a necessidade de transformar a função financeira/fiscal. As empresas foram forçadas a operar remotamente, com muitos colaboradores a trabalhar a partir de casa. Tiveram que agir rapidamente para lidar com desafios importantes e prementes, como os atrasos nos pagamentos pelos clientes, que se tornaram problemáticos à medida que os fluxos de caixa diminuíram e a cadeia de fornecimentos ficou sob pressão.

A forma como as empresas reagiram à pandemia permitiu uma clara visão de quão resiliente é sua função financeira/fiscal (junto com a empresa como um todo). Algumas funções tiveram que repensar os processos e grande parte das suas operações, colmatando lacunas à medida que surgiam e descobrindo que não tinham o conhecimento relevante em certas áreas. Outras funções, no entanto, descobriram que eram capazes de implementar mudanças com mais eficácia e fluidez.

Rui Henriques especifica os benefícios do outsourcing na função financeira/fiscal no que respeita ao seu contributo para um desenvolvimento resiliente da organização.

Então, o que distingue essas organizações?

Em certa medida, tudo se resume a se a função financeira/fiscal é reativa ou proativa. As funções reativas geralmente consideram a transformação apenas quando ela é absolutamente necessária. Isso pode ser impulsionado por forças externas, como mudanças na legislação ou situações black swan, como o COVID-19, ou forças internas, como o lançamento de novos projetos, aquisição de negócios ou mudança para novas jurisdições, por exemplo.

As funções proativas, por outro lado, tendem a assumir um posicionamento de desenvolvimento permanente – transformando seus processos continuamente para serem eficazes, otimizados e adaptáveis.

A mudança para o outsourcing

Central para essa transformação contínua pode ser a decisão de fazer alterações internamente ou estabelecer modelos de outsourcing ou co-sourcing colaborando com parceiros externos. Frequentemente, essa decisão é direcionada puramente sob uma perspetiva de redução de custos – mas também pode haver uma preferência cultural por externalizar ou fazer as coisas de uma maneira diferente, ainda que num mix de externalização parcial.

A decisão de outsourcing também pode ser temporária, em que os clientes pedem ao parceiro que crie e opere a função por um período de tempo e depois a transfira de volta – o modelo Build-Operate-Transfer (BOT).

"A necessidade de trazer pessoas quando o volume de trabalho aumenta, e reduzir o tamanho de uma equipa quando necessário, é consideravelmente mais fácil com um modelo de outsourcing, visto que normalmente não há problemas de integração ou redundância.”

Rui Henriques

Global Compliance & Reporting / Tax Technology & Transformation Leader EY

De acordo com as conclusões do survey 2020 EY Tax and Finance Operate, o ritmo e a mudança que afetam os processos fiscais e financeiros são implacáveis. Em resposta a esse survey, 73% dos entrevistados assumiram ser elevada a probabilidade de adotarem modelos de co-sourcing de processos críticos nos próximos 24 meses, a fim de gerar valor, reduzir riscos e diminuir custos.

Embora os benefícios do outsourcing sejam amplamente bem compreendidos, vale a pena considerar alguns aspetos específicos no que respeita ao seu contributo para um desenvolvimento resiliente da organização.

A flexibilidade de aumentar ou diminuir uma determinada operação, dependendo das mudanças no ecossistema, é significativa. A necessidade de trazer pessoas quando o volume de trabalho aumenta, e reduzir o tamanho de uma equipa quando necessário, é consideravelmente mais fácil com um modelo de outsourcing, visto que normalmente não há problemas de integração ou redundância. Em acréscimo, está a experiência que as pessoas trazem – ter os recursos certos no lugar certo, na hora certa, como e quando necessário.

Da mesma forma, sendo a função financeira/fiscal cada vez mais impulsionada pela tecnologia, há benefícios nos modelos de outsourcing que não só permitem a utilização da tecnologia necessária de forma imediata, como também permitem a customização para endereçar as necessidades específicas. Isto permite uma otimização do investimento tecnológico quer do ponto de vista económico, quer sob o ângulo da aceleração da aquisição de know-how, que pode ser assimilado internamente em resultado da relação com o parceiro.

Para organizações que operam em diferentes países, ao lançar novos projetos, a decisão pode ser de outsourcing da função financeira/fiscal numa nova jurisdição. As razões para essa decisão podem ser diversas – o projeto pode ser temporário, por exemplo – mas há benefícios distintos a serem obtidos com o conhecimento local e as relações que parceiros externos já estabeleceram com as autoridades fiscais e reguladores financeiros.

Embora esses motivos não sejam de forma alguma exaustivos, eles são particularmente pertinentes ao lidar com situações inesperadas ou quando são necessárias mudanças rápidas.

Outsourcing pela “lente” COVID-19

Face ao exposto, e considerando o contexto COVID-19, e externalidades associadas, é fácil perceber os benefícios do outsourcing. A capacidade de aumentar ou diminuir o tamanho das equipas tem sido fundamental para muitas funções financeiras que enfrentam a crise de frente. Ter a tecnologia na ponta dos dedos para navegar na crise também foi fundamental.

E, considerando os diferentes ritmos que a pandemia tem assumido, com confinamento e desconfinamento progressivo, essa capacidade local será absolutamente fundamental para garantir a conformidade com a regulamentação local, inclusive as medidas/incentivos de apoio no contexto COVID-19, e permitir flexibilidade conforme as circunstâncias mudam.

E a capacidade de fazer tudo isso com rapidez tem sido absolutamente crítica para navegar na crise da forma mais eficaz possível.

Construindo uma função financeira/fiscal resiliente

A pandemia COVID-19 criou um choque sem precedentes para os negócios globais, mas também ofereceu às funções financeiras/fiscais a oportunidade de aprender lições e construir para o futuro. É vital que os líderes destas funções tenham insights para saber que mudanças implementar.

"Sempre foi fundamental flexibilizar a estrutura da função financeira/fiscal em relação ao cenário legislativo, digital e de talento, todos em constante mudança, e equilibrar insourcing e outsourcing. Isso vai ser mais verdadeiro do que nunca.”

Rui Henriques

Global Compliance & Reporting / Tax Technology & Transformation Leader

Na forma mais simples, isso incluirá uma análise de quais os processos que foram eficientes e aqueles onde houve atrito – o que funcionou e o que não funcionou. É esta análise que sustentará uma transformação eficaz e contínua.

De forma mais estruturante, ao tomar decisões em resposta a um evento ou mudança, pode ser tentador ter uma visão de curto prazo e simplesmente resolver o assunto em questão. Mas, sempre que possível, quaisquer mudanças na função financeira/fiscal devem ser feitas com uma visão de longo prazo, de modo que o que é implementado agora não tenha que ser reinventado mais adiante. E com equipas a trabalhar remotamente em casa, e em termos de mobilidade global, a dimensão digital será fundamental para mudanças futuras.

Sempre foi fundamental flexibilizar a estrutura da função financeira/fiscal em relação ao cenário legislativo, digital e de talento, todos em constante mudança, e equilibrar insourcing e outsourcing. Isso vai ser mais verdadeiro do que nunca.

Para saber mais sobre Tax & Finance, visite a página da EY. Se tiver interesse, subscreva aqui as comunicações da EY Portugal (convites, newsletters, estudos, etc).

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Portugueses ainda querem ser vacinados com AstraZeneca, apesar da confiança ter sido abalada

Defesa do consumidor fez um inquérito em quatro países sobre a confiança na vacina da AstraZeneca. Portugueses são os mais confiantes, sendo que 59% iria tomar a vacina sem hesitar.

Um estudo da Deco Proteste indica que a maioria dos portugueses ainda quer ser vacinada com o fármaco da AstraZeneca, apesar de a confiança ter sido abalada com os casos de coágulos sanguíneos reportados. O inquérito da defesa do consumidor foi feito em quatro países (Portugal, Espanha, Itália e Bélgica) e a confiança nas vacinas contra a Covid-19, na britânica ou noutras, é superior nos portugueses.

A Deco quis apurar como estava a confiança das pessoas face à vacina da AstraZeneca depois das grandes polémicas que têm vindo a público. Em causa está a formação de coágulos sanguíneos em 62 pessoas a nível mundial e em 44 na Europa. Só no espaço europeu morreram, pelo menos, 14 pessoas. Entretanto o regulador europeu indicou que há ligação entre a vacina da AstraZeneca e a formação de coágulos, mas que os benefícios superam os riscos.

O estudo da Deco concluiu que a confiança na vacina da AstraZeneca diminui para 63% dos portugueses, mas não foi o suficiente para decidirem não tomar o fármaco. Entre os inquiridos, apenas 5% têm a certeza que não vão tomar a vacina e 10% hesitam, a pender para o “não”. Pelo contrário, 59% dos portugueses que ainda não tomaram a primeira dose da vacina iria sem pensar duas vezes e 26%, apesar das dúvidas, provavelmente também iria.

Estes valores são mais baixos nos restantes países onde o inquérito foi realizado. Em Espanha apenas 52% tomaria a vacina sem hesitar, na Bélgica o número passa para 47% e em Itália desce para 45%.

O inquérito obteve respostas de alguns portugueses que já tomaram a primeira dose da vacina em causa e mais de metade dos que reportaram efeitos negativos (55%) está, ainda assim, disposto a tomar a segunda dose.

Grande parte do problema é que esta situação não afetou apenas a confiança neste fármaco específico. 41% dos inquiridos indicou ter menos confiança também nas outras vacinas (Moderna, Pfizer/BioNTech e Janssen, as outras três aprovados pela Agência Europeia do Medicamento), em grande parte, por receio dos efeitos secundários.

O estudo foi realizado entre 26 e 30 de março e obteve um total de 4.005 respostas válidas, 1.001 das quais em Portugal.

Portugueses apoiam certificado verde

Uma parte do inquérito prendia-se ainda com o Digital Green Certificate (certificado verde digital em português), proposta europeia para se poder circular com maior liberdade. Cerca de 70% dos portugueses apoiam esta medida e, novamente, são os mais confiantes entre os quatro países.

Mas este apoio não vem sem críticas. 62% dos portugueses consideram que há uma possível discriminação financeira entre aqueles que já receberam a vacina e aqueles que ainda estão à espera. Além disso, se este certificado fosse usado como acontece em Israel (onde é pedido à porta de diversos estabelecimentos, como restaurantes e ginásios), a camada jovem iria estar sempre em desvantagem face aos mais velhos que são os primeiros a serem vacinados.

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Reino Unido alcançará imunidade de grupo em 12 de abril

  • Lusa
  • 8 Abril 2021

O Reino Unido, que vacinou mais de metade de sua população adulta contra a Covid-19, alcançará a chamada imunidade de grupo em 12 de abril, segundo especialistas da University College London (UCL).

O Reino Unido, que vacinou mais de metade de sua população adulta contra a Covid-19, alcançará a chamada imunidade de grupo em 12 de abril, segundo dados publicados esta quinta-feira pela University College London (UCL).

De acordo com esses dados, a proteção da população contra o novo coronavírus, seja pela vacinação ou pela superação da doença, chegará a 73,4% da população no dia 12 de abril, data da segunda fase da flexibilização das restrições impostas para combater o SARS-CoV-2.

Essa percentagem, segundo especialistas daquela universidade, é suficiente para dizer que há imunidade de grupo, que ocorre quando um número suficiente de indivíduos está protegido contra uma determinada infeção e age como um escudo, evitando que o vírus atinja os desprotegidos.

De acordo com os últimos dados oficiais, mais de 31 milhões de pessoas receberam a primeira dose de uma vacina contra a Covid-19 e mais de cinco milhões a segunda dose.

O especialista Karl Friston, da UCL, destacou o nível de imunidade da população visto que “mais de 50% dos adultos já foram vacinados” e um alto percentual “foi exposto ao vírus”.

O jornal britânico “The Daily Telegraph”, que teve acesso a este estudo da UCL, destacou a eficácia do modelo utilizado por esta universidade porque regista em tempo real óbitos, infeções, vacinações e hospitalizações.

Na próxima segunda-feira começa a segunda fase da flexibilização das medidas de restrição na Inglaterra, com a reabertura do comércio não essencial, cabeleireiros, salões de beleza ou ginásios.

A primeira fase da flexibilização das restrições teve início em 29 de março, quando terminou a recomendação de não sair de casa, enquanto a terceira fase está prevista para 17 de maio, com a retomada dos voos internacionais.

O Reino Unido está a vacinar com os medicamentos da BioNTech/Pfizer e da Oxford/AstraZeneca, enquanto o País de Gales começou a imunizar esta semana com a vacina da Moderna.

No entanto, reguladores britânicos recomendaram na quarta-feira não usar a vacina da AstraZeneca para pessoas com menos de 30 anos devido à possível ligação entre o medicamento e casos raros de coágulos sanguíneos.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.874.984 mortos no mundo, resultantes de mais de 132,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Firmo compra negócio da Staples em Portugal

  • Lusa e ECO
  • 8 Abril 2021

A empresa portuguesa Firmo, especializada na área de negócio do material de escritório, comprou a operação da Staples em Portugal, notificou a Autoridade da Concorrência. A Staples tem 34 lojas.

A empresa portuguesa Firmo, especializada na área de negócio do material de escritório, comprou a operação da Staples em Portugal, indica a Autoridade da Concorrência (AdC), num aviso publicado esta quarta-feira.

“Nos termos e para os efeitos previstos no n.º 2 do artigo 47.º da Lei n.º 19/2012, de 8 de maio, torna-se público que a Autoridade da Concorrência recebeu, em 2021-03-31, uma notificação de uma operação de concentração de empresas apresentada ao abrigo do disposto no artigo 37.º do referido diploma”, lê-se no comunicado do regulador.

A operação de concentração em causa, explicita a AdC, consiste na aquisição, pela Firmo, Papéis e Papelarias, do “controlo exclusivo” da Staples Portugal – Equipamento de Escritório S.A. e da Staples Delivery S.A., denominadas em conjunto por “Staples”.

Desde 2017, a Staples era controlada maioritariamente pela gestora de fundo Cerberus. No final de março, foi anunciada a venda das unidades de negócio na Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Áustria e Polónia, de acordo com o Jornal de Negócios.

Enquanto a Firmo opera no setor do material de escritório, produzindo e comercializando material de papelaria e de escritório, a Staples opera no setor do material de escritório, incluindo material informático e mobiliário de escritório.

Esta empresa, no entanto, presta também serviços de reparação de equipamentos de telecomunicações e de informática e serviços de cópia e impressão.

A Staples possui atualmente 34 lojas no território nacional.

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Portugal Ventures reforça portfólio com 43 startups e 6,6 milhões de investimento

  • Lusa
  • 8 Abril 2021

A sociedade de capital de risco Portugal Ventures reforçou o portfólio com mais 43 startups, o que corresponde a um investimento total de 6,6 milhões de euros.

A sociedade de capital de risco Portugal Ventures reforçou o seu portfólio com mais 43 startups, o que corresponde a um investimento total de 6,6 milhões de euros, foi anunciado.

“A Portugal Ventures orgulha-se de anunciar a entrada de mais 43 novas startups [empresas com rápido potencial de crescimento económico] no seu portefólio”, indicou, em comunicado, a sociedade que integra o Grupo Banco Português de Fomento.

A Call INNOV-ID, lançada em maio de 2020, que recebeu 117 candidaturas, permitiu investir em 40 empresas em fase pre-seed, cujas soluções “se destacam pelo seu impacto na descarbonização e circularidade da economia, na sustentabilidade e simplificação de processos e na eficiência energética”. Em causa está um investimento de quatro milhões de euros.

Segundo a Portugal Ventures, em ‘pipeline’ para investimento no final de 2020 estavam mais três investimentos, também em fase seed, dois projetos resultantes da Cal Tourism e um da operação Follow-ons-cleanwatts. Estes investimentos correspondem a 2,6 milhões de euros.

No total, as 43 operações equivalem a 6,6 milhões de euros de investimento.

“A entrada destas 43 novas startups no portefólio reflete o esforço de investimento feito em 2020, com vista a apoiar, num contexto adverso de pandemia, empresas com grande potencial de crescimento internacional, muitas delas com soluções assentes em I&D e com impacto real em setores estruturantes para a economia portuguesa, como a saúde, a biotecnologia, as tecnologias de informação, o turismo e a energia”, apontou, citado em comunicado, o vice-presidente da Portugal Ventures, Rui Ferreira.

No âmbito da sua atividade regular, a sociedade investiu na Hostels Hub para intensificar o seu investimento na Península Ibérica, na Cleanwatts, que desenvolve plataformas digitais para acelerar a descarbonização da energia, e na Merytu, que criou uma aplicação de recursos humanos para o setor hoteleiro e restauração.

Por sua vez, entre os novos investimentos “CALL INNOV ID” encontram-se a Ablute, About Aqua Food, Aqva More, Bandora, Beeyard, BestHealth4U, Bioworld, Ccrave, Clever-Volume, CORe Protein, Corium Biotech, Cosmos Pic, Eptune Engineering, FastCompChem, Flowco, IhCare, Insignals Neurotec, Klugit Energy, Landratech, Neroes, Neural Solar, Nu-Rise, Rubynanomed, Scemai, SCIVEN DESE, Smart Monitoring, Something in Hands, S&DG – Storage and Distribution Generation e SkyPowerLines.

Integram ainda estes investimentos a Swatter, Tesselo, Theia, United Boutiques, UZME Everywhere®, Water Wise System™, Wall-i, We Can Charge, Wisify, Wysensing e a YesYesYes.

A Portugal Ventures inicia o ano com um portfólio de 43 empresas na área digital, 49 em engenharia e indústria, 20 com soluções na área das ciências da vida e 26 no turismo. Desde 2012, a sociedade já investiu 164 milhões de euros em 147 novas empresas.

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Proposta dos EUA sobre acordo fiscal global liga impostos à receita das empresas

A proposta de Joe Biden prevê que as grandes multinacionais paguem taxas nacionais com base nas vendas locais.

A Administração de Joe Biden propôs um novo modelo para tributar multinacionais, para que as maiores empresas do mundo paguem taxas aos governos nacionais com base nas vendas em cada país. A proposta surgiu no âmbito de um acordo sobre um imposto mínimo global, que está a ser negociado na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Os Estados Unidos enviaram documentos aos países que negoceiam a tributação internacional traçando um plano que se aplicaria aos lucros globais das maiores empresas, incluindo grandes grupos de tecnologia norte-americanos, independentemente da sua presença física num determinado país, segundo avança o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

As empresas que se enquadram no plano da OCDE veriam parte dos lucros tributados por mais países do que atualmente, nesta proposta. Pagariam mais impostos nos países onde têm utilizadores ou consumidores, e menos no país onde estão sediados, se não forem os mesmos. O plano não representa necessariamente um aumento nos impostos das empresas, mas mudaria onde alguns dos lucros são tributados.

A OCDE está a tentar chegar a um acordo entre quase 140 países sobre o plano de revisão tributária global neste verão. Os negociadores não conseguiram chegar a um consenso no ano passado, com as divergências sobre a abrangência a representar um dos principais obstáculos.

O plano da organização quer responder às preocupações de que os gigantes da tecnologia não sejam tributados de forma justa quando têm utilizadores, mas presença física limitada, em vários dos países nos quais fazem negócios.

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Dez países decidiram limitar o uso da vacina da AstraZeneca a grupos etários específicos

Dez países decidiram suspender temporariamente a administração da vacina da AstraZeneca a grupos etários específicos. Em causa está relação a da vacina com formação de coágulos sanguíneos.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) concluiu que há uma relação entre a formação de coágulos sanguíneos e a vacina da AstraZeneca, mas defendeu que os benefícios superam os riscos. Ainda assim, vários países estão a impor restrições ao seu uso. Há já 10 que afastam a administração da vacina anglo sueca aos mais novos.

Espanha, Alemanha, Estónia, Coreia do Sul, Holanda e Filipinas recomendaram que a vacina da AstraZeneca fosse utilizada apenas em pessoas até aos 60 anos, de acordo a Reuters. Já a região autónoma espanhola de Castilla y León decidiu suspender totalmente o uso da vacina da AstraZeneca.

A Bélgica vai parar de vacinar com AstraZeneca pessoas com menos de 56 anos nas próximas quatro semanas devido às preocupações com a formação de coágulos sanguíneos. A decisão será revista após quatro semanas, diz o Politico.

O Canadá decidiu suspender o uso da vacina AstraZeneca para pessoas com menos de 55 anos, avançou o The Guardian, enquanto o Reino Unido recomenda que pessoas com menos de 30 anos devem ter uma alternativa, devido a possíveis ligações entre a vacina e casos muito raros de coágulos de sangue. A Agência Europeia do Medicamento disse na quarta-feira que a União Europeia (UE) terá “em conta” a recomendação de especialistas britânicos que sugeriram alternativas à administração da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 para menores de 30 anos.

Itália recomendou que a vacina da AstraZeneca fosse apenas utilizada em pessoas com mais de 60 anos, apesar das autoridades de saúde italianas explicarem que as pessoas com 60 anos que já tomaram a primeira dose da vacina AstraZeneca podem tomar uma segunda.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recebeu relatos de 169 casos de coágulos de sangue cerebral raros no início de abril, depois de 34 milhões de doses terem sido administradas no Espaço Económico Europeu (EEE), segundo Sabine Straus, presidente do comité de segurança da EMA. Deste total, 18 foram fatais.

Portugal alertou os países europeus que as decisões sobre a vacina da AstraZeneca “afetam todos” e o primeiro-ministro quer que a União Europeia tenha uma “posição coordenada”. António Costa destaca a importância de se evitarem tomadas de decisão “unilaterais” e salientou ainda que as “decisões da EMA” devem ser respeitadas neste contexto.

A Infarmed, a autoridade nacional responsável pelos medicamentos e produtos de saúde, decidiu continuar com a administração desta vacina da AstraZeneca e diz que “atualizará informação quando necessário” e continua a manter a posição que os benefícios continuam a superar os riscos.

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