“Trabalhar à distância criou ainda mais invisibilidade para as mulheres”

As mulheres ainda são uma minoria no ecossistema das tech. Em número e em funções de liderança. A pandemia não ajudou a melhorar esta situação. Como dar a volta ao status quo?

Em ano de pandemia há boas e más notícias para as mulheres portuguesas. O fosso de género foi encurtado, com mais mulheres a ocupar posições no Governo ou no Parlamento, levando Portugal a subir uma posição, para o 21º lugar, no Global Gender Gap Report 2021, do World Economic Forum, mas esta poderá ser uma visibilidade pública que esconde o véu que recaiu sobre muitas das mulheres trabalhadoras em tempos de Covid-19. O mundo tech não foi exceção.

“A pandemia afetou para pior as mulheres que já trabalhavam nas tech, e isto porque passaram a ter ainda mais trabalho: para além de trabalharem para a empresa, eram sobretudo as mulheres a tratar mais dos filhos, acompanhá-los na escola, organizar refeições, etc.”, descreve Manuela Doutel Haghighi. “Trabalhar à distância criou ainda mais invisibilidade para as mulheres que já não sabiam valorizar-se e a fazer network. As mulheres tiveram de provar ainda mais o seu valor em relação aos seus colegas homens. Com a desculpa da pandemia, muitas empresas não deram promoções ou aumentos de salários, e os que deram, foi mais a homens que pediram e souberam valorizar-se mais facilmente”, reforça a profissional com mais de 20 anos de experiência em projetos de transformação digital.

Com a desculpa da pandemia, muitas empresas não deram promoções ou aumentos de salários, e os que deram, foi mais a homens que pediram e souberam valorizar-se mais facilmente

Manuela Doutel Haghighi

Uma opinião partilhada, em parte, por Anabela Ferreira. “No global, acredito que a pandemia teve um impacto negativo em todo o ecossistema, independentemente do género ou da área de atividade. Sabemos que em Portugal as mulheres ainda são vistas pela maioria da sociedade como sendo quem trata da casa, dos filhos, etc. e, neste contexto a pandemia trouxe um maior desgaste”, considera a agile coach da Natixis.

Pandemia: a tempestade perfeita para as mulheres

Estudos dão conta desse desgaste. 2020 foi a tempestade perfeita para muitas mulheres na força de trabalho, segundo o relatório “Women @ Work: A Global Outlook”, da Deloitte: a carga horária aumentou, cerca de metade diz ter vivido situações de assédio ou comportamentos não inclusivos no emprego. A maioria está a planear deixar o atual emprego em dois anos e cerca de um quarto deixar de vez a vida ativa. Em Portugal, os números não são conhecidos, mas um inquérito realizado em abril pela Nova Information Management School (Nova IMS), da Universidade Nova de Lisboa, sobre bem-estar dos portugueses – com um universo de 233 respostas – dá conta que as mulheres estão entre quem mais acusou o stress em situação de teletrabalho.

“Com o teletrabalho, as relações entre o trabalho, a família e os momentos de descanso deterioraram-se, com jornadas mais longas, o que aumenta os níveis de stress e ansiedade entre os profissionais. Por outro lado, este período de incerteza e de maior risco de desemprego parece afetar particularmente as mulheres e os jovens”, refere Diego Costa Pinto, diretor do marketing analytics lab da NOVA IMS. Enquanto os níveis de ansiedade dos homens subiram 61%, o mesmo valor referente às mulheres disparou 78%. Outra diferença significativa entre géneros é que, para a maioria das mulheres, os níveis de stress sobem durante o trabalho (56%). Já para os homens, os momentos de maior tensão e ansiedade são durante os momentos de descanso e com a família (53%).

A World Economic Forum (WEF) considera que que os efeitos da pandemia foram devastadores no alcance da igualdade de género. Será necessária mais uma geração para atingir a igualdade de género, de 99.5 anos para 135.6 anos (e a pandemia ainda não acabou)! As mulheres ocupam de forma predominante as profissões ligadas à saúde, tendo sofrido um desgaste superior. A acrescentar ainda são as mulheres a cuidar maior número de horas dos descendentes e ascendentes”, destaca Ana Margarida Trigo, consultora na KCS IT e Application Security Controller na COFCO International.

Mulheres ainda uma minoria nas tech e ultra-minoria na liderança

Mas o papel central que as tecnologias assumiram num mundo em pandemia dá a Anabela Ferreira esperança que isso ajude a atrair mais mulheres para um setor onde estão sub-representadas e onde escasseiam mulheres em funções de liderança.

“No setor das tech a pandemia pode ter tido um impacto muito diferente, dando visibilidade ao fato de que a tecnologia nos pode ajudar no emprego, no estudo e em outras atividades. Para a maioria das pessoas a tecnologia deixou de ser apenas redes sociais e Internet para passar a ser uma verdadeira ferramenta de trabalho com muitas outras funcionalidades, competências e vantagens. Será que com esta visibilidade se vai aumentar o número de mulheres que vê a tecnologia como uma possível carreira? O futuro o dirá. A nós cabe-nos abrir este caminho”, diz a agile coach da Natixis.

E não se antevê um caminho fácil. O Pioneers Report traça o percurso. Em Portugal, de acordo com a OCDE, as mulheres já representam 57% dos dos estudantes de Ensino Superior nos cursos STEM (Ciências, Tecnologias, Engenharia e Matemática), mas ainda são uma minoria nos dedicados à área tecnológica, como Ciências da Computação, Engenharia da Computação ou Sistemas de Informação. No trabalho, essa desigualdade tende a agravar-se.

Ora vejamos. 39% das mulheres dizem estudar ou ter estudado em turmas com apenas duas mulheres ou menos por cada dez homens (versus 23% que referem estudar ou ter estudado em turmas com mais de quatro mulheres por cada dez homens). No trabalho, mais de metade (55%) diz trabalhar em departamentos com apenas duas mulheres ou menos por cada dez homens (versus 22% que dizem trabalhar em departamentos com mais de quatro mulheres por cada dez homens). E 10% dizem ser as únicas mulheres nos departamentos onde trabalham.

As tech parecem ser um lugar solitário para as mulheres. “No mundo ocidental, ainda são muito poucas as jovens que escolhem o ramo da tecnologia para os seus estudos superiores, e isso reflete-se no mercado laboral, não só a nível dos cargos puramente tecnológicos, mas até noutras áreas como a gestão de projetos digitais, em que não é necessária uma formação dessa natureza. Digo mundo ocidental, porque em países asiáticos como a Índia ou a China, existem em proporção mais mulheres a estudarem e a trabalharem nas áreas tecnológicas”, refere Manuela Doutel Haghighi.

Ainda existe uma grande falta de mulheres na tecnologia, dado que temos a tendência a escolher outras áreas para as quais estamos, ou achamos estar, mais vocacionadas. Ainda assim, é notório o aumento do número de mulheres a escolher estas áreas. No entanto, e dada a escolha habitual para outras áreas de formação, este crescimento dificilmente conseguirá equilibrar a balança entre homens e mulheres

Anabela Ferreira

“Da minha experiência ainda existe uma grande falta de mulheres na tecnologia, dado que temos a tendência a escolher outras áreas para as quais estamos, ou achamos estar, mais vocacionadas. Ainda assim, é notório o aumento do número de mulheres a escolher estas áreas. No entanto, e dada a escolha habitual para outras áreas de formação, este crescimento dificilmente conseguirá equilibrar a balança entre homens e mulheres”, afirma Anabela Ferreira.

Uma visão partilhada por Ana Margarida Trigo. “Os departamentos tech continuam na sua maioria com um reduzido número de mulheres. Aquando da escolha das áreas profissionais, as adolescentes transmitem falta de conhecimento sobre a diversidade de escolha existente dentro das profissões tech e claro, continuam a não se ver representadas na tecnologia, o que também leva ao seu afastamento de áreas que percecionam como masculinas”, diz a consultora. “Precisamos olhar para a paridade em todos os espetros, começando pela distribuição de tarefas no lar e pelo acesso a diversas atividades vistas como femininas/masculinas, evitando a segregação dos géneros logo na infância.”

Uma balança claramente desequilibrada no que toca aos cargos de liderança. O Pioneers Report revela essa desigualdade: 63% das mulheres que trabalham em tecnologia não têm funções de coordenação/liderança. Uma questão de representatividade num setor onde as mulheres deverão representar cerca de 30% dos profissionais?

“Acredito que não reflete apenas a falta de representatividade na força de trabalho, mas também a falta de oportunidades de promoção que se reflete na falta de confiança para se autopromoverem e se candidatarem a lugares de coordenação e liderança. Neste contexto, a criação de ações de sensibilização que possam consciencializar a sociedade como um todo de que as mulheres estão tanto, ou mais, preparadas para assumir cargos de liderança”, argumenta a agile coach na Natixis.

Existe ainda o fenómeno de nome glass cliffing, que corresponde à promoção feminina apenas quando uma organização está em maus lençóis. Em poucas palavras é receber um pomar de maçãs podres

Ana Margarida Trigo

No que toca aos cargos relacionados à coordenação ou liderança, a falta de representatividade feminina é transversal a qualquer área profissional. Parece que as mulheres só são promovidas a estas posições quando estas não são atrativas para os seus pares masculinos. Existe ainda o fenómeno de nome glass cliffing, que corresponde à promoção feminina apenas quando uma organização está em maus lençóis. Em poucas palavras é receber um pomar de maçãs podres”, lamenta a também vice-chair IEEE-PT e membro do comité da Women in Engineering da região 8 (Europe, Africa and Middle East), Ana Margarida Trigo.

Cochair do Women’s Network da empresa onde trabalha – grupo criado há três anos por voluntários para funcionar como uma rede de apoio para as mulheres se sentirem empoderadas – quando Manuela Doutel Haghighi começou a analisar o tema chegou a algumas conclusões sobre a situação no setor. “Reparámos que não só não tínhamos mulheres suficientes em número, refletindo a realidade do mercado das tech, mas também as que tínhamos estavam sub-representadas em áreas como a gestão, a área comercial, e até financeira. Mais ainda, quanto mais se subia na pirâmide dos escalões e portanto liderança e salários maiores, menos mulheres havia”, descreve.

Aplicando data analytics ao assunto, três tendências sobressaíram. Em “certas áreas só tinham homens nas várias camadas, confirmando a teoria de que pessoas escolhem pessoas como elas para gerir as suas equipas”, que áreas onde havia mulheres (mesmo que raras) na liderança, “tinham mais mulheres na sua equipa e em posições mais seniores”.

Mas não só. “Através de dois anos de workshops que demos dentro da empresa e com os nossos clientes e parceiros, a grande maioria das mulheres tinham baixos níveis de autoconfiança, coragem, e possuíam uma ingenuidade intrínseca que trazem desde a infância de acreditarem no reconhecimento automático dos seus esforços”, comenta.

Depois a “há a educação em que a fórmula mágica é ‘quanto mais estudares, melhores boas notas terás, maior reconhecimento irás obter com diplomas’”. Sobretudo, “acreditam que existe uma justiça laboral onde quem mais e bem trabalha, é automaticamente recompensada em termos de progressão de carreira, salarial, e promoção a postos de liderança”, descreve Manuela Doutel Haghighi.

Um desfasamento entre a teoria e a prática do ambiente de trabalho. “Para se ser líder, é preciso ter coragem, ter audácia, e estar à vontade para (de vez em quando) ser o centro das atenções. Ou seja é preciso saber arriscar. É preciso aceitar que se pode falhar, é preciso aceitar que se tomem decisões difíceis, é sobretudo preciso aceitar que um líder é alguém acima de tudo que se respeite, e não que se goste. Agora as mulheres, e a narrativa da sociedade encoraja muito isso. Acham que, antes de tudo, têm de ser agradáveis para os outros”, comenta Manuela Doutel Haghighi.

“As mulheres não se candidatam a postos onde não tenham a certeza absoluta de ter sucesso, não percebem ou não querem se meter em jogos de bastidores, politiquices, que fazem parte da realidade empresarial. E isso reflete-se depois nas promoções a lugares de chefia. Mas pior ainda, quando são promovidas, ainda têm o síndrome da impostora em que continuam a achar que não merecem e vão ser apanhadas em falta!”, reforça. Para além disso, “como inúmeros estudos já o demonstraram, existem preconceitos inconscientes sobretudo nos líderes de muitas empresas que não se dão ao trabalho de reparar que tendem a promover pessoas que se pareçam e que ajam como eles… Ora como a grande maioria dos líderes nas techs (e não só) são homens, escolhem homens como eles para posições de chefia e liderança… como eles.”

Mulheres nas tech ganham entre 10 a 30% menos

Menos mulheres nas tech, menos profissionais do sexo feminino na liderança e, no fim do dia, fazendo as contas, como é que tudo isso se reflete nas remunerações auferidas nas tech pelas mulheres? Afinal este é um setor onde a procura por profissionais está sempre em alta, paga acima da média e nem a pandemia parece ter abrandado a procura pelas empresas. Um estudo recente da Landing.Jobs dá disso sinal: quase três quartos (74%) das empresas preveem aumentar o número de contratações ainda este ano. E os salários também deverão “engordar”.

O Pioneer Report dá conta que 38% das mulheres recebe entre 1.000 e 1.499 euros. Estarão estes salários alinhados com os seus pares masculinos? Ou à semelhança do que que descreve relatório Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal, da Fundação José Neves, também aqui em média, os homens licenciados ganham mais 38% do que as mulheres com o mesmo grau de ensino?

“Em termos de remuneração existem vários fatores que podem colocar barreiras às mulheres. A própria dificuldade no acesso a cargos de liderança no feminino, pode refletir a diferença entre remunerações de homens e mulheres com o mesmo grau de ensino. Ainda existe uma barreira na transparência dos salários dentro das empresas. Por vezes esta falta de informação faz com que os salários sejam mais baixos para as mulheres por não haver fator comparativo”, diz Anabela Ferreira.

E o mesmo diz Manuela Doutel Haghighi. “Mesmo nas tech, as mulheres recebem menos que os homens para funções iguais. No melhor dos casos, menos 10%, mas na realidade mais para os 20 a 30% em termos de disparidades”, diz. “À medida que aumenta o nível de qualificação, maior é o diferencial salarial entre homens e mulheres, sendo particularmente evidente entre os quadros superiores”, continua.

“Neste nível de qualificação, o gap é de 26,4% na remuneração base e de 27,9% nos ganhos. Ou seja, ao entrar no mercado do trabalho, as mulheres apesar de serem mais qualificadas, não conseguem tão facilmente ganhar tanto quantos os homens para postos iguais porque ainda são vistas como não tão dedicadas pois um dia virão a ter filhos (uma mulher em Portugal que não esteja em casal e não tenha filhos, mesmo que seja administradora delegada duma multinacional, é ainda, infelizmente, vista como uma mulher falhada); não se sabem vender nem valorizar, não mostram espírito de liderança, nem capacidade de gestão como os homens; mostram-se acima de tudo mais como trabalhadoras árduas e dedicadas”, refere.

A tudo isto junta-se outro tema no setor privado: “As mulheres são ingénuas: acreditam que se trabalharem muito e bem, serão recompensadas como o eram na escola e faculdade, com boas notas. Ora o mundo real não funciona como no sistema de educação.”

“Os homens são educados para serem ambiciosos, tal como refere Simon Sinek, até no campo emotivo, os homens são educados a dar o primeiro passo e a lidar com a rejeição, a mulher a esperar pelos convites. A meu ver, se as mulheres têm menos autoconfiança na sua generalidade, então não serão tão ambiciosas no momento do pedido do salário, da promoção, do bónus”, comenta Ana Margarida Trigo. “Em Portugal as empresas ainda não colocam claramente nas propostas de emprego o salário, ou gama de salários para uma determinada posição, sei que ter pelo menos uma gama de valores iria ajudar as pessoas com uma menor autoconfiança, mas igual competência a igualarem os rendimentos aos seus pares”, refere Ana Margarida Trigo.

Como dar a volta ao status quo?

Num momento em que as empresas avançam com mensagens de empoderamento feminino, como é que se pode alterar este status quo? Como é que, para começar, se pode atrair mais mulheres para o mundo tech?

“Continuamos a tentar tratar os problemas do presente sem pensar no que podemos fazer para alavancar o futuro. Na área da tecnologia temos cada vez mais de trabalhar a pensar no futuro, ir junto dos mais jovens e apresentar a área da tecnologia como uma opção viável de carreira, sem olhar a género”, diz Anabela Ferreira.

Cada vez mais vemos comunidades internas e/ou externas às empresas criarem projetos de mentoria, de empoderamento, de liderança dedicadas às mulheres. É importante mostrar à nossa sociedade que as mulheres e os homens têm os mesmos direitos e que deveriam ser livres e incentivados a escolher os seus caminhos”, diz ainda. “Apesar de estarmos na era digital, onde o mundo pode ser acedido por todas e todos, ainda é notório o desconhecimento das diferentes oportunidades de carreira ligadas às tech. Mais uma vez, independentemente de ser mulher, todas as carreiras profissionais e respetivas progressões devem estar disponíveis e acessíveis em igualdade de circunstâncias”, defende.

“Num país ainda muito tradicionalista como é Portugal, é preciso encorajar uma educação (formal e lúdica) menos focada no género identitário, e mais nos skills necessários no mundo do trabalho, como a liderança, o apetite para o risco, a pesquisa, a negociação. Por exemplo, devemos encorajar as meninas a rebolarem na lama, a fazerem desporto, a caírem e fazerem nódoas negras… Pode não ficar bonito para as fotos do Facebook, mas dá-lhes confiança para toda a vida! Ou seja, aquilo a que chamávamos Marias rapazes antigamente e como se fosse defeito, deviam ser todas as meninas!”, comenta Manuela Doutel Haghighi.

Devemos aproveitar as redes sociais para mostrar às meninas e jovens que têm a possibilidade de influenciar as tecnologias que usam todos os dias ao aprenderem a programar essas mesmas tecnologias. Que se pode trabalhar numa empresa tech e ser-se cool, feminina e qualquer tipo de personalidade”, continua. E, acrescenta, “devíamos encorajar as mulheres que como eu já estão nas tech há alguns anos, a irem as escolas fazer palestras, ir a reuniões de pais e professores para inspirarem todos a incentivar o ensino e as carreiras nas tech, fazer parcerias com liceus, Universidades, e muita muita publicidade para dar visibilidade a estas mulheres”, defende a também mentora da Portuguese Women in Technology.

“O empoderamento feminino acontece quando as mulheres se expressam. É necessário dar oportunidade para as mulheres poderem partilhar conhecimento técnico desde cedo, de forma a ser possível validar o seu valor, para perceberem que são igualmente capazes e um dia, terem evidencias para se sentirem merecedoras de promoção. A autoconfiança feminina é um aspeto a trabalhar, tal como a síndrome do impostor“, conclui Ana Margarida Trigo.

(artigo atualizado às 10h59)

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Maioria quer demissão de Vieira do SLB e 62% pedem que Costa e direção saiam, revela sondagem

  • ECO
  • 14 Julho 2021

Cerca de 88% dos inquiridos considera que Vieira deve demitir-se da liderança do Benfica, enquanto 62% quer a saída de Rui Costa e da direção.

Depois dos desenvolvimentos do processo “Cartão Vermelho”, a maioria dos portugueses (88%) considera que Luís Filipe Vieira deve demitir-se do cargo de presidente do Benfica, segundo uma sondagem da Aximage para o Jornal de Notícias (acesso pago), DN e TSF. Quanto a Rui Costa e à restante equipa de diretores, 62% defendem a demissão em bloco e eleições antecipadas.

Vieira, que é suspeito de abuso de confiança, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais, foi detido na semana passada e suspendeu o mandato, que foi assumido por Rui Costa. Entre os benfiquistas, são 84% aqueles que querem a saída de Vieira, segundo mostra a sondagem, cujo trabalho de campo foi feito já depois do anúncio da suspensão de funções.

A percentagem daqueles que querem a saída de Rui Costa é menor entre os adeptos do clube dos encarnados: 52% dos benfiquistas queriam novas eleições, mas 40% defendiam que o presidente interino se mantivesse. As eleições deverão mesmo realizar-se no clube, até ao final deste ano, segundo um comunicado do Benfica.

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De Madoff a Oliveira e Costa. As maiores fraudes financeiras de sempre

Esquemas em pirâmide, vendas ilícitas ou ocultação de fundos: as fraudes financeiras proliferam e a última crise destapou vários casos. Veja o ranking com as maiores.

Esquemas em pirâmide, roubos ou ocultação de contas. As fraudes financeiras são tão antigas quanto as próprias finanças, mas 2008 foi um ano pródigo para a descoberta de negócios ilegais quando a crise económica global trouxe para a luz as vulnerabilidades do sistema. Em muitos casos, é possível identificar a pessoa ou empresa por trás do plano.

Não há um top ou ranking que defina exatamente quais as maiores fraudes financeiras de sempre — os critérios podem diferir e há esquemas para todos os gostos –, mas há um nome que é quase consensual: Bernard (Bernie) Madoff. Foi o maior “esquema de Ponzi” de sempre, que chegou aos 65 mil milhões de dólares, que o empresário norte-americano dizia gerir através do seu banco de investimento.

Destes, cerca de 45 mil milhões eram lucros falsos. O esquema em pirâmide liquidou ao todo 19 mil milhões de dólares de investidores, celebridades e instituições de caridade que eram clientes de Madoff desde a década de 1970. Personalidades como Steven Spielberg ou Kevin Bacon, e bancos como o Santander e o BBVA, constam da lista de lesados. De fundos portugueses julga-se que entraram 76 milhões de euros no esquema fraudulento de Madoff. Os lesados têm tentado aos poucos reaver o dinheiro investido, sendo que já terão sido recuperados 13,3 mil milhões de dólares (cerca de 12 mil milhões de euros), 70% do total perdido pelos investidores.

A 11 de dezembro de 2008, Bernard Madoff, então com 71 anos, foi condenado pelo juiz Denny Chin a 150 anos de prisão por vários crimes de fraude, branqueamento de capitais e relatórios falsos de despesa — a pena máxima pedida pelos procuradores americanos. Madoff acabou por morrer no cárcere, a 14 de abril de 2021, com 82 anos.

O esquema Ponzi pode ter sido celebrizado por Madoff, mas quem lhe deu nome foi o próprio Charles Ponzi. Nascido em Itália em 1882, percebeu que podia comprar selos para cartas de baixo custo, enviá-los para o estrangeiro e revendê-los a um preço mais elevado. Começou a angariar investidores, mas — em vez da taxa real de retorno de 5% — anunciava-lhes um ganho de 50%. Usava o dinheiro que recebia de uns para pagar aos outros até que a pirâmide caiu e Ponzi teve de fugir para os Estados Unidos, onde acabou por morrer.

Crise de 2008 faz disparar fraudes

Ao longo dos anos houve múltiplos esquemas e fraudes a marcarem a história. Entre eles contam-se as tentativas de vender a Torre Eiffel (duas vezes) por Victor Lustig ou o leilão do próprio Império Romano pelo suposto assassino do Imperador. Mas foi durante a crise de 2008 que as fraudes financeiras proliferaram (ou pelo menos, estão mais próximas e ainda frescas nas memórias e nas carteiras de muitos).

Quase tão conhecido quanto Madoff é o nome de Jerome Kerviel. Era trader júnior de derivados da Société Générale (onde tinha chegado em 2000 com apenas 23 anos), quando foram descobertas negociações não autorizadas entre 2006 e 2008 que acabaram por gerar perdas de 4,9 mil milhões de euros. O francês viria a ser conhecido como o “trader solitário” e entrou numa guerra judicial com a financeira que ainda dura.

Por volta da mesma altura o diretor-geral do Anglo Irish Bank, o terceiro maior banco da Irlanda, era descoberto por ter escondido 87 milhões de euros em empréstimos, num processo que resultaria na nacionalização do banco em 2009.

O mesmo destino teve, em Portugal, o Banco Português de Negócios (BPN), que foi nacionalizado em 2008 pelo Governo de José Sócrates. Logo na altura o presidente executivo desde 1998, António Oliveira e Costa, foi detido por suspeitas de irregularidades que levaram ao colapso. Só nove anos mais tarde, em 2017, o ex-banqueiro foi condenado a 14 anos de prisão pelos crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, infidelidade, aquisição ilícita de ações e fraude fiscal, tendo sido apenas absolvido do crime de branqueamento de capitais. Em 2018, viu a pena agravada em mais um ano de cadeia por abuso de confiança.

Oliveira e Costa — que não cumpriu a totalidade da pena pois morreu em março de 2020 — mantém-se no topo da lista das fraudes financeiras nacionais. No entanto, a falência do Banco Espírito Santo (BES) em 2014 está igualmente sob investigação. Aliás, teve já início o julgamento do antigo presidente Ricardo Salgado, por três crimes de abuso de confiança no âmbito da Operação Marquês.

Quais são os hotéis mais caros do país? Quem são as personalidades mais influentes no TikTok? E os gestores mais bem pagos da nossa bolsa? De segunda a sexta-feira, todos os dias há um ranking para ver aqui no ECO.

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Hoje nas notícias: SLB, rastreio e a vacina da Covid-19

  • ECO
  • 14 Julho 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Depois dos desenvolvimentos do processo “Cartão Vermelho”, 88% dos portugueses defendem que Luís Filipe Vieira deve deixar o cargo de presidente do Benfica. No campo da pandemia, a capacidade de rastreamento dos contactos dos infetados com Covid-19 atinge níveis baixos, mesmo numa altura em que os profissionais envolvidos no processo aumentam. Já quanto à vacina, a hesitação em tomar o fármaco ganha maior dimensão entre os desempregados e as pessoas que consomem mais redes sociais. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Maioria quer demissão de Vieira do SLB, revela sondagem

A maioria dos portugueses, 88%, consideram que Luís Filipe Vieira deve demitir-se do cargo de presidente do Benfica, segundo uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. Quanto a Rui Costa e à restante equipa de diretores, 62% defendiam a demissão em bloco e eleições antecipadas, algo que deverá acontecer até ao final do ano.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (ligação indisponível).

Um quarto dos contactos de infetados com Covid-19 não é rastreado

Só foi possível rastrear 74% dos contactos de infetados com Covid-19 em Portugal, na última semana de junho. Este valor corresponde à menor capacidade de rastrear e isolar contactos desde que os dados começaram a ser divulgados, apesar de o número médio de profissionais envolvidos no rastreamento ser o mais elevado desde o início de abril. Para além do aumento de casos, cansaço e falta de pessoal também contribuem para este fenómeno.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Desempregados e dependentes das redes sociais mais hesitantes com vacina

Inquéritos realizados a nível europeu nos últimos meses mostram que se verifica mais resistência à vacina entre a população pouco qualificada, desempregada, que vive fora das zonas urbanas. Existe maior hesitação entre os homens que mulheres, e mais na faixa etária entre os 35 e os 49 anos do que entre os mais jovens ou mais velhos. Para além disso, “pessoas que usam as redes sociais intensamente (durante três ou mais horas por dia) são ligeiramente mais hesitantes (30%) do que os outros”, sinaliza o relatório.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Testes gratuitos prometidos pelo Governo falham devido a problema informático

Os testes rápidos de antigénio comparticipados pelo Estado a 100% ainda não não estão a ser operacionalizados, devido a um problema informático no software usado pelas farmácias e que é assegurado pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. “Ainda não conseguimos fazer os testes com comparticipação porque não podemos emitir a notificação de comparticipação”, explica a responsável de uma farmácia abrangida nesta medida.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso condicionado).

Vacinação antecipada para mais de seis mil alunos de Erasmus

Cerca de seis mil estudantes do Ensino Superior que vão frequentar o programa Erasmus no primeiro semestre do próximo ano letivo estão a ser chamados para serem vacinados. O objetivo é que possam viajar com, pelo menos, uma dose da vacina contra a Covid-19. Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior validou listagens de alunos elaboradas pelas faculdades e remeteu-as para a task force.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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Marcelo “nada preocupado” com o OE. Recebe partidos até agosto

  • Lusa
  • 14 Julho 2021

Marcelo Rebelo de Sousa está convencido de que haverá "viabilização do Orçamento para o ano que vem e do Orçamento para 2023" e "nada preocupado" com esta matéria.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai receber os partidos políticos com assento parlamentar até ao final de julho, início de agosto, mas reiterou que não está “nada preocupado” com a aprovação do Orçamento do Estado para 2022.

“Eu fiquei de me encontrar com os partidos ainda antes das férias de verão, para aqueles que as tiverem, e portanto, como fiz nos últimos anos, certamente terei audiências aos partidos políticos até ao final de julho, até ao começo de agosto“, declarou o chefe de Estado aos jornalistas, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

Antes, Marcelo Rebelo de Sousa tinha sido questionado sobre a aprovação do Orçamento do Estado para 2022, reiterando que está convencido de que haverá “viabilização do Orçamento para o ano que vem e do Orçamento para 2023” e “nada preocupado” com esta matéria.

“Há meses que não tenho essas reuniões [com os partidos]. Tinha de 15 em 15 dias pela própria lógica da renovação do estado de emergência, terminaram em maio”, referiu.

Segundo o Presidente da República, “agora é altura de haver essas reuniões”, antes do “período eleitoral” das autárquicas de 26 de setembro, “que não é bom período para estar a receber os partidos”.

Nestas declarações aos jornalistas, à margem da apresentação de um livro do anterior presidente do conselho de administração da RTP, Gonçalo Reis, o chefe de Estado foi também questionado acerca da reunião com especialistas sobre a evolução da covid-19 em Portugal marcada para 27 de julho.

Marcelo Rebelo de Sousa confirmou que “as sessões do Infarmed foram acordadas com o senhor primeiro-ministro, concretamente uma reunião antes do mês de agosto, para fazer o balanço da situação e para olhar para o mês de agosto”.

“Faz sentido olhar para o que foi a evolução em maio, junho, julho – a última reunião foi no final de maio, e agora temos o retrato mais completo sobre maio, junho, e teremos sobre julho – e olhar para agosto e, portanto, para aquilo que pode ser a evolução desta fase que queremos que seja final da pandemia”, considerou.

Quanto a uma possível alteração da matriz de risco, o Presidente da República respondeu que seria prematuro comentar agora essa questão, que poderá vir a ser abordada “ou não nessa sessão, fora da sessão, antes da sessão” de 27 de julho.

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Bruxelas tem até dia 19 para nova decisão sobre ajuda à TAP

A suspensão da anulação da ajuda à companhia aérea em 2020, decretada pelo Tribunal Geral da EU, está quase a terminar. Comissão terá de adotar uma nova decisão até à próxima segunda-feira.

O acórdão do Tribunal Geral da União Europeia que a 19 de maio anulou a injeção de 1,2 mil milhões de euros na TAP, na sequência de uma queixa apresentada pela Ryanair, determinou simultaneamente a suspensão dos efeitos da decisão, tendo em conta o grave impacto para a companhia e a economia portuguesa. E dava duas opções à Comissão Europeia: ou avançar para um investigação aprofundada, o que não veio a acontecer, ou produzir uma nova decisão no espaço de dois meses. O prazo termina na próxima segunda-feira. O plano de reestruturação também não deve chegar antes dessa data.

“O Tribunal Geral determina, no entanto, que se a Comissão decidir adotar uma nova decisão sem iniciar o procedimento formal de investigação previsto no artigo 108.º do Tratado Sobre o Funcionamento da UE, a suspensão dos efeitos da anulação não poderão exceder dois meses a partir da data do acórdão”, pode ler-se no comunicado sobre a decisão judicial. O que significa que a suspensão dos efeitos da decisão termina no dia 19 de julho.

O ECO questionou a Comissão Europeia sobre a aproximação deste prazo limite, mas ainda não recebeu uma resposta. O que é esperado, no entanto, é que até essa data Bruxelas produza uma nova decisão que responda às questões suscitadas pelo Tribunal Geral da UE, evitando que a anulação dos 1,2 mil milhões de euros injetados na TAP em 2020 se materialize.

Plano de reestruturação também à espera

A resposta ao Tribunal Geral e a aprovação do plano de reestruturação da TAP são dois processos que correm separados na Comissão Europeia, mas ao que o ECO apurou junto de duas fontes, a luz verde ao segundo não deverá chegar antes da decisão sobre a primeira. Poderá, quando muito, chegar no mesmo dia.

O ministro das Infraestruturas afirmou na segunda-feira em entrevista à TVI24 que “o plano já não está em negociação” e que são esperadas novidades “nos próximos dias ou semanas”. “Há um trabalho que foi feito com a Comissão Europeia e esperamos que a breve prazo esteja aprovado”, acrescentou.

"O plano de reestruturação já não está em negociação. Esperamos ter o plano fechado com Bruxelas nos próximos dias ou semanas.”

Pedro Nuno Santos

Ministro das Infraestruturas

Pedro Nuno Santos salientou que, embora não exista ainda a luz verde de Bruxelas, a reestruturação já está em curso com a saída de trabalhadores — “são menos 2.400, um quarto da força de trabalho” — e a redução da frota. “Entre vendas e devoluções são quase menos 20 aviões no final do ano, face ao início de 2020. Passamos de 108 para 88 aviões”, precisou. Referiu ainda os cortes de 50% no salário dos pilotos e de 25% nos restantes trabalhadores, bem como a redução de rotas.

Questionado sobre as implicações de uma anulação da ajuda atribuída à companhia aérea em 2020, respondeu que “seria um drama para o país”, mas garantiu que o Governo continuaria “a encontrar soluções para salvar a TAP e a economia, que seria altamente afetada”.

O Tribunal Geral da União Europeia anulou a injeção de 1,2 mi milhões, a 19 de maio, por considerar que a aprovação pela Comissão Europeia não estava suficientemente fundamentada. A instituição com sede no Luxemburgo deu razão ao recurso da Ryanair, mas suspendeu a anulação, tendo em conta os graves impactos para a empresa e a economia, instando a Direção-Geral da Concorrência (DG Comp) a apresentar uma nova decisão.

O Tribunal considerou que não ficou demonstrado de forma inequívoca que a injeção pública era o único caminho possível, nem que não beneficia indevidamente terceiros. Além da ajuda à TAP, também o auxílio à KLM foi anulado. Questionada, a Comissão respondeu ao ECO a 6 de julho que “está a estudar cuidadosamente a decisão e a refletir sobre os possíveis passos seguintes”.

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Sonae Indústria formaliza pedido para sair de bolsa

  • Lusa
  • 14 Julho 2021

Empresa requereu à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a perda da qualidade de sociedade aberta.

A Sonae Indústria pediu a sua saída da bolsa de Lisboa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na sequência a deliberação tomada em assembleia-geral de acionistas no final de junho.

A “Sonae Indústria, SGPS, SA informa que, na sequência da deliberação tomada em assembleia-geral de acionistas, requereu, na presente data, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a perda da qualidade de sociedade aberta“, pode ler-se no requerimento publicado esta tarde na CMVM.

A saída de bolsa da empresa foi aprovada em 28 de junho em assembleia-geral de acionistas.

A 3 de junho, a Sonae Indústria comunicou à CMVM que iria ser votada a perda de sociedade aberta em assembleia-geral, tendo em conta que, após a conclusão da oferta de subscrição de ações do capital da empresa, passaram a ser imputáveis à Efanor Investimentos mais de 90% do total do capital e direitos de voto.

Segundo o mesmo documento, a Efanor considera que, face à concentração do capital e à consequente redução do free float e liquidez, “não se justifica a manutenção do estatuto de sociedade aberta”.

A empresa notou ainda, na altura, que o Código de Valores Mobiliários (CVM) determina que, no caso da saída de bolsa deve ser indicado um acionista “que se obrigue a adquirir”, em três meses, as ações pertencentes às pessoas que não tenham dado ‘luz verde’ a esta decisão.

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Governo pode antecipar excecionalmente em 2021 mais verbas do PRR

Em situações excecionais e devidamente fundamentadas, o montante de antecipação de fundos pode ser superior ao programado para este ano. Exceção ainda não foi usada.

O Governo vai poder antecipar mais fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do que o que estava previsto para este ano. A ideia é garantir a flexibilidade necessária no processo de antecipação dos fundos europeus para garantir que os cerca de 14 mil milhões de euros em subsídios a fundo perdido são executados sem atrasos.

O Executivo mudou os procedimentos de antecipação de fundos europeus de inscrição orçamental e de assunção de encargos plurianuais. A publicação em Diário da República da primeira alteração a uma portaria de março onde permite que “em situações excecionais e devidamente fundamentadas, o montante de antecipação de fundos” pode ser “superior à programação financeira aprovada para o ano de 2021 pelos instrumentos financeiros europeus”.

Apesar de até agora ainda não ter sido feito qualquer pedido neste sentido, como avançou ao ECO fonte oficial da Agência de Desenvolvimento & Coesão, o objetivo é “garantir a flexibilidade necessária no processo de antecipação de fundos que permita a criação de condições para uma implementação tempestiva dos projetos previstos no PRR”, explicou a mesma fonte.

“Assim, em casos excecionais e de modo a garantir todas as condições que permitam pôr os projetos no terreno, pode vir a revelar-se necessário antecipar valores superiores aos previstos para o ano de 2021 em alguns investimentos, em função da sua dimensão ou ambição”, acrescentou a mesma fonte.

Portugal tem até 2026 para executar os cerca de 14 mil milhões de euros em subvenções e os 2,7 mil milhões em empréstimos. Mas estes montantes estão ligados a marcos e objetivos devidamente calendarizados e só perante o cumprimento de cada um deles serão desembolsadas as verbas do PRR. De acordo com a avaliação da Comissão Europeia foram definidas 341 metas para Portugal cumprir em torno de 32 reformas e 83 investimentos.

E todas as leis e reformas inscritas no PRR têm de estar concluídas e implementadas para que possa haver o pagamento de uma nova tranche — sendo que podem ser feitas até um máximo de duas por ano. Isto porque só com as reformas implementadas é que estas podem produzir os seus efeitos. No caso de Portugal, a Comissão estima que o impacto máximo do PRR no PIB – quase 2,5% — será alcançado em 2026.

E a única entidade que avalia se as metas estão ou não cumpridas é a própria Comissão Europeia, sendo que não há uma verba específica atribuída ao cumprimento de uma meta específica. A Comissão admite a possibilidade de fazer pagamentos parciais até que todas as metas definidas sejam cumpridas. E também admite conversar com os Estados-membros para fazer o acompanhamento das reformas, mas não se mostra muito disponível para negociar metas.

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Garantias aos créditos em moratória são “melhor que nada”, mas empresas pedem apoio “mais agressivo”

Sem poder prolongar as moratórias bancárias, o Governo anunciou, em alternativa, que vai avançar com garantias sobre uma parte desses créditos. Empresários pedem apoios "mais agressivos".

O Estado vai dar garantias públicas sobre 25% do crédito sob moratória das empresas que integrem os setores mais castigados pela pandemia e firmem acordos com os seus respetivos bancos no sentido da reestruturação das dívidas. As empresas ouvidas pelo ECO consideram que a medida é positiva e “melhor do que nada“, mas pedem que o Governo seja “mais agressivo” nos apoios.

De acordo com o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, o Governo estima que “grande parte das empresas” não terá dificuldades em ultrapassar o fim das moratórias bancárias, mas admite que há setores que têm sido mais prejudicados pela crise pandémica e nos quais a retoma está a ser mais lenta.

Para esses, está já pensada uma nova medida de apoio: o Estado vai garantir 25% do crédito sob moratória das empresas que integrem esses setores e firmem até setembro com os respetivos bancos acordos de reestruturação das dívidas, “assegurando mais alguma carência e beneficiando de uma extensão de prazo no final do empréstimo“, explicou o responsável pela pasta da Economia, esta terça-feira.

O objetivo é libertar liquidez para facilitar a recuperação das atividades económicas através do alívio das obrigações em questão. As destinatárias desta medida são as empresas não financeiras, viáveis e que, independentemente da sua dimensão, cumpram os seguintes critérios: ter operações estabelecidas em Portugal; Ter, pelo menos, uma operação de crédito em moratória; Ter a atividade principal nos setores mais afetados — “toda a fileira do turismo“, uma parte do comércio não alimentar, cultura e entretenimento e de “alguns segmentos da indústria transformadora“, detalhou Siza Vieira –; Ter tido, à data do financiamento, a situação financeira regularizada; Registar quebras da receita operacional iguais ou superiores a 15% no ano de 2020, face a 2019, sem terem retomado ainda os níveis de 2019.

Este apoio foi preparado também porque o Executivo assegura que não tem a “faculdade de pura e simplesmente prorrogar as moratórias“, nem consideraria tal prolongamento adequado. Já em conversa com o ECO, Ricardo Tavares, da Associação Portuguesa de Bares, Discotecas e Animadores, diz considerar que essa prorrogação das moratórias, pelo menos, até à primavera do próximo ano seria essencial, já que só nessa altura os estabelecimentos deverão começar a faturar. “Os empresários nem têm o verão para trabalhar. Não sei como vamos fazer com os pagamentos” dos créditos, sublinha.

Especificamente sobre a solução anunciada pelo Governo, Ricardo Tavares salienta que parece estar em causa “um presente envenenado“, já que a maioria dos empresários do setor que representa já teve de fazer restruturações dos créditos e isso “nunca é vantajoso”. O setor dos bares e das discotecas tem sido um dos mais castigados pela pandemia, uma vez que se mantém encerrado por imposição do Executivo para conter a propagação do vírus.

Outro setor que está a ser muito afetado pela crise pandémica é o turismo. A Tomaz do Douro, por exemplo, registou quebras acima de 75%. Ao ECO, Célia Lima, diretora de marketing da empresa de cruzeiros no Douro, diz que a garantia pública anunciada por Siza Vieira vem ajudar, mas não “resolve os problemas todos”. “Sabemos que mais à frente vamos ter que pagar. Isto não é a fundo perdido, mas é sempre uma ajuda”.

Também a Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal (AHRESP) dá nota positiva à medida anunciada pelo Governo, frisando vem ao encontro das suas solicitações, mas defende que “a carência de capital adicional e a extensão do prazo do empréstimo devem ser concedidas de forma automática, sem que haja lugar a negociações e eventuais rejeições por parte dos bancos”.

Empresários dizem que 25% é pouco

Noutra área da atividade, César Araújo, presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC), também salienta que “por muito pouco que seja, já é uma boa medida face à crise que estamos a viver“. O responsável defende que as garantias deveriam cobrir 50% e não apenas 25% dos créditos sob moratória e considera que “o Estado deveria ser mais agressivo, no bom sentido da palavra, nos apoios que está a dar às empresas mais afetadas pela pandemia”.

O presidente da ANIVEC salienta ainda que a indústria do têxtil e do vestuário “tem sofrido bastante com a pandemia” e que “deve ser incluída nos setores mais afetados”. Para o líder da associação, estas medidas de apoio à reestruturação das empresas “não podem ter uma conotação negativa junto do Banco de Portugal sob pena de, num futuro próximo, esse impacto poder vir a prejudicar as empresas que obtiveram os apoios”.

Na mesma linha, Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), defende que as garantias públicas deveriam cobrir “no mínimo 50%” do crédito sob moratória, “para partilharmos esforço e risco”. “25% é pouco atendendo à [fraca] apetência para o risco por parte da banca”, salienta o responsável, referindo que essa percentagem mais distendida traria também “melhores condições para as empresas”.

Ainda assim, “os 25% são melhores do que não ter garantia pública“, atira Luís Miguel Ribeiro, que, tudo somado, considera que as medidas anunciadas pelo Governo “são razoáveis“, atendendo à falta de abertura por parte das instituições europeias para o prolongamento das moratórias. O responsável da AEP deixa, contudo, um alerta: “É preciso saber em que condições os bancos vão estar disponíveis para fazer essas reestruturações [das dívidas]. Penso que as medidas são interessantes, mas o que fará a diferença são as condições como as empresas vão aceder a elas.

Também Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da Associação Portuguesa da Indústria do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Sucedâneos (APICCAPS), frisa: “A medida é globalmente positiva, mas temos alguma expectativa em relação à sua concretização, até porque faltam pormenores técnicos que serão decisivos para uma avaliação mais definitiva“. O responsável considera que a solução adotada pelo Governo é “muito oportuna”, antecipando que a recuperação plena do setor do calçado só irá acontecer em 2023.

No setor dos eventos, Jorge Ferreira, diretor executivo da BestEvents — que organiza feiras nacionais e internacionais dedicadas aos casamentos — também considera que a medida anunciada por Siza Vieira é positiva. “Acaba por ser sempre uma ajuda principalmente nesta fase de indecisão: as empresas estão a contar fazer um casamento amanhã e, entretanto, surge uma medida nova que obriga o setor a cancelar tudo”.

O responsável acrescenta que “todos os apoios do Governo são sempre bem-vindos” e salienta que não é possível pedir “mundos e fundos”. Ou seja, “É melhor esse apoio que nenhum“, diz Jorge Ferreira. E Elmar Derkitsch, diretor-geral do Lisbon Marriott Hotel, também dá nota positiva às garantias anunciadas pelo Governo, ressalvando que não é o responsável direto pela gestão das moratórias.

Esta terça-feira, o ministro da Economia explicou, também, que a alocação da dotação das garantias pelos bancos será feita em função do peso relativo de crédito em moratória nos setores mais afetados, sendo que as garantias reais que existam vão manter-se, assim como, “em princípio”, a taxa de juro atualmente em vigor nos empréstimos em moratória.

O Governo estima que os setores mais afetados pela pandemia tenham em moratória cerca de oito mil milhões de euros de crédito e que cerca de dois terços desse stock precisarão do apoio em causa. Ou seja, o Estado deverá dar garantias até 1,32 mil milhões de euros, considerando os 25%.

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5 coisas que vão marcar o dia

Esta quarta-feira, vão ser divulgados os resultados relativos ao IPO da Greenvolt, enquanto que o IGCP vai ao mercado captar até mil milhões de euros. BCE vai discutir prós e contras do euro digital.

Esta quarta-feira serão conhecidos os resultados relativos à Oferta Pública inicial (IPO) da Greenvolt, enquanto que o IGCP vai ao mercado captar até mil milhões de euros. Ainda no plano económico, o ministro da Economia vai ser ouvido na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no Parlamento. BCE discute prós e contras sobre a criação de um euro digital.

Apuramento dos resultados do IPO da Greenvolt

Esta quarta-feira serão conhecidos os resultados relativos à Oferta Pública inicial (IPO) da Greenvolt. Até à passada sexta-feira, a empresa liderada por Manso Neto já tinha garantido ordens de mais de 150 milhões de euros junto de investidores institucionais. Na terça-feira, a Greenvolt revelou que vai alienar pouco mais de 30 milhões de títulos por 4,25 euros, cada, o valor mais baixo do intervalo que tinha definido, que chegava aos 5 euros.

Siza Vieira é ouvido no Parlamento

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, vai ser ouvido na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no Parlamento. Nesta audição regimental, o ministro poderá dar mais pistas sobre os novos apoios à economia para fomentar a recuperação económica. Esta terça-feira, Siza Vieira apontou que o Estado vai estar disponível para dar garantias até 25% do crédito sob moratória das empresas dos setores mais castigados pela Covid-19.

IGCP vai ao mercado captar até mil milhões de euros

O IGCP vai realizar esta quarta-feira dois leilões de Obrigações do Tesouro com um montante indicativo global entre 750 milhões de euros e 1.000 milhões de euros, que atingem a maturidade em outubro de 2030 e em abril de 2037.

BCE discute prós e contras de um euro digital

O Banco Central Europeu realiza esta quarta-feira uma reunião, em Frankfurt, na Alemanha, para discutir os prós e contras da criação de um euro digital como meio de pagamento. Em fevereiro, Fabio Panetta, membro do conselho executivo do regulador europeu, admitiu que o euro digital pode vir a tornar-se numa realidade dentro de “quatro ou cinco anos” e com um limite em torno de 3.000 euros por pessoa. Já em abril, o BCE revelou que decidirá até meados de 2021 se lançará um estudo formal sobre um euro digital.

Eurostat divulga dados sobre a produção industrial

O Eurostat divulga os dados relativos à produção industrial na União Europeia referentes a maio de 2021. Em abril, a produção industrial aumentou 39,3% na Zona Euro e 38,7% na União Europeia face ao mês homólogo. Trata-se, portanto, de uma aceleração face a março e a maior subida dos últimos seis meses, segundo os últimos dados divulgados pelo gabinete de estatísticas europeu.

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Portugal continental com 476 surtos ativos de Covid-19

  • Lusa
  • 14 Julho 2021

Estes "dados contrastam drasticamente com o máximo de surtos ativos registado em fevereiro de 2021, quando chegaram a existir em Portugal continental 921 surtos ativos”, diz a DGS.

Portugal registava, na segunda-feira, 476 surtos ativos no continente, dos quais 18 em lares de idosos e dois em instituições de saúde, segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) avançados à Lusa.

De acordo com a a DGS, “estes dados contrastam drasticamente com o máximo de surtos ativos registado em fevereiro de 2021, quando chegaram a existir em Portugal continental 921 surtos ativos”.

A maioria dos surtos ativos registou-se na Região de Lisboa e Vele do Tejo, com 350, enquanto a Região Norte tinha 46, o Algarve 31, o Alentejo 24 e a região Centro 25.

Segundo os dados da DGS, 84 surtos ativos diziam respeito a estabelecimentos de educação e ensino dos setores público e privado, que englobam escolas, ensino superior, creches e demais equipamentos sociais.

Um surto ativo é constituído por dois ou mais casos confirmados com ligação epidemiológica entre si no tempo e no espaço, explica a DGS, adiantando que “só depois de terem decorrido 28 dias após a data do diagnóstico do último caso confirmado (dois períodos de incubação sem novos casos) é que o surto é dado como encerrado”.

Portugal registou esta terça-feira, 13 de julho, nove mortos atribuídos à Covid-19 e 2.650 novos casos de infeção, mais 868 do que na segunda-feira, segundo o boletim epidemiológico da DGS.

A maioria das infeções voltou a ser registada na região de Lisboa e Vale do Tejo, com 1.141 novos casos, o que representa 43% do total do país, que ultrapassou hoje os 912.406 casos acumulados.

Mais 13 pessoas estão internadas em enfermaria, num total de 742, e há menos dois doentes em unidades de cuidados intensivos, que acolhem agora 161 pessoas.

Segundo os dados avançados à Lusa, a maior parte dos doentes internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) tem entre 50 e 59 anos (43), seguidos dos 40 aos 49 anos (39), dos 60 aos 69 anos (31).

Vinte dos doentes internados em UCI têm entre 30 e 39 anos, 18 têm entre 70 e 79 anos, nove têm idades entre os 20 e os 29 anos e três têm mais de 80 anos.

Quantos aos doentes internados em enfermaria, os dados precisam que 104 têm mais de 80 anos, 100 têm idades entre os 40 e os 49 anos, 93 entre 70 e 79 anos, 86 estão na faixa dos 30 aos 39 anos e 79 têm entre 60 e 69 anos.

Há ainda 68 doentes que têm entre 50 e 59 anos e 26 estão na faixa etária dos 20 aos 29 anos, referem os dados da DGS, segundo os quais há quatro crianças com idades até aos nove anos internados em enfermaria, bem como seis jovens com idades entre os 10 e os 19 anos.

A pandemia de Covid-19 já matou em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, 17.173 pessoas e foram registados 912.406 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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Banca aplaude solução para o fim das moratórias. Cria “condições para transição suave”

Governo vai dar garantias aos créditos em moratória das empresas mais afetadas pela pandemia. Banca ainda vai avaliar condições de aplicação prática da medida, mas diz que vai "no bom sentido".

O Governo já tem uma solução para o fim das moratórias. Parte desse plano passa por conceder garantias até 25% do crédito em moratória das empresas dos setores mais afetados pela pandemia. Ou seja, quer partilhar o risco de eventuais reestruturações de dívidas de empresas com a banca, que diz que a medida “vai no bom sentido”. Cria as “condições para uma transição suave” no período pós-moratórias, afirma a Associação Portuguesa de Bancos em declarações ao ECO.

“Na generalidade, trata-se de uma medida de apoio às empresas que, sendo viáveis, pertencem a setores de atividade que foram bastante afetados pela pandemia, criando condições para uma transição suave que lhes permita ter mais tempo para recuperar a sua liquidez”, sublinha a associação liderada por Vítor Bento, que substituiu Faria de Oliveira no final de maio.

“Esta tem sido, aliás, a posição que a APB tem vindo a defender, pelo que consideramos que é uma medida que vai no bom sentido, de apoio e estímulo à recuperação económica”, acrescenta a organização que representa o setor bancário.

De acordo com Pedro Siza Vieira, poderão estar em causa apoios públicos na ordem dos 1,32 mil milhões de euros, destinados a ajudar empresas de “toda a fileira do turismo”, de uma parte do comércio não alimentar, da cultura e entretenimento e de “alguns segmentos da indústria transformadora”.

A medida poderá beneficiar mais de 24 mil empresas dos setores considerados sensíveis, que têm créditos suspensos pelas moratórias num total de 8,5 mil milhões de euros, segundo os últimos dados do Banco de Portugal.

"Na generalidade, trata-se de uma medida de apoio às empresas que, sendo viáveis, pertencem a setores de atividade que foram bastante afetados pela pandemia, criando condições para uma transição suave que lhes permita ter mais tempo para recuperar a sua liquidez.”

Associação Portuguesa de Bancos

Apesar de antecipar dificuldades para algumas empresas, o ministro da Economia considera que a grande maioria não vai ter problemas em superar o fim das moratórias públicas, cujo regime termina em setembro.

Para acederem à medida anunciada esta terça-feira, as empresas terão de apresentar quebras da sua receita operacional de, pelo menos, 15% e não poderão ainda ter retomado o nível de faturação de 2019, detalhou, por um lado, Siza Vieira. Por outro, o Estado só concederá as garantias mediante um acordo individual entre empresa e banco quanto a uma reestruturação do crédito que permita “mais alguma carência” ou “uma extensão de prazo no final do empréstimo”.

Banca analisa condições de aplicação

Sem entrar em grandes detalhes quanto à solução apresentada pelo Governo, a APB diz que “os bancos irão agora analisar os pormenores da medida e avaliar as condições da sua aplicação prática”.

Contactado pelo ECO, o BPI disse que se trata de “uma medida positiva e razoável”, e o Novo Banco acredita que “será certamente um importante contributo às restruturações necessárias, quer ao nível do reforço das garantias, quer ao alongamento cauteloso dos prazos”.

“Será fundamental que o reforço da garantia e as restantes medidas permitam evitar a reclassificação do crédito. É fundamental que a moratória sirva a recuperação empresarial e não para arrastar situações tóxicas”, apontou o CEO António Ramalho.

Há muito que bancos e empresas esperavam por novidades do Governo quanto às medidas de apoio para o fim das moratórias bancárias, que foram criadas em março do ano passado para ajudar a ultrapassar as restrições económicas e financeiras provocadas pelos confinamentos.

As medidas anunciadas esta terça-feira pelo Governo abrangem apenas créditos de empresas, deixando os particulares de fora. No final de maio, os bancos tinham cerca de 38,5 mil milhões de euros de créditos em moratória, entre famílias e empresas.

Siza Vieira anunciou ainda a criação de um Fundo de Capitalização de Empresas, com uma dotação inicial de 1,3 mil milhões de euros, podendo o capital ser reforçado em mais mil milhões. Este fundo visa assegurar a capitalização das empresas mais prejudicadas pela pandemia e outras empresas com potencial de crescimento.

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