Retirada gradual das medidas Covid poupa três mil milhões em 2022, estima a UTAO

A melhoria do défice orçamental entre 2021 e 2022 resulta da retirada gradual dos apoios Covid-19, assim como do crescimento da economia. A UTAO alerta, porém, para três riscos no OE2022.

O Governo tem dado garantias de que no próximo ano manterá alguns dos apoios criados por causa da pandemia, mas não revelou na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) o seu potencial impacto orçamental. Uma vez que a retirada gradual destas medidas “abrirá espaço orçamental”, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estimou o impacto e chegou à conclusão de que há uma poupança de 2.996 milhões de euros entre 2021 e 2022.

A variação estimada do impacto orçamental das medidas transitórias Covid-19 em 2022, face a 2021, melhora o saldo orçamental em 2.996 milhões de euros (1,32% do PIB)“, calculam os técnicos do Parlamento no relatório a que o ECO teve acesso que analisa a proposta do OE 2022. Este cálculo foi realizado “na medida do possível” dado que o Ministério das Finanças “não prestou qualquer esclarecimento adicional sobre medidas de política orçamental transitórias Covid-19”, o que é criticado diversas vezes no relatório por parte da UTAO, ainda que se note uma melhoria na prestação de informação face a 2021.

O efeito temporário das medidas Covid-19 assume “particular relevância em 2022”, reconhecem os técnicos, uma vez que será determinante para a redução do défice de 4,3% do PIB em 2021 para 3,2% do PIB em 2022, daí ser necessário avaliá-lo. O impacto mais relevante é o que acontece à despesa, sendo expectável uma redução expressiva dos gastos com subsídios e prestações sociais, até porque mesmo com os apoios ativos haverá cada vez menos pessoas e empresas a cumprir as condições para os receber.

“Do lado da receita, sobressai a diminuição na transferência de verbas europeias, mas esta quebra é mitigada pela recuperação de receita de impostos e contribuições sociais”, diz, por um lado, a UTAO, complementando que “no que diz respeito à despesa, assiste-se à variação negativa de todas as rubricas, ou seja, um volume de despesa comparativamente inferior, na qual avulta a redução dos encargos com subsídios e prestações sociais“.

A UTAO assume que o Estado apenas pagará em 2022 cerca de 200 milhões de euros em subsídios relativos a apoios Covid-19 já existentes, em comparação com os dois mil milhões de euros que se prevê que gaste em 2021, e que o consumo intermédio (como é o caso de vacinas e testes Covid-19) relacionado com a pandemia baixe para 400 milhões de euros. No caso de prestações sociais adicionais, os técnicos assumem que não haverá zero de gastos.

A melhoria do saldo proveniente das medidas transitórias Covid-19 mais do que compensará o impacto negativo das medidas de políticas antigas que são permanentes, como é o caso das despesas com pessoal e pensões, cujo efeito negativo era de dois mil milhões de euros, de acordo com o quadro de políticas invariantes entregue pelo Ministério das Finanças ao Parlamento em setembro. Assim, conjugando os dois efeitos, há um contributo positivo para o saldo orçamental de 2022 de 993,2 milhões de euros (0,44% do PIB).

Porém, este não é suficiente para amparar o impacto total das novas medidas de política — que têm em 2022 o maior impacto negativo dos últimos sete anos –, de um desfasamento temporal no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e das medidas temporárias ou não-recorrentes. No caso destas últimas, o Ministério das Finanças não refere quais são no relatório do OE nem prestou esclarecimentos à UTAO.

Assim, para chegar ao défice de 3,2% do PIB, o ministro das Finanças conta ainda com a recuperação do PIB (que deverá crescer 5,5% no próximo ano), desde logo o “dividendo” desse crescimento que é ter um numerador maior no cálculo do rácio. Acresce a isso um impacto ainda maior, classificado no gráfico em cima como “resto”, que passa pelo aumento de receita (maior receita fiscal, por exemplo) e a diminuição da despesa (menos subsídios de desemprego para pagar, por exemplo) devido à expansão económica.

UTAO avisa para três riscos no Orçamento para 2022

Apesar da conjuntura favorável dada pelo crescimento económico e a retirada gradual das medidas Covid-19, o exercício orçamental para 2022 não está isento de riscos. São três: um crescimento económico menos forte do que o projetado no cenário macroeconómico, a inversão na orientação da política monetária da Área do Euro e o regresso das regras de disciplina orçamental em 2023.

No caso do crescimento económico, há dúvidas sobre o efetivo controlo da pandemia, principalmente perante o aparecimento de uma variante resistente às vacinas administradas, e depois há três crises com que o mundo se debate atualmente perante o aumento da procura pós-choque da Covid-19: a escassez de matérias-primas, os custos de transporte e os custos da transição energética. “Menor PIB nominal trará menos receita e maior despesa por ação dos estabilizadores automáticos“, avisam os técnicos.

Em relação à política monetária, a UTAO alerta para a “possível alteração nas expectativas de inflação por parte dos agentes económicos”. “Caso as autoridades monetárias percecionem subidas na inflação esperada, terão de subir as taxas de juro diretoras e restringir os programas de compra de ativos“, admite, notando que isso teria impacto sobre o custo da dívida portuguesa e, portanto, traria maiores encargos, o que teria impacto no saldo orçamental.

Já sobre o regresso das regras orçamentais europeias em 2023, os técnicos do Parlamento avisam que os Estados-membros “mais endividados”, como é o caso de Portugal, “enfrentarão condições mais difíceis de consolidação do que no contexto atual sem regras de cumprimento obrigatório”. Esta semana a Comissão Europeia reabriu a discussão sobre o futuro das regras, mas se não houver mudanças até ao final de 2022, quando a suspensão acabar, é possível que haja “menos graus de liberdade em 2023 e anos seguintes” na consolidação orçamental. Porém, é de relembrar que o executivo comunitário tem prometido que irá utilizar toda a flexibilidade dentro das regras atuais após a reativação das regras.

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Há 75 tecnológicas no Road 2 Web Summit e um prémio no fim da estrada

Startup Portugal já selecionou as 75 startups nacionais que vão participar na conferência de tecnologia, bem como num bootcamp de preparação intensiva. Galp dá prémio de 5 mil euros.

O programa “Road 2 Web Summit” selecionou 75 startups nacionais para participar naquela que é a maior conferência tecnológica do mundo, a Web Summit, bem como no bootcamp de preparação intensiva. A empresa com melhor performance nesta iniciativa será premiada pela Galp.

“O ‘Road 2 Web Summit’ é um programa essencial no calendário da Startup Portugal que tem merecido uma atenção cada vez maior por parte das startups. O esforço da nossa equipa para que os efeitos da iniciativa não se fiquem pelo Web Summit são evidentes nesta edição, que inclui um forte incentivo à internacionalização e uma vertente de premiação por via da parceria com a Galp”, comenta António Dias Martins, desde o início de outubro o diretor executivo da Startup Portugal, em comunicado.

O bootcamp — uma sessão de treinos intensivos para a preparação da participação no evento, que, este ano, decorre de 1 a 4 de novembro, em Lisboa — está agendado para os dias 27 e 28 de outubro. Sofia Santos, da Faber Ventures, Rodolfo Condessa, da Armilar Venture Partners, João Pereira, da Portugal Ventures, o fundador da Taikai, Mário Ribeiro Alves, Matthieu Demolin, da Dealroom, e a ex-jornalista Ana Pimentel serão alguns dos oradores.

Haverá, ainda, uma dupla sessão de treino de pitch com Sheila Schenkel, da best3minutes, e uma apresentação da conferência, do programa e das ferramentas disponíveis para startups por parte da equipa da Web Summit.

As empresas participantes serão consideradas para o prémio de performance da Galp, que vai distinguir a startup melhor preparada para o êxito no contexto da conferência, com um prémio de 5.000 euros.

“A Galp assumiu o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050 e acreditamos que tal só é possível com uma estratégia de inovação assente em colaboração e abertura com o exterior. Através do programa ‘Road 2 Web Summit’, estamos empenhados em criar condições para acelerar a chegada ao mercado de soluções de baixo carbono”, afirma Ana Casaca, diretora de inovação da energética.

Ao longo de seis edições, desde 2016, o programa “Road 2 Web Summit” já apoiou cerca de 700 startups na sua participação na Web Summit.

As 75 startups selecionadas este ano podem ser consultadas no site da Startup Portugal.

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Rangel acusa Costa de “lavar as mãos como Pilatos” nos atrasos do 5G

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Outubro 2021

Face às críticas do primeiro-ministro ao leilão do 5G da Anacom, o candidato à liderança do PSD defendeu a demissão da administração da Anacom.

Após as duras críticas do primeiro-ministro à Anacom sobre o leilão de 5G, intitulando-o como “o pior modelo de leilão possível”, Paulo Rangel vem acusar António Costa de fugir às suas responsabilidades na matéria e defende a demissão da administração da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom)

O eurodeputado e agora candidato à liderança do PSD, que falava aos jornalistas à entrada para uma reunião do grupo Partido Popular Europeu, em Bruxelas, apontou que, nessa mesma reunião, vai ser confrontado com o estado em que está Portugal na digitalização e nomeadamente no 5G. “Vou ter de explicar que o Governo português, ontem, veio dar o dito por não dito e dizer que tudo o que andou a fazer até agora, acobertando a Anacom, afinal foi um erro grande“, disse Rangel, em declarações transmitidas pelas televisões.

Após o “ataque visceral” do primeiro-ministro sobre a gestão do leilão do 5G, “agora não há outra hipótese” se não demitir a administração da Anacom. O eurodeputado do PSD pediu a António Costa que, tendo em conta que esta quarta-feira “mudou 180 graus de posição” em relação ao leilão da reguladora das telecomunicações, “então que tire consequências disso”. “Não é fazer uma espécie de escândalo à Galp 2 em pleno Parlamento para depois não acontecer nada e continuarmos neste compasso de espera como os últimos”, rematou.

Para o social-democrata, trata-se, “mais uma vez”, do primeiro-ministro “a lavar as mãos como Pilatos”. Paulo Rangel considera, aliás, que as empresas, as universidades, as startups e o próprio Plano de Recuperação e Resiliência do país “estão em grave risco de atraso” devido à demora em trazer a tecnologia de quinta geração para Portugal. Só há outro país no “estado de ponto zero” no seio da União Europeia em termos de 5G: a Lituânia, que deverá lançar o seu próprio leilão já na próxima semana.

Apesar de as declarações terem sido em Bruxelas, Paulo Rangel não se coibiu de falar da vida interna do partido ao qual se candidata a presidir. “Para o PSD e para o país, é sempre bom que haja alternativas democráticas“, afirmou, em referência ao recente anúncio da recandidatura de Rui Rio à liderança social-democrata, que saúda “com grande alegria democrática”.

Segundo o eurodeputado, as eleições diretas do partido, marcadas para 4 de dezembro, vão ser “um grande momento [para o PSD] de apresentar ao país as suas conceções e a maneira como quer ver o futuro nos próximos anos”.

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40% dos profissionais dizem que modelo híbrido “poderia ser melhorado”

Profissionais falam em jornadas de trabalho mais intensas e num excesso de reuniões. Sentem-se sobrecarregados (54%) e exaustos (39%) e mais de 40% admite despedir-se se acabar trabalho remoto.

Grande parte dos profissionais já voltou ao escritório, não em regimes 100% presenciais — como antes da pandemia –, mas em modelos de trabalho híbrido, regime pelo qual muitas empresas de todos os setores têm optado findo a obrigatoriedade do teletrabalho ou pensam vir a implementar: 75% das companhias portuguesas planeiam implementar um modelo híbrido, aponta um estudo da Mercer. Mas nem tudo está a correr bem neste regresso. Apesar dos esforços dos líderes para gerir os desafios que este novo modelo acarreta, 40% dos profissionais consideram que o regime implementado na sua empresa “poderia ser melhorado”. Mais de metade dos trabalhadores sentem-se sobrecarregados e mais de um terço exausto.

“Embora a mudança para o teletrabalho tenha sido quase instantânea, precisamos de reconhecer que foi por necessidade”, começa por dizer François-Pierre Puech, country manager da Robert Walters Lisboa. Agora, “o retorno ao trabalho deve ser gradual”.

“Tanto os empregadores como os funcionários devem usar este ano para testar uma variedade de estilos de trabalho, desde o trabalho híbrido até a possível remoção do horário das 9h às 17h, em favor das horas baseadas na carga de cada projeto”, comenta, com base nos resultados do inquérito da consultora, que envolveu cerca de 2.000 profissionais de todos os países em que está presente, incluindo Portugal.

Os profissionais falam em “jornadas de trabalho mais intensas” e demasiadas reuniões, tanto presenciais como virtuais, o que resulta em trabalhadores sobrecarregados (54%) e exaustos (39%).

No caso de uma revisão do modelo de trabalho híbrido que implicasse a remoção total da possibilidade de teletrabalho, 42% dos profissionais admitem mesmo que se despediriam.

No entanto, há algumas diferenças entre as gerações. Voltar ao local de trabalho é especialmente importante para os jovens, com 75% dos profissionais entre os 18 e os 26 anos a afirmarem que o escritório é sua principal fonte de significado e conexão social, revela o relatório da Robert Walters.

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Como evolui a Covid desde o arranque da última fase de desconfinamento? Veja o vídeo

Portugal arrancou no início do mês para a terceira e última fase de desconfinamento. Como têm evoluído os casos de infeção e os óbitos desde então? Veja o vídeo.

Portugal arrancou a 1 de outubro para a terceira e última fase de desconfinamento. Se pela Europa, o aumento de casos de infeção por Covid-19 tem vindo a aumentar, em Portugal a atividade pandémica está controlada, apesar de na última semana ter deixado de ser decrescente e passou a estável.

Na última semana, foram registadas 4.494 novas infeções e 56 óbitos em território nacional, em termos acumulados. Estes indicadores têm vindo a aumentar há duas semanas consecutivas. Mas, afinal, como tem evoluído a pandemia em Portugal? Veja o vídeo.

http://videos.sapo.pt/nGUzogY5CRpplgtcvtlN

 

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Direção-Geral da Saúde assina protocolo com startup portuguesa UpHill

A DGS e a startup portuguesa vão trabalhar juntamente para otimizar e modernizar o processo de recolha de evidência científica e divulgação de normas clínicas.

O departamento da qualidade da saúde da Direção-Geral da Saúde (DGS) fechou uma parceria com a UpHill, tecnológica que desenvolve conteúdos e software médico para apoiar os profissionais de saúde e aumentar a eficácia dos cuidados, para otimizar e modernizar o processo de recolha de evidência científica e divulgação de normas clínicas.

“Divulgar e tornar acessível informação rigorosa para apoiar a decisão clínica acrescenta valor e transforma a prestação de cuidados. Queremos fortalecer a metodologia de aplicação da evidência científica ao contexto nacional através de documentos mais robustos, mais digitais e mais acessíveis. Com esta parceria estamos também a desenhar o futuro da qualidade na saúde em Portugal”, afirma Válter Fonseca, diretor do departamento da qualidade em saúde da DGS, citado em comunicado.

Com esta parceria, as normas clínicas — documentos que orientam a prestação de cuidados a nível nacional e estabelecem quais os procedimentos mais indicados para diagnosticar e tratar uma doença, de acordo com a evidência científica mais robusta — passam a estar disponíveis em formato digital e interativo. O objetivo é promover a sua utilização e aplicação durante a prestação de cuidados de saúde.

As duas entidades garantem uma colaboração nas etapas da recolha de evidência científica, da divulgação e utilização digital, facilitando a sua utilização no terreno. “Estamos extremamente satisfeitos por apoiar a Direção Geral da Saúde, através do departamento da qualidade na saúde, num passo tão transformador e inovador como este e, simultaneamente, realizar o nosso propósito enquanto startup – usar a tecnologia como meio para apoiar as decisões dos profissionais de saúde e garantir cuidados de qualidade para todos”, refere Luís Patrão, cofundadora e diretor de parcerias da UpHill.

“Trata-se de facilitar o acesso a conhecimento médico selecionado e estruturado, de forma rápida, o que constitui um enorme benefício para o dia-a-dia em saúde”, acrescenta.

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Economia portuguesa estabiliza com regresso à normalidade

Na comparação com o ano passado, a taxa de variação do indicador da atividade económica já tem apresentado níveis semelhantes a 2020, altura ainda influenciada pela pandemia.

A economia portuguesa mantém a trajetória de estabilização, numa altura em que já se levantaram quase todas as restrições da pandemia e a atividade está a regressar ao normal, segundo mostra a evolução do indicador de atividade económica do Banco de Portugal divulgado esta quinta-feira, referente à semana passada.

“Na semana terminada a 17 de outubro, o indicador diário de atividade económica (DEI) aponta para uma taxa de variação da atividade em linha com a observada na semana anterior“, lê-se na nota do Banco de Portugal.

Na comparação com o ano passado, a taxa de variação do indicador da atividade económica já se tem aproximado do zero, isto é, com níveis semelhantes a 2020, altura ainda influenciada pela pandemia.

Já na comparação com o DEI acumulado num período de dois anos, ou seja, face a 2019, antes de surgir a pandemia, a atividade económica encontra-se ainda ligeiramente inferior, segundo o indicador que mostra a taxa bienal, o que corresponde a acumular a variação, em dias homólogos, para um período de dois anos.

Este indicador agrega várias dimensões relacionadas com a atividade económica em Portugal, nomeadamente o tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, consumo de eletricidade e de gás natural, carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes.

(Notícia atualizada às 12h30)

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BE diz que Costa parece não ter vontade de “chegar a bom porto negocial”

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

O líder parlamentar bloquista diz estar com "dúvidas se realmente o primeiro-ministro tem vontade de negociar o Orçamento do Estado". “Não merece um voto do Bloco de Esquerda que não o voto contra”.

O líder parlamentar bloquista afirmou esta quinta-feira que o primeiro-ministro parece não ter vontade de “chegar a bom porto negocial” com o BE sobre o Orçamento do Estado, considerando que “aparentemente são insondáveis” os desígnios de António Costa.

Em entrevista à Antena 1 a propósito das negociações para o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), Pedro Filipe Soares defendeu que as exigências do partido para viabilizar o documento são medidas “muito pontuais, que respondem a alguns problemas estruturais do país”, mas que não são um “Orçamento do Estado paralelo”.

“O que nós constatamos é isso: é que da parte do primeiro-ministro parece não haver uma vontade, pelo menos com o Bloco de Esquerda, de chegar a bom porto negocial. Quais as intenções para isso? Pode haver várias, não sabemos, não estou na cabeça do primeiro-ministro. Aparentemente são insondáveis os seus desígnios”, defendeu.

O dirigente do BE reiterou que “o Orçamento do Estado tal como está”, e “mesmo com os desenvolvimentos que têm ocorrido ao longo da última semana”, “não merece um voto do Bloco de Esquerda que não o voto contra”.

“Ainda estamos em processo de diálogo com o Governo. Estamos à espera de que o Governo demonstre vontade para dialogar. Eu creio que há aqui uma mudança, que ela me parece necessária registar, é que nós estamos com dúvidas se realmente o senhor primeiro-ministro, em particular, tem vontade de negociar o Orçamento do Estado”, afirmou.

Segundo Pedro Filipe Soares, “a cada reunião” e depois de receber “alguma redação do Governo” das medidas em negociação, o partido levar com “um balde de água fria”.

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Rácio da dívida pública da zona euro revisto ligeiramente em baixa

  • ECO e Lusa
  • 21 Outubro 2021

No final de 2020, os menores rácios da dívida pública face ao PIB foram da Estónia (19,0%), Bulgária (24,7%) e Luxemburgo (24,8%) e os maiores da Grécia (206,3%), Itália (155,6%), Portugal (135,2%).

O rácio da dívida pública em relação ao PIB aumentou em 2020 para 97,3% na zona euro e 90,1% na União Europeia, com Portugal (135,2%) a manter o terceiro maior entre os Estados-membros, divulga o Eurostat esta quinta-feira. No entanto, este valor é uma revisão em baixa face aos 98% estimados anteriormente e que resulta da revisão dos valores do PIB.

De acordo com dados do gabinete estatístico europeu, na zona euro, o rácio da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) aumentou de 83,6% no final de 2019 para 97,3% no final de 2020, e na União Europeia (UE) de 77,2% para 90,1%.Um aumento justificado parcialmente pelas medidas tomadas em resposta à pandemia da Covid-19, justifica o Eurostat.

No final de 2020, os menores rácios da dívida pública em relação ao PIB foram notificados pela Estónia (19,0%), Bulgária (24,7%), Luxemburgo (24,8%) e República Checa (37,7%) e os maiores na Grécia (206,3%), em Itália (155,6%), Portugal (135,2%) e Espanha (120%).

As regras orçamentais da UE – que foram suspensas até 2022 (inclusive) devido à pandemia — estipulam um limite de 60% do PIB relativo à dívida pública.

Por outro lado, o Eurostat revela ainda que o défice público subiu para 7,2% do PIB na zona euro e 6,9% na União Europeia em 2020, face ao ano anterior, com os 27 Estados-membros a apresentarem saldos negativos nas contas públicas. Na zona euro, o défice público aumentou de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 para 7,2% em 2020 e na UE o agravamento foi de um défice de 0,5% para os 6,9% do PIB.

Em 2020, todos os Estados-membros apresentaram saldos negativos nas contas das suas Administrações Públicas, com os valores do défice mais elevados a serem registados em Espanha (11,0% do PIB), na Grécia (10,1%), em Malta (9,7%) e na Roménia (9,4%). Entre os 27, só a Dinamarca (0,2%) e a Suécia (2,8%) apresentaram um valor do défice inferior a 3% do PIB.

O valor do défice em Portugal foi de 5,8% do PIB, que se compara com um excedente de 0,1% registado em 2019. As regras orçamentais da UE – que foram suspensas até 2022 (inclusive) devido à pandemia – estipulam um limite de 3% do PIB relativo ao défice.

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Concorrência multa duas empresas por concentrações sem notificação prévia

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

A Autoridade da Concorrência multou o Grupo SFI em 60 mil euros e a AOC Health em 35 mil euros devido a operações de concentração, em 2020, sem a prévia notificação ao regulador.

A Autoridade da Concorrência (AdC) multou o Grupo SFI Gestión de Participaciones Minoritarias em 60 mil euros e a AOC Health GmbH em 35 mil euros devido a operações de concentração, em 2020, sem a prévia notificação ao regulador.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, a AdC informa que, na fixação do montante das coimas, tomou em linha de conta a colaboração das duas empresas, nomeadamente durante a fase de análise das operações de concentração notificadas, bem como o facto de as operações terem sido “voluntariamente notificadas”, ainda que posteriormente.

A ausência de notificação prévia de operações de concentração, nos casos em que a lei a obriga, por envolverem alterações na quota de mercado, deu lugar a cinco sanções da AdC, desde 2017, três das quais este ano.

No caso do Grupo SFI, o incumprimento sancionado pela AdC ocorreu, em 2020, com a aquisição da empresa White and Green Natural, e no da AOC Health, também em 2020, com a aquisição da Stemlab.

As sanções decorrem do facto de as operações de concentração não terem sido notificadas à AdC antes de realizadas.

“As empresas visadas demonstraram colaboração com a AdC, quer durante a fase de análise das operações de concentração notificadas a posteriori quer, ainda, no decurso dos respetivos processos contraordenacionais, que agora se concluem com o imediato pagamento das coimas aplicadas pela AdC, respetivamente no valor de 60.000 euros (SFI) e 35.000 euros (AOC Health)”, lê-se no comunicado.

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Novas medidas do OE2022 têm o maior impacto orçamental dos últimos sete anos, diz a UTAO

As novas medidas previstas pelo Governo na proposta de Orçamento para 2022 têm um custo líquido de 622 milhões de euros. É o maior impacto orçamental negativo desde 2016, de acordo com a UTAO.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que as novas medidas permanentes que o Governo pretende implementar no próximo ano têm um impacto orçamental negativo de 622 milhões de euros (0,27% do PIB), abaixo dos 1.032 milhões de euros (0,5% do PIB) estimados pelo Ministério das Finanças. Apesar das divergências contabilísticas, este mantém-se como o valor mais elevado desde 2016, segundo os técnicos do Parlamento.

O impacto de –622 milhões de euros, ou –0,27% do PIB, é o maior contributo negativo para a consolidação orçamental dos últimos sete anos“, escreve a UTAO no relatório a que o ECO teve acesso que analisa a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) entregue pelo Governo na semana passada. Entre 2016 e 2019, o impacto tinha sido sempre positivo, contribuindo para a consolidação orçamental, mas passou a ser negativo por causa da pandemia em 2020, como mostra o gráfico da Unidade.

Este contributo negativo, num momento em que se encontram suspensas as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, revela uma parte do destino que o Governo entendeu dar à poupança de 993,2 milhões de euros proveniente das medidas antigas“, escrevem os técnicos do Parlamento, referindo-se ao resultado de dois efeitos: por um lado, a gradual retirada das medidas Covid-19 deverá ter um impacto positivo de 2.996 milhões de euros; por outro lado, as medidas legisladas no passado, segundo o quadro de políticas invariantes, têm um impacto negativo de 2.002,9 milhões de euros.

A diferença na classificação das medidas face ao Governo está, do lado da receita, na redução temporária da taxa de IVA para equipamento Covid-19 e, do lado da despesa, nos consumos intermédios incluindo despesa com vacinação e testes Covid-19. Ambas as medidas são, para a UTAO, antigas e não devem ser consideradas como novas medidas de política orçamental para o próximo ano.

Se se excluir o efeito negativo de 168 milhões de euros das medidas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) — o impacto deveria ser nulo porque a receita é igual à despesa, mas em 2022 há um desfasamento temporal –, o contributo negativo passa a ser de 454 milhões de euros.

Fontes: Ministério das Finanças (POE/2022) e cálculos da UTAO.

Ainda assim, as projeções subjacentes à proposta do Governo para o OE2022 apontam para que, depois de uma política orçamental expansionista pró-cíclica em 2021, “se suceda, em 2022, uma política orçamental com efeito neutro sobre a atividade económica“, estimam os técnicos.

Na prática, isto significa que não há uma variação (positiva ou negativa) do saldo primário estrutural, o qual corresponde ao saldo orçamental excluindo “um conjunto de fatores que influenciam a sua evolução de forma não duradoura”, como é o caso do efeito do ciclo económico, medidas one-off e a despesa com os juros da dívida.

Na realidade, o saldo primário estrutural reduz-se numa décima, o que não é suficiente para a UTAO classificar a política orçamental para 2022 como expansionista.

Perante esta opção do Governo, a Unidade deixa alertas sobre o futuro relativamente ao cumprimento das regras europeias: “Apesar da derrogação temporária das regras orçamentais estabelecidas no quadro da UE, é importante não perder de vista a necessidade de se retomar uma trajetória de consolidação orçamental que permita manter a sustentabilidade das contas públicas“, lê-se no relatório.

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Bootcamp em tecnologia representa aumento salarial para 85% dos alunos

Cerca de metade fala num crescimento de mais de 5.000 euros e 11% relata um aumento superior a 25 mil euros brutos anuais.

A maioria dos estudantes que concluem um bootcamp de tecnologia veem o seu salário “engordar”: 85% dos alunos diz que, depois da formação, conseguiu um aumento salarial significativo. Cerca de metade fala num crescimento de mais de 5.000 euros e 11% relata um aumento superior a 25 mil euros brutos anuais.

“Existem cada vez mais empresas que recrutam pessoas especializadas em tecnologia através de bootcamps, por estarem cientes da qualidade do talento e competências atualizadas, que vão além de um diploma. Os dados comprovam o impacto que uma especialização em tecnologia tem na vida, tanto profissional como pessoal das pessoas e que é possível ingressar com sucesso no setor tecnológico”, afirma em comunicado Munique Martins, responsável pelo campus da Ironhack Lisboa, comentando os resultados do inquérito realizado pela escola.

O estudo traça também as principais motivações que levam os estudantes a realizar um bootcamp, bem como os impactos dessa decisão. Segundo 60% dos inquiridos, adquirir novas competências tecnológicas e mudar de carreira são as principais motivações que os levaram a realizar uma formação deste género, com 76% a mostrar preferência pelos cursos de data analytics e web development.

Além disso, os dados do estudo mostram ainda que 91% dos alunos se sentem preparados para entrar no mercado de trabalho, depois de concluírem um bootcamp em tecnologia, e cerca de 87% estão, agora, mais satisfeitos com a sua carreira, sendo que 77% já estão empregados em regime full-time, na especialização escolhida, enquanto os restantes optaram por abrir o seu próprio negócio ou prosseguiram os estudos.

“Compreender o mercado de trabalho neste setor, adquirir novas competências para atingir o sucesso profissional e uma maior satisfação pela vida são os três benefícios mais apontados pelos inquiridos, quando questionados sobre o impacto da realização de um bootcamp na sua vida”, detalha a Ironhack.

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