MP pede suspensão de mandato de Rui Moreira. Defesa alega “ataque à honra”

MP pede prisão suspensa e sanção acessória de perda de mandato para o autarca do Porto. Em causa o processo Selminho em que está a ser julgado por prevaricação. Leitura do acórdão a 21 de janeiro.

O Ministério Público (MP) pediu esta quarta-feira a prisão efetiva e a consequente perda de mandato de Rui Moreira no processo Selminho, considerando que o autarca do Porto beneficiou a imobiliária da família, da qual era sócio, em detrimento do município.

Rui Moreira está a ser julgado no Tribunal de São João Novo, no Porto, no processo Selminho, acusado de prevaricação, por favorecer a imobiliária da família (Selminho), da qual era sócio, em detrimento do município, no litígio judicial que opunha a autarquia à imobiliária, que pretendia construir um edifício de apartamentos num terreno na Calçada da Arrábida.

A defesa de Rui Moreira acusou o Ministério Público de fazer “um ataque indescritível à honra” do presidente da Câmara do Porto, considerando que, em julgamento, ficou provado que o autarca “não teve qualquer intervenção” no processo Selminho.

Rui Moreira está a ser julgado no Tribunal de São João Novo, no Porto, no processo Selminho, acusado de prevaricação, por favorecer a imobiliária da família (Selminho), da qual era sócio, em detrimento do município, no litígio judicial que opunha a autarquia à imobiliária, que pretendia construir um edifício de apartamentos num terreno na Calçada da Arrábida.

Nas alegações finais, o procurador do MP Luís Carvalho sustentou que, desde 2005, houve uma “via-sacra da Selminho” para que fosse atribuída capacidade edificativa ao terreno em causa, sublinhando que, até à tomada de posse de Rui Moreira (2013) como presidente da Câmara do Porto, essa pretensão da imobiliária nunca foi “satisfeita” por parte do município.

O procurador do MP pediu a condenação de Rui Moreira, pelo crime de prevaricação, a uma pena suspensa na sua execução, por igual período, e à pena acessória da perda de mandato. “Durante oito anos, enfatizo, durante oito anos, houve sempre decisões de não atendimento às pretensões da Selminho”, salientou o procurador.

Para o magistrado do MP, a Selminho “conseguiu em 11 meses” – após a tomada de posse de Rui Moreira – o que não tinha conseguido durante oito anos, quer em sede de urbanismo, através da eventual alteração ou da revisão do Plano Diretor Municipal, quer nas ações judiciais que interpôs contra a autarquia.

Em 28 de novembro de 2013, poucas semanas após tomar posse, Rui Moreira passa uma procuração ao advogado Pedro Neves de Sousa para representar o município – numa ação interposta pela Selminho junto do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto -, por indicação do seu então chefe de gabinete, o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, com a justificação de que, só assim, estariam salvaguardados os interesses do município.

Na primeira sessão de julgamento, que arrancou em 16 de novembro, o autarca – que marcou presença em todas as sessões – assumiu ter sido “incauto” ao assinar uma procuração com poderes especiais ao advogado Pedro Neves de Sousa.

A procuração permitiu ao advogado, em nome do município, chegar a acordo com a Selminho, assinado em 24 de julho de 2014, que previa o reconhecimento da edificabilidade do terreno em causa, por alteração do Plano Diretor Municipal (PDM), ou, se isso não fosse possível, indemnizar a imobiliária num valor a ser definido, mas em tribunal arbitral, caso houvesse lugar ao eventual pagamento de indemnização.

Na ação que apresentou junto do TAF do Porto a Selminho reclamava do município uma indemnização de quase 1,5 milhões de euros.

O coletivo de juízes marcou para 21 de janeiro a leitura do acórdão.

No Tribunal de São João Novo, no Porto, a juíza presidente, Ângela Reguengo, anunciou a leitura do acórdão para as 14:30 de 21 de janeiro de 2022, após as alegações finais, nas quais o procurador do Ministério Público (MP).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Excesso de mortalidade em Portugal foi o 6.º mais baixo da UE em outubro

Em outubro, voltou a registar-se um aumento no excesso de mortalidade na União Europeia, pelo 3.º mês consecutivo. Portugal está em 21.º lugar e bastante abaixo da média do bloco comunitário.

Em outubro, o excesso de mortalidade na União Europeia (UE) voltou a aumentar pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 17%, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat. As taxas dos Estados-membros continuam a oscilar entre subidas e recuos, sendo que Portugal tem a sexta taxa mais baixa do bloco comunitário, situando-se em 21º lugar.

Com o surgimento da pandemia de Covid-19, em março do ano passado, o excesso de mortalidade no bloco comunitário teve dois ciclos. Um primeiro entre março e maio de 2020, tendo atingido o “pico” em abril desse ano: mais 25% óbitos do que a média registada no mesmo mês entre 2016 e 2019. Este “pico” voltaria a ser superado na segunda vaga da pandemia, com o mês de novembro de 2020 a registar um aumento de 40% no excesso de mortes, face ao período homólogo entre 2016 e 2019.

Não obstante, olhando especificamente para este ano, depois de ter atingido um mínimo de 5% face à média de óbitos entre 2016-2019 na UE, este indicador tem vindo a aumentar novamente há três meses consecutivos, tendo aumento 8% em agosto, 12% em setembro e 17% em outubro.

Excesso de mortalidade na UE em outubro de 2021Fonte: Eurostat

As taxas dos Estados-membros continuam a oscilar entre subidas e recuos, sendo que em outubro a Roménia é o país com o maior aumento (110%) no excesso de mortalidade em outubro, face ao período homólogo, seguida pela Bulgária (73,3%) e pela Letónia (50,7%).

Quanto a Portugal está quase no final da tabela, na 21.ª posição, e apenas ultrapassado pela Suécia (-0,3%), Itália (2%), Espanha (5,4%), França (5,9%) e Hungria (6,3%). Neste contexto, em outubro, o excesso de mortalidade em território nacional situou-se nos 7,7% face à média de 2016-2019, isto é, bastante abaixo da média europeia (17%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CGI tem 50 vagas por preencher. Só este ano já recrutou 265 consultores em Portugal

A nível mundial, a consultora atingiu a meta dos 80 mil colaboradores. Já em Portugal, a CGI emprega atualmente cerca de 1.750 colaboradores.

A CGI atingiu a meta dos 80 mil colaboradores a nível mundial, tendo integrado, até novembro deste ano, 265 consultores em Portugal para as diferentes áreas de expertise da empresa de consultoria e serviços IT. Mas o reforço da equipa continua: há, neste momento, 50 vagas por preencher.

“A consultora mantém a intenção de continuar o processo de contratação para diferentes posições, contando atualmente com mais de 50 vagas em aberto, o que reflete os sólidos crescentes resultados da empresa no mercado nacional”, lê-se em comunicado.

Em Portugal, a CGI emprega atualmente cerca de 1.750 colaboradores. Já a nível mundial, a companhia conta com 80 mil consultores e profissionais e uma receita declarada no ano fiscal de 2021 de 12,13 mil milhões de dólares canadianos.

Todas as vagas podem ser consultadas aqui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ómicron deverá ser variante dominante na UE em janeiro

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2021

Ursula von der Leyen afirmou esta quarta-feira que a Ómicron deverá ser a variante da Covid-19 dominante na Europa em janeiro, sublinhando que o recente aumento de infeções se deve à variante Delta.

A presidente da Comissão Europeia afirmou esta quarta-feira que a Ómicron deverá ser a variante da covid-19 dominante na Europa já em meados de janeiro, mas sublinhou que a União Europeia está agora mais bem preparada para combater a pandemia.

Intervindo no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, num debate sobre o Conselho Europeu de quinta-feira e o combate à pandemia da covid-19, Ursula von der Leyen começou por afirmar que encara a presente situação com sentimentos mistos, “de preocupação e confiança”.

“Como muitos de vocês, estou triste por passarmos mais um Natal ensombrado pela pandemia e uma nova variante no horizonte. Mas, por outro lado, sinto confiança, pois temos a força e os meios para superar a pandemia”, declarou no hemiciclo.

Apontando que “os casos de infeções aumentaram exponencialmente na Europa” e que alguns Estados-membros registam atualmente as mais altas taxas de contágio alguma vez registadas, a presidente do executivo comunitário disse ser importante “ter noção de que este grande aumento nas infeções se deve quase exclusivamente à variante Delta”, mas que agora o desafio é “duplo”.

“Mas agora vemos uma nova variante no horizonte, a Ómicron, que aparentemente é ainda mais transmissível. Parece duplicar a cada dois ou três dias. Os cientistas dizem-nos que em meados de janeiro devemos esperar que a Ómicron seja a nova variante dominante na Europa. Mas trabalhámos muito e a Europa está numa melhor posição agora para combater o vírus”, declarou.

A presidente da Comissão enfatizou que, graças a um trabalho árduo, a UE dispõe de “suficientes doses de vacinas para vacinar cada cidadão e cidadã europeia”, tendo sido administradas já mais de mil milhões de doses, com 66,6% da população europeia, o equivalente a cerca de 300 milhões de pessoas, já com a “vacinação completa”, tendo 62 milhões recebido a dose de reforço.

“Com base nos dados preliminares que temos sobre a Ómicron, a ciência diz-nos que a dose tripla [de vacinação] é a melhor proteção contra a nova variante. Claro que ainda há muito para saber sobre a Ómicron, mas já foi criada uma rede de laboratórios e de especialistas que nos permite ir acompanhando, dia após dia, os novos dados disponíveis” sobre esta estirpe, disse.

Para ilustrar a melhor capacidade atual da UE para enfrentar a pandemia, Von der Leyen indicou ainda que a Europa atualmente é capaz de “produzir 300 milhões de doses de vacinas mensalmente”, dispondo de “cadeias de fornecimento fiáveis e contratos seguros” com as farmacêuticas, que permitem também “aceder rapidamente a vacinas adaptadas [a novas variantes], se necessário”.

Já no plano global, e ainda que lembrando que a Europa é quem mais partilha vacinas a nível mundial, a presidente da Comissão reconheceu a necessidade de um esforço conjunto para reduzir as desigualdades em termos de taxa de vacinação, sobretudo para colmatar a muito reduzida taxa de vacinação no continente africano, que ronda apenas os 7%.

“Estamos a trabalhar arduamente num pacote para África, também com vista à cimeira UE-UA, prevista para a próxima primavera. Queremos não só disponibilizar mais vacinas, mas trabalhar para melhorar as infraestruturas e a formação médica” no continente africano, disse.

Tal como tem sucedido há quase dois anos, desde que a covid-19 atingiu a Europa no primeiro trimestre de 2020, a resposta da UE à pandemia volta a ser um dos assuntos dominantes da cimeira de chefes de Estado e de Governo dos 27 que se celebra na quinta-feira em Bruxelas, numa altura em que muitos Estados-membros voltaram a impor restrições para conter a propagação do vírus e que a nova variante Ómicron já foi detetada em vários países europeus, incluindo Portugal.

Na terça-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para a propagação muito rápida, a um ritmo sem precedentes, da variante Ómicron do coronavírus que causa a covid-19.

A covid-19 provocou pelo menos 5.311.914 mortes em todo o mundo, entre mais de 269 milhões de infeções, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa AFP. Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.687 pessoas e foram contabilizados 1.200.193 casos de infeção, de acordo com dados atualizados da Direção-Geral da Saúde. A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 na China.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hot Topics 2022 #1: M&A

  • ECO
  • 15 Dezembro 2021

No primeiro episódio do podcast Hot Topics 2022 fala-se de fusões e aquisições. O que esperar no próximo ano? A convidada é Ana Sofia Batista, sócia da Abreu Advogados para a área de M&A.

A pandemia da Covid-19, a situação política em Portugal e a chegada dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) são alguns dos fatores que vão condicionar as fusões e aquisições em Portugal e a atividade das empresas.

No primeiro podcast Hot Topics 2022, uma iniciativa da Abreu Advogados em parceria com o ECO, a convidada é Ana Sofia Batista, sócia da Abreu Advogados para a área de Corporate e M&A, que fala precisamente do que se pode esperar neste mercado em 2022, numa conversa com André Veríssimo, redator principal do ECO.

Qual o balanço das Fusões & Aquisições em 2021? Quais os setores mais ativos ao longo deste ano? Prevê-se um crescimento em 2022? Que setores deverão liderar as transações? Como é que o PRR poderá impactar os próximos anos? Descubra tudo no episódio #1 do podcast Hot Topics 2022.

Hot Topics 2022 #1

O podcast Hot Topics 2022 é uma iniciativa da Abreu Advogados, em parceria com o ECO, e pretende dar uma perspetiva do próximo ano em diferentes áreas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministério Público pede prisão preventiva para Manuel Pinho

Os procuradores do Ministério Público (MP) pediram ao juiz Carlos Alexandre a medida de coação de prisão preventiva para Manuel Pinho e Alexandra Pinho.

O Ministério Público (MP) pediu ao juiz Carlos Alexandre a medida de coação de prisão preventiva para Manuel Pinho e Alexandra Pinho. Os procuradores consideram que o casal alienou património recentemente e receiam o perigo de fuga.

Caso o juiz não decrete a prisão preventiva, o MP pede prisão domiciliária para Manuel Pinho ou pagamento de uma caução. Se Carlos Alexandre querer apenas o pagamento da caução, os procuradores querem que seja apreendido o passaporte do casal Pinho.

Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo.

Desde essa altura que estava com a medida de coação mais leve, o Termo de Identidade e Residência (TIR). No processo EDP/CMEC, o Ministério Público imputa aos antigos administradores António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e um crime de participação económica em negócio. Esta terça-feira, Manuel Pinho apresentou-se às autoridades para interrogatório judicial e acabou detido.

Alexandra Pinho é suspeita de branqueamento de capitais e foi também ouvida esta terça-feira da parte da tarde, depois de não ter comparecido no interrogatório de manhã. Ambos vivem em Alicante.

O caso está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.

O processo tem ainda como arguidos o administrador da REN e antigo consultor de Manuel Pinho João Conceição, Artur Trindade, ex-secretário de Estado da Energia de um Governo PSD, Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas, e o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo promulga aumento até 20 dias de licença por morte de filho

O diploma promulgado pelo Presidente da República determina o alargamento do período de faltas justificadas pelo luto parental, dos cinco para os 20 dias consecutivos.

O Presidente da República promulgou o diploma que determina o aumento até 20 dias de licença por falecimento de filho. Esta medida, que foi aprovada na Assembleia da República em novembro, teve na sua base uma petição da associação Acreditar, de Pais e Amigos das Crianças com Cancro.

O diploma em causa alarga o período de faltas justificadas em caso de falecimento de descendente ou afim no 1.º grau da linha reta, alterando o Código do Trabalho, segundo se lê na nota publicada na página da Presidência da República, que dá conta da promulgação.

Existiam vários projetos de lei referentes a este tema em discussão na Assembleia da República, mas, no processo da especialidade, os partidos acabaram por acordar apenas sobre o período de faltas justificadas pelo luto parental, que foi assim alargado dos cinco para os 20 dias consecutivos.

Uma das propostas dos partidos dizia respeito aos custos, mas ficou determinado que vão mesmo ser as empresas que suportam os custos acrescidos decorrentes desta medida, ao invés da Segurança Social, como defendia o PSD.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PIB per capita em Portugal mais longe da média da UE em ano da pandemia

O PIB per capita português, medido em paridades de poder de compra, perdeu terreno face à média europeia em 2020, ano marcado pela pandemia. O bem-estar económico dos portugueses também se deteriorou.

A economia portuguesa perdeu terreno face à média europeia durante o ano da pandemia. Em 2020, o PIB per capita português, medido em paridades de poder de compra, em percentagem da média da União Europeia caiu 2,2 pontos percentuais para os 76,4%, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Eurostat.

“Em 2020, o Produto Interno Bruto per capita, expresso em Paridades de Poder de Compra, situou-se em 76,4% da média da União Europeia em 2020, valor inferior em 2,2 pontos percentuais ao verificado em 2019 (78,6%) refletindo, em larga medida, o maior peso relativo em Portugal das atividades económicas mais afetadas pelo contexto pandémico“, explica o gabinete de estatística.

Em Portugal, o PIB caiu 8,4% em 2020 — a quarta maior da UE, apenas ultrapassado por Espanha, Itália e Grécia, também países dependentes do turismo — ao passo que na média da União Europeia a queda ficou pelos 5,9%. “Os países com reduções mais substanciais do PIB per capita medido em PPC em 2020 são aqueles em que a atividades relacionadas com o turismo tinham um peso mais expressivo em 2019 e que registaram fortes reduções em 2020“, explica o INE.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

Como o ECO já noticiou, o PIB per capita português recuou quatro anos por causa do impacto da crise pandémica. A contração de 7,8% deste indicador em 2020 representa a primeira queda anual desde 2013, ano ainda marcado pela troika, e a maior desde 1996.

O PIB per capita visa, na prática, medir a riqueza produzida pelo país dividida por cada cidadão. Este indicador é mais usado para comparações internacionais por permitir comparar a atividade económica e o nível de vida de países com diferentes dimensões. Neste caso, o indicador é apresentado em paridades de poder de compra para melhorar a comparabilidade, ou seja, tentam eliminar os efeitos das diferenças nos níveis de preços entre os vários países.

“Entre os 19 Estados-membros que integram a Zona Euro, Portugal ocupava em 2020 a 16.ª posição, mantendo a posição relativa observada no ano anterior, abaixo da Estónia (84,2), da Espanha (84,4) e da Lituânia (86,9) e à frente da Letónia (70,4), Eslováquia (70,1) e Grécia (62,4)”, nota o INE.

No que toca ao PIB per capita, ainda há muita divergência dentro da UE: vai dos 263,1% do Luxemburgo (mais de duas vezes e meia acima da média da UE) aos 54,9% da Bulgária, cerca de cinco vezes abaixo do valor luxemburguês.

Bem-estar económico dos portugueses também caiu face ao dos europeus

Um indicador que vai mais além nesta comparação europeia é o consumo per capita uma vez que reflete o nível de vida dos habitantes de cada país: “A despesa de consumo individual per capita (DCIpc) é um indicador mais apropriado para refletir o bem-estar das famílias”, reconhece o gabinete de estatísticas.

Basta ver o caso do Luxemburgo ou da Irlanda em que o PIB per capita fica muito acima da média da UE, mas no consumo per capita essa diferença esbate-se e no caso dos irlandeses é mesmo inferior à média europeia (e apenas cinco pontos percentuais acima do valor português).

Neste indicador, Portugal está mais próximo da média europeia — que ocupa o 13.º lugar na Zona Euro –, mas também registou uma deterioração de 1,2 pontos percentuais em 2020 face a 2019, atingindo os 84,4% da média da União Europeia.

Este indicador da despesa de consumo individual (DCI) “corresponde à soma da despesa final em consumo em bens e serviços pelas famílias, incluindo ISFLSF (instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias), com a despesa final das administrações públicas em bens e serviços e serviços de consumo individual (correspondendo a transferências sociais em espécie de que são exemplo comparticipações na aquisição de medicamentos)”, explica o INE.

O valor mais elevado deste indicador para Portugal registou-se em 2006 (92%), logo após o alargamento da União Europeia em 2004, altura em que esses países que entraram na UE eram mais pobres.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ordem dos Advogados celebra protocolo com a ELSA Portugal

Este acordo, assinado na passada terça-feira, visa o apoio mútuo entre a Ordem dos Advogados e a The European Law Students Association.

A Ordem dos Advogados (OA) e a ELSA Portugal (The European Law Students Association) celebraram um protocolo de cooperação. O acordo foi assinado na passada terça-feira pelo bastonário da OA Luís Menezes Leitão, pelo presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OA João Lobo Amaral, e pelo presidente da ELSA Portugal Bruno Cruz.

Este acordo visa o apoio mútuo entre as duas instituições, especificamente no que respeita a conferências, legal courses e eventos análogos, competições académicas, relativamente à composição dos conselhos académicos responsáveis pela criação dos materiais (ex. casos práticos), bem como na avaliação dos participantes, enquanto jurados, e ainda nos projetos de escrita jurídica, por meio da composição dos conselhos académicos responsáveis por avaliarem a qualidade dos artigos submetidos, nomeadamente no âmbito do blogue “ELSA Humanum”.

A ELSA – A European Law Students Association Portugal, é uma rede europeia com 44 grupos nacionais, mais de 375 grupos locais e mais de 50.000 associados, destacando que em Portugal estão presentes em 13 Faculdades de Direito no país (Braga, Porto, Coimbra, Lisboa) e com mais de 1.000 associados, mais de 200 voluntários, 12 grupos locais, um núcleo observador, fundada em 1989.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

0,00000086%. Conhece este número?

  • ECOSeguros + Innovarisk Underwriting
  • 15 Dezembro 2021

Qual a probabilidade de uma pandemia paralisar o mundo? Ou de regressarmos ao medo da inflação alta devido a uma crise energética? Ninguém sabe ao certo, mas sabemos que não é de um em 116 milhões.

Muita gente conhece este número. Alimenta muitas esperanças, é uma parte importante das vidas de muita gente. Trata-se da probabilidade de uma chave simples ganhar o Euromilhões. Se jogarmos todas as semanas afincadamente, digamos com 10 chaves, ao fim de 20 anos a tentar todas as semanas, temos então uns “animadores” 0,0008944%. Serão, mais ou menos, um em cada 112 mil apostadores, ou seja, se 112 mil apostadores fizerem 10 chaves todas as semanas durante 20 anos, em média, um deles vai conseguir o primeiro prémio. O propósito de escrever sobre isto não é a de ser um Grinch neste Natal, a desfazer sonhos de milhões a entrarem pela chaminé (mas força, se achar que consegue à primeira, então desejo-lhe que tenha a sorte de ser o um em 116 milhões que consegue!), mas sim o de constatar que as pessoas dão importância a um evento que lhes pode mudar a vida, por mais improvável que seja.

2ª Conferência Anual ECOSeguros - 28OUT21
Gonçalo Baptista, diretor geral da Innovarisk.Henrique Casinhas/ECO

Que tal continuarmos a fazer de Grinch? Qual a probabilidade de um vulcão estar em atividade durante meses arrasando o património de uma Ilha? E de termos 32 graus Celsius no Alasca? E de uma pandemia paralisar o mundo? Ou de regressarmos ao medo de inflação alta devido a uma crise energética? E… (bato com força na madeira!) de termos um grande sismo em Lisboa?

"O azar também pode ser minimizado, se fizermos os trabalhos de casa nesse campo.”

Gonçalo Baptista

Diretor Geral da Innovarisk Underwriting

Na verdade não sei – ninguém sabe com exatidão e apenas se traçam cenários – mas uma coisa sabemos: não é de uma em 116 milhões. A probabilidade de qualquer um destes cinco eventos acontecerem é incomparavelmente mais alta mas, inexplicavelmente, em muitos casos, e ao contrário do ato de entregar religiosamente todas as sextas o boletim do Euromilhões, não nos merece qualquer ação.

O que levará a isto? Desinformação? Falta de visibilidade (quase todas as semanas vemos que o Euromilhões saiu a alguém, mas não vemos os infortúnios que parecem sempre distantes)? Atribuirmos o facto de ganharmos o Euromilhões a um mérito nosso (“só ganho se tiver a disciplina de jogar sempre”), mas descomprometermo-nos com os azares “ninguém previa um ano inteiro quase sem chover, não podia ter feito nada para salvaguardar as minhas colheitas”?

"Quando vir uma probabilidade de 0,1% num evento catastrófico, assuste-se. Ainda assim, é muito superior aos 0,00000086% que tanto o entusiasmam, pelo que devem merecer no mínimo a mesma atenção.”

Gonçalo Baptista

Diretor Geral da Innovarisk Underwriting

Na verdade, qualquer um dos azares que possamos pensar, não só é bastante mais provável de acontecer, como acaba por ter um efeito mais decisivo nas nossas vidas. Mais de 90% da população e das empresas não tem folga financeira para que um evento dessa natureza não destrua a sua vida. Já de novos Euromilionários que acabam na miséria, temos nós conhecimento de vários.

De facto estes fenómenos improváveis de severidade alta são talvez o maior drama na gestão de risco. Frequentemente são desvalorizados porque “isso nunca acontece” e há uma tendência para a resignação porque “foi azar”. O azar também pode ser minimizado, se fizermos os trabalhos de casa nesse campo.

Quando vir uma probabilidade de 0,1% num evento catastrófico, assuste-se. Ainda assim, é muito superior aos 0,00000086% que tanto o entusiasmam, pelo que devem merecer no mínimo a mesma atenção. Faça o que estiver ao seu alcance para reduzir o seu impacto negativo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo pode impor máscara na rua sem “luz verde” do Parlamento a partir de quinta-feira

  • Joana Abrantes Gomes
  • 15 Dezembro 2021

A partir desta quinta-feira, o Governo vai poder tornar obrigatório, por resolução do Conselho de Ministros, o uso de máscara na rua quando não seja possível o distanciamento social.

Caso haja necessidade, o Governo vai poder tornar obrigatório, a partir de quinta-feira, o uso de máscara de proteção na rua, nas situações em que o distanciamento social não seja possível. A medida tinha sido proposta pelo PS e aprovada pelo Parlamento antes da dissolução, tendo sido publicada no Diário da República esta quarta-feira.

Nos termos da lei da Assembleia da República, através de resolução do Conselho de Ministros, o Executivo pode “determinar a obrigatoriedade do uso de máscara por pessoas com idade a partir dos 10 anos para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável”, lê-se no diploma.

Este poder delegado no Governo, que evita que a medida tenha de receber aprovação do Parlamento, entra em vigor já esta quinta-feira, 16 de dezembro, e mantém-se em vigor até 1 de março de 2022, altura em que se espera que já esteja em funções um novo Parlamento. A ser aplicada, será implementada a nível nacional, ou seja, incluindo os arquipélagos dos Açores e da Madeira, mas “atendendo às especificidades regionais, mediante decreto do respetivo governo regional”, ressalva a portaria.

O uso obrigatório de máscara será dispensado mediante a apresentação de um atestado médico de incapacidade multiúsos ou de uma declaração médica para o caso de se tratar de pessoas com deficiência cognitiva, do desenvolvimento ou com perturbações psíquicas, ou para o caso de a condição clínica da pessoa não se coadunar com o uso de máscaras.

A dispensa aplica-se também em situações cuja natureza das atividades que as pessoas estejam a realizar seja incompatível com o uso de máscara, bem como para pessoas que, integrando o mesmo agregado familiar, não se encontram próximas de terceiros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Patrick Drahi estuda voltar a pôr Sotheby’s na bolsa

O magnata francês que adquiriu a leiloeira em 2019 estará a estudar avançar com uma Oferta Pública Inicial (IPO) já no próximo ano, segundo a Bloomberg.

A Sotheby’s pode voltar à bolsa já no próximo ano. O multimilionário francês Patrick Drahi, conhecido por ter fundado a Altice, estará a planear uma Oferta Pública Inicial (IPO) envolvendo a leiloeira, negócio que adquiriu em 2019 por 3,7 mil milhões de dólares, incluindo a dívida.

A notícia foi avançada pela Bloomberg (acesso pago), que cita fontes familiarizadas com as intenções do magnata. Segundo a agência, Drahi tem mantido conversas preliminares com potenciais conselheiros acerca de um eventual IPO da Sotheby’s nos EUA já em 2022.

A Sotheby’s é uma das maiores e mais reputadas casas de leilões em todo o mundo, somando quase três séculos de história. A empresa lida com negócios envolvendo obras de arte raras, artefactos colecionáveis e imobiliário premium. Concorre diretamente com a Christie’s, que é detida por outro multimilionário francês, François Pinault.

Um eventual IPO faria a leiloeira regressar à bolsa, cerca de dois anos depois de Drahi ter adquirido a totalidade do capital. A operação lançaria ainda alguma luz sobre o opaco mundo da arte, sobretudo no período pós-pandemia que se têm assistido a sucessivos negócios recorde.

O nome de Patrick Drahi voltou às notícias esta semana por outro motivo: a Altice UK reforçou a posição na British Telecom para 18%, levando o Governo britânico a ameaçar intervir para proteger um ativo estratégico para o país. Além disso, a imprensa tem dado conta da possível venda da Altice Portugal, dona da Meo, ainda que Alexandre Fonseca, CEO, tenha garantido esta semana que “a Altice Portugal não está à venda”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.