Deputados alargam lista de motivos para suspenderem mandato

  • Lusa
  • 20 Julho 2021

O diploma aprovado vai permitir a substituição temporária de deputados por "motivos ponderosos de natureza familiar, pessoal, profissional ou académica".

A Assembleia da República aprovou esta terça-feira, em votação final global, uma iniciativa que alarga os motivos que podem ser alegados pelos deputados para suspenderem temporariamente o mandato e estabelece um máximo de seis meses.

O texto final apresentado pela Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados e que resulta de propostas do PSD, CDS-PP e PAN, acrescenta aos motivos relevantes para a substituição temporária “motivos ponderosos de natureza familiar, pessoal, profissional ou académica”.

Entre as alterações aprovadas, fica estabelecido também que a suspensão por estes motivos “não pode ocorrer por período inferir a 30 dias, nem por mais de uma vez em cada sessão legislativa, até ao máximo de seis meses por legislatura”.

O PS avocou a plenário a votação destas duas alíneas, mas ficou sozinho no voto favorável, enquanto os restantes deputados votaram contra.

O Estatuto dos Deputados que ainda vigora, e que foi alterado em 2006 apenas com votos favoráveis do PS, permite a substituição do mandato dos deputados em três casos: “doença grave que envolva impedimento do exercício das funções por período não inferior a 30 dias nem superior a 180”, “exercício da licença por maternidade ou paternidade” ou a “necessidade de garantir seguimento de processo” judicial ou similar.

No que toca à suspensão por doença grave, os deputados aprovaram também uma alteração que retira o limite máximo de seis meses e permite a suspensão do mandato “até ao limite do respetivo motivo justificativo”.

Estas alterações, que já tinham sido aprovadas pela Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, foram aprovadas hoje em plenário com voto contra do PS e voto favorável dos restantes grupos parlamentares, deputados únicos e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues.

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Berardo já fez oferta a juiz para pagar caução. Espera resposta de Carlos Alexandre

O ECO sabe que Joe Berardo já fez a sua proposta de como pagar a caução de cinco milhões de euros. Resta agora saber se Carlos Alexandre vai aceitar ou não. Prazo de pagamento acaba esta quinta-feira.

Joe Berardo já fez a sua ‘oferta’ relativamente à forma como pretende pagar a caução de cinco milhões de euros que lhe foi aplicada. O ECO sabe que já foi feita a proposta.

Agora espera que o juiz de instrução, Carlos Alexandre, responda se aceita ou não essa forma de pagamento da caução. O Ministério Público (MP) pediu cinco milhões como medida de coação no início de Julho. Joe Berardo tem até quinta-feira, dia 22, para pagar, ficando assim em liberdade.

O empresário Joe Berardo e o seu advogado, André Luiz Gomes, foram detidos há três semanas e respondem por burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsidade informática, falsificação, abuso de confiança qualificada e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público.

O juiz Carlos Alexandre considerou “fortemente indiciada a prática, pelos mesmos, em coautoria material e na forma consumada, de oito crimes de burla qualificada, um crime de branqueamento, um de fraude fiscal qualificada, dois de abuso de confiança qualificado e um crime de descaminho.

Considerou ainda fortemente indiciada a prática, por André Luíz Gomes, de quatro crimes de fraude fiscal qualificada, um crime de falsificação de documento, um crime de falsidade informática e um crime de branqueamento. E considerou existir perigo de fuga/subtração à ação da justiça no tocante ao arguido José Berardo e perigo de perturbação do inquérito relativamente a ambos os arguidos.

À saída do tribunal, o advogado de Berardo, Paulo Saragoça da Matta, considerou as medidas de coação “lógicas”. “A postura dos magistrados do Ministério Público foi extremamente correta, leal, legal, as medidas de coação propostas foram lógicas. E foi um belíssimo momento de demonstração de que se pode fazer justiça e que a justiça não é só prender pessoas.”

A procuradora Inês Bonina e Rui Pedro Marques, procuradores do Ministério Público do processo, acreditam que há o risco de Joe Berardo fugir, de continuar a atividade criminosa e de concertar versões com dirigentes da banca e figuras da polícia. Por isso, os procuradores defenderam no interrogatório judicial que teria de ser aplicada uma medida de coação mais gravosa que o termo de identidade e residência, a menos grave de todas as possíveis no Código de Processo Penal (CPP).

Segundo informação veiculada pelo Conselho Superior da Magistratura (CMP) a pedido do juiz do Tribunal Central Criminal (TCIC) Carlos Alexandre, de fora dos ilícitos imputados a Joe Berardo e a André Luíz Gomes ficou o crime de administração danosa, do qual deverá ser indiciado um dos restantes arguidos.

O processo que levou à detenção do empresário Joe Berardo conta com 12 arguidos, dos quais seis são empresas e cinco individuais. Joe Berardo, André Luíz Gomes, irmão de Joe Berardo, o filho de Joe Berardo, Carlos Santos Ferreira e ainda várias pessoas coletivas fazem parte da lista. O grupo económico do comendador é, alegadamente, responsável por prejuízos de quase mil milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos, ao Novo Banco e ao BCP. Após a megaoperação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção em Lisboa, Funchal e Sesimbra, na qual foram realizadas 51 buscas, das quais 22 domiciliárias, 25 não domiciliárias, três buscas em instituição bancária e uma busca num escritório de advogado, foram emitidos dois mandados de detenção.

Segundo comunicado da PJ, o grupo económico de Berardo contratou, entre 2006 e 2009, quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros. E tem “incumprido com os contratos e recorrido aos mecanismos de renegociação e reestruturação de dívida para não a amortizar”. Esta foi a “fatura” deixada à CGD, mas as perdas para o setor financeiro como um todo são superiores. “Atualmente este grupo económico causou um prejuízo de quase mil milhões de Euros à CGD, ao NB e ao BCP, tendo sido identificados atos passíveis de responsabilidade criminal e de dissipação de património”, diz a PJ.

Para além do empresário e o seu advogado, foram também constituídos arguidos o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Millennium BCP, Carlos Santos Ferreira, bem como seis pessoas coletivas. Já outro dos arguidos é Renato Berardo, o filho de Joe Berardo, responsável, no Grupo Bernardo, por acompanhar o Museu Berardo e os investimentos do grupo na área vinícola.

 

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Telemóvel de Macron é um dos alvos do caso de espionagem Pegasus

  • ECO
  • 20 Julho 2021

O telemóvel do presidente francês, e de mais 13 líderes políticos, sete ainda no poder, aparecem na lista de potenciais alvos de espionagem no caso Pegasus.

O telemóvel do presidente francês Emmanuel Macron, e de mais 13 líderes políticos, sete ainda no poder, aparecem na lista de potenciais alvos de espionagem ao usar o sistema Pegasus, um programa criado pela empresa israelita NSO, avançou o Le Monde.

A presidência francesa disse que “se as revelações sobre o telefone de Macron estar sob escuta forem verdadeiras, são muito sérias“. O jornal francês disse ainda que o ex-primeiro-ministro francês Edouard Philippe e 14 ministros também tinham sido visados em 2019.

Os dirigentes que aparecem na lista incluem os presidentes do Iraque, Barham Salih, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, além do rei do Marrocos, Mohammed VI. Entre os primeiros-ministros está o ImramKhan, do Paquistão, MostafaMadbouly, do Egito e Saad-EddineElOthmani, de Marrocos.

Neste lista está ainda sete ex-primeiros-ministros, entre eles Saad Hariri, do Líbano, Ruhakana Rugunda, de Uganda, e Charles Michel, da Bélgica, atual presidente do Conselho Europeu.

Pelo menos 37 contactos foram infiltrados pelo programa de ‘software’, envolvendo jornalistas, ativistas dos direitos humanos e políticos de países como o México, Índia, Hungria e Marrocos. No entanto, o grupo NSO nega as informações a jornalistas e ativistas.

O Pegasus foi projetado para perseguir criminosos e terroristas e está restrito a um número limitado de governos e agências governamentais.

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250 funcionários e um orçamento de 45,6 milhões. Assim será a nova agência europeia para combater o branqueamento de capitais

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Julho 2021

A entidade terá "duas áreas principais de atividade": na supervisão ao branqueamento de capitais e ao financiamento de terrorismo e no apoio às Unidades de Informação Financeira da União Europeia.

A Comissão Europeia apresentou esta terça-feira um novo pacote legislativo para o combate ao branqueamento de capitais e financiamento de atividades ilícitas, cuja principal proposta consiste na criação de uma Autoridade Europeia Contra o Branqueamento de Capitais (AMLA, na sigla em inglês).

A nova agência europeia nasce em 2023, com um orçamento provável de 45,6 milhões de euros e o objetivo de iniciar a maior parte das suas atividades no ano seguinte. A AMLA deverá atingir os 250 funcionários em 2026, iniciando a supervisão direta de entidades financeiras de alto risco no mesmo ano. Do total do quadro de funcionários, “cerca de 100 irão trabalhar na supervisão direta” das entidades sujeitas às regras deste domínio, em “equipas de supervisão conjuntas que incluirão pessoal dos supervisores nacionais relevantes dessas entidades”. A supervisão direta só poderá ter início quando o manual de regras harmonizadas – outra das propostas do executivo comunitário nesta matéria – “estiver concluído e for aplicável”.

A AMLA terá “duas áreas principais de atividade”, designadamente na supervisão ao branqueamento de capitais e ao financiamento de terrorismo e no apoio às Unidades de Informação Financeira (UIF) da União Europeia (UE). Sob a forma de agência reguladora descentralizada, a nova entidade europeia será o centro de um sistema integrado de autoridades nacionais para “supervisionar as instituições financeiras expostas a maior risco”, assegurando a sua cooperação mútua “para que as regras sejam coerentemente aplicadas em toda a UE”, explicou a comissária europeia para os Serviços Financeiros, a Estabilidade Financeira e a União dos Mercados de Capitais, Mairead McGuinness, na sua conta pessoal da rede social Twitter.

Quanto às UIF, a nova autoridade facilitará a cooperação, nomeadamente através do estabelecimento de “normas para a elaboração de relatórios e troca de informações”, apoiando análises operacionais conjuntas e acolhendo o sistema central online, FIU.net.

Em vez de vários supervisores nacionais diferentes, as entidades transfronteiriças obrigadas que estão sob a supervisão direta da AMLA beneficiarão de ter um único supervisor, o que simplificará o cumprimento das novas regras. As entidades transfronteiriças obrigadas que não se encontram sob a supervisão direta da nova agência, por seu lado, continuarão a beneficiar de regras mais harmonizadas com menos divergência entre os diferentes regimes nacionais. Deste modo, todas as entidades obrigadas, incluindo as nacionais sem atividade transfronteiriça, deverão beneficiar de uma melhor supervisão e de um melhor feedback das UIF, o que “permitirá uma notificação mais direcionada de transações e atividades suspeitas“.

Além da proposta de uma nova agência da UE para combater o branqueamento de capitais, a Comissão Europeia propõe também um novo regulamento sobre o combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento de terrorismo, que deverá conter regras “diretamente aplicáveis”, uma nova diretiva que exigirá “transposição nacional” e uma “reformulação do regulamento de 2015 respetivo a transferências de fundos”.

A comissária europeia anunciou ainda que as novas regras vão aplicar-se aos criptoativos. “Vamos banir carteiras criptoativos anónimas e garantir que as transferências destes ativos criptográficos são rastreáveis”, referiu.

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Banco Haitong vai abrir sucursal em Macau

O banco de investimento, que adquiriu o antigo Banco Espírito Santo Investimento, recebeu luz verde do Governo de Macau para abrir sucursal.

Depois da luz verde do Banco de Portugal há dois anos, o Haitong Bank anunciou que recebeu licença do Governo de Macau para abrir uma sucursal nesta região autónoma chinesa, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta terça-feira.

“De acordo com a ordem executiva do chefe do executivo de Macau publicada a 19 de julho de 2021 no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, foi formalmente autorizado o estabelecimento da Sucursal de Macau do Haitong Bank”, lê-se em comunicado.

O Haitong Bank faz parte da Haitong Securities Co. Ltd, um dos bancos de investimento e sociedades de intermediação de valores mobiliários líderes na China. O Grupo Haitong opera em 14 países na Ásia, Europa, América do Norte e América do Sul e presta serviços de corretagem de títulos, wealth management, banca de investimento, gestão de ativos, private equity e serviços de leasing financeiro.

O grupo chinês Haitong entrou em Portugal em 2015 ao comprar o Banco Espírito Santo Investimento (BESI) por 379 milhões de euros, dando origem ao Haitong Bank. No ano passado, o lucro do Haitong Bank caiu 80% para 1,6 milhões, com o resultado a ser penalizado pela pandemia. O banco de investimento disse, ainda assim, ter alcançado o objetivo de atingir o break-even.

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Regulador europeu inicia avaliação de nova vacina da Sanofi Pasteur

  • Lusa
  • 20 Julho 2021

A EMA adiantou ainda que este processo de avaliação “deve levar menos tempo do que o normal”.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) anunciou esta terça-feira que iniciou o processo de avaliação contínua de uma vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur.

“O Comité de Medicamentos para uso Humano da EMA deu início à revisão contínua da Vidprevtyn, uma vacina covid-19 desenvolvida pela Sanofi Pasteur”, adiantou o regulador europeu em comunicado.

A revisão contínua é uma ferramenta regulatória que a EMA usa para acelerar a avaliação de um medicamento promissor durante uma emergência de saúde pública, como é o caso da pandemia de covid-19, tendo sido utilizado para as quatro vacinas já aprovadas.

Segundo a agência responsável pela aprovação de medicamentos na União Europeia, a decisão de avançar com a revisão contínua do fármaco é baseada em resultados preliminares de estudos laboratoriais (dados não clínicos) e clínicos em adultos, que sugerem que a Vidprevtyn “desencadeia a produção de anticorpos que têm como alvo o SARS-CoV-2, o vírus que causa covid-19 e pode ajudar a proteger contra a doença”.

“A EMA avaliará os dados à medida que estiverem disponíveis para decidir se os benefícios [desta vacina] superam os riscos”, através de uma análise em conformidade com os padrões adotados na União Europeia para a eficácia, segurança e qualidade de medicamentos, assegurou.

Sem adiantar prazos para uma eventual ‘luz verde’ à Vidprevtyn, o regulador europeu adiantou ainda que este processo de avaliação “deve levar menos tempo do que o normal” devido ao trabalho realizado durante a revisão contínua dos dados.

A EMA já aprovou quatro vacinas para comercialização nos Estados-membros, nomeadamente, da Pfizer/BioNTech, da Moderna, da Janssen (grupo Johnson & Johnson) e da AstraZeneca, que fazem parte do plano de vacinação português que arrancou a 27 de dezembro de 2020.

Além Vidprevtyn da Sanofi Pasteur, o regulador tem em curso a avaliação contínua de outras quatro vacinas: a norte-americana Novavax, a alemã CureVac, a chinesa Sinovac e a Sputnik V, esta última desenvolvida pelo Centro Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia da Rússia.

Na semana passada, o regulador europeu disse à Lusa que mantém a revisão contínua destas vacinas contra a covid-19 até que existam dados suficientes que permitam às empresas farmacêuticas solicitar, formalmente, a sua introdução no mercado.

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CMVM regista OPA de Mário Ferreira sobre Media Capital. Arranca a 21 de julho

A CMVM registou esta terça-feira a OPA de Mário Ferreira sobre as ações da Media Capital que o empresário ainda não detém. Quase 65% das ações estão bloqueadas e escapam à oferta.

A CMVM registou esta terça-feira a Oferta Pública de Aquisição (OPA) obrigatória da Pluris Investments, de Mário Ferreira, sobre as ações da Media Capital que o empresário ainda não detém. Querendo, os acionistas poderão alienar ações a partir de 21 de julho, anunciou a comissão, num comunicado que põe fim à incerteza em torno do controlo acionista sobre a dona da TVI. O prospeto final já é conhecido.

Em simultâneo, “a CMVM autorizou que a Cofina retirasse a sua OPA sobre a Media Capital”. Ou seja, “os acionistas poderão apenas alienar a sua participação no contexto da oferta a lançar pela Pluris“, escreve também a comissão liderada por Gabriela Figueiredo Dias. Num outro comunicado, já depois da publicação desta notícia, a Cofina confirma a “revogação, com efeitos imediatos” da OPA sobre a empresa.

Como noticiado em março, o auditor independente designado pela CMVM fixou um preço de referência de 72,5 cêntimos por ação, acima dos 67 cêntimos que tinham sido oferecidos por Mário Ferreira no anúncio preliminar. No prospeto final da operação, Mário Ferreira oferece, por fim, uma contrapartida de 73,95 cêntimos por cada título, ou seja, a contrapartida definida pelo auditor, acrescida de 2%, como manda a lei. (O empresário também é acionista do ECO.)

65% das ações escapam à OPA

A Pluris Investments detém já 30,22% da Media Capital. Ora, quase 65% das restantes ações da Media Capital escapam a esta operação.

A 17 de junho de 2021, a Media Capital informou que os novos acionistas da dona da TVI — Biz Partners, CIN, DoCasal Investimentos, Fitas & Essências, Triun e Zenithodissey — não estão interessados em vender as suas posições.

No prospeto da operação, a Pluris vai mais longe e confirma que 64,47% do capital social da Media Capital “foram objeto de ordens irrevogáveis de bloqueio por parte dos respetivos titulares”. Ou seja, incluirá a posição do Abanca, pelo que a OPA abrange apenas a pequena fatia de capital disperso em bolsa (free float), de 5,31%.

Esta terça-feira, a CMVM assume que este facto “desencadeou um conjunto de diligências” para “aferição do âmbito e natureza da relação entre os subscritores de tais declarações”, mas não foram “recolhidos elementos que permitam sustentar a existência de concertação entre aqueles acionistas (com a Pluris ou somente entre si)”, garante a CMVM.

De recordar que esta oferta é lançada por obrigação da CMVM, depois de a entidade que supervisiona os mercados ter demonstrado que houve “exercício concertado de influência dominante sobre” a Media Capital entre a Prisa e a Pluris, até à saída dos espanhóis do capital do grupo de media, a 3 de novembro do ano passado.

“Por conseguinte, o registo, lançamento e conclusão da oferta finalizam os procedimentos administrativos emergentes da alteração de controlo verificada na Media Capital em 2020, por efeito da entrada da Pluris no seu capital”, remata a CMVM.

Pluris e Prisa “repetiram” negócio

Os desafios em torno do controlo da Media Capital pela Pluris não se cingiram ao olhar atento da CMVM, que considerou haver “concertação” entre a holding de Mário Ferreira e a Prisa. Passaram ainda pela ERC, o regulador dos media, que concluiu ter havido uma alteração não autorizada de domínio sobre o grupo de comunicação social.

Foi a própria ERC que facultou a solução para este problema. Dado que implicava desfazer-se o negócio, o regulador permitiu que as duas entidades repetissem o mesmo, sujeito, depois, à aprovação do regulador.

Na nota divulgada esta terça-feira, a CMVM indica que o negócio já foi repetido e já tem “luz verde” da ERC: “No dia 8 de junho de 2021, a ERC concedeu incondicionalmente a autorização para que a Pluris pudesse vir a adquirir o controlo da Media Capital, já depois de, nos termos estabelecidos por aquela entidade, a Pluris e a Prisa terem ‘repetido’ o negócio que já haviam celebrado há mais de um ano.”

Pluris satisfeita com registo da OPA

Num comunicado, a Pluris Investments “congratula-se com o resultado” do trabalho “detalhado das autoridades de supervisão no exercício das suas competências legais”.

A empresa controlada por Mário Ferreira explica que o processo demorou “tanto tempo” porque “a lei impõe uma avaliação muito detalhada destes investimentos, de modo a determinar a adequação e solidez do projeto e do investidor”.

Numa nota final, a Pluris indica, sem concretizar, que “este resultado mostra bem quão infundadas são as imputações desprimorosas para a Pluris e Mário Ferreira, constantes de queixas e denúncias apresentadas junto de diversas entidades, pela mesma pessoa, com propósitos obscuros e alheios aos interesses da Media Capital e dos seus acionistas”. A referência dirá respeito a Paulo Fernandes, líder da Cofina, que tinha avançado com uma OPA concorrente sobre a Media Capital.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h09)

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BCP e Galp animam Lisboa, mas EDP trava ganhos

A bolsa de Lisboa valorizou ligeiramente. Contribuíram para a subida os desempenhos do BCP e da Galp, mas a família EDP impediu um ganho mais em linha com os das restantes praças europeias.

A bolsa de Lisboa registou uma subida ligeira, inferior à valorização das restantes praças do Velho Continente. BCP e Galp destacaram-se, numa altura em que permanecem os receios na Europa e nos EUA quanto à variante Delta do coronavírus.

O Stoxx 600 somou 0,56% e, de França à Alemanha, passando por Espanha, os principais índices apresentaram valorizações entre 0,5% e 0,87%. Em Lisboa, o PSI-20 ganhou 0,11%, para 4.899,71 pontos, amparado pelos desempenhos positivos do BCP e da Galp Energia.

O banco liderado por Miguel Maya somou 0,76%, para 11,91 cêntimos, enquanto a petrolífera nacional valorizou 1,59%, para 8,324 euros. Esta última reagiu positivamente à recuperação dos preços do petróleo, altura em que o barril de Brent avança 1,08%, para 69,36 dólares.

A encabeçar as subidas esteve a Sonae (+2,57%) e a Novabase (+2,26%). Os CTT também brilharam, ao verem as ações subirem 1,30%, para 4,28 euros cada título.

Do lado das perdas, a família EDP pressionou o PSI-20. A casa-mãe EDP caiu 0,89%, para 4,361 euros, enquanto a EDP Renováveis perdeu 0,61%, para 19,7 euros. O desempenho mais fraco foi o da construtora Mota-Engil, que derrapou 2,43% em bolsa, e cada ação está agora a cotar em 1,243 euros.

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MOBI.E vai ter nova plataforma de gestão da rede de carregamento

O investimento total será de 1,8 milhões de euros durante 3 anos, cofinanciado pelo POSEUR.

A MOBI.E lançou um concurso público internacional para o desenvolvimento e implementação de uma nova plataforma de gestão da rede de carregamento elétrico. O anúncio, já publicado em Diário da República, prevê também a contratação de serviços de gestão e manutenção, num investimento total de 1,8 milhões de euros durante 3 anos, cofinanciado pelo POSEUR.

O objetivo é tornar a gestão da rede Mobi.E mais eficiente tendo em conta o rápido crescimento da rede de carregamento de veículos elétricos em Portugal e na Europa, e dar-lhe capacidade de absorver o crescimento esperado na utilização nos próximos anos.

A expectativa é de que a nova plataforma venha substituir a atual em 2023, com impacto mínimo para Comercializadores de Energia para a Mobilidade Elétrica (CEME), Operadores de Pontos de Carregamento (OPC) e Detentores de Pontos de Carregamento (DPC).

Para o presidente da MOBI.E, Luís Barroso, este concurso “espelha a importância do crescimento da rede para o cumprimento das metas ambientais estabelecidas pelo Governo”, reforçando “a importância do papel da Entidade Gestora da rede de Mobilidade Elétrica, no respeito pelas características que estiveram na base da criação do modelo: centralidade no utilizador através do acesso universal, já que o utilizador, ao ter acesso a um ponto, tem acesso a todos os mais de 3.900 pontos que constituem uma rede em franco crescimento”.

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Raúl Grijalba acumula responsabilidade da Experis Sul e Leste da Europa

O gestor alia, a partir de agora, a sua posição de diretor-geral da região Mediterrânica à responsabilidade de expandir o negócio tecnológico do Manpower

Raúl Grijalba é o novo responsável pelo crescimento da Experis na Península Ibérica e países de Sul e Leste da Europa.

O ManpowerGroup acaba de anunciar a nomeação de Raúl Grijalba como o novo responsável da Experis, a marca tecnológica do grupo, para os dez países que constituem a região do Sul e Leste da Europa (Áustria, Eslováquia, Hungria, Israel, Itália, Portugal, República Checa, Roménia, Suíça e Turquia).

Raúl Grijalba alia, a partir de agora, a sua posição de diretor-geral da região Mediterrânica (Espanha, Portugal, Grécia e Israel) à responsabilidade de expandir o negócio tecnológico do ManpowerGroup no Sul e Leste da Europa.

“Num momento em que a pandemia veio acelerar a transformação digital de organizações de diferentes setores, a procura de competências tecnológicas está em forte crescimento, bem como necessidade de desenvolver e capacitar talento para colmatar a atual carência de profissionais”, lê-se em comunicado.

Raúl Grijalba juntou-se ao ManpowerGroup em 1997. Em 2006, foi nomeado diretor de operações da Manpower e, três anos mais tarde, diretor-geral do grupo em Espanha. Em 2012, aos 43 anos, tornou-se presidente do ManpowerGroup no país, sendo que, mais recentemente, em 2018, assumiu a gestão da região Mediterrânica.

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Cresap aprova gestores executivos do Banco de Fomento. Vítor Fernandes não foi avaliado

Equipa executiva liderada por Beatriz Freitas toma posse já esta terça-feira, substituindo de imediato os administradores que ficaram da SPGM. Quase não há passagem de pasta.

A Cresap já deu luz verde a todos os gestores executivos do Banco Português de Fomento. De fora ficou apenas o chairman Vítor Fernandes. Com este passo, a equipa executiva toma posse já esta terça-feira, apurou o ECO.

O Banco de Fomento está a funcionar até agora com a administração da SPGM, a entidade na qual se fundiram a IFD e a PME Investimentos. Uma situação de transição até que a nova equipa fosse escolhida e aprovada pelo Banco de Portugal e pela Cresap, que tinha dez dias para concluir a sua avaliação. Todas essas etapas já foram superadas e os quatro elementos da equipa executiva vão já assumir funções esta terça-feira.

Os elementos executivos são: Beatriz Freitas, que já ocupa as funções de CEO, no âmbito da fusão das três instituições, será a presidente executiva; Rui Dias, que integrava a direção financeira e de estruturação da Caixa BI, será o Chief Financial Officer (CFO) da instituição; Susana Antunes, financial controller no Banco Santander Totta, será a responsável pelo risco; e Tiago Simões de Almeida, até agora head of operations no BPI, terá o pelouro de administrador comercial no banco de fomento.

Ao que o ECO apurou, os elementos que desempenhavam essas funções até agora saem de imediato, sem que haja uma verdadeira passagem de pasta. Por exemplo, o administrador Marco Neves sai do banco para assumir a presidência executiva da Lisgarante e António Gaspar a da Agrogarante, no processo de remodelação profunda das sociedades de garantia mútua, que o ECO já noticiou, e que está pendente da aprovação das contas do Banco de Fomento e posteriormente de cada uma destas sociedades.

Mas, se por um lado, o processo vai avançando, por outro, está estagnado. O ministro da Economia optou por deixar Vítor Fernandes em stand by e não avançar com a sua nomeação para chairman do banco até “as questões estarem completamente clarificadas”, explicou Siza Vieira no Parlamento. Esta opção surge depois do juiz de instrução Carlos Alexandre ter determinado que o antigo administrador do Novo Banco é uma das pessoas com quem Luís Filipe Vieira está impedido de contactar, no âmbito das medidas de coação impostas.

Siza Vieira, apesar de não indicar um novo nome para o cargo e defender que quer “gestores à prova de bala” no banco promocional, pediu a suspensão da avaliação do nome de Vítor Fernandes pela Cresap, tal como noticiou o Jornal Económico (acesso pago). Além disso, o Banco de Portugal, à luz das revelações do Ministério Público, o já disse que vai analisar as novas informações trazidas com o caso que levou à detenção do presidente do Benfica e ao seu afastamento da liderança do clube. O supervisor admitiu que pode ter de reavaliar a idoneidade do gestor que também foi administrador do BCP e da Caixa Geral de Depósito, bem como presidente executivo da Segurança Mundial Confiança.

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Vendas de combustíveis continuaram a acelerar em maio

  • Lusa
  • 20 Julho 2021

As vendas de combustíveis rodoviários nos postos de abastecimento aumentaram 41,75% em maio, face ao período homólogo de 2020, segundo a Entidade Nacional para o Setor Energético.

As vendas de combustíveis nos postos de abastecimento retalhistas voltaram a acelerar em maio, com um crescimento de 41,75% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE).

Em comunicado, a entidade fiscalizadora do setor indicou que “as vendas de combustíveis rodoviários nos postos de abastecimento retalhistas de Portugal continuaram a acelerar em maio de 2021, mantendo a tendência de recuperação face ao cenário pré-pandémico”.

Assim, “o valor das vendas de combustíveis rodoviários registado pelos operadores através do Balcão Único da Energia, alcançou em maio de 2021 um valor total de 414,167 milhões de litros (mais 55,7 milhões de litros face ao mês anterior e mais 121,993 milhões de litros do que o verificado em maio de 2020)”.

De acordo com a ENSE, “enquanto o gasóleo rodoviário cresceu 39,95% quando comparamos maio de 2020 e maio de 2021, na gasolina rodoviária o crescimento homólogo foi ainda mais expressivo com um aumento de 47,68%, o que levou a uma subida homóloga total de 41,75%, numa altura em que há uma clara retoma das atividades económicas e os níveis de procura mostram estar a recuperar face aos níveis pré-pandémicos”, lê-se na mesma nota.

A ENSE salienta ainda que “esta trajetória de recuperação é também visível se analisarmos as vendas totais registadas em maio de 2021 com os valores registados para o mesmo período de 2019”, sendo que nesse caso se “constata que a diferença é bastante pequena (-1,13%) mas demonstra-se “uma clara recuperação quando podemos perceber que evoluímos de uma descida total homóloga de 10,64% em abril (quando comparado com o mesmo período de 2019), o que revela uma evidente aceleração dos níveis de vendas e uma aproximação aos valores antes do eclodir da crise pandémica”.

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