“O país não se pode dar ao luxo” de perder a TAP, defende João Ferreira

O ECO desafiou os sete candidatos presidenciais a responder a questões sobre a economia portuguesa. João Ferreira defende mais apoios do Estado para as MPME e na salvação da "estratégica" TAP.

O ECO desafiou os sete candidatos presidenciais a responder a questões sobre a economia portuguesa: como devem ser ajudadas as empresas, como abordar o problema da dívida pública, como aplicar o fundo de recuperação europeu e como avaliam a política económica do atual Governo em resposta à crise pandémica. Esta sexta-feira publicamos todas as respostas recebidas nesta rubrica “O que é que eles querem para a economia?”.

João Ferreira, candidato às Presidenciais apoiado pelo Partido Comunista Português, reconhece que os impactos da pandemia na economia “são particularmente severos” e põe ênfase nas micro, pequenas e médias empresas (MPME) cujos apoios públicos “tardam” a chegar, exigindo “urgência” ao Estado. Mas há uma grande empresa que também deve estar nas prioridades: a TAP. Dado o seu papel “estratégico”, “o país não se pode dar ao luxo” de a perder, diz.

Quanto à dívida pública, o eurodeputado reconhece que os recursos públicos não são “ilimitados” pelo que pede ao Governo que se bate para que a dívida gerada pela pandemia e que foi adquirida pelo Banco Central Europeu deixe de contar para as contas nacionais, isto é, a contabilidade que permite a comparação internacional entre países. Em relação aos fundos europeus, João Ferreira “teme” que estes “se destinem a financiar grandes grupos económicos, incluindo estrangeiros, que aqui se fixam com esse propósito”.

Portugal deve apoiar mais as empresas para estimular a retoma? O elevado nível da dívida não é uma preocupação?

Os impactos da epidemia no plano económico são particularmente severos. A suspensão e mesmo paragem forçada de parte da atividade económica, a que se somam as quebras nos mercados externos e interno (a que não é alheio a redução de salários e o aumento do desemprego) requerem medidas que devem ser dirigidas fundamentalmente para as micro, pequenas e médias empresas que representam mais de 99% do tecido empresarial. Os apoios públicos devem ser concedidos às MPME que foram atingidas, sem exclusões e com a urgência que não tem existido, cumprindo aliás o que está inscrito nas páginas da Constituição, que prevê apoios preferenciais para as MPME. Apoios ao pagamento dos salários a 100% em situações de lay-off, às rendas comerciais em função das quebras de faturação, moratórias bancárias e outras medidas que no essencial estão identificadas, mas que tardam a chegar a quem delas precisa. Ao mesmo tempo, é fundamental que não se permita a destruição de empresas estratégicas para o país, como é o caso da TAP que, tal como todas as companhias de aviação no mundo, sem uma intervenção do Estado, estão condenadas à falência. O país não se pode dar ao luxo de perder mais uma empresa fundamental para o presente e o futuro de Portugal.

Estou no entanto consciente que a mobilização de recursos públicos não pode ser ilimitada. Portugal não resolveu o problema da sua dívida externa (pública e privada) e com a epidemia tenderá a agravá-la. Esta é uma consequência da perda de soberania monetária e da degradação do aparelho produtivo nacional. Para diminuir a dívida é preciso aumentar a produção, aumentar o PIB. Esta opção coloca, em meu entender, a necessidade urgente de uma alteração nas opções que têm sobrevalorizado a redução do défice e sacrificado o necessário investimento público visando o robustecimento da nossa capacidade produtiva. Simultaneamente, creio que o nosso país, face à ausência de soberania monetária, se deveria bater para que a dívida contraída junto do BCE para responder aos impactos da pandemia não se deveria refletir nas contas nacionais.

Os novos fundos europeus devem ser usados em grande obras/grandes projetos ou mais para as empresas?

Uma primeira nota para sublinhar não apenas o facto desses recursos serem menos do que se chegou a anunciar como serão também receitas futuras que agora foram antecipadas. Uma segunda para anotar infelizmente a profunda dependência que o país tem hoje destes fundos. Na UE, em termos de investimento público, a dependência de cada um dos Estado dos fundos europeus vai do 8 ao 80, Portugal está nos 80.

Defendo que os fundos europeus — sejam os do próximo Quadro Financeiro Plurianual, sejam os do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] — devem ser orientados para as necessidades nacionais. E este é um dos primeiros problemas que está colocado: o dos critérios de aplicação. O meu receio é que, em vez desses recursos, se destinarem a recuperar o país de uma recessão económica, a promover uma política de substituição de importações por produção nacional, para assegurar a coesão e desenvolvimento de todo o território, a construir equipamentos públicos há muito reclamados pelas populações – hospitais, centros de saúde, escolas, infraestruturas de transporte, entre outras – se destinem a financiar grandes grupos económicos, incluindo estrangeiros, que aqui se fixam com esse propósito. Tem de ser Portugal a decidir como é que esses recursos devem ser utilizados e, como Presidente da República, não prescindiria de uma intervenção nesse sentido.

Como avalia a ação do Governo no combate à crise económica provocada pela pandemia?

As opções do Governo têm estado marcadas, por um lado, pelo facto de, mesmo perante os efeitos devastadores desses impactos, querer manter a todo o custo uma trajetória do défice das contas públicas, que impede que se mobilizem todos os recursos que seriam necessários para impedir esse afundamento. Por outro, não posso deixar de assinalar o plano inclinado de muitas das medidas que foram tomadas, a favor dos grandes interesses que têm dominado a economia portuguesa. Financiar nesta fase empresas que ainda há poucos meses distribuíram dezenas de milhões de euros em dividendos não me parece ser o caminho. Neste momento, o Governo tem um Orçamento do Estado que, na fase da especialidade foi dotado de instrumentos e possibilidades que não dão nenhuma desculpa ao Governo para que não responda àquilo que neste momento é urgente: apoio às PME sem discriminações e com brevidade, particularmente nos setores mais atingidos, como a restauração; o apoio ao setor da cultura; o pagamento a 100% dos salários dos trabalhadores em lay-off; o apoio a quem não tenha base de subsistência e o prolongamento do subsídio de desemprego; o suplemento de risco; o reforço do SNS com meios e contratação de profissionais.

Neste momento é fundamental proteger o mercado interno, segurando os salários, o emprego e os rendimentos de grande parte da população. Reforçar o SNS – principal instrumento de combate à epidemia – e acelerar o processo de vacinação, diversificando se necessário os nossos fornecedores. E é preciso aprender com as lições desta epidemia também no que diz respeito à valorização dos trabalhadores, dos serviços públicos e da produção nacional.

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Perspetiva de novos estímulos anima Wall Street

Os principais índices de Wall Street fecharam a sessão no verde. Entre as tecnológicas, Apple e Amazon destacam-se.

Os mercados norte-americanos terminaram a penúltima sessão da semana em “território positivo”, com os investidores otimistas face ao novo pacote de estímulos proposto por Joe Biden.

O índice de referência em Wall Street, o S&P 500, valorizou 0,03% para 3.853,08 pontos. Também acima da linha de água, o industrial Dow Jones subiu 0,04% para 31.176,01 pontos e o tecnológico Nasdaq avançou 0,55% para 13.530,92 pontos, destacando-se.

Os investidores estão animados e expectantes quanto aos novos estímulos à economia propostos por Joe Biden, que tomou posse como presidente dos Estados Unidos, esta quarta-feira. O pacote deverá rondar os 1,9 biliões de dólares.

A dar alento aos mercados estiveram também os dados mais recentes do mercado laboral. O número de desempregados a pedir proteção social diminuiu moderadamente, mantendo-se, ainda assim, em níveis elevados por causa do impacto da pandemia de Covid-19.

Na sessão desta quinta-feira, destaque para as ações da Alphabet que subiram 0,23% para 1 891,25 dólares, da Apple que valorizaram 3,67% para 136,87 dólares e da Amazon que avançaram 1,34% para 3.306,99 dólares. Estas gigantes deverão apresentar os resultados relativos último trimestre de 2020 na próxima semana.

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Fronteiras na Europa ficam abertas, mas Portugal suspende voos para o Reino Unido

Portugal decidiu "interromper" os voos de e para o Reino Unido, para diminuir os riscos de contágio com base na nova variante do coronavírus, anunciou António Costa.

Apesar do agravamento da pandemia, as fronteiras vão ficar abertas no espaço europeu, anunciou o primeiro-ministro, à saída da reunião do Conselho Europeu. Portugal decidiu, contudo, interromper os voos para o Reino Unido, face à propagação da nova variante do coronavírus em território nacional.

“Em todos os Estados-membros, [houve] manifestação de grande preocupação relativamente ao desenvolvimento desta pandemia, designadamente ao crescimento impulsionado pela nova variante, conhecida como variante britânica, em especial nos países que têm relações mais próximas com o Reino Unido, como é o nosso caso“, começou por sublinhar António Costa.

O Executivo português decidiu, por isso, “interromper totalmente os voos para o Reino Unido e do Reino Unido para Portugal, a partir das 0h00 do próximo sábado”. Isto de modo a diminuir os riscos de contágio com base nesta variante mais perigosa, mantendo-se apenas os voos de natureza humanitária, para repatriamento.

Quanto às fronteiras com os demais países europeus, foi decidido que continuarão abertas, mantendo-se “as medidas que existe de controlo da pandemia” relativamente a países terceiros. “A conclusão que temos tirado é que o fecho das fronteiras internas não é uma medida eficaz para controlo da pandemia. Relativamente às fronteiras externas, sim. E quanto às internas, muitos Estados têm adotado, em função da gravidade da infeção, a exigência de medidas. Por exemplo, para poder ir ao Parlamento Europeu tive de levar um teste negativo para entrar no Reino da Bélgica”, explicou o chefe do Executivo português.

No final da reunião dos líderes europeus, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, escreveu ainda no Twitter que está “convencido que as fronteiras devem permanecer abertas”. Mas, ao mesmo tempo, também está convicto que “devem ser consideradas restrições a viagens não-essenciais”.

António Costa adiantou também que o Conselho Europeu desta quinta-feira ficou marcado pelo reconhecimento mútuo dos testes antigénicos, “o que facilitará muito a confiança na liberdade de circulação dentro da União Europeia”.

No que diz respeito à vacinação, o Conselho Europeu frisou a “importância das empresas produtoras cumprirem escrupulosamente os contratos que foram celebrados, no calendário que está previsto“. António Costa acrescentou que, em Portugal, já foram administradas, até ao momento, mais de 202 mil vacinas, continuando o país “preparado para assegurar a vacinação ao ritmo que está previsto”.

Aos jornalistas, o primeiro-ministro avançou também que ficou decidido que “todas as pessoas que são vacinadas devem ter um documento que o comprove para efeitos médicos“, mas não ficou fechada a discussão sobre a utilidade futura desses documentos no acesso a qualquer país ou como garantia da desnecessidade de teste para entrada num país que o exija.

(Notícia atualizada às 22h05)

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Barómetro Allianz 2021 alerta para três riscos que ameaçam empresas

  • ECO Seguros
  • 21 Janeiro 2021

De acordo com o inquérito anual da AGCS junto de quase 2 800 empresários e especialistas de dezenas de países, os três riscos mais receados estão fortemente interligados com a pandemia de Covid-19.

O barómetro anual de riscos elaborado pela AGCS, filial de negócio corporate do grupo segurador alemão, aponta um “trio de ameaças”, fortemente interligadas pelo coronavírus da pandemia (Covid-19), a ocupar o topo do 10th Allianz Risk Barometer 2021.

De acordo com o relatório que a companhia acaba de divulgar, interrupção de negócios (BI-Business Interruption) é o risco nº 1, apontado em 41% das respostas do inquérito anual realizado pela Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS) junto de 2769 especialistas em 92 países e territórios, abrangendo CEO, gestores de risco, corretores e especialistas em seguros.

O top3 dos riscos – completado pela ameaça da pandemia (#2 com 40% das respostas) e os incidentes cibernéticos (#3, igualmente com 40%) – reflete em conjunto o potencial de disrupção e cenários de perdas que as empresas continuarão a enfrentar desde a emergência instalada pela pandemia, em 2020.

O surto pandémico, que subiu do 17º para segundo lugar (#2 no barómetro), é apontado como causa principal nos incidentes BI e fecho de estabelecimentos. Assumindo importância crescente, outros riscos como a evolução de mercado (quarto mais pontuado no barómetro), quadro macroeconómico (#8) e a violência política (#10).

De acordo com o estudo da AGCS, as consequências socioeconómicas da pandemia vão trazer mais insolvências, podendo motivar instabilidade social e desobediência civil ao longo de 2021. Num cenário dominado pela situação pandémica, as alterações climáticas descem para a 9ª posição do barómetro, mas, ao longo do ano, será um tema reposto no topo da agenda dos dirigentes, antecipa o documento.

“A interrupção de negócios, pandemia e a cibernética estão fortemente interligados, demonstrando as crescentes vulnerabilidades do nosso mundo altamente globalizado e conectado”, afirma Joachim Müller, CEO da AGCS, citado no comunicado com as conclusões do estudo. “A pandemia de coronavírus é um lembrete de que a gestão de riscos e a gestão da continuidade do negócio precisam de evoluir ainda mais para ajudar as empresas a prepararem-se para, e sobreviverem a, eventos extremos”, complementou.

A crise do Covid-19 continua a representar uma “ameaça imediata” tanto para a segurança individual como para as empresas, refletindo a razão pela qual o surto pandémico subiu 15 posições até ao 2º lugar, influenciando ou agravando outros riscos. Antes de 2021, nunca tinha terminado acima da 16ª posição nos 10 anos de produção do Barómetro de Risco da Allianz, mantendo-se até então como um risco “claramente subestimado”, observa o documento. No entanto, em 2021, a covid-19 “é o risco número um em 16 países e entre os três maiores riscos em todos os continentes e em 35 dos 38 países que se qualificam para uma análise dos 10 principais riscos. O Japão, a Coreia do Sul e o Gana são as únicas exceções, refere o documento.

Segundo a Euler Hermes, continua o relatório, “a maior parte das insolvências virá em 2021. Espera-se que o índice global de insolvência da seguradora de crédito comercial atinja um valor recorde para as falências, crescendo 35% até ao final de 2021, esperando-se aumentos máximos nos EUA, Brasil, China e nos principais países europeus”.

Entre as ameaças que mais descem no barómetro de 2021 incluem-se : alterações na legislação e regulamentação (#5 com 19%), catástrofes naturais (#6 com 17%), Incêndio/explosão (#7 com 16%), e alterações climáticas (#9 com 13%), “todas claramente substituídas por preocupações pandémicas”, nota a Allianz.

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Teletrabalho: principal desafio envolve chefias, na capacidade de gestão remota

  • ECO Seguros
  • 21 Janeiro 2021

Um estudo da Aon junto de mais de 150 empresas, na maioria portuguesas, conclui que cerca de seis em cada 10 empresas inquiridas (58,67%) já implementaram política de trabalho remoto.

A adoção do teletrabalho pelas empresas supõe um conjunto de mudanças na realidade laboral e uma das alterações mais significativas “é a atribuição universal do teletrabalho a todos os colaboradores, desde que as respetivas funções o permitam, que é apontada por 67,61% das empresas inquiridas”, enquanto 17,61% apenas irão disponibilizar este tipo de trabalho “para alguns departamentos específicos” revela o estudo Teletrabalho: Tendências e Políticas em 2021, elaborado pela Aon, empresa líder mundial de serviços profissionais nas áreas do risco, reforma e saúde.

De acordo com o relatório que analisa as práticas e políticas que as empresas estão a definir ao nível do trabalho remoto para o período pós-pandemia, as organizações perspetivam o número de dias de home office a disponibilizar aos seus trabalhadores, com 34% das empresas a apontar para três dias de teletrabalho, seguidas de outras que preferem aplicar cinco dias (24%), dois dias (23%), um dia (13%), e quatro dias (6%).

Os resultados do estudo mostram “de forma clara, que os próximos anos vão representar uma evidente mudança das dinâmicas de trabalho nas empresas em todo o mundo, pautada por uma implementação cada vez mais consistente de modelos de trabalho remoto enquanto alternativa ou complemento ao trabalho presencial. Tendo em consideração esta visão, e perante a ainda incerteza sobre a evolução da pandemia, as empresas devem procurar antecipar as tendências do mercado e repensar as suas estratégias de gestão de recursos humanos, de forma a reduzir o impacto destas mudanças no seu negócio e, sobretudo, junto dos seus colaboradores”, afirma Joana Brito, HR Solutions Senior Associate da Aon em Portugal.

Nesse esforço de antecipação é importante as empresas “ouvirem os seus colaboradores”. Realizar, por exemplo, “estudos internos de auscultação torna-se crucial, sobretudo em fases de incerteza e volatilidade como a que vivemos atualmente, na medida em que nos permitem identificar de forma eficaz quais as preocupações e necessidades dos nossos colaboradores, e assim desenvolver políticas de recursos humanos mais incisivas e com resultados positivos”, complementa a especialista de Recursos Humanos.

Outra alteração que o teletrabalho traz ao modelo laboral relaciona-se com a revisão dos benefícios dados aos trabalhadores.

Segundo as empresas inquiridas (quase 60% das participantes no inquérito são empresas portuguesas), “os principais benefícios que poderão vir a ser ajustados ou adicionados são os planos de benefícios flexíveis (apontados por 49,57% das organizações participantes), a instalação de internet móvel ou em casa dos colaboradores (38,46%), seguidas da adoção de programas de apoio à saúde mental e da aquisição de mobiliário de escritório para cada trabalhador (ambas com 37,61%), sendo, a maioria destes (45,45%), atribuídos em espécie, ou seja, através de uma atribuição direta no salário de cada colaborador”, indica o estudo da Aon.

Ao nível dos principais desafios que as empresas apontam para o trabalho remoto no período pós-pandemia, “a preparação das chefias para uma gestão remota (com 63,37% a apontar este desafio), os modelos de gestão de pessoas (54,46%) e o negócio/novos desafios com novos clientes (44,55%). Neste contexto “as empresas que melhor se adaptarem, ou que melhor anteciparem essa mudança, terão, naturalmente, uma vantagem competitiva num mercado gerido cada vez mais pela volatilidade e pela incerteza”, considera Joana Brito.

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Pós-Brexit nos seguros: Guia do consumidor já está disponível em português

  • ECO Seguros
  • 21 Janeiro 2021

O folheto da autoridade europeia do setor dirige-se ao consumidor e explica os passos a seguir caso tenha uma apólice de seguro Vida ou um produto individual de reforma no Reino Unido.

Poucas semanas depois do Guia em língua inglesa, de cuja publicação ECO Seguros deu notícia, o supervisor europeu do setor acaba de disponibilizar o “Guia para os Consumidores sobre o Brexit” em Português. Em complemento da nota de informação anterior, referente à divulgação pela Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) da primeira versão do guia, a supervisão portuguesa (ASF) anunciou a publicação no website da EIOPA do folheto “Brexit” em todas as línguas oficiais da União Europeia (UE), incluindo em língua Portuguesa.

O documento da EIOPA não aborda outros tipos de seguros a curto prazo, como o seguro automóvel. “Se tiver questões sobre essas apólices, contacte a sua empresa de seguros/mediador”, recomenda o organismo europeu de Supervisão dirigido por Gabriel Bernardino.

O Reino Unido saiu da U.E. a 31 de janeiro de 2020. O período transitório terminou a 31 de dezembro de 2020. Uma vez que o Reino Unido é agora um país terceiro, deixou de fazer parte das estruturas económicas da UE”.

Esta situação “pode afetar a forma como a sua apólice de seguro ou produto individual de reforma são geridos no futuro”, informa a EIOPA explicando que – enquanto titular de apólice ou plano de reforma – se ainda não foi contactado pela sua seguradora ou mediador deve tomar a iniciativa e considerar alguns aspetos:

“A sua empresa de seguros ou mediador devem agir sempre no seu melhor interesse e têm a obrigação de prestar informações claras e atempadas. As empresas de seguros autorizadas no Reino Unido atuam sob responsabilidade das autoridades reguladoras do Reino Unido. Em caso de litígio com a sua empresa de seguros/mediador, poderá não conseguir recorrer a um provedor de justiça ou a um tribunal do seu país de residência”.

No mesmo Guia, a EIOPA adverte: “Se quiser cancelar a sua apólice, poderá ter de pagar alguns custos e encargos adicionais. Mudar de prestador pode também afetar a sua capacidade de subscrever uma nova apólice ou uma nova apólice a um preço comparável, caso a sua saúde se tenha deteriorado entretanto. A sua capacidade de aumentar o montante da cobertura/poupança ou alterar alguns dos investimentos na sua apólice pode ser afetada.”

Ainda, o Guia Brexit em língua portuguesa alerta o consumidor contra esquemas fraudulentos, pelo que deve estar atento aos seguintes sinais: “A oferta parece boa demais para ser verdade; Pressão desnecessária para cessar o seu contrato ou celebrar um novo contrato; Pedem-lhe que divulgue informações pessoais, por exemplo nome de utilizador, palavra-passe, dados pessoais ou financeiros” e chama a atenção para “contactos não solicitados” e para o cuidado necessário com “as mensagens eletrónicas ou os serviços em linha, em especial se nunca os tiver utilizado”.

No âmbito do Guia Brexit, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) reitera novamente a “informação sobre o termo do período de transição da saída do Reino Unido da União Europeia” divulgada pela ASF através de Circular publicada a 3 de novembro de 2020 (acessível por aqui).

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Swiss Re nomeia Augusto Díaz-Leante para dirigir equipa de Vida e Saúde na Europa

  • ECO Seguros
  • 21 Janeiro 2021

O novo executivo da companhia suíça sucede a Francis Blumberg, que deixará o cargo no final de fevereiro para dedicar-se a outras áreas.

A Swiss Re, líder global no mercado de resseguro, nomeou Augusto Díaz-Leante para liderar a sua equipa de Vida e Saúde na Europa Continental, cargo que ocupará a partir do dia 1 de março de 2021.

 

Augusto Díaz-Leante transita para a Swiss Re vindo da Munich Re, onde esteve cerca de 15 anos.


Augusto Díaz-Leante junta-se à Swiss Re vindo da Munich Re, empresa onde esteve cerca de 15 anos desempenhando cargos de responsabilidade crescente no setor Vida, a nível internacional, tendo mais recentemente ocupado o cargo de diretor-geral de operações Vida e Saúde do grupo alemão para a Europa do Sul e América Latina.

Augusto também foi fundador e, desde 2015, membro da administração da MundiLab, uma aceleradora de startups (insurtech) patrocinada pelo grupo alemão de resseguro.

Na Swiss Re, Augusto estará sediado em Madrid e fará parte da comissão diretiva da companhia região EMEA (Europa, Médio Oriente e África).

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Acionistas da EDPR reúnem-se a 22 de fevereiro para ratificar novos administradores

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2021

A assembleia-geral, agendada para fevereiro, vai ratificar a entrada de três novos administradores na EDP Renováveis, incluindo Miguel Stilwell de Andrade.

Os acionistas da EDP Renováveis (EDPR) irão reunir-se, em assembleia-geral, no próximo dia 22 de fevereiro, para ratificar, por cooptação, a entrada de três novos administradores, incluindo Miguel Stilwell de Andrade.

Na convocatória e nas propostas, enviadas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), lê-se que a AG deverá ratificar a nomeação de “Miguel Stilwell de Andrade como administrador executivo, […] que foi nomeado por cooptação nos termos da Lei e em virtude da deliberação tomada pelo Conselho de Administração na sua reunião de 19 de janeiro de 2021, sendo o seu mandato limitado ao do anterior membro”m Duarte Melo de Castro Belo, “a quem substitui”.

No dia 19, o Conselho da EDPR nomeou o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, para o mesmo cargo na empresa do grupo, extinguindo ainda a Comissão Executiva.

“O Conselho da EDPR nomeou Miguel Stilwell de Andrade como presidente do Conselho da EDPR e CEO [presidente executivo] da EDPR, e Rui Teixeira, atual Administrador Executivo da EDPR e Consejero Delegado, como CFO [administrador financeiro] da EDPR”, pode ler-se num comunicado enviado à CMVM.

A convocatória da AG propõe ainda a ratificação da nomeação de Ana Paula Marques como administradora “Dominical”, “sendo o seu mandato limitado ao do anterior vogal”, Spyridon Martinis, a quem substitui, e de Joan Avalyn Dempsey “como administradora independente, sendo o seu mandato limitado ao da anterior vogal”, Francisca Guedes de Oliveira, “a quem substitui”.

Os acionistas irão ainda deliberar sobre a cessação de António Mexia enquanto administrador “Dominical” e de João Manso Neto enquanto administrador executivo, com funções suspensas desde julho de 2020, na sequência do processo de investigação às rendas na eletricidade.

A AG tem ainda previsto votar a “fixação do número de membros do Conselho de Administração em doze”, a alteração dos “artigos 12.º (‘Convocatória’) e 16.º (‘Presidência da Assembleia’) dos estatutos” e a “delegação de poderes para a formalização e execução de todas as deliberações adotadas na Assembleia Geral Extraordinária de acionistas, para a sua elevação a um instrumento público e para a sua interpretação, correção e adição ou desenvolvimento de forma a obter os registos apropriados”, de acordo com a convocatória.

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Ordem quer apoio do Estado para advogados

O bastonário dos Advogados já fez saber que o Estado deve dar aos advogados os mesmos apoios que tem concedido aos trabalhadores independentes.

A Ordem dos Advogados (OA) pede ao Governo que sejam dados os mesmos apoios à classe de mais de 33 mil profissionais que aos trabalhadores independentes.

“A OA procurou a todo o custo evitar a suspensão dos prazos e diligências nos tribunais, mas o agravamento da pandemia nas últimas duas semanas tornou inevitável esta decisão”, segundo Menezes Leitão.

“Infelizmente nunca foram asseguradas as condições de segurança que seriam necessárias para evitar este encerramento, e nos últimos dias ocorreram vários casos de infeção nos Tribunais que infelizmente não têm sido reportados à Ordem dos Advogados para que ela possa tomar as medidas necessárias. Esperamos por isso que essas condições de segurança sejam ao menos agora asseguradas para os processos urgentes, cuja suspensão não foi decretada”, sublinha.

Assim sendo, a OA entende “que o Governo deveria ter procurado minorar as graves consequências que a suspensão dos prazos e diligências tem para a justiça em geral e para os advogados em particular, que vêm suspensa a sua atividade principal por decisão do Governo” e que, esta quinta-feira, deveriam ter sido anunciados os “mesmos apoios que tem concedido aos trabalhadores independentes, a suportar pelo Orçamento Geral do Estado, da mesma forma que ocorre com estes. A injusta discriminação verificada contra os advogados no ano passado não se deve repetir agora”, concluiu.

Esta quinta-feira, o Primeiro-ministro, António Costa anunciou a suspensão dos prazos judiciais. Também as diligências judiciais foram suspensas, tirando as relativas aos processos urgentes que são, por exemplo, os que têm arguidos em prisão preventiva. Medidas que entram em vigor a partir de sexta-feira.

Na quarta-feira, o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) tinha pedido a suspensão de prazos com caráter de urgência à Assembleia da República.

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Ensino particular à distância também vai parar. “Interrupção é para todos”, avisa o ministro

"Esta é uma interrupção letiva para todos", avisou Tiago Brandão Rodrigues, assegurando que também as aulas nas escolas privadas vão ser interrompidas por causa da pandemia.

O ministro da Educação assegurou, esta quinta-feira, que a interrupção das atividades letivas vai ter efeitos não só no ensino público, mas também no particular e cooperativo. “Esta é uma interrupção letiva para todos”, avisou Tiago Brandão Rodrigues, atirando que “este espreitar sempre a exceção é o que tem causado tantos problemas em termos societais”.

Esta é uma interrupção letiva para todos. Eu tenho muito respeito pelo ensino particular e cooperativo, mas o ensino particular e cooperativo não são as nossas universidades e institutos politécnicos, com o grau de autonomia que têm”, sublinhou o governante, quando questionado sobre a possibilidade de os estabelecimentos fora da rede pública continuarem com o ensino à distância durante as próximas duas semanas.

“Este ziguezaguear, espreitar sempre a exceção ou tentar fazer diferente é o que nos tem causado tantos problemas em termos societais. O cumprimento estrito das regras é algo que deve acontecer. Todas as atividades letivas estão interrompidas durante este período“, insistiu o ministro, em declarações aos jornalistas.

O Conselho de Ministros aprovou, esta quinta-feira, a interrupção das atividades letivas e não letivas presenciais, face ao agravamento da pandemia e à propagação da estirpe britânica do coronavírus no território nacional. As escolas vão, assim, fechar portas durante as próximas duas semanas, “pausa” que será compensada nas interrupções previstas para o Carnaval e para a Páscoa e no final do ano letivo, segundo explicou Tiago Brandão Rodrigues.

De acordo com o ministro, esta decisão do Governo afastará das escolas públicas 1,2 milhões de alunos, nos próximos 15 dias. A exceção serão os alunos do ensino especial, que continuarão a poder ir à escola, excecionalmente. Irão também manter-se abertas algumas escolas para garantir refeições aos alunos abrangidos pela ação social e para acolher os dependentes dos trabalhadores essenciais.

Tiago Brandão Rodrigues fez questão de frisar que esta decisão do Governo é “muito penalizadora” para o ensino e para toda a sociedade portuguesa, já que “nada substitui” as aulas presenciais. O ministro notou ainda que “nenhum perito [sinalizou] que em si mesmas as escolas foram um relevante local de propagação da doença” e elogiou o “compromisso de todos os que trabalham” nesses estabelecimentos.

Sobre o processo de digitalização das escolas, Tiago Brandão Rodrigues disse que “está a acontecer de forma notável” e já foram enviados 100 mil computadores para as escolas.

Depois da interrupção de 15 dias, o Governo estudará novas medidas, estando em cima da mesa o regresso à atividade letiva presencial (de alguns ciclos ou de todos) ou o ensino à distância, à semelhança do que aconteceu no primeiro confinamento, na primavera de 2020.

Nas próximas duas semanas, os pais que tenham de faltar ao trabalho para ficar com os filhos vão ter direito a um apoio equivalente a 66% do seu salário, entre 665 euros e 1.995 euros.

(Notícia atualizada às 21h06)

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Governo britânico abre a porta a confinamento até ao verão

  • ECO
  • 21 Janeiro 2021

O Governo britânico avisou que é muito cedo para levantar as restrições em vigor, antecipando que o confinamento no Reino Unido pode durar até ao verão. 

No início deste mês o governo britânico avançou com um novo confinamento total, após ter sido detetada uma nova estirpe do Sars-CoV-2, mais contagiosa. E se a esperança era de que este regime pudesse ser levantado nos próximos meses, Boris Johnson veio colocar água na fervura, antecipando que o confinamento no Reino Unido pode durar até ao verão.

Ao contrário do que tem sido hábito, na conferência de imprensa desta quinta-feira, o primeiro-ministro britânico e secretária de Estado do Interior não deram garantias de que o Reino Unido possa levantar as restrições em abril, antecipando que o confinamento poderá durar até ao verão. “É muito cedo para dizer ou mesmo especular quando podemos suspender as restrições”, disse Priti Patel, citada pela Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).“Este país continua nas garras de uma pandemia”, avisou.

Ao mesmo tempo, quando questionado se o lockdown poderá durar até ao verão, Boris Johnson não descartou a hipótese, alertando que a estirpe britânica é “muito mais contagiosa” e que o Reino Unido enfrenta “inquestionavelmente um momento difícil” que vai durar “algumas semanas”. Além disso, governo britânico decidiu ainda avançar com novas multas para quem seja apanhado em festas privadas. Os infratores serão punidos com uma coima de cerca de 800 libras (aproximadamente 901,38 euros). De salientar que o Reino Unido tem em curso um programa de vacinação contra a Covid-19 em massa, esperando vacinar 5 milhões de pessoas.

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Aulas estão suspensas. Quanto tempo? E são férias? 10 perguntas e respostas sobre o encerramento das escolas

Quando fecham as escolas? Há apoios para os pais? E o que fica aberto? O ECO reuniu uma dezena de perguntas e respostas sobre o encerramento das escolas decretado esta semana.

O Governo tentou, mas não conseguiu escapar à decisão “profundamente danosa” de suspender as aulas. Esta quinta-feira, após reunir o Conselho de Ministros, António Costa, primeiro-ministro, deu uma conferência de imprensa para anunciar as novas medidas. O ECO preparou dez perguntas e respostas sobre o encerramento das escolas.

As escolas vão fechar?

Sim, ainda que o mais correto seja afirmar que foi decretada a “suspensão das atividades letivas”, ou seja, das aulas propriamente ditas. A decisão foi tomada pelo Governo esta quinta-feira.

Quando é que deixa de haver aulas e quanto tempo vai durar a suspensão?

As aulas presenciais estão suspensas já a partir desta sexta-feira. Ou seja, esta sexta-feira, 22 de janeiro, os alunos já não têm aulas. Para já, está decretada a suspensão por 15 dias. Tal não impede a mesma de ser prolongada daqui a 15 dias, quando o Governo proceder à reavaliação das medidas.

Vai haver ensino à distância?

Desta vez não. O Governo decretou mesmo a suspensão das aulas, sem ensino remoto, por considerar que a mesma deverá ser de “curta duração”.

Este período conta como férias?

O Governo não escondeu a intenção de que este período de interrupção seja compensado noutra altura que, normalmente, seria de férias. Assim, estes 15 dias de suspensão do ensino presencial deverão ser compensados por uma reorganização do calendário escolar, com aulas em períodos como o do Carnaval, Páscoa ou mesmo do verão. A decisão ainda vai ser tomada pelo ministro da Educação.

Porque é que o Governo fechou as escolas?

António Costa, primeiro-ministro, diz que tentou a “todo o custo” evitar o encerramento das escolas, mas não teve alternativa. Dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge mostram que a prevalência da nova estirpe do coronavírus detetada no Reino Unido era de apenas 8% na semana passada, mas disparou para 20% esta semana e pode atingir 60% “nas próximas semanas”. Por ser mais contagiosa, o Governo decidiu avançar com a suspensão das aulas presenciais.

ATL e creches vão continuar a funcionar?

Não, os ATL e as creches também fecham por 15 dias.

As universidades também encerram?

As universidades vão ter autonomia para decidir se fecham ou não portas nos próximos dias, mas poderão ver-se forçadas a reajustar o calendário das avaliações.

O que é que continua a funcionar no universo escolar?

Segundo o primeiro-ministro, mantêm-se a funcionar as escolas de acolhimento para crianças com idade igual ou inferior a 12 anos para pais que trabalhem em serviços essenciais (os mesmos que em 2020) e não possam ficar em casa com os filhos. Continuará também a ser assegurado o apoio alimentar às crianças que beneficiam de ação social escolar, assim como as iniciativas de intervenção precoce e o apoio a crianças com necessidades educativas especiais. Continuam ainda em funcionamento as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens.

Terei faltas justificadas ao trabalho?

Sim, se não estiver ao abrigo do teletrabalho obrigatório.

Há algum apoio para os pais?

O Governo recuperou o apoio aos pais que tenham de faltar ao trabalho para cuidar dos filhos, prevendo-se o pagamento de 66% do vencimento. Neste momento, os pais com filhos até 12 anos de idade já podem preencher a declaração que dá acesso a esta prestação.

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