Brent supera os 86 dólares por barril

  • Lusa
  • 25 Outubro 2021

O preço do barril de petróleo Brent ultrapassou esta segunda-feira a barreira dos 86 dólares. Especialistas não excluem que possa atingir 90 dólares por barril antes do final do ano.

O preço do barril de petróleo Brent para entrega em dezembro ultrapassou esta segunda-feira a barreira dos 86 dólares, depois de subir 0,72% face ao fecho da sexta-feira.

O petróleo do Mar do Norte, de referência na Europa, cotou-se esta segunda-feira de manhã a 86,19 dólares no International Exchange Futures, mas ao meio-dia tinha caído ligeiramente para 86,06 dólares por barril.

O nível atual de petróleo é o mais alto desde outubro de 2018, quando atingiu 86,43 dólares, mas os especialistas não excluem que possa atingir 90 dólares por barril antes do final do ano.

O ouro negro tem vindo a subir há vários dias devido à possibilidade de a procura aumentar a um ritmo mais rápido do que o nível da oferta nos próximos meses.

Brent em alta

As economias em todo o mundo estão a aumentar o consumo de energia na sequência da queda da procura devido à pandemia.

Na semana passada, o Brent fechou 0,80% mais alto do que o preço de fecho da sexta-feira anterior (84,89 dólares por barril).

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Quinta edição do Portugal Air Summit confirma novo sucesso no aeródromo de Ponte de Sor

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  • 25 Outubro 2021

O aeródromo e cluster aeronáutico de Ponte de Sor foi, durante cinco dias, o palco da 5ª edição do Portugal Air Summit, a maior cimeira aeronáutica da Península Ibérica

Apesar do formato híbrido, entre presencial e transmissão em streaming, durante os dias 13 e 17 de outubro, passaram pelo aeródromo de Ponte de Sor um total de 12 mil pessoas que assistiram às conferências e aos espetáculos aéreos, respeitando a capacidade máxima estipulada no protocolo de restrição COVID aprovado pela DGS. Também via streaming os números mostram o interesse cada vez maior e mais sustentado do público por este tipo de formato e eventos, inclusive além-fronteiras.

Sob o tema central “Flying for a New Start”, a quinta edição do Portugal Air Summit (PAS), contou com 32.828 pessoas a assistir via streaming, sendo que destas, 5.141 assistiram do estrangeiro, mostrando a relevância do evento e dos temas abordados, que mostrou também ao nível de social media um recorde de audiências, tendo um reach acumulado perto dos 2 milhões de pessoas impactadas com o evento.

Durante três dias de conferências, estiveram ainda presentes – em formato físico ou via streaming – mais de 200 oradores divididos em dois palcos, num total de 89 conferências, que tiveram a moderação e apresentação a cargo de nomes conhecidos do grande público da área do entretenimento e da informação, como Catarina Furtado, ou os jornalistas Cristina Esteves, Victor Gonçalves e João Maia Abreu.

Ao longo dos seus 5 dias de realização, o Portugal Air Summit contou ainda com a presença de 66 stands físicos e 90 patrocinadores e parceiros, tendo os mesmos já manifestado o desejo de continuar a marcar presença na edição de 2022. O Portugal Air Summit 2021 foi ainda promotor de networking e gerador de negócio entre o setor, perfazendo um montante superior a 10 milhões, no qual se contabiliza a venda de 4 aviões, num total de 900 mil euros.

Segundo Nuno Molarinho, CEO da The Race, “A quinta edição do Portugal Air Summit foi pautada por uma significativa participação das empresas e das entidades publicas e sobretudo pela adesão em termos da presença física do publico. Este ano, com os inúmeros desafios e incertezas que tínhamos pela frente, conseguimos superar em larga escala todos os compromissos e metas a que nos propusemos. Na relação comercial ultrapassarmos largamente a quantidade de parceiros que inicialmente tínhamos previsto, em termos da emissão via streaming batemos todos os recordes de audiência e no entretenimento, airshow e espetáculo noturno, conseguimos uma vez mais criar dinâmicas espetaculares que agarraram as pessoas durante os 5 dias de evento aos céus de Ponte de Sor.”

“Este ano o European Rocketry Challenge veio também fortalecer a relação com a academia e os estudantes com a participação de mais de 15 universidades estrangeiras e 400 jovens, numa competição extraordinária repleta de emoção. Nesta quinta edição ficámos com uma elevada satisfação de missão cumprida, sobretudo porque este evento tem vindo a tornar-se, a cada ano que passa, uma montra para o interior mostrar todo o potencial em termos da sua capacidade empresarial. O nosso objetivo futuro é sem dúvida o investimento na promoção internacional e na cooperação transfronteiriça captando o interesse em mais investimento e dessa forma procurando atrair para o interior mais massa critica. O Portugal Air Summit é um driver para a competitividade e, hoje em dia, é um pilar essencial para o crescimento, promoção e desenvolvimento do setor, “conclui o responsável.

Também para Hugo Hilário, Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, o sucesso desta edição é indiscutível, “Cinco anos depois, esta cimeira já se funde com a nossa economia, consolidou-se e vai muito para além de qualquer proposta deste ou daquele executivo. Excedeu os limites do concelho e do nosso Aeródromo Municipal e passou a ser nacional, ibérica e até já internacional. Este crescimento diz tudo acerca da forma como foi encarada, de forma estratégica, a aposta nos setores da aeronáutica, defesa e espaço. É, como dizia a Sra. Ministra da Coesão Territorial Dra. Ana Abrunhosa, a prova de que não se pode fazer tudo bem. Entendemos que os territórios têm que fazer opções aproveitando contextos já existentes e o Portugal Air Summit e o EuRoc são exatamente isso. Tal como a associação a todas estas empresas que por aqui passaram nestas edições e que aproveitaram a ocasião para estabelecer contactos e realizar os seus negócios. Agradecemos a todos a confiança que depositam na nossa visão.”

As edições anteriores do Portugal Air Summit foram sempre marcadas por um elevado sucesso, através da presença de mais de 400 nomes de relevo, os quais fizeram parte do programa de conferências, tanto a nível governamental, como a nível de empresas privadas que atuam nas áreas da aviação, aeronáutica, espaço e defesa. Já em 2020, a transmissão em streaming chegou a cerca de 60 países, posicionando o Portugal Air Summit como um dos 3 eventos com maior impacto internacional.

Em 2021, o Portugal Air Summit repetiu a fórmula de sucesso, contando para tal com uma equipa de produção de mais de 120 pessoas e sendo, mais uma vez, o resultado de uma organização conjunta entre a Câmara Municipal de Ponte de Sor e a empresa TheRace.

 

 

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Metro de Lisboa em greve parcial na terça-feira de manhã com paralisação do serviço

  • Lusa
  • 25 Outubro 2021

A empresa prevê a paralisação do serviço de transporte das 06:30 às 09:30 e retoma da circulação de comboios a partir das 10:15. “A greve não é só contra o congelamento salarial, vamos mais longe".

Os trabalhadores do Metro de Lisboa cumprem na terça-feira uma nova greve parcial, entre as 05h00 e as 09h30, dado que as negociações salariais com a empresa têm falhado, prevendo-se a paralisação do serviço.

“A greve não é só contra o congelamento salarial, vamos mais longe. Defendemos uma total reposição de efetivos, que está por cumprir”, começou por explicar, em declarações à agência Lusa, Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS).

Segundo a sindicalista, as negociações “vão além da matéria salarial”, sublinhando a importância do “preenchimento imediato do quadro operacional e as progressões na carreira”.

“Na reunião que tivemos com o ministro do Ambiente e da Transição Energética [João Matos Fernandes, que tutela os transportes urbanos], o responsável assumiu duas das nossas reivindicações quanto aos trabalhadores da área da manutenção e a prorrogação da vigência do Acordo de Empresa (AE)”, disse Anabela Carvalheira.

No entanto, segundo a sindicalista, o conselho de administração da empresa “ainda não colocou em cima da mesa as restantes matérias”, não tendo ainda as partes chegado a acordo.

O pré-aviso de greve foi entregue em 06 de outubro “devido à falta de respostas às questões colocadas, quer em reuniões com o ministro do Ambiente, quer com o presidente do ML- Metropolitano de Lisboa”.

A greve de terça-feira ocorre entre as 05:00 e as 09:30, para a generalidade dos trabalhadores, e das 09:30 às 12:30 para o setor administrativo e técnico, de acordo com o sindicato.

Na sua página oficial, o Metropolitano de Lisboa informou que, por motivo de greve convocada pelas organizações sindicais representativas dos trabalhadores, a empresa prevê a paralisação do serviço de transporte das 06:30 às 09:30 e retoma da circulação de comboios a partir das 10:15.

Os trabalhadores do metro realizaram greves parciais ao serviço em maio e junho tendo em conta as mesmas reivindicações apresentadas para a nova paralisação.

O Metropolitano de Lisboa opera com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião), das 06:30 às 01:00 todos os dias.

A Lusa solicitou à empresa Metropolitano de Lisboa um ponto de situação sobre as negociações com as organizações sindicais representativas dos trabalhadores, aguardando ainda uma resposta.

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Hays está a recrutar para academia de trainees

A empresa de recrutamento está também à procura de candidatos para reforçarem o escritório do Porto e de Lisboa.

Vem aí uma nova edição da Hays Academy Future Leaders. A recrutadora está já a receber candidaturas dos jovens recém-graduados e que acabaram de ingressar o mundo do recrutamento interessados em realizar a academia de trainees da empresa de recursos humanos.

“Na Hays temos uma cultura baseada na meritocracia, o que significa que as promoções e recompensas são baseadas no desempenho de cada um. Valorizamos a partilha de feedback regular e estruturado durante o programa de trainees para que quem o integra possa atingir o seu potencial máximo e disponha de todas as ferramentas para dar o seu melhor”, afirma Patrícia Lopes, people & culture manager e responsável pela Hays Academy, em comunicado.

Entre as principais funções dos trainees está o desenvolvimento e gestão do portefólio de clientes, encontrando os candidatos certos, ou seja, pessoas que correspondam às expectativas dos clientes da empresa especializada em recrutamento.

Os candidatos que integram a estrutura da Hays enquanto recruitment consultant trainee vão receber uma bolsa de estágio. Já “após a integração na estrutura, [recebem] um salário base competitivo, com um esquema de comissões atrativo”.

“Acreditamos que o desafio e o sucesso fazem parte do mundo do recrutamento, por isso, continuaremos a apostar na nossa academia e na formação dos nossos consultores”, acrescenta Patrícia Lopes.

Pode encontrar mais informação sobre a Hays Academy Future Leaders aqui. Além disso, a empresa de recrutamento está também à procura de candidatos para reforçarem o escritório do Porto e de Lisboa. Conheça as oportunidades disponíveis aqui.

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Juiz avalia se mandado de detenção de Rendeiro é válido

Caso os juízes desembargadores considerarem que o processo não transitou em julgado, o mandado de detenção poderá cair por terra, uma vez que a decisão ainda não é definitiva.

Após o Supremo Tribunal de Justiça ter aceite o pedido de “habeas corpus” de Paulo Guichard, a juíza Tânia Loureiro Gomes decidiu pedir ao Tribunal da Relação esclarecimentos sobre se o processo pelo qual Rendeiro é procurado transitou ou não em julgado.

Caso os juízes desembargadores considerarem que o processo não transitou em julgado, o mandado de detenção poderá cair por terra, uma vez que a decisão ainda não é definitiva – pena de prisão de cinco anos e oito meses.

Segundo avançou o Observador, na origem deste pedido está um requerimento assinado pela defesa do arguido em que pede a extensão subjetiva e o efeito do recurso interposto pelo arguido Paulo Guichard.

Paulo Guichard foi detido a dia 8 de outubro, no Aeroporto de Francisco Sá Carneiro, na Maia, quando regressava do Brasil. Logo a seguir, o seu advogado, Nuno Brandão, apresentou um “Habeas Corpus” (pedido de libertação imediata por ilegalidade da detenção).

O ex-administrador do BPP foi libertado no dia 14 de outubro. À saída da prisão agradeceu ao STJ que pensa que “repôs a justiça e a verdade” em relação à sua situação. O ex-administrador do BPP afirmou ficar surpreendido com o mandato de captura.

“Foi uma surpresa muito grande. Fiquei estupefacto, mas respeito e respeitarei sempre as decisões das autoridade e estarei sempre aqui para de uma forma correta e objetiva assumir as minhas responsabilidades e assumir alguns erros que tenha feito e para enfrentar o futuro com dignidade”, referiu.

Admitiu também que já entregou seu passaporte à juíza e informou que não tinha passaporte brasileiro, nem que nunca quis ter.

“Há fragilidades em vários processos em Portugal. No processo do BPP existem fragilidades e essas fragilidades têm que ser assumidas pelas pessoas. Aquilo que está em causa em termos de penalizações seja muita mais do que aquilo que a minha consciência me diz. Mas as autoridades são que têm de saber isso e os juízes é que tem de tomar as decisões nos fóruns adequados”, acrescentou.

João Rendeiro encontra-se em parte incerta, depois de ter avisado as autoridades que iria para o Reino Unido e que voltaria no dia 30 de setembro. Porém, a 28 de setembro, anunciou que não voltaria a Portugal. Rendeiro está condenado a penas de dez, cinco e três anos — em processos autónomos — pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraude fiscal, burla qualificada, falsidade informática, abuso de confiança e falsificação de documentos.

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Se aprovação do OE for “impossível”, Marcelo inicia de imediato processo de dissolução do Parlamento

Presidente da República diz que "ou há Orçamento ou não há Orçamento" e que, no segundo caso, irá avançar "logo a seguir" para o processo de dissolução da Assembleia da República.

O PCP anunciou esta segunda-feira que vai votar contra o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), juntando-se, assim, ao Bloco de Esquerda, o que ditará o chumbo da proposta apresentada pelo Governo. Marcelo Rebelo de Sousa já reagiu, afirmando que, caso isso aconteça, avançará imediatamente com a dissolução da Assembleia da República, tal como já tinha equacionado este domingo.

“Acabei de tomar conhecimento dessa declaração [do sentido de voto do PCP]. Vou refletir sobre ela no sentido de que, até ao momento da votação [esta quarta-feira] é sempre possível, penso eu, continuar a falar e construir o que é desejável e esperado. Essa é a minha expectativa e o meu desejo. Se isso não for possível, é a dissolução”, afirmou o Presidente da República hoje, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3.

Até quarta-feira, dia em que o OE2022 é votado na generalidade do OE2022, Marcelo vai “ponderar serenamente” e “perceber o estado de espírito dos diversos protagonistas” destas negociações, de forma a perceber se “é possível, de alguma forma, encontrar o número de deputados para viabilizar o Orçamento”, explicou.

Mas Marcelo foi assertivo. “A minha posição é muito simples: ou há Orçamento ou não há Orçamento [e, nesse caso], avanço para o processo de dissolução” da Assembleia da República, tal como já tinha dito ontem.

“É preciso pensar nas consequências e nos passos que se dão. Vamos ponderar até ao último segundo. Mantenho o que disse: o mais desejável, e que esperaria que acontece, é que o OE passasse. Se isso for impossível, inicio logo a seguir o processo de dissolução [do Parlamento] e convoco um Conselho de Estado“, disse o Chefe de Estado, acrescentando que irá “ver o que se passa, serenamente e com bom senso”.

O Bloco de Esquerda anunciou ontem que irá votar contra a proposta de OE2022, mostrando-se, contudo, disponível para negociar. O mesmo sentido de voto foi dado hoje pelo PCP, com Jerónimo de Sousa a dizer que “Portugal não precisa de um Orçamento qualquer”. A confirmarem-se mesmo estas duas votações na quarta-feira, a proposta do Governo para o OE2022 será chumbada, mesmo com a abstenção do PAN e das deputadas não inscritas.

Marcelo sempre se mostrou confiante na aprovação do OE2022, mas isso não o impediu de equacionar o pior dos cenários: eleições antecipadas, possivelmente para janeiro, como referiu a 13 de outubro. Nesse sentido, um novo Orçamento emergiria em abril.

(Notícia atualizada às 13h22 com mais informação)

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PCP anuncia voto contra e chumba Orçamento para 2022

Os comunistas anunciaram esta segunda-feira que vão votar contra a proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) que, assim, chumba.

O PCP anunciou esta segunda-feira que vai votar contra na votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) que ocorre na quarta-feira. Assim, com o voto contra dos comunistas e dos bloquistas, o documento não será viabilizado para a fase de especialidade. “Portugal não precisa de um Orçamento qualquer, precisa de uma resposta aos problemas concretos e, neste contexto, o PCP votará contra o Orçamento do Estado“, disse Jerónimo de Sousa, sem mostrar abertura para mais negociações perante aquilo que apelida de recusa por parte do PS.

Para o líder do PCP “não é compreensível que sendo possível dar essa resposta esta seja adiada“, acusando diversas vezes o Governo de não querer ir mais longe na resposta aos problemas que identifica, apesar das cedências anunciadas por António Costa na semana passada. Jerónimo de Sousa assegura que mostrou “sempre disponibilidade para encontrar soluções” nas conversas com o Executivo socialista, mas recusa “abdicar de tudo aquilo que é necessário fazer em nome de um qualquer Orçamento ou em nome de eleições antecipadas”.

Sobre uma potencial reviravolta que leve o PCP a mudar o sentido de voto, Jerónimo de Sousa disse que, perante as longas negociações que já se realizaram, seria necessário um “golpe de magia”. “Foram longas as horas de discussão, nomeadamente no sábado, mas o Governo não nos quis acompanhar”, notou, após a reunião do comité central que decidiu o voto contra, afirmando que “o esforço da nossa parte não encontrou eco da parte do Governo”. Não estão previstas mais negociações, até porque o PCP diz que a divergência vai além do Orçamento: “Impõe-se, no Orçamento do Estado e em outras opções da ação governativa, assumir compromissos e dar sinais claros que apontem um caminho de solução aos problemas nacionais e de elevação das condições de vida do povo”.

Mesmo com a abstenção dos três deputados do PAN e as duas deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues, a proposta do Governo para o Orçamento de 2022 não irá passar na votação na generalidade na quarta-feira uma vez que os votos contra vão superar os votos favoráveis. Esta será a primeira vez desde 1979, o primeiro Orçamento após o resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI), que um Orçamento será chumbado pelo Parlamento, salvo alguma reviravolta.

Na justificação do voto contra, Jerónimo de Sousa elencou uma série de questões, mas focou-se particularmente nos salários, comparando a subida do salário mínimo em Portugal com o que vai acontecer em Espanha e na Alemanha. Para o PCP é um “obstáculo intransponível” o facto de o Governo não valorizar mais os salários, o que considera ser uma “emergência nacional” dado que “não há um futuro para o país com baixos salários“. Mesmo o aumento das pensões é insuficiente: “Dão como uma mão e tiram com a outra“, chegou a dizer Jerónimo de Sousa na conferência de imprensa, utilizando uma frase que tem sido repetida pela direita nos últimos anos.

Não assistiram durante toda a campanha para as eleições autárquicas do agitar dos milhares de milhões que viriam para Portugal para resolver os problemas? Venham! Faça-se isso. Agora não queiram agitar e propagandear essa bandeira e depois quando se trata de responder a problemas concretos, designadamente a defesa do Serviço Nacional de Saúde, os problemas da administração pública, as forças de segurança (…)”, afirmou Jerónimo de Sousa, relembrando as várias intervenções de António Costa sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em setembro.

Sobre o cenário de eleições antecipadas, o líder do PCP remeteu para o Presidente da República e o Governo, responsabilizando o Partido Socialista. “O PCP está preparado para resolver os problemas do país. Discutir se há ou não eleições, se há ou não uma situação de crise, eu creio que visa fundamentalmente esconder aquilo que é real e que precisa de resposta“, considerou Jerónimo de Sousa, assegurando que “está pronto” para eleições. O líder comunista clarificou que, “se houver eleições por decisão do Presidente da República, nós não batalhámos por eleições, procurámos resolver os problemas e nesse sentido ainda bem que existe esse direito do povo português de exercer o seu direito de voto“.

(Notícia atualizada às 12h50 com mais informações)

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TTR. Uría Menéndez – Proença de Carvalho lidera valor de operações com 3.134 milhões de euros

Segundo o relatório da TTR, nos primeiros nove meses de 2021 as maiores operações de M&A foram assessoradas pela Uría, VdA e Cuatrecasas. SRS com maior número de transações.

O recente ranking da TTR – Transactional Track Record, com análise do período entre 1 de janeiro e 30 de setembro de 2021, revela quais foram os principais escritórios de advogados e legal advisors, nas principais operações de M&A, Venture Capital, Private Equity e Asset Acquisition. A Uría Menéndez-Proença de Carvalho liderou por valor total das operações, cerca de 3.134,39 milhões de euros. A SRS Advogados liderou o ranking de assessores jurídicos por número de transações, com 16.

Segundo o relatório da TTR, nos primeiros nove meses de 2021 foram realizadas 361 transações que se traduziram num valor total de 9.587 milhões de euros. Das quatro áreas, M&A destacou-se com 180 transações (3.061 milhões de euros), seguida por Asset Acquisition com 83 transações (3.364 milhões de euros), Venture Capital com 76 transações (1.247 milhões de euros), e Private Equity com 22 transações (1.915 milhões de euros).

O TTR selecionou como transação do trimestre o aumento de capital no valor de 177 milhões de euros da Greenvolt. A Vieira de Almeida esteve do lado da Greenvolt e PLMJ do lado da Joint Global Coordinators.

M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

As sociedades em destaque são a Uría Menéndez-Proença de Carvalho, com um valor de 3.134,39 milhões de euros, seguida pela Vieira de Almeida, com 3.035,80 milhões, e a fechar o top 3 a Cuatrecasas com um valor total de 1.128,31 milhões de euros. A fechar o top 5 ficaram a Morais Leitão, com 997,04 milhões, e a DLA Piper ABBC, com 530 milhões.

No que concerne ao número de transações em M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions a liderar a tabela ficou a SRS Advogados, como 16, seguida pela Morais Leitão (15) e Garrigues (14). No top 5 ficou também a Cuatrecasas, com 13, e a PLMJ com 12 negócios

Private Equity

Na área de Private Equity as sociedades em destaque são a VdA, com um valor de 1.358,40 milhões de euros, seguida pela Uría Menéndez – Proença de Carvalho, com 1.355,40 milhões, a Morais Leitão e Cuatrecasas, com 528 milhões cada, e a PLMJ, com 207,07 milhões.

Já relativamente ao número de transações, a PLMJ ficou em primeiro lugar, com cinco transações, seguida pela VdA, Uría Menéndez – Proença de Carvalho e Morais Leitão, cada uma com três.

Venture Capital

Na área de Venture Capital as sociedades em destaque são a Garrigues, com um valor de 175,84 milhões de euros, a Uría Menéndez-Proença de Carvalho, com 168,99 milhões de euros, e a Morais Leitão, com 108,84 milhões de euros.

Já relativamente ao número de transações, a SRS Advogados ficou em primeiro lugar, com 13 transações, seguida pela Morais Leitão (seis), PLMJ (quatro) e Garrigues, Cuatrecasas e Antas da Cunha Ecija, com três cada.

Equity Capital Markets

A Morais Leitão foi a sociedade de advogados referenciada com as transações de Equity Capital Markets de maior valor, 1.600 milhões de euros. O top 3 contou com a DLA Piper ABBC e a Uría Menéndez – Proença de Carvalho com 1.500 milhões de euros cada. Relativamente ao número de transações, a Morais Leitão e a VdA lideram com duas operações cada.

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Novo Banco é agora novobanco. “Entramos no novo ciclo de crescimento”, diz Ramalho

Novo Banco renovou imagem. Passa a chamar-se novobanco. Para o CEO António Ramalho, a mudança era uma necessidade para esquecer o passado e olhar para o "novo ciclo de crescimento".

O Novo Banco é a partir desta segunda-feira novobanco. A instituição apresentou a sua nova identidade que “responde ao novo ciclo de crescimento”, destacou António Ramalho no lançamento da nova imagem, em Lisboa.

A renovação da marca vai representar um investimento de 80 milhões de euros, revelou o CEO do Novo Banco aos jornalistas. Dos quais 1,5 milhões correspondem à parte criativa (de elaboração da nova imagem) e à campanha de meios que arrancará agora nos jornais, televisões e rádios. “É metade do que nos custa uma auditoria especial regular”, notou Ramalho, referindo-se aos custos de três milhões de euros que tem para a realização de auditorias por causa das ajudas pedidas ao Fundo de Resolução.

O banco renova a imagem depois de anos e anos de prejuízos e de ver o nome discutido na praça pública, nomeadamente na comissão de inquérito no Parlamento que terminou na passada sexta-feira, e quer agora um novo rumo para mostrar que “tem algo para dar à sociedade portuguesa”.

“Não se muda de imagem porque não se acredita”, frisou o CEO, que disse que o sucesso do Novo Banco “demorará o seu tempo” mas “será reconhecido” mais tarde ou mais cedo.

CEO aponta a lucros

Com o Novo Banco a apresentar os resultados do terceiro trimestre esta semana, o presidente da instituição escusou-se a levantar o véu sobre as contas, mas deixou a ideia de que o banco se vai manter na trajetória dos lucros que regista na primeira metade do ano.

“Os resultados do semestre são conclusivos sobre a rota de lucro em que o banco está. 137 milhões de resultados positivos [no primeiro semestre] é o que os portugueses gostam de ver. Mas o que os portugueses não veem é que os resultados se devem ao crescimento da margem do produto bancário e redução de custos, ou seja, têm uma origem saudável, e não têm tendência para mudar até final do ano“, explicou António Ramalho.

Ramalho vê oportunidades “na segunda linha de bancos”

O período de reestruturação do banco termina no final do ano, data a partir da qual terminam determinadas restrições, como a aquisição de outros bancos.

Sobre este tema, Ramalho afirmou que vai olhar para “todas as possibilidades de crescimento” do negócio, seja pela via orgânica ou por aquisição “numa segunda linha de bancos” em Portugal. Os jornais já veicularam o interesse do Novo Banco na compra do EuroBic. Quanto à possibilidade de o próprio Novo Banco vir a ser comprado por outra instituição, o CEO remeteu a questão para os acionistas: o fundo americano Lone Star e o Fundo de Resolução.

Ramalho também disse estar convicto de que a razão está do lado do banco nas divergências de 500 milhões de euros com o Fundo de Resolução, as quais estão a ser dirimidas pelos tribunais.

(Notícia atualizada às 12h50)

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A cultura organizacional como fator preponderante para a gestão e definição estratégica

  • PESSOAS + EY
  • 25 Outubro 2021

Eliana Canteiro, consultant EY, People Advisory Services, explica em que medida a cultura organizacional tem um papel fundamental no funcionamento das organizações.

A dinâmica de trabalho nas organizações é fundamentalmente marcada pela orgânica, individual e de grupo, e pelo meio social em que as pessoas se inserem. Os gestores são recomendados a dar toda a atenção ao tema da cultura organizacional e a definir estratégias para estabelecer e desenvolver a cultura mais apropriada ao seu negócio e à sua atividade.

Podemos definir a cultura organizacional, de forma simples, como o conjunto de valores, costumes, comportamentos, as regras não escritas estabelecidas na organização e seguidas tanto a nível individual como a nível de grupo, por todos os colaboradores, quer sejam gestores ou técnicos. Neste sentido, é muito importante que os gestores compreendam os aspetos da cultura para que, acima de tudo, possam implementar medidas que permitam ajustar estes elementos, em benefício dos objetivos da organização e da satisfação das pessoas.

"Pretende-se que as organizações tenham pessoas produtivas e satisfeitas, mas também, que a organização tenha um grupo de pessoas coesas que vivem a sua cultura, os seus princípios, que acreditem nos seus valores e costumes.”

Eliana Canteiro

Consultant EY, People Advisory Services

Numa organização, pretende-se que as pessoas tenham um ambiente de trabalho saudável e que trabalhem motivadas. Os gestores preocupam-se bastante com o wellbeing ou a satisfação das pessoas porque uma pessoa satisfeita no seu dia-a-dia profissional é uma pessoa motivada e mais produtiva. Para o efeito e para o desenvolvimento do conhecimento dos níveis de satisfação, os gestores realizam, e devem realizar periodicamente, pesquisas de clima e satisfação no trabalho. É sim bastante positivo, e os resultados das pesquisas indicam, por vezes, aspetos fáceis e rápidos de corrigir e de implementar que alavancam a satisfação individual e de grupo, levando à melhoria dos resultados produzidos.

Há organizações que, tentando proporcionar níveis de satisfação elevados no ambiente interno, implementam ações que, de alguma forma, podem distorcer a cultura organizacional ou o alinhamento com a mesma. Deve perceber-se que há uma diferença entre estes conceitos, nos seus objetivos e nas ações que podem ser implementadas para os gerir. Pretende-se que as organizações tenham pessoas produtivas e satisfeitas, mas também, que a organização tenha um grupo de pessoas coesas que vivem a sua cultura, os seus princípios, que acreditem nos seus valores e costumes. As organizações também falam, também se expressam e têm a sua própria identidade. O papel dos Gestores é fundamental para garantir que a cultura seja muito própria e que seja seguida pelos restantes.

"Cultura estabelecida e pessoas alinhadas, a combinação perfeita para os gestores atingirem as suas metas de negócio e para as pessoas desempenharem as funções estando satisfeitas (porque se identificam com a cultura), atingirem as suas metas de desenvolvimento profissional e de carreira.”

Eliana Canteiro

Consultant EY, People Advisory Services

As ações estratégicas devem ser pensadas no sentido Organização-Pessoa e não o inverso. Com isto, dizer que sob o ponto de vista organizacional e dos gestores, uma forma de atuar é fazer com que o grupo e os indivíduos se ajustem à cultura existente. É neste sentido que é necessário estudar e identificar comportamentos desviantes, quando as organizações sabem que querem estabelecer uma cultura com certas características e que o grupo adira às mesmas. É um caminho talvez um pouco subjetivo, mas possível. Mostrar às pessoas que se beneficiam também da cultura organizacional se optarem por seguir os valores, adotar os comportamentos e assimilar as crenças implícitas na organização.

Este trabalho de gestão vai facilitar a implementação de estratégias com vista à gestão da cultura organizacional e das pessoas, a vários níveis. Quer a nível de gestão das pessoas que já fazem parte da organização, quer a nível de retenção e recrutamento. Há pessoas que procuram trabalhar em certas organizações por causa da sua cultura e forma de estar no mercado de trabalho. Os gestores vão conseguir estabelecer um grupo de trabalho que “veste a camisola”.

Estas pessoas devem “comunicar” com a organização e agir de acordo com a sua cultura estando perfeitamente comprometidas. Acredita-se que neste caso, quando as pessoas abraçam a cultura há uma harmonia saudável, win-win. Cultura estabelecida e pessoas alinhadas, a combinação perfeita para os gestores atingirem as suas metas de negócio e para as pessoas desempenharem as funções estando satisfeitas (porque se identificam com a cultura), atingirem as suas metas de desenvolvimento profissional e de carreira.

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PAN vai abster-se na votação do Orçamento do Estado na generalidade

O PAN decidiu abster-se na votação na generalidade do Orçamento do Estado, que está marcada para quarta-feira na Assembleia da República.

O PAN vai abster-se na votação da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2022 na generalidade, anunciou a porta-voz do partido, Inês Sousa Real. O partido tinha apresentado ao Governo um memorando de entendimento com cerca de 50 propostas essenciais para a viabilização do documento.

A decisão chega depois de uma “ponderada análise do OE, aquele que é o acolhimento das medidas, atendendo ao momento complexo do país, o esforço de diálogo e responsabilidade acrescida de construção de pontes”, que é “ainda maior para toda e qualquer força política”, apontou Inês Sousa Real, que falava numa conferência de imprensa transmitida pelas televisões.

A líder do PAN enunciou um conjunto de medidas que foram acolhidas pelo Governo, nomeadamente o apoio à agricultura biológica e boas práticas no setor, um pacote que “visa garantir a adaptação das habitações à crise climática”, medidas para garantir mais oferta de transportes públicos, através de uma maior verba, bem como o fim do uso de chumbo na pesca e na caça e uma campanha nacional de esterilização de animais de companhia.

Existem ainda medidas, como avanços no projeto-piloto para o rendimento básico incondicional, que o Governo não acolheu, mas tal “não significa que não continuemos em diálogo”, sinalizou a deputada.

No que toca à votação final global do OE, o PAN não se compromete com o apoio à viabilização. Inês Sousa Real indica que “está tudo em aberto”: “Temos de fazer balanço do que fica inscrito no OE”, que “terá que sair da Assembleia da República com uma marca que não seja exclusiva do Governo”, sublinhou. A responsável apontou que “ainda não estão fechadas as negociações”, apesar de já permitirem a abstenção do PAN na generalidade.

Na manhã desta segunda-feira, as deputadas não inscritas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira também anunciaram a respetiva abstenção na votação na generalidade. Já o PCP, determinante para a proposta do Governo passar no crivo da Assembleia da República, acabou por anunciar que iria votar contra, pondo em causa a aprovação do OE.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h05)

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Setor dos componentes para automóveis pode perder quatro mil empregos em 2021

  • Lusa
  • 25 Outubro 2021

O presidente da Associação de Fornecedores da Indústria Automóvel alertou que o setor dos componentes automóveis em Portugal pode perder cerca de quatro mil postos de trabalho este ano.

O setor dos componentes automóveis em Portugal pode perder cerca de quatro mil postos de trabalho este ano, quatro vezes a perda de emprego verificada em 2020, avisa o presidente da Associação de Fornecedores da Indústria Automóvel (AFIA).

Em declarações à agência Lusa, José Couto garante, no entanto, que as 358 empresas do setor, que empregam diretamente 61 mil pessoas, não pretendem que haja despedimentos, dada a especialização e qualificação dos seus trabalhadores.

“Podemos ter uma queda de quatro mil trabalhadores. Acreditamos que as empresas vão fazer um esforço para não despedir, mas no estudo que fizemos, numa primeira análise, esse foi o numero que nos indicaram”, afirmou o dirigente associativo.

Estes dados, revelou José Couto, são do conhecimento do Governo, a quem a AFIA pede medidas para contrariar o possível aumento do desemprego, nomeadamente a reativação do lay-off simplificado.

“Em 2019, tínhamos 62 mil trabalhadores, baixamos 2% em 2020, passamos para 61 mil. E, neste momento, a nossa expectativa é que diminua o número de população empregada. De 2019 para 2020, o país teve instrumentos para conter o desemprego e o lay-off simplificado foi uma medida que se revelou eficaz. O que sugerimos ao Governo é reativar este instrumento, porque, se nada for feito, os nossos associados dizem-nos que o desemprego vai aumentar”, enfatizou.

Em causa, no setor dos componentes para automóveis, está a diminuição das encomendas dos clientes, nomeadamente dos construtores europeus, com efeitos na diminuição da produção, a que se somam os custos de logística com a “demora” das matérias-primas “em chegar da Ásia à Europa”.

Ao nível das matérias-primas soma-se ainda a escassez de semicondutores no mercado, “um problema complicadíssimo e a expectativa é que não tenha resolução nos próximos anos” e o próprio aumento do preço “nalguns casos de 180%”, explica José Couto.

Depois, há ainda os custos da energia “que cresceram significativamente”: “Não é só o preço dos combustíveis, o preço do gás também está altíssimo e o preço da eletricidade é incomportável. As empresas sofrem muito, é quase uma tempestade perfeita”, ilustrou.

No estudo que a AFIA elaborou sobre a realidade da área dos componentes para automóveis e de acordo com José Couto – que preside à associação criada em 1966 em representação da Microplásticos – “a maior parte das empresas dizem que vão acabar [2021] com menos trabalhadores, o que significa uma diminuição da capacidade de produção pela diminuição dos custos fixos ligados ao emprego”.

“Temos, neste momento, um conjunto de informação que diz que podemos perder bastantes trabalhadores, porque as empresas necessitam de diminuir os seus custos”, reafirmou, notando que, “embora possam ter de libertar um conjunto de trabalhadores”, as unidades industriais não o querem fazer, já que “são trabalhadores altamente especializados e significam um custo enorme para as empresas no processo de formação e qualificação”.

“A indústria automóvel tem necessidade de manter níveis de produtividade altíssimos e as empresas procuram manter esses trabalhadores nos quadros e não desfazer-se desse ativo muito importante”, afiança.

Segundo José Couto, em 2020, a venda de automóveis novos na Europa caiu 23,6% (menos 4,4 milhões de veículos) e em 2021, até agosto, já se comercializaram menos 24,4%. “Isto tem um efeito enorme sobre a produção de veículos automóveis, e o expectável é que em 2021 se vão produzir menos cinco milhões de automóveis. E em 2022 e 2023 não é expectável que se possa recuperar aquilo que foi a produção de 2019”, sublinha o presidente da AFIA.

“Neste momento, a queda da produção automóvel determina uma queda das componentes e a indústria portuguesa não é mais do que as outras, temos aqui uma diminuição de atividade significativa. Em agosto andava à volta dos 12,5%, mas nós temos já indicações que, até ao final do ano, este número irá aumentar para cima de 20%”, frisou José Couto.

Metalúrgica e eletrónica em maioria nos componentes automóveis

As áreas metalúrgica/metalomecânica e elétrica/eletrónica representam 63% dos componentes para automóveis produzidos em Portugal, em 385 fábricas pertencentes a 358 empresas, maioritariamente localizadas (85%) nas regiões Norte e Centro, revelam dados de uma associação do setor.

De acordo com informação disponibilizada à agência Lusa pela Associação de Fornecedores da Indústria Automóvel (AFIA), a metalurgia e metalomecânica têm um peso de quase um terço (32%) dos componentes fabricados no nosso país, logo seguidas das industrias elétrica e eletrónica (31%), dos plásticos, borrachas e outros materiais compósitos (18%), têxteis e revestimentos (11%) e montagem de sistemas (5%).

Segundo os mesmos dados, as 358 empresas existentes em Portugal – 63% de capital maioritariamente português e 37% de capital maioritariamente estrangeiro – estão situadas na Região Norte (55%), seguida da Região Centro, com cerca de 30%. A região de Lisboa e Vale do Tejo congrega cerca de 8% das indústrias do setor e o Alentejo 6%.

Por distritos, as 385 fábricas localizam-se, predominantemente, no litoral Norte e Centro: Aveiro conta com 83 unidades industriais, o Porto com 82, Braga tem 48 e Viana do Castelo 31, representando estes quatro territórios 63% do total de unidades industriais. O distrito de Lisboa possui 26 fábricas, Santarém e Leiria 22, Setúbal 20 e Coimbra 11.

Há ainda fábricas de componentes para automóveis em Viseu (14), Évora (10), Bragança (5), Guarda (4) e Vila Real (3), enquanto Portalegre e Castelo Branco possuem duas unidades industriais cada, sendo Beja e Faro os únicos distritos onde estas indústrias não existem, de acordo com a AFIA.

Entre 2015 e 2019, a taxa de crescimento média anual do volume de negócios situou-se nos 8,8%, atingindo 11,9 mil milhões de faturação em 2019, antes da pandemia de covid-19. Em 2020, o volume de negócios foi de 10,4 mil milhões de euros (cerca de 5,6% do Produto Interno Bruto nacional), menos 12,6% do que no ano anterior.

Segundo José Couto, presidente da AFIA, 85% das empresas diminuíram o volume de negócios em 2020 face a 2019, “e 73% diz que, em 2021, terá um volume abaixo de 2019”.

“A diminuição é menor do que aquela que aconteceu em 2020, mas mesmo assim é relevante. E, dessas empresas, 43% têm quedas registadas e expectáveis superiores a 20%, o que é uma queda muito importante”, notou.

Em termos relativos, por regiões, o Norte representou 54% do volume de negócios e 57% dos 61 mil postos de trabalho do setor em 2020, enquanto o Centro congregou 24% da faturação e 27% dos postos de trabalho. Em sentido contrário, em Lisboa e Vale do Tejo o volume de negócios (18%) foi superior ao emprego gerado (10% do total) pelos fornecedores de componentes automóveis.

As 358 empresas são 0,9% do total da indústria transformadora, na qual representam 8,8% dos postos de trabalho. Entre 2015 e 2019, foram criados mais de 14 mil postos de trabalho no setor dos componentes para automóveis, uma tendência sempre crescente, que contribuiu para uma taxa de crescimento média anual de emprego de 6,6%, nesse período.

De 2019 para 2020, em plena pandemia de Covid-19, o emprego caiu 2% (cerca de mil postos de trabalho), situando-se, atualmente, nas 61 mil pessoas (58% homens e 42% mulheres, proporção que, segundo a AFIA, tem sido constante).

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