12% dos senhorios querem aumentar rendas no segundo semestre

  • Lusa
  • 8 Julho 2021

12% dos proprietários de imóveis ponderam aumentar o valor das rendas em novos contratos a celebrar no segundo semestre, segundo estudo da Associação Lisbonense de Proprietários.

Um estudo da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) concluiu que 12% dos inquiridos ponderam aumentar o valor das rendas de imobiliário em novos contratos a celebrar no segundo semestre, 76,5% pretendem manter e 10,9% admitiram baixar.

“Quando questionados sobre que preços vão praticar em novos contratos a celebrar no segundo semestre de 2021, três quartos (76,5%) dos proprietários inquiridos respondem que vão manter os preços inalterados. Mas a percentagem de proprietários que pretendem aumentar os preços (12,6%) é maior do que a percentagem daqueles que indicam que vão diminuir os valores praticados (10,9%)”, concluiu o Barómetro “Confiança dos Proprietários”, da ALP, divulgado esta quinta-feira.

O barómetro foi realizado entre 1 de maio e 7 de junho de 2021 e reuniu mais de duas centenas de proprietários, dos quais quase três quartos associados da ALP (75,5%).

Relativamente ao impacto da pandemia nos preços no arrendamento, 36,4% dos respondentes consideram que os preços vão estabilizar e 35,5% acreditam que irão diminuir.

No que diz respeito à compra e venda de imóveis na segunda metade do ano, 44,9% dos proprietários inquiridos são da opinião de que se vão vender menos imóveis, mas pensam que os preços se irão manter em níveis anteriores à pandemia.

Já um terço (33,6%) acredita que os investidores estrangeiros vão ser os principais compradores de imóveis em Portugal durante o segundo semestre, com outro terço (33,2%) a considerar que os preços vão cair, sobretudo no segmento não-habitacional (escritórios/comércio).

“Apenas 6,1% dos inquiridos estão convencidos de que a ‘bolha do imobiliário’ no segmento de compra e venda vai ‘rebentar’, refere a ALP.

Quanto a obras de reabilitação urbana, um terço da amostra inquirida diz pretender fazer operações deste género na segunda metade do ano, sendo que a eficiência energética é um tema que assume importância para quase três quartos dos respondentes (73,5%).

Neste sentido, dos proprietários que pretendem avançar com obras de melhoria da eficiência energética, um quarto afirma que irá recorrer a verbas do Fundo Ambiental, concretamente da segunda fase do Programa de Edifícios Mais Sustentáveis, para substituir caixilharias de janelas (82,4%), reforçar o isolamento térmico das habitações (49,3%) e um quarto a avaliar a instalação de soluções de produção de energia sustentável/renovável.

O inquérito da ALP tem expressão nacional, mas mais de metade (48,6%) dos inquiridos detêm imóveis na região da Área Metropolitana de Lisboa.

A grande maioria dos inquiridos (93,2%) são proprietários de imóveis colocados no mercado de arrendamento tradicional e 58,6% dos respondentes são proprietários de um a cinco imóveis.

Apenas 2,3% dos proprietários têm imóveis no arrendamento acessível

Apenas 2,3% dos proprietários tem imóveis colocados nos programas de arrendamento acessível e 91,7% dizem não confiar nestas medidas, sobretudo porque não podem escolher os inquilinos e por receio de que os benefícios fiscais sejam alterados unilateralmente pelo Estado.

De acordo com a terceira edição do Barómetro “Confiança dos Proprietários”, da ALP, “os proprietários desconfiam do Estado e por isso dão nota muito negativa aos programas de arrendamento acessível: 91,7% dos proprietários não confiam nestes programas do Governo/municipais e apenas 2,3% dispõem de imóveis colocados neste mercado”.

Entre os motivos para desconfiar deste tipo de programas, três quartos (75,1%) dos proprietários apontou o facto de não poderem escolher pessoalmente os inquilinos como a principal razão, seguindo-se o receio de que os benefícios fiscais destes programas e outros termos contratuais sejam alterados unilateralmente pelo Estado, apontado por cerca de 70% dos inquiridos.

Adicionalmente, 40,5% dos proprietários consideram que os valores de renda praticados nestes programas são pouco atrativos, enquanto a burocracia inerente aos programas é também apontada por 38% como um dos motivos que afasta proprietários.

“Muito relevante também para a discussão do falhanço do arrendamento acessível é o facto de mais de metade (51,4%) dos proprietários inquiridos afirmarem suportar ainda contratos de arrendamento antigos, com rendas congeladas (anteriores a 1990)”, aponta a ALP.

Quatro em cada 10 proprietários de imóveis com rendas em atraso em junho

De acordo com o estudo da ALP, quatro em cada 10 associados tinha rendas de imóveis em atraso no início de junho, dos quais 18,3% tem mais de meio ano por receber.

De acordo com a terceira edição do Barómetro, “o nível de incumprimento mantém-se inalterado face à anterior edição do estudo da ALP, referente a janeiro de 2021: 40,2% dos inquiridos – ou seja, quatro em cada dez – declaram ter rendas em atraso”.

Destes, mais de um terço (36,5%) acumula perdas de três a seis meses de rendas, outro terço (33,9%) entre duas e três rendas em falta e uma parcela de 18,3% dos inquiridos tem mais de meio ano de rendas em atraso.

Segundo a mais antiga estrutura representativa dos proprietários urbanos, “apesar destes dados preocupantes, praticamente três quartos da amostra (74,4%) não vai instruir na justiça um processo de despejo”.

Dos que têm rendas em atraso e não pretendem avançar para a justiça, 59,7% disse que o faz “por solidariedade com as dificuldades que a pandemia trouxe aos inquilinos”, enquanto 22% admitiu não recorrer aos tribunais devido à morosidade dos processos.

De acordo com a ALP, os atrasos são “uma situação crónica do estado da justiça em matéria de arrendamento, mas muito agravada pela pandemia e pelas moratórias de suspensão de denúncias e despejos”.

Dada a conjuntura, quase dois terços dos inquiridos (64,4%) demonstraram não ter confiança na evolução do mercado imobiliário no segundo semestre deste ano.

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“Aquilo que está no OE2021 é para ser executado em 2021”, diz João Oliveira

  • ECO
  • 8 Julho 2021

O líder comunista avisa o Governo de que recusa deixar para o Orçamento do Estado de 2022 aquilo que foi negociado para 2021.

O PCP recusa deixar para o Orçamento do Estado de 2022 (OE2022) aquilo que foi negociado para 2021. O aviso é deixado pelo líder comunista, João Oliveira, pouco tempo antes de se sentar com o Governo para fazer o balanço das medidas concretizadas. Em entrevista ao Público e à Renascença, faz questão de separar as águas e garantir também que a negociação orçamental não serve para discutir legislação laboral.

“Nós nem sequer queremos dar ao Governo o pretexto para dizer ‘não foi feito agora, mas há de ser feito em 2022′”, diz João Oliveira, notando que “isso não será uma resposta aceitável” e que “aquilo que ficou inscrito em 2021 é para ser executado em 2021”. Assim, sublinha que a execução do OE2021 é um “elemento imprescindível” para a aprovação do OE2022.

O líder comunista adiantou que nas discussões para o OE2022, o PCP vai insistir no aumento das pensões e na gratuitidade das creches. Além disso, João Oliveira falou ainda na legislação laboral, garantindo que “é preciso mudar a lei laboral e não a considerar uma espécie de vaca sagrada em que não se possa mexer”. “É preciso que seja alterada para melhor, revogando as normas mais gravosas”, rematou.

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Younited levanta 170 milhões e entra nos pagamentos digitais em Portugal

A fintech francesa completou uma nova ronda de investimento, que juntou o Goldman e a Bridgepoint ao leque de acionistas. Serviço de pagamentos digitas vai chegar a Portugal e Espanha.

A Younited levantou 170 milhões de dólares (o equivalente a 144 milhões de euros) numa nova ronda de investimento que permitirá à empresa alargar a Portugal e Espanha o seu serviço de pagamentos digitais, consolidar a presença na Europa e desenvolver novos produtos.

A fintech francesa eleva para 400 milhões de dólares o capital angariado desde a sua criação em 2012. Ganha também dois novos acionistas, Goldman Sachs e a Bridgepoint, que se juntam a um grupo onde já estavam a Eurazeo, a Bpifrance Large Ventures e a AG2R La Mondiale, que também participaram na operação.

A atuar no segmento do crédito ao consumo em Portugal desde 2018, a empresa vai entrar também no mercado dos pagamentos digitais, com o lançamento do Younited Pay durante o segundo semestre. “Trata-se de uma solução de pagamento que permite a empresas com comércio online e lojas físicas fornecerem produtos de pagamentos alargados, de 3 a 48 meses, aos seus clientes”, explica Xavier Pallàs, CEO da Younited para Portugal e Espanha.

O responsável afirma que o sistema já é usado em França “por alguns dos mais importantes websites de e-commerce, como Free, Micromania e LDLC, e em Itália pelos principais distribuidores dos produtos Apple”. A adesão estende-se aos pontos de venda físicos, garante, “com mais de 50% dos pagamentos efetuados desde janeiro a serem feitos em loja”, afirma.

Além de alargar os mercados do Younited Pay, Xavier Pallàs explica que os 170 milhões de dólares servirão para “a consolidação da presença na Europa, nomeadamente em França, Itália, Espanha, Portugal e Alemanha” — os mercados estrangeiros da fintech já representam 40% das receitas — “investir na rede de parceiros business to business“, desenvolver “a estratégia de inovação de produtos baseados em dados e em inteligência artificial”, bem como o desenvolvimento de serviços de apoio financeiro personalizados”.

"Este novo investimento, especificamente para Portugal, permitir-nos-á financiar 4 milhões de euros por mês, chegando a 50 milhões de euros financiados em 2022.”

Xavier Pallàs, CEO da Younited para Portugal e Espanha

Desde que começou a operar em Portugal, em junho de 2018, a empresa regista um total de 4.436 créditos autorizados, num volume de 31 milhões de euros. “Este novo investimento, especificamente para Portugal, permitir-nos-á financiar 4 milhões de euros por mês, chegando a 50 milhões de euros financiados em 2022”, antecipa o CEO para a Península Ibérica.

Fundo para Portugal espera pelos 100 milhões

Na calha está a criação de um fundo para os empréstimos em Portugal, que para já estão a ser financiados diretamente pela Younited. “Primeiro queremos consolidar o volume, acima de 100 milhões de euros, e a performance que já conta com um histórico robusto”, explica.

No segmento business to business (B2B) o objetivo passa por “conseguir ter cinco parceiros high level a utilizar as nossas soluções para o e-commerce e para o retalho presencial até 2022, tanto para Portugal como para Espanha”, aponta Xavier Pallàs.

A empresa deu conta recentemente da intenção de chegar aos 100 colaboradores no mercado ibérico. Os escritórios na Península são em Barcelona. A equipa já conta com 20 colaboradores portugueses e as contratações vão continuar. “Vamos fortalecer a equipa para o mercado ibérico com profissionais de marketing e vendas e desenvolvimento, como lead data analysts, UX e UI designers, data product managers, DevOps e também para a nossa equipa jurídica”, afirma o responsável.

A Younited tem uma licença de instituição de crédito do BCE, oferecendo serviços financeiros a particulares, como empréstimos ao consumo, crédito, recompra de créditos, coaching orçamental e contas a prazo. Fornece ainda soluções tecnológicas SaaS Bank-as-a-Service a empresas. Desde que foi fundada, em 2012, já concedeu 2,6 mil milhões de euros em empréstimos. Emprega mais de 440 pessoas e está presente em seis países: França, Itália, Espanha, Portugal, Alemanha e Áustria.

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Dispensa de isolamento só quando 90% da população de risco estiver vacinada

  • ECO
  • 8 Julho 2021

Autoridades de saúde estão a ponderar a hipótese de dispensar de isolamento as pessoas vacinadas, mas só quando 90% da população de risco estiver inoculado.

As autoridades de saúde estão a estudar a possibilidade de dispensar quem já foi completamente vacinado de cumprir isolamento após contacto com um caso positivo. A medida ainda não está fechada e, para entrar em vigor, é preciso que 90% da população vulnerável em Portugal já esteja imunizada — uma percentagem que ainda é indicativa, avança o Observador (acesso pago).

Uma fonte familiarizada com o tema explicou ao jornal que o relaxamento das medida de isolamento só pode avançar quando “a cobertura vacinal for suficientemente grande para uma pessoa vacinada estar maioritariamente rodeada de outras pessoas que também já foram vacinadas”, sobretudo se os indivíduos em causa forem mais vulneráveis perante uma infeção por coronavírus.

Atualmente, as pessoas vacinadas têm de cumprir isolamento durante duas semanas, exceto se realizarem um teste com resultado negativo ao décimo dia, uma medida que está a provocar alguma discórdia, principalmente depois de o primeiro-ministro ter sido obrigado a ficar em isolamento profilático mesmo após testar negativo à Covid-19 e ter a vacinação completa há alguns meses.

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Quanto tempo vou estar na fila? Este site mostra os “semáforos” dos centros de vacinação

  • ECO
  • 8 Julho 2021

Se vai receber a vacina da Covid-19, já está disponível o site que permite saber qual o tempo de espera estimado com base na a afluência de pessoas. Funciona com um sistema de "semáforos".

A vacinação contra a Covid-19 está a acelerar, o que significa maior afluência aos locais de vacinação. Neste contexto, esperar na fila é um cenário cada vez mais provável e comum para os cidadãos que respondam “sim” à convocatória. Mas agora é possível saber quanto tempo poderá ter de esperar antes de se deslocar para o centro de vacinação.

As autoridades de saúde estão conscientes da maior afluência de pessoas, que o Governo diz ter sido uma “escolha”, para travar a propagação da variante Delta. Por isso, instituiu um sistema de semáforos virtuais que permite conhecer como está a correr o processo em tempo real nos vários locais. A plataforma já está disponível aqui.

Um semáforo vermelho indica uma probabilidade de tempo de espera superior a uma hora, enquanto o semáforo amarelo aponta para um período entre 30 minutos e uma hora. O semáforo verde indica que o tempo de espera deverá ser inferior a meia hora. A par desta plataforma, está também disponível um site que permite conhecer os horários dos vários locais.

O autoagendamento da vacina contra a Covid-19 abriu na quarta-feira para pessoas com mais de 25 anos. Na terça-feira, foi atingido um recorde de mais de 154.600 vacinas administradas num só dia.

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Restauração aprova teste Covid-19 à entrada: “Medidas que permitam trabalhar mais são sempre positivas”

Os restaurantes ouvidos pelo ECO concordam com a exigência de teste à Covid-19 à entrada, se isso permitir fechar depois das 15h30 aos fins de semana nos concelhos de risco muito elevado.

Os restaurantes contactados pelo ECO dizem ver com bons olhos a introdução de testes à Covid-19 à entrada dos estabelecimentos, se isso os permitir operar com menos restrições. Nos concelhos de maior risco, onde os horários são mais limitados, a medida poderia representar um balão de oxigénio para o negócio, numa altura que o setor continua a ser fortemente castigado pela pandemia.

O Observador avançou que o Governo está a estudar a introdução de testes à Covid-19 para o acesso a restaurantes. De acordo com o jornal, a intenção é a de que, nos concelhos de risco muito elevado, estes estabelecimentos possam continuar abertos para lá das 15h30, servindo os clientes que aceitem submeter-se ao despiste do coronavírus, ou que, presumivelmente, já tenham anticorpos naturais ou derivados da vacina.

O concelho de Albufeira é um dos que está sujeito a medidas mais apertadas há já duas semanas. Aos sábados e domingos, o comércio tem de encerrar portas depois do almoço, incluindo os restaurantes. E também existem limitações nas lotações, tanto para o interior como para as esplanadas.

O proprietário do restaurante Louro & Salsa, localizado precisamente em Albufeira, concorda com a introdução de testes para entrar nos restaurantes e explica ao ECO que “todas as medidas que permitam a restauração trabalhar mais são sempre positivas. Apesar de concordar com a possibilidade que estará em cima da mesa, João Soares alerta que pode ser “uma medida discriminatória”, mas ainda assim afirma que a “lei é que manda”.

O Louro & Salsa tem fechado às 15h30 aos fins de semana e às 22h30 durante a semana. O proprietário alerta que, para além desta restrição, que não é benéfica para o setor, há outro problema: a falta de turistas, que não está a permitir ao trabalhar a todo gás. “No Algarve, estamos a sofrer bastante, porque vivemos de turismo e alguns negócios já fecharam portas”, avisa o empresário.

Em Lisboa, a restauração também tem que fechar portas aos fins de semana pouco depois da hora de almoço. O proprietário do Restaurante Belmiro diz ao ECO que a possibilidade avançada na imprensa é uma “excelente ideia” e só o facto de estarem abertos durante o dia todo de sábado “seria fantástico”, defende Belmiro Jesus.

Apesar de concordar totalmente com a ideia, alerta que a medida “vai provocar desconforto nos clientes”. O proprietário do Restaurante Belmiro justifica que as pessoas vão ao restaurante para almoçar ou jantar descansadas e vão ter que fazer mais um teste. No entanto, destaca que “é a única alternativa” para o setor continuar a abrir o dia todo ao fim de semana.

Numa altura em que o Porto já recuou para uma fase intermédia do desconfinamento e corre o risco de enfrentar as restrições mais apertadas, o proprietário e chefe da Churrasqueira Portuguesa da Maia Steakhouse também concorda “a 100%” com esta possibilidade. “É preciso fazer alguma coisa para continuarmos a trabalhar. É melhor isso do que ter que fechar às 15h30 ao fim de semana”, destaca António Sequeira.

O proprietário e chefe da Churrasqueira Portuguesa da Maia Steakhouse diz que, com esta testagem em massa, as “pessoas vão sentir-se mais seguras ao entrar num restaurante”. Para além da Steakhouse da Maia, Antonio Sequeira é proprietário da Churrasqueira Portuguesa no Porto, Penafiel e Matosinhos.

A aprovação não é unânime. O chefe Vasco Santos, do restaurante Euskalduna, considera que a medida “não faz muito sentido”, mas ressalva que prefere assim do que ter que encerrar mais cedo. “Se esta for uma medida que possibilite as pessoas de ficarem até mais tarde nos restaurantes aos fins de semana e feriados, apesar de considerar que não faz muito sentido, prefiro isso a ter que encerrar mais cedo”, destaca o chefe portuense.

O chefe Vasco Santos tem dúvidas de como vão ser feitos os testes. “Vamos nós pôr o cotonete [zaragatoa] no nariz dos clientes? Não faz sentido nenhum”, destaca. Além do mais, mostra-se apreensivo com a forma como as pessoas poderão reagir. “Vai existir o cliente que vai achar muito estranho e vai optar por não ir aos restaurantes, e depois vai existir o cliente que até se vai sentir mais seguro e que não se importa”.

A medida ainda não está fechada, nem é oficial. Segundo o Observador, para já, certo é que não se irá aplicar aos almoços durante a semana. A intenção é que os restaurantes localizados em concelhos de risco muito elevado não sejam obrigados a fechar às 15h30 nos fins de semana e possam ficar abertos até mais tarde, desde que os clientes apresentem um teste negativo à Covid-19.

Todos os proprietários ouvidos pelo ECO dizem que os testes à Covid-19 devem ser comparticipados pelo Governo. “Seria justos os testes serem comparticipados pelo Governo ou pelas autarquias. Não deve recair sobre as empresas, porque já temos muitos custos e pouca faturação. Se o custo recair sobre as pessoas, também será complicado. Se as pessoas vão gastar dinheiro num teste, já não vão gastar nos restaurantes”, afirma o proprietário do Louro & Salsa.

O chefe Vasco Santos diz, por sua vez, que as autarquias deviam ajudar na comparticipação dos testes, tendo em conta que “nada fizeram, até agora, para apoiar o setor”, acusa. Já o proprietário do Restaurante Belmiro defende que os testes deveriam ser comparticipados pelo Governo, até porque afirma que “até agora não teve qualquer apoio do Executivo”. “É uma obrigação do Estado pagar estes encargos”, afirma.

O ECO contactou também a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), mas não obteve resposta até ao fecho deste artigo.

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Hoje nas notícias: Isolamento, Orçamento e multas

  • ECO
  • 8 Julho 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O dia começa com a notícia de que as autoridades de saúde estão a ponderar dispensar de isolamento as pessoas vacinadas quando 90% da população de risco já estiver vacinada. Ainda sobre a pandemia, foram emitidos 1,65 milhões de certificados Covid-19 em apenas uma semana. Conheça estas e outras notícias que marcam a atualidade.

Dispensa de isolamento só quando 90% da população de risco estiver vacinada

As autoridades de saúde estão a estudar a possibilidade de dispensar quem já foi completamente vacinado contra a Covid-19 de cumprir isolamento após o contacto com um caso positivo, mas apenas quando cerca de 90% da população vulnerável em Portugal estiver imunizada — um número que ainda é indicativo, mas que está em cima da mesa neste momento.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

“Aquilo que está no OE2021 é para ser executado em 2021”, diz João Oliveira

O PCP recusa deixar para o Orçamento do Estado de 2022 aquilo que foi negociado para 2021. O aviso é deixado pelo líder parlamentar, João Oliveira, que garante que a negociação orçamental não serve para discutir legislação laboral. “Nem sequer queremos dar ao Governo o pretexto para dizer ‘não foi feito agora, mas há de ser feito em 2022′”, diz o comunista, afirmando que “isso não será uma resposta aceitável” e que “aquilo que ficou inscrito em 2021 é para ser executado em 2021”.

Leia a entrevista completa no Público e na Renascença.

Mudança para o interior permite acumular ajudas de custo com mais férias

Os funcionários públicos que se candidatem ao Programa de Incentivos à Fixação no Interior terão um incentivo diário de 4,77 euros e um conjunto de outros incentivos como o acréscimo de dois dias de férias, a dispensa de cinco dias para se instalar ou a possibilidade de gozar 11 dias de férias seguidos juntamente com o cônjuge. Contudo, se já receberem ajudas de custo, o apoio de 4,77 euros não se aplica, mantendo-se ainda assim, os incentivos não pecuniários. Ou seja, por exemplo, o programa permite acumular ajudas de custo com mais dias de férias.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Foram emitidos 1,65 milhões de certificados numa semana

Uma semana após a entrada em vigor do certificado digital Covid-19 em toda a União Europeia (UE), já foram emitidos cerca de 1,65 milhões de certificados em Portugal. A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) quer que o documento permita o funcionamento de restaurantes sem restrições de horários. Além disso, a associação defende ainda que as discotecas e bares possam reabrir com a utilização deste documento.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

Multas de trânsito disparam 20% no início do ano

Apesar de o tráfego rodoviário nos primeiros meses deste ano ter sido fortemente penalizado pelas novas medidas de confinamento, por causa do agravamento da pandemia, o encaixe em multas está a subir mais de 22% face aos primeiros cinco meses do ano passado, o que ajudará o governo a atingir a meta anual de quase 92 milhões de euros definida no Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

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Agricultura resiliente “é motor” da economia e perspetivas são positivas

  • Lusa
  • 8 Julho 2021

Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defende que setor é resiliente , mas exige uma política agrícola ambiciosa.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defende que o setor é resiliente e o “motor de economia” nas crises, perspetivando uma retoma “positiva” ao nível do escoamento, mas exigindo uma política agrícola ambiciosa.

As perspetivas do ponto de vista do escoamento de produtos são positivas, uma vez que, com o recuperar de setores como o turismo, os eventos e a reabertura progressiva da hotelaria e restauração, tenderá a aumentar a procura de produtos para o setor alimentar”, afirmou o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, em resposta à Lusa. No entanto, ressalvou ser “essencial” para o crescimento da agricultura que a nova Política Agrícola Comum (PAC) “seja ambiciosa” e concretizada o mais rapidamente possível.

Eduardo Oliveira e Sousa vincou que a produção de alimentos não pode parar e que o setor tem evidenciado uma “resiliência assinalável” ao longo da pandemia, afirmando-se como um “motor da economia portuguesa” nas crises. Para a confederação, a agricultura reforçou agora o seu papel, enquanto gerador de riqueza e emprego, quando já no período de assistência económico-financeira, entre 2011 e 2014, tinha demonstrado a sua capacidade.

Em 2020, as exportações do setor cresceram 5,5% face ao ano anterior. “Num ano tão exigente como o que passou é um indicador relevante e que esteve em contraciclo com o resto da economia”, apontou o presidente da CAP. Já as exportações do complexo agroalimentar aumentaram 2,6% até fevereiro e as importações caíram 6,1%, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura.

Em maio, o presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) disse acreditar que a recuperação económica em Portugal ainda vai demorar, embora alguns setores como a agricultura e o turismo possam recuperar mais depressa. No que se refere à agricultura, António Costa e Silva justificou a sua perspetiva com os mais de 180 países para o qual o setor exportou em 2020.

Em 18 de junho, a ministra da Agricultura destacou o contributo do setor agroalimentar para a economia portuguesa, sublinhando que o seu crescimento permitiu tornar “muito expressiva” a taxa de cobertura das importações pelas exportações. “Hoje somos capazes de produzir 85% daquilo que consumimos, em termos médios, e a nossa taxa de cobertura é muito expressiva”, afirmou Maria do Céu Antunes.

Numa audição parlamentar, em maio, a titular da pasta da Agricultura já tinha afirmado que os dados referentes às exportações e importações do setor espelham o trabalho dos agricultores e produtores, mas também significam que a PAC “cumpre o seu papel, garante a resiliência e a segurança dos sistemas alimentares”. O Valor Acrescentado Bruto (VAB) do complexo agroflorestal deverá crescer 0,9% ao ano, segundo a estimativa do Governo apresentada no relatório que acompanha a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021.

De acordo com o documento, o Programa Nacional de Regadios, assim como o Programa Nacional de Investimentos 2030, “tem um importante papel” na promoção de uma agricultura sustentável e competitiva, contribuindo ainda para o desenvolvimento do território rural, combate à desertificação e aumento da produção nacional. Na última década, o valor das exportações das Frutas Legumes e Flores nacionais passou de 780 milhões de euros em 2010 para 1.683 milhões de euros em 2020, revelam dados da Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal.

A PAC 2021-2027 é composta por três regulamentos: os regulamentos dos planos estratégicos, da governação horizontal — financiamento, gestão e acompanhamento da PAC –, e da organização comum do mercado de produtos agrícolas. Na quarta-feira, a ministra da Agricultura defendeu no parlamento que a nova Política Agrícola Comum (PAC), aprovada recentemente, “reforça os incentivos à modernização, à digitalização da agricultura europeia, bem como a redistribuição dos apoios à pequena e média agricultura”.

Na última reunião dos ministros da Agricultura da UE por si presidida, Maria do Céu Antunes conseguiu obter o aval político dos seus pares ao acordo provisório fechado com o Parlamento Europeu no dia 25 de junho, após seis meses de negociações. A nova PAC deverá entrar em vigor em 01 de janeiro de 2023 depois de os Estados-membros terem os respetivos planos estratégicos aprovados pela Comissão Europeia, vigorando este ano e no próximo um regime transitório.

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Repsol vai investir 657 milhões de euros em Sines

  • Lusa e ECO
  • 8 Julho 2021

A Repsol vai investir 657 milhões de euros no Complexo Industrial de Sines, beneficiando de incentivos fiscais de até 63 milhões de euros que serão esta quinta-feira apreciados pelo Governo.

O Conselho de Ministros aprecia esta quinta-feira a atribuição de incentivos fiscais de até 63 milhões a um projeto de 657 milhões de euros da Repsol no Complexo Industrial de Sines, apontado como o “maior investimento industrial” da última década.

“O Conselho de Ministros terá a oportunidade de apreciar hoje um conjunto de investimentos, entre eles, provavelmente, o maior investimento industrial dos últimos dez anos. É um investimento da Repsol, que vai não só contribuir para a descarbonização da economia portuguesa, como vai focar-se nos objetivos que temos de aumentar as exportações e diminuir as importações”, avançou à agência Lusa o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.

Em causa está um projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) para ampliação do Complexo Industrial de Sines da petrolífera Repsol, com a construção – prevista para arrancar este ano e terminar em 2025 – de duas novas fábricas de materiais poliméricos de alto valor acrescentado, 100% recicláveis, para as indústrias automóvel, farmacêutica ou alimentar, entre outras.

Segundo salientou o secretário de Estado, “estima-se que, em momento de cruzeiro, o impacto direto do projeto na balança comercial de bens poderá andar muito próximo dos 800 milhões de euros”.

De acordo com o governante, o projeto vai ainda “alargar a longevidade de uma instalação produtiva muito importante, que é o site que a Repsol administra em Sines”, permitindo posicioná-lo “como uma infraestrutura moderna num setor que tem de contribuir para a descarbonização, já que a sua base é o combustível fóssil, é o petróleo”.

“Vai, em grande medida, iniciar um processo que permitirá que Portugal, desde o ponto de vista desta indústria, tenha uma infraestrutura que, claramente, deu um salto muito significativo no conjunto da União Europeia”, realçou.

Para Brilhante Dias, “mais do que o montante do investimento – que é muito relevante e, na área industrial, é provavelmente o maior nos últimos 10 anos – [o projeto] vai permitir o relançamento de uma unidade muito importante e de um grande exportador português”. “Porque a Repsol é um dos maiores exportadores portugueses na área de bens, que provavelmente está no top 10 dos exportadores portugueses”, notou.

O secretário de Estado apontou ainda a criação prevista com o projeto de 75 novos empregos permanentes, a que a acrescem, durante a fase de construção, uma média de 550 postos de trabalho, que poderão chegar a um pico de mais de 1.000 pessoas. “É um grande dia para Portugal, é um grande dia para Sines e acreditamos também que um grande dia para a Repsol”, concluiu o governante.

Investimento terá impacto superior a 1.000 milhões por ano na balança comercial

O investimento da Repsol Polímeros no Complexo Industrial de Sines terá um impacto de “mais de mil milhões de euros por ano na balança comercial”, segundo a aicep Global Parques, gestora da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS).

“Este investimento tem um enorme impacto, direto e indireto, de mais de mil milhões de euros por ano na balança comercial portuguesa, entre a substituição de importações, as novas exportações e o potenciar da indústria transformadora de todo o país”, sublinhou o presidente executivo da aicep Global Parques, Filipe Costa.

Segundo a aicep, em comunicado, além dos 657 milhões de euros [de investimento] nas duas novas fábricas de polímeros, o projeto de expansão da Repsol inclui ainda “22 milhões de euros em tancagem e pipelines para produtos, 18 milhões em interligações elétricas e mais de 30 milhões de euros em equipamentos de geração de eletricidade de fonte renovável para autoabastecimento”, num valor total superior a 725 milhões de euros.

De acordo com a gestora da ZILS, o novo projeto da Repsol Polímeros vai permitir “acrescentar mais 51 hectares ao seu Complexo Petroquímico”, instalado em Sines, e “mais 57 hectares de recuperação ambiental com a instalação de painéis fotovoltaicos, num areeiro agora desativado, para um total de 250 hectares da Repsol Polímeros na ZILS”.

A este investimento, a aicep Global Parques espera que “se sigam a instalação de mais unidades da economia circular, para processos de reciclagem química, que empurrarão o investimento total da Repsol Polímeros em Sines para mais de mil milhões de euros no âmbito do presente ciclo de investimento do Plano Estratégico 2021-2025 da Repsol Química”.

(Notícia atualizada com mais informação às 14h20)

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Porto e mais 25 concelhos podem recuar e ficar com regras iguais às de Lisboa

Há 26 concelhos em risco de recuar no desconfinamento, ficando com regras iguais às de Lisboa. Além disso, 21 concelhos podem também recuar, mas sem regras tão restritas como as da capital.

O Governo reúne, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros para avaliar a situação epidemiológica do país e decidir os próximos passos. Grande parte da Área Metropolitana de Lisboa (AML) já se encontra a “vermelho” com regras mais apertadas que o resto do país e o Porto e mais 25 concelhos podem seguir-lhe o rasto. Há ainda 21 concelhos em alerta que também podem recuar.

No início do mês, o Governo alterou os parâmetros que indicam quem recua, ou não, no desconfinamento. Agora, os concelhos de baixa densidade, que correspondem a mais de metade do território nacional, só serão deixados em alerta se excederem os 240 casos por 100 mil habitantes, isto é, o dobro da incidência de 120 casos que se aplicava até aqui (e que se mantém no caso dos concelhos de alta densidade). Ao mesmo tempo, a linha vermelha da incidência também subiu, passando de 240 casos para 480 casos por 100 mil habitantes nestas regiões pouco povoadas (mantendo-se nos 240 nos concelhos de alta densidade).

Assim, o país encontra-se dividido em três: a maior parte com as medidas gerais; 26 concelhos, que por duas semanas consecutivas tiveram mais de 120 ou 240 casos por 100 mil habitantes, e têm regras ligeiramente mais restritas; e 19 municípios que estão acima da “linha vermelha” dos 240 ou 480 casos por 100 mil habitantes (inclusive a maioria na AML).

Os 26 concelhos que têm mais de 120 casos ou 240 casos por 100 mil habitantes podem seguir o exemplo da maioria da AML, caso a incidência não tenha melhorado.

Em risco de seguir Lisboa no desconfinamento estão os seguintes concelhos:

  • Alcochete
  • Alenquer
  • Arruda dos Vinhos
  • Avis
  • Braga
  • Castelo de Vide
  • Faro
  • Grândola
  • Lagoa
  • Lagos
  • Montijo
  • Odemira
  • Palmela
  • Paredes de Coura
  • Portimão
  • Porto
  • Rio Maior
  • Santarém
  • São Brás de Alportel
  • Sardoal
  • Setúbal
  • Silves
  • Sines
  • Sousel
  • Torres Vedras
  • Vila Franca de Xira

Segundo o boletim de sexta-feira passada, onde foram reveladas as incidências de cada concelho, apenas seis municípios (Sines, Setúbal, Santarém, Palmela, Lagoa, Braga) estavam abaixo dos 240 casos por 100 mil habitantes. Se mais nenhum concelho melhorar, há a probabilidade de ficarem com regras semelhantes às de Lisboa.

Além do teletrabalho passar a ser obrigatório, os horários dos estabelecimentos alteram-se: os espetáculos culturais têm de acabar às 22h30 e o comércio fecha às 21h durante a semana e às 19h ao fim de semana e feriados se for retalho alimentar, se for não alimentar passa para as 15h30. Quanto à restauração o número de pessoas por mesa diminui para seis na esplanada e quatro no interior e também os horários apertam, fechando às 22h30 durante a semana e às 15h30 ao fim de semana e feriados.

Adicionalmente, os casamentos e batizados passam a ter uma lotação de 25% e as lojas de cidadão têm atendimento presencial apenas por marcação.

Porém, estes não são os únicos concelhos em risco de recuar. Na última conferência de imprensa, feita na quinta-feira passada, a ministra de Estado e da Presidência anunciou que 21 concelhos estavam em alerta. Assim, esta semana poderão ter de voltar atrás no desconfinamento. São eles:

  • Albergaria-a-Velha
  • Aveiro
  • Azambuja
  • Cartaxo
  • Bombarral
  • Idanha-a-Nova
  • Ílhavo
  • Lourinhã
  • Matosinhos
  • Mourão
  • Nazaré
  • Óbidos
  • Salvaterra de Magos
  • Santo Tirso
  • Trancoso
  • Trofa
  • Vagos
  • Viana do Alentejo
  • Vila Nova de Famalicão
  • Vila Nova de Gaia
  • Viseu

Se a taxa de incidência continuar acima dos 120 ou 240 casos por 100 mil habitantes estes concelhos podem vir a recuar. Ainda assim, não tão para trás como Lisboa, uma vez que para isso precisavam de ter por duas semanas consecutivas mais de 240 ou 480 casos por 100 mil habitantes.

Assim, se recuarem ficam com as mesmas regras que agora se aplicam no Porto e mais 25 concelhos. O teletrabalho passa a ser obrigatório sempre que as atividades o permitam e a restauração e espetáculos culturais fecham mais cedo, às 22h30. Também o comércio terá de fechar mais cedo, às 21h. Adicionalmente, as lojas do cidadão voltam a ter atendimento presencial apenas por marcação.

Além destas regras, já existentes antes, se estes concelhos recuarem passa a ser proibido circular depois das 23h na rua, medida que foi implementada para os concelhos a “laranja” e a “vermelho” na semana passada.

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Portugal é o país da União Europeia com mais restrições neste momento

De acordo com o índice de restrições da Universidade de Oxford, Portugal é neste momento o país da União Europeia com mais restrições em vigor, seguindo-se a Alemanha.

Esta quinta-feira o Conselho de Ministros poderá implementar mais restrições para controlar a pandemia — ainda esta quarta-feira foram superados os três mil casos diários –, mas no momento atual Portugal já é o país da União Europeia com medidas mais severas, de acordo com o índice da Universidade de Oxford que vai de 0 (menos restritivo) a 100 (mais restritivo). Portugal registava 74,07 a 6 de julho.

Este índice (Stringency Index, na expressão inglesa) da Universidade de Oxford mede o nível de restrições com base em nove indicadores, incluindo o fecho das escolas, a obrigação de teletrabalho, a proibição de viagens, entre outros. O valor nacional corresponde ao nível da sub-região onde as restrições são maiores, o que no caso de Portugal faz diferença uma vez que as medidas são diferenciadas ao nível do concelho.

Neste momento, Portugal vive num nível de restrições semelhante ao que se registou nos últimos meses de 2020 em que o aumento do número de casos diários levaria à reativação do estado de emergência, um cenário que para já não se vislumbra dado que processo de vacinação está a amparar a pressão no sistema de saúde. A evolução do nível calculado para Portugal desde o início da pandemia mostra só ficou ligeiramente abaixo dos 60 durante um curto período, estando sempre em níveis superiores.

Nos concelhos com a pior situação, há uma limitação da circulação na via pública a partir das 23h, o teletrabalho é obrigatório, os restaurantes estão abertos até às 22h30 nos dias de semana e até às 15h30 no fim de semana e os casamentos e batizados estão com 25% da lotação. Além disso, na Área Metropolitana de Lisboa há uma medida adicional em que se proíbe a saída ou entrada aos fins de semana, mas com exceções, nomeadamente a apresentação de um certificado de vacinação, recuperação ou testagem.

A seguir a Portugal — que já é o país com mais restrições desde o final de junho, tendo ultrapassado a Itália –, surge a Alemanha com um índice de restrição de 67,59. A maioria dos países da UE apresenta um nível de restrições entre 40 a 50, à exceção da República Checa e da Estónia onde é inferior a 40, como mostra o mapa do Our World In Data. Fora da UE, o Reino Unido fica ligeiramente acima de 50.

A nível mundial, Portugal é o vigésimo país com o nível de restrições mais elevado neste momento entre mais de 100 países. No topo está a Venezuela com 87,96, seguindo-se países como o Bangladesh, Sri Lanka, Chile e Índia. Entre os países com menos restrições está a Nova Zelândia (22,2), a Islândia (26,85) e Israel (29,63).

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5 coisas que vão marcar o dia

Serão divulgados dados sobre o turismo em 2020 e a evolução dos preços da habitação na Europa no arranque do ano. Governo reúne para decidir medidas da pandemia.

O dia será marcado pela publicação de vários indicadores estatísticos, nomeadamente dados sobre o turismo em 2020 e a evolução dos preços da habitação na Europa no arranque do ano. Já o Banco de Portugal divulga as contas nacionais financeiras do primeiro trimestre. Terá também lugar mais uma reunião do Conselho de Ministros, onde podem ser aprovadas novas medidas para a pandemia, bem como um encontro dos ministros do Emprego da União Europeia.

Como afetou o turismo a pandemia?

O Instituto Nacional de Estatística divulga esta quinta-feira as Estatísticas do Turismo referentes ao ano de 2020. Será possível perceber o impacto da pandemia no turismo, setor que sofreu um forte embate devido às medidas para travar a propagação da Covid-19. Em 2019, Portugal tinha atingido um novo recorde de turistas, que chegaram aos 27 milhões.

Como evoluíram os preços das casas na Europa?

O Eurostat publica o índice de preços da habitação para o primeiro trimestre deste ano. Estes dados vão permitir comparar a subida de preços das casas em Portugal com os restantes Estados-membros da União Europeia (UE). No último trimestre de 2020, Portugal registou uma taxa de variação homóloga no Preço da Habitação de 8,6%, superior aos 5,4% registados na Zona Euro e 5,7% na UE.

Governo decide medidas da Covid-19

O Conselho de Ministros reúne esta quinta-feira, prevendo-se mais uma atualização do mapa de risco da Covid-19, que permitirá perceber que restrições serão aplicadas em que concelhos, consoante a incidência da Covid-19. O Governo poderá ainda avançar com novas medidas, sendo que foi noticiado que estava em cima da mesa a introdução de testes para acesso a restaurantes.

Banco de Portugal divulga contas nacionais financeiras

O Banco de Portugal divulga estatísticas das emissões de títulos durante o mês de maio deste ano, bem como as contas nacionais financeiras no primeiro trimestre de 2021. A instituição liderada por Mário Centeno publica também dados sobre as interligações entre setores nas contas nacionais e o balanço dos Fundos de Investimento em maio.

Ministros do Emprego e Políticas Sociais da UE reúnem

Arranca esta quinta-feira a reunião informal dos Ministros do Emprego e Políticas Sociais dos Estados-membros da União Europeia (UE), no âmbito da Presidência Eslovena do Conselho da UE. O encontro terá como foco um mercado de trabalho resistente e inclusivo em termos da transição verde e digital e dos desafios demográficos.

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