Bem-estar em Portugal caiu o ano passado e há menos qualidade de vida

Índices de bem-estar caiu pelo segundo ano consecutivo, apesar da melhoria das condições materiais de vida. Perspetiva de qualidade de vida caiu pela quarta vez seguida.

O índice de bem-estar em Portugal caiu em 2021 face a 2020. O indicador desceu 0,1 pontos percentuais no último ano, para 45,7 pontos, segundo dados publicados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Para a descida do bem-estar contribuiu a diminuição da perspetiva de qualidade de vida, para 46 pontos, face aos 46,3 pontos registados em 2020. Desde o pico de 2017 (47 pontos), esta foi a quarta quebra consecutiva desde iindicador. Em sentido inverso, a perspetiva das condições materiais de vida recuperou para 45,1 pontos, mais 0,3 do que em 2020. Ainda assim, este índice ainda está longe dos 48,3 pontos registados em 2019, o ano anterior à pandemia de Covid-19.

A diminuição do índice de qualidade de vida deveu-se, sobretudo, às perdas nos domínios da saúde, no balanço vida-trabalho, da participação cívica e governação e do ambiente. Ainda assim, houve espaço para melhorias nas áreas da educação, conhecimento e competências, relações sociais e bem-estar subjetivo e na segurança pessoal.

A recuperação das condições materiais de vida foi possível graças à melhoria do bem-estar económico e à diminuição da vulnerabilidade económica. Por outro lado, piorou a área do emprego

Para se chegar ao índice de bem-estar, o INE analisou perto de 80 elementos, como o rendimento disponível mediano por adulto, as despesas de consumo das famílias, a taxa de privação material, o número de inativos por 100 empregados, a taxa de mortalidade infantil, o índice de consumos culturais, o índice de confiança interpessoal e a taxa de criminalidade registada.

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Putin vai reunir-se com Xi Jinping esta semana

  • Mariana Marques Tiago
  • 26 Dezembro 2022

Desde 24 de fevereiro que a relação entre os países tem ganho cada vez mais relevância, devido à pressão internacional sobre a Rússia e as sanções económicas que lhe têm sido aplicadas.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, irão reunir-se até ao final do ano, avançou a agência TASS esta segunda-feira.

Os líderes da Rússia e da China anunciaram uma parceria “sem limites” entre os seus países aquando da visita de Putin a Beijing, em fevereiro, ainda antes do início da invasão.

A relação entre os políticos já existia antes de 24 de fevereiro. Mas desde então tem ganho cada vez mais relevância, devido à pressão internacional sobre a Rússia e as sanções económicas que têm sido aplicadas ao país.

No entanto, em setembro, Putin assumiu publicamente que o presidente chinês tinha expressado “questões e preocupação” relativamente à situação vivida na Ucrânia.

Até ao momento não há qualquer informação acerca da data ou local do encontro, mas Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que brevemente serão adiantados detalhes.

Na última semana, Dmitry Medvedev visitou Beijing. O presidente do Conselho de Segurança do líder russo reuniu-se com Xi Jinping, que afirmou que a China espera que todos os envolvidos na crise ucraniana mantenham a contenção e resolvam as preocupações relacionadas com segurança através de meios políticos.

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BE diz que faltaram “respostas concretas” de Costa para combater empobrecimento

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2022

"O primeiro-ministro pediu confiança, mas não fala nas questões da vida concreta das pessoas, não fala nas grandes dificuldades que as pessoas enfrentam”, defendeu o partido.

O Bloco de Esquerda considerou esta segunda-feira que faltaram “respostas concretas” para responder ao empobrecimento dos portugueses na mensagem de Natal do primeiro-ministro, salientando que estão a aumentar “a desigualdade e a injustiça social”.

“A mensagem do primeiro-ministro foi uma mensagem que não trouxe nenhuma alternativa à situação de empobrecimento que muitas pessoas vivem em Portugal. O primeiro-ministro pediu confiança, mas não fala nas questões da vida concreta das pessoas, não fala nas grandes dificuldades que as pessoas enfrentam, em parte provocadas pela inflação”, afirmou Beatriz Gomes Dias, vereadora municipal em Lisboa e dirigente nacional do BE, em conferência de imprensa na sede do partido.

A antiga deputada realçou que António Costa não se referiu “à realidade dos salários baixos, das pensões baixas e da perda de rendimentos que dificultam o acesso aos bens essenciais”. E lamento: “Não há respostas, não há medidas concretas que permitam responder a estas dificuldades”.

Por outro lado, apontou que o BE viu “com perplexidade” a afirmação de António Costa de que “não vai deixar ninguém para trás”.

“O que se verifica é um aumento da desigualdade, um aumento da injustiça social”, disse, notando que “há muitas pessoas com salários baixos que vivem na pobreza”. Por estas razões, o partido considerou que “ficou por concretizar” a expectativa que tinha quanto à mensagem de Natal do primeiro-ministro.

“Não achamos que o primeiro-ministro tenha falado às pessoas que vivem em Portugal respondendo às dificuldades que enfrentam e apontando um caminho para receber a confiança que pede às pessoas (…) Ficou muito por responder, para explicar às pessoas sobre como vamos enfrentar 2023 com todas estas dificuldades”, reforçou.

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BE desafia Governo a dar explicações sobre pagamento da TAP a secretária de Estado

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2022

O líder parlamentar do BE desafiou o Governo a explicar o pagamento de meio milhão de euros à atual secretária de Estado Alexandra Reis pela TAP, considerando a situação “um abuso".

O líder parlamentar do BE desafiou esta segunda-feira o Governo a explicar o pagamento de meio milhão de euros à atual secretária de Estado Alexandra Reis pela TAP, considerando a situação “um abuso e, sem explicações razoáveis, um escândalo”.

Numa publicação na rede social Twitter, Pedro Filipe Soares escreveu que “o Governo deve explicações ao país sobre o pagamento a Alexandra Reis”.

“Depois de cortar rendimentos a milhares de trabalhadores da TAP, empobrecer salários e pensões de milhões, é incompreensível o prémio milionário de 500 mil euros pago à ex-administradora Alexandra Reis”, criticou.

Para o deputado do BE, “a propaganda das contas certas serve para escamotear esta realidade em que à maioria se pedem sacrifícios, para depois uma minoria se governar à custa do empobrecimento geral”. E acrescentou: “É um abuso e, sem explicações razoáveis, será mesmo um escândalo”.

O Correio da Manhã noticiou na edição de sábado que a nova secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos.

No domingo, o Presidente da República disse que “há quem pense” que seria “bonito” a secretária de Estado do Tesouro prescindir da indemnização da TAP, ainda que a lei permita receber os 500 mil euros e exercer funções governativas.

“É como pensam muitos portugueses, dizem: a senhora saiu daquele lugar, tinha direito por lei a ter aquilo, mas na medida em que está a exercer uma função pública há quem pense que era bonito prescindir disso, atendendo a que está noutra função. Mas do ponto de vista jurídico, a lei permite isto”, disse Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas na freguesia de Abiul, concelho de Pombal, distrito de Leiria, onde se inteirou dos danos dos incêndios de julho último.

Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro na última remodelação do Governo. Ingressou na TAP em setembro de 2017 e três anos depois foi nomeada administradora da companhia aérea. A agora governante renunciou ao cargo em fevereiro e, em junho, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).

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Conferência define estratégia de desenvolvimento de Vila Nova de Famalicão para o período 2022-2030

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  • 26 Dezembro 2022

Visão estratégica municipal no horizonte 2030, debate sobre os desafios futuros para o desenvolvimento do concelho face aos contextos emergentes são os principais objetivos da conferência.

Com o tema “Famalicão.30 – Estratégia de Desenvolvimento de Vila Nova de Famalicão para o período 2022-2030”, a conferência reunirá vários especialistas no Auditório do Centro de Estudos Camilianos, Seide S. Miguel, Vila Nova de Famalicão, no próximo dia 13 de janeiro de 2023.

Os trabalhos iniciar-se-ão, às 10 horas, com a intervenção do Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos.

Logo depois, às 10h35, a mesa redonda moderada por António Costa, diretor do ECO, contará com a participação de António Cunha, Presidente da CCDRN, Gonçalo Saraiva Matias, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos e Pedro Carreira, Presidente do Conselho de Administração na Continental Mabor.

Assista aqui em direto

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Porto de Lisboa alvo de ataque informático sem compromisso das operações

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2022

Foram “rapidamente ativados todos os protocolos de segurança e medidas de resposta previstas para este tipo de ocorrências”. Situação está a ser acompanhada pelo Centro Nacional de Cibersegurança.

O Porto de Lisboa foi “alvo de um ataque informático” no domingo, mas o crime “não comprometeu a atividade operacional”, anunciou nesta segunda-feira a administração.

Segundo um comunicado da empresa, foram “rapidamente ativados todos os protocolos de segurança e medidas de resposta previstas para este tipo de ocorrências”, estando a situação a ser acompanhada pelo Centro Nacional de Cibersegurança e pela Polícia Judiciária.

“A Administração do Porto de Lisboa (APL) está a trabalhar em permanência e estreita articulação com todas as entidades competentes, no sentido de garantir a segurança dos sistemas e respetivos dados”, é referido na nota.

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Putin diz estar disponível para negociar com Ucrânia e aliados. Kiev atacada por 40 rockets no Natal

Putin garantiu estar disponível para negociar e que prosseguirá com a estratégia russa até que "todos os objetivos sejam alcançados". Ucrânia foi atacada com 40 rockets no Natal.

Vladimir Putin garantiu estar preparado para negociar com todas as partes envolvidas na guerra da Ucrânia. No entanto, segundo o Chefe de Estado russo, nem Kiev nem os aliados do Ocidente estão disponíveis para conversar com o Kremlin.

Estamos preparados para negociar soluções aceitáveis para todos os envolvidos, mas isso dependerá deles. Não somos nós que estamos a recusar negociar, são eles”, acusou o Presidente russo numa entrevista à televisão estatal Rossiya 1, emitida este domingo e citada pela Reuters esta segunda-feira.

“Sempre nos esforçámos por garantir que quaisquer disputas que surjam fossem resolvidas por meios pacíficos, por via de negociações”, afirmou.

No mesmo momento, Putin deixou a garantia de que iria prosseguir com o conflito armado até concretizar todos os objetivos, ao passo que a Ucrânia garantiu que não irá desistir até que todas as tropas russas sejam expulsas do país. No passado dia 24 de dezembro, somaram-se dez meses desde o início a guerra na Ucrânia que já provocou centenas de vítimas e milhares de refugiados.

Acredito que estamos a agir no sentido certo, estamos a defender os interesses nacionais, os interesses dos nossos cidadãos, do nosso povo. E, não temos outra escolha se não proteger nossos cidadãos”, disse Putin, acrescentando que “99,9% do nosso povo, está pronto para dar tudo pelos interesses da pátria”.

Face às declarações de Putin, um conselheiro de Volodymyr Zelenskiy reagiu dizendo que o Presidente russo devia reconhecer a realidade que é Moscovo quem não quer sentar-se à mesa das negociações.

“A Rússia atacou de forma isolada a Ucrânia e está a matar civis. Eles não querem negociar, estão a tentar escapar às responsabilidades“, afirmou Mykhailo Podolyak numa publicação no Twitter.

A entrevista foi divulgada durante o fim de semana de Natal, altura em que as tropas russas terão lançado 40 rockets contra o território ucraniano, entre eles um em direção à cidade de Kherson que terá deixado milhares de cidadãos sem acesso à eletricidade. Segundo as autoridades ucranianas, registaram-se, pelo menos, dez vítimas mortais das quais Zelenksy garantiu que serão reunidos todos os esforços para “encontrar todos os assassinos russos”.

Numa mensagem de vídeo, Zelenksy afirmou que Moscovo tinha como objetivo deixar os últimos dias de 2022 às escuras, alertando os ucranianos para a ameaça de uma nova vaga de bombardeamentos.

“Temos de estar preparados para qualquer cenário”, vincou o Presidente ucraniano. “Restam apenas alguns dias no ano. Devemos estar conscientes de que o nosso inimigo tentará tornar este tempo escuro e difícil para nós“, cita a Reuters as declarações do Chefe de Estado ucraniano na sua habitual alocução noturna.

A Rússia perdeu tudo o que podia este ano, mas está a tentar compensar as suas perdas com a soberba dos seus propagandistas depois dos ataques com mísseis“, continuou Volodymyr Zelensky.

Três mortos em ataque de drone contra base russa

Os ataques continuam esta segunda-feira, depois de a defesa aérea russa revelar ter abatido um drone ucraniano que se aproximava de uma base aérea no sul do país, tendo os destroços do aparelho não tripulado atingido mortalmente três pessoas no solo.

Um veículo aéreo ucraniano não tripulado foi abatido a baixa altitude ao aproximar-se do aeródromo militar Engels na região de Saratov”, cita a Reuters a informação avançada pela agência noticiosa TASS, citando o Ministério da Defesa da Rússia. O aeródromo fica a cerca de 730 quilómetros a leste da Ucrânia.

O aparelho foi abatido pelos “meios de defesa antiaérea das Forças Aeroespaciais da Rússia” e “como resultado da queda dos destroços do drone, três técnicos russos que estavam no aeródromo foram mortalmente atingidos”.

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Novo aeroporto, resíduos e Lei de Bases do Clima no topo das preocupações dos ambientalistas em 2023

Associações fazem balanço misto de 2022, adivinhando um 2023 exigente ao nível dos objetivos. Novo aeroporto, gestão de resíduos e implementação da Lei de Bases de Clima são prioridades.

O novo aeroporto de Lisboa, a gestão de resíduos e a implementação da Lei de Bases do Clima surgem no topo das preocupações e prioridades das associações ambientalistas para 2023, que antecipam um ano exigente face ao balanço feito relativamente aos últimos 12 meses.

“2022 ficou marcado pela intensificação dos fenómenos climáticos extremos. O contexto de crise climática agravado pelos constrangimentos provocados pela guerra na Ucrânia, desafiam-nos a fazer muito mais e melhor encarando as questões de fundo“, indica a Quercus.

No próximo ano, abrir-se-á mais um capítulo na novela do novo aeroporto de Lisboa. Desta vez, o foco recairá sobre a realização de uma nova Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) que irá selar a localização desta a infraestrutura, tarefa que já leva meio século. Montijo, Alcochete ou Santarém são as opções em cima da mesa. Processo deverá ficar concluído em outubro de 2023.

Certo é que, pelo menos, nove organizações ambientais manifestaram querer fazer parte do processo desde o princípio. E propõem que se tenham em consideração na AAE nove fatores “críticos de decisão”: a conservação da natureza e da biodiversidade; a necessidade de mitigação e adaptação às alterações climáticas; a saúde pública (ar, ruído, água) e a segurança; eficiência e capacidade de operação de tráfego aéreo; a sustentabilidade; os transportes; o ordenamento e a competitividade.

"A ANP/WWF quer que o processo de decisão sobre um novo aeroporto seja transparente, participado e informado pela melhor informação disponível, e que a escolha final recaia sobre a localização que seja menos onerosa para o ambiente e saúde pública.”

Associação Natureza Portugal/World Wide Fund for Nature (ANP/WWF)

O ano de 2023 também será um importante para a implementação dos sistemas municipais de recolha seletiva de biorresíduos. A tarefa sugere ser um “grande desafio uma vez que representam cerca de 37% dos resíduos urbanos produzidos em Portugal”, explica a Quercus.

Segundo a organização liderada por Alexandra Azevedo, será necessário adotar medidas para possibilitar a separação e reciclagem na origem dos biorresíduos, através da compostagem doméstica ou comunitária; garantir a recolha seletiva e o posterior transporte para instalações de reciclagem, “evitando a sua mistura no tratamento com outros resíduos, em particular com a fração orgânica dos resíduos indiferenciados”.

Este objetivo, considera a associação ambientalista Zero, será “determinante para o cumprimento das ambiciosas metas definidas pela Comissão Europeia” e permitirá fazer a transição para uma economia “verdadeiramente circular num setor onde a produção de resíduos não tem parado de aumentar”.

De acordo com a organização presidida por Francisco Ferreira, os objetivos referentes à gestão dos resíduos serão concretizados de forma mais eficaz se, em 2023, o Governo decidir recuar na decisão de juntar as Secretarias de Estado do Ambiente e da Energia. Desta forma ficará garantida “uma mais rápida e eficaz implementação dos diferentes dossiers de enorme relevância que estão na alçada de cada uma delas”.

Entre eles está o leilão eólico offshore para 2023 que prevê instalar 10 gigawatts-hora de capacidade. Em setembro, o Governo decidiu formar um grupo de trabalho que, até 31 de maio de 2023, deverá apresentar um relatório com contributos e recomendações a vários níveis, entre eles, as áreas a licitar para a instalação de parques eólicos no mar.

Mas, acima de tudo, será necessário concertar esforços para a implementação da Lei de Bases de Clima, cuja implementação já vai atrasada uma vez que a legislação recebeu “luz verde” do Parlamento a 31 de dezembro e que deveria ter sido implementada até ao final deste ano. A Zero apela à urgência de uma rápida implementação para que Portugal cumpra com o compromisso de alcançar a neutralidade climática antecipadamente, em 2045.

A falta de ação levou a associação ambientalista Último Recurso a avançar com uma ação judicial contra o Estado.

“Um dos maiores objetivos é obter a redução de emissões de gases de estufa através de decisões judiciais. Aquilo que se chama litigância climática deu agora o primeiro passo em Portugal com este processo que a Último Recurso está a iniciar”, afirmou à Lusa a presidente da organização, Mariana Gomes.

“Depois da entrada em vigor da Lei de Bases do Clima, Portugal continua a esgotar o seu orçamento de carbono em 2027”, alertou Mariana Gomes, enumerando outros fundamentos para esta ação: “Várias medidas regulamentares e administrativas não foram desenvolvidas na Lei de Bases do Clima, como o conselho de ação climática. E o governo tem demonstrado que quer aumentar as emissões, com a construção do novo aeroporto”.

2022 foi “ano cheio de boas e más notícias”

Ao fim de 12 meses, as associações ambientalistas em Portugal fazem um balanço misto, frisando ter sido “um ano cheio de boas e más notícias para a conservação da natureza”.

Segundo a ANP/WWF, a aprovação da legislação comunitária a nível da desflorestação, que proíbe a entrada no mercado europeu de produtos provenientes de áreas desflorestadas, e a proposta de lei de restauro da natureza no Parlamento Europeu, permitiram dar “passos significativos na proteção dos ecossistemas”, sendo esta última considerada como “a maior peça legislativa sobre conservação da biodiversidade a nível europeu” desde 1992.

"Precisamos garantir que esta lei seja aprovada, pois o restauro é uma potente ferramenta para atuar contra as crises climática e de biodiversidade, simultaneamente.”

Associação Natureza Portugal/World Wide Fund for Nature (ANP/WWF)

A nível da biodiversidade, as ONG salientam também o acordo alcançado na Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica (COP15), em Montreal, onde os líderes mundiais se comprometeram em proteger 30% do planeta até 2030 e disponibilizar 30 mil milhões de dólares de ajudas anuais à conservação da natureza e biodiversidade, para os países em desenvolvimento.

Mas a nível nacional também se fizeram novos avanços como, por exemplo, com a entrada em vigor da taxa sobre as embalagens de plástico para take way, à qual se seguirá uma taxa sobre as embalagens de alumínio para este mesmo fim a partir de janeiro de 2023.

E do lado dos governantes foram renovadas as promessas, como a antecipação da meta nacional de ter 80% de energias renováveis na eletricidade primeiro para 2026, e depois, para 2025, de acordo com o secretário de Estado de Energia, João Galamba. Por sua vez, António Costa também reforçou o compromisso do país em querer liderar a transição energética e a neutralidade carbónica, prometendo perante os líderes mundiais, na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas de 2022 (COP 27), que essa meta seria alcançada a nível nacional cinco anos antes do previsto, em 2045.

Os maus momentos do ano chegam quando nos recordamos da seca extrema que assolou quase a totalidade do território e a consequente escassez de água, no verão, fenómenos que obrigaram ao Governo a tomar medidas excecionais, nomeadamente na limitação da produção hidroelétrica em 15 barragens e a redução do consumo em complexos turisticos, no Algarve.

"A forma errática como o Governo geriu a situação de seca no país com recurso a medidas avulsas e sem qualquer efeito de longo prazo evidencia a inexistência de uma estratégia política para a gestão dos recursos hídricos em Portugal capaz de responder aos desafios impostos pelas alterações climáticas e assegurando uma maior resiliência a situações de seca e escassez hídrica”

Zero
Incêndios em Mação

Ligadas à seca e à escassez de água, surgem as “inevitáveis” consequências que resultaram dos incêndios florestais, recorda a Quercus.

Segundo a organização, os fogos deste ano destruíram mais de 110 mil hectares em Portugal continental, com 50% da área ardida em floresta e 40% em áreas de matos, em parte resultante do recorrente ciclo de incêndios. Destaque para o incêndio da Serra da Estrela, que, em duas semanas, devastou 26 mil hectares no total.

"Este incêndio evidenciou mais uma vez a ineficácia das medidas em vigor nas Faixas de Gestão de Combustível, em que áreas intervencionadas meses antes com desmatação, incluindo os aceiros, não travaram a progressão do fogo, o que só aconteceu em área densamente arborizadas com folhosas caducifólias, no caso em concreto uma área dominada por castanheiros, em Manteigas”

Quercus

Ainda a nível nacional, as organizações referem ainda a simplificação dos licenciamentos ambientais que, embora tenha sido recebida com bons olhos pelas empresas no setor, levantou preocupações entre os ambientalistas, que consideram que a decisão “compactua com o discurso mais retrógrado de uma parte do tecido empresarial português que continua a confundir disfuncionalidades processuais com os valores inalienáveis que a regulamentação procura preservar”, aponta a associação ambientalista Zero.

"Esta aprovação, que vem disfarçada de um discurso de aparente compromisso com a proteção ambiental, vem, na verdade, abrir portas para a degradação ambiental e confundir a remoção de uma burocracia com um aligeiramento das regras de proteção ambiental no nosso país.”

Associação Natureza Portugal/World Wide Fund for Nature (ANP/WWF)

A nível europeu, destaca-se a inclusão do gás fóssil e da energia nuclear na lista de investimentos sustentáveis da União Europeia (UE), a taxonomia, pelo Parlamento. A medida, considerada como de maior relevância pelo executivo comunitário, fez soar os alarmes entre as organizações ambientais internacionais, como a Greenpeace, que prometeram avançar com ações jurídicas contra a Comissão Europeia.

“Com este “selo verde”, estas atividades poderão receber milhões de euros que deveriam ser destinados a atividades que são, de facto, amigas do ambiente, o que levará a uma expansão destas indústrias e a consequente aumento das alterações climáticas e do aquecimento global”, alerta a ANP/WWF

 

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Gasolina sobe dois cêntimos e gasóleo desce um esta semana

A partir desta segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,598 euros por litro de gasóleo simples e 1,602 euros por litro de gasolina simples 95.

Esta semana os combustíveis vão voltar a mexer. A gasolina deverá aumentar dois cêntimos, enquanto o gasóleo deverá descer um cêntimo, avançou a RTP3. Uma evolução inversa à verificada na semana passada.

A partir desta segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,598 euros por litro de gasóleo simples e 1,602 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Estes preços já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras.

Estes preços já têm em conta as medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento do preço dos combustíveis, que são atualizadas no início de cada mês. Assim, durante o mês de dezembro, o efeito de mecanismo de compensação aplicado em dezembro levou, na prática, a um agravamento da carga fiscal, que sobe 4,8 cêntimos no litro de gasóleo e 2,9 cêntimos no de gasolina face a novembro.

No entanto, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento. Os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras.

Na semana passada o agravamento dos preços do diesel acabou por não ser tão significativo como antecipado. Em vez da subida de sete cêntimos, acabou por subir 4,5 cêntimos. Mas esta semana descerá dois. Já a gasolina, desceu 1,1 cêntimos e esta semana anula essa quebra ao subir um cêntimo.

Os preços do brent, que serve de referência para o mercado europeu, registaram a semana passada a maior subida desde outubro. O Brent registou um ganho semanal de 6,2%, devido às preocupações de escassez da matéria-prima perante um eventual corte da produção por parte da Rússia. Esta segunda-feira os mercados estão fechados e não há transações. Na sexta-feira o ouro negro fechou a valorizar 3,6% colocando o preço do barril novamente acima da fasquia dos 80 dólares.

Evolução do preço do Brent em Londres

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📹 Chuvas intensas voltaram a encher as barragens

Até ao dia 19 de dezembro, a APA revela que as 79 albufeiras portuguesas estavam a 77% da capacidade, tratando-se de um aumento global de 11,8% de água, relativamente à semana anterior.

Depois de largos meses marcados pela seca, as chuvas intensas vividas nas últimas duas semanas, permitiram voltar a encher as barragens e levantar as restrições para a produção de eletricidade que vigoravam desde outubro, em 15 albufeiras. Só uma mantém a limitação.

Até ao dia 19 de dezembro, as 79 albufeiras portuguesas estavam a 77% da capacidade, tratando-se de um aumento global de 11,8% de água, relativamente à semana anterior. Dessas, a grande maioria, 42, estava entre 81 e 100% da capacidade, 15 estavam entre 61 e 80%, e duas entre 41 e 50%, revela a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), no último boletim.

Das 15 barragens identificadas pelo Governo, apenas a barragem do Alto Rabagão mantém a restrição na produção de eletricidade por estar a 41% da capacidade.

http://videos.sapo.pt/KVcfn66ywGCQoMeNl4Zp

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Dona do Colombo e NorteShopping passa cheque anti-inflação de 500 euros

Apoio abrangeu num total de 710 pessoas nas diferentes geografias em que a Sierra opera. Cerca de metade dos projetos sinalizados no plano de transformação estão concluídos.

Centro Comercial Colombo reabre ao público - 15JUN20A Sierra, a dona do centro comercial Colombo e do NorteShopping, atribuiu um apoio extraordinário de 500 euros para ajudar a mitigar o impacto da inflação nos rendimentos dos colaboradores. O apoio abrangeu 79% dos trabalhadores da companhia que tem em marcha um plano de transformação. Dos mais de 50 projetos sinalizados, cerca de metade estão concluídos.

“Perante o contexto inflacionário que vivemos, a Sonae Sierra vai apoiar os seus colaboradores mais expostos ao aumento geral do custo de vida. A empresa decidiu atribuir um valor adicional de 500 euros, neste mês de dezembro, a
79% dos seus colaboradores, num total de 710 pessoas nas diferentes geografias em que opera“, adianta Inês Drummond Borges, chief transformation officer da Sierra, o braço imobiliário do grupo Sonae, à Pessoas/ECO.

Atendendo às diferentes geografias onde estamos, a atribuição deste apoio é feita da forma mais adequada a cada região“, precisa a responsável. Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, Roménia, Grécia e Marrocos são os mercados onde a companhia opera.

E, nesta época festiva, a Sierra atribuiu ainda a “todos os seus colaboradores dois dias e meio de férias adicionais”.

Com uma inflação a atingir em 2022 níveis de há 30 anos, com forte impacto nos rendimentos dos colaboradores, pressão inflacionista que deverá manter-se no próximo ano, a chief transformation officer da Sierra, admite que na empresa estão a olhar para o tema “com bastante preocupação” e a “tentar encontrar também modelos flexíveis para minimizar o impacto”.

“Estamos a olhar para como é que podemos justamente dar flexibilidade às pessoas para gerir esse impacto impacto desses custos inflacionados no seu bem estar, dependendo da circunstância em que estão. Há duas grandes áreas que estamos a estudar: energia e alimentar”, diz.

“Estamos a tentar perceber como é que podemos compor algumas soluções que permitam às pessoas fazer escolhas mais adequadas à sua circunstância pessoal. Particularmente com estas duas variáveis”, afirma, sem mais detalhes.

Plano de transformação: metade dos projetos sinalizados concluídos

Em outubro de 2021, a Sierra anunciou um novo posicionamento que passou pela ampliação a novas áreas de atividade, como o negócio de gestão de fundos de investimento imobiliários — que “permitirá alargar a criação de veículos desenhados à medida das preferências de cada parceiro, alavancando a experiência acumulada ao longo de 30 anos em imobiliário, com investidores institucionais e privados” — e o alargamento da sua atividade de promoção imobiliária a “projetos urbanos sustentáveis e diferenciadores”, que integram diferentes usos imobiliários (residencial, escritórios, lazer e comercial), explicou na época a empresa.

“A Sonea Sierra tem uma nova estratégia de negócio desde há cerca de dois anos e que passa pela diversificação das áreas de realstate em que opera. Deixar de ser apenas uma empresa especialista em centros comerciais, para passar a tirar partido dos skills das suas pessoas para desenvolver linhas de negócio complementares à linha de negócio tradicional, pelo qual a empresa é mais conhecida”, refere Inês Drummond Borges.

Inês Drummond Borges

Um plano de negócio que colocou em marcha um plano de transformação que passa, também, pelo eixo pessoas. “Temos consciência de que a nossa organização não está preparada para entregar com sucesso esta nova estratégia, porque nesta fase precisamos de alguns skills que antes não precisávamos”, diz. “Precisamos de pessoas que têm aquilo que não temos em casa. Precisamos de as ir buscar fora e de as integrar com as que existem.”

“É um misto de recrutamento com desenvolvimento de talento interno e, incontornável, de desenvolvimento das lideranças”, refere. “Sabemos que, na experiência de trabalho no dia-a-dia aquilo que mais influencia é a liderança direta, como quem está a liderar faz a gestão daquela equipa, daquela pessoa. Portanto, neste processo de transformação, o desenvolvimento de lideranças é absolutamente fundamental.”

“Qual é a transformação organizativa que estamos a procurar? Em primeiro lugar, criar uma organização muito mais comercial. A Sierra não tinha no passado de ser uma organização muito comercial, isto é, uma organização muito focada nas necessidades dos clientes, no cliente investidor”, comenta a chief transformation officer.

A primeira versão do programa de transformação identificou 54 projetos construídos com uma lógica de metodologia agile, ou seja, coisas curtas. Arrancaram 49 ao longo de 2022 e ficaram concluídos 25. Os restantes ainda estão em desenvolvimento.

Inês Drummond Borges

Chief Transformation Officer

Agora abrindo o leque a gestão de ativos imobiliários de terceiros, por exemplo, há que ter outros skills. “É toda uma jornada onde é preciso criar mecanismos de escuta ativa do mercado, de desenvolver skills de conhecimento do cliente, mapeamento das suas necessidades, segmentação, priorização de nicho de mercado, que vão ser primeiramente abordados, para tentar reposicionar a empresa. E a Sierra é um bicho complexo: estamos a falar de 12 escritórios e trabalho feito em mais de 50 países. Portanto, não é uma realidade única que analisa a partir de Portugal e de onde emana as diretivas para o que acontece em todos estes mercados”, diz.

Então que pessoas ou skills precisa a nova Sierra? Inês Drummond Borges exemplifica. “Na vertente comercial, precisamos de, sem dúvida, de ir buscar comerciais com experiência em fazer este tipo de trabalho. Noutros países, que não Portugal, temos tido contratações de monta na Alemanha.”

“A primeira versão do programa de transformação identificou 54 projetos construídos com uma lógica de metodologia agile, ou seja, coisas curtas”, diz a chief transformation officer. “Desses 54 projetos, arrancaram 49 ao longo de 2022 e ficaram concluídos 25. Os restantes ainda estão em desenvolvimento.”

“Concebemos o nosso processo de mudança como um movimento interativo e iterativo, pelo que o número e tipo de iniciativas de mudança vai variar ao longo do tempo, em função dos resultados que atingirmos nas várias frentes e dos gaps face às nossas ambições. Por isso, a cada seis meses, voltamos à fase de design do programa para o afinar.

Estender programa de trainees a outros mercados

Dentro do eixo pessoas, “há uma transformação da força de trabalho da Sierra, até porque nalguns casos era preciso renovar pessoas, até por fatores de idade, pessoas que estavam perto do limite de idade, trabalho”, assinala a responsável. “Era preciso fazer uma renovação, e uma renovação estratégica. Temos um esforço de recrutamento enorme, temos 50-60 processos de recrutamento abertos em permanência”, comenta.

Mas, para os perfis que necessita para essa renovação, a companhia debate-se igualmente com escassez de talento.

“Essa escassez sente-se muito na Alemanha. Mesmo para os perfis que queremos, em Espanha também não tem sido fácil. Mas essa escassez tem sido transversal, sentimos muito em Portugal, em Espanha”, diz.

A nível de formação a Sierra apostou em “alavancar o máximo” os conteúdos disponíveis na Sonae Academy relativos a skills comerciais e desenvolver outras “à medida de aquilo que vai fazer diferença para as nossas pessoas.”

A companhia lançou ainda um programa de trainees específico, o Big In. “Temos 13 pessoas em Portugal e planeamos em 2023 (arrancar) em todas as principais outras geografias da Sierra”, adianta.

Modelo de trabalho do futuro?

Num momento, em que o modelo de negócio da Sierra visa contribuir para a construção das chamadas cidades do futuro, de que modo a companhia está a construir o seu modelo de trabalho futuro?

“Temos um modelo híbrido de trabalho, mas estamos a pensar nesta problemática com uma perspetiva mais aberta. Isto não é só sobre o modelo de trabalho, mas sobre soluções de flexibilidade para as pessoas que vão mais além de quantos dias por semana por trabalhar de casa ou tenho de ir ao escritório”, começa por dizer.

O modelo híbrido atual tem “diferentes nuances, consoante as funções das pessoas, nas diferentes áreas da empresa, porque há funções onde essa flexibilidade pode pela natureza da função, ser maior do que outras”.

“A Sierra foi pioneira na Sonae na construção de modelos de flexibilidade, ou seja, de gestão de part-times, flexibilidade de horários, de “compra” de dias de férias, por exemplo. Não temos um modelo em funcionamento parecido com a MC (dona do Continente) — em que os colaboradores, de certas funções, podem ter direito à sexta-feira livre, trabalhando mais horas de segunda-feira a quinta-feira — mas existem diversos modelos de flexibilização, tentando tirar partido da natureza das funções”, diz.

“A semana de quatro dias em concreto não está a ser testada na Sierra, a não ser ao abrigo de um part-time, acordado caso a caso.”

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“Famílias” e “empresas” dominam discursos de Medina em 2022

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2022

Numa análise da Lusa a nove discursos proferidos pelo ministro das Finanças este ano, Fernando Medina usou 78 vezes o termo empresas e 74 vezes a palavra famílias.

‘Empresas’ e ‘famílias’ dominaram a mensagem do ministro das Finanças, Fernando Medina, em 2022, ano no qual ‘inflação’, ‘apoios’ e ‘dívida’ também estiveram sempre presentes, segundo uma análise da Lusa.

Num conjunto de nove discursos de Medina em momentos-chave do ano – desde a defesa no parlamento do Programa de Estabilidade, em abril, até à audição na especialidade do Orçamento do Estado para 2023 – analisados pela Lusa, o ministro usou 78 vezes o termo ‘empresas’ e 74 vezes a palavra ‘famílias’.

Estes números apenas são ultrapassados pela expressão ‘Orçamento’ (mais de 90 vezes), até porque sete das intervenções foram dedicadas às propostas orçamentais para 2022 e 2023, pelo que também ‘Portugal’ e ‘Estado’ foram referidos quase 50 vezes, cada.

Medina chegou ao Governo no final de março, cinco semanas depois do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, um conflito que acentuou as pressões inflacionistas que já se vinham a fazer sentir e colocou desafios aos governos a nível mundial.

Neste contexto, as palavras “inflação” ou “preços” foram constantes nos discursos do governante, totalizando quase 60 repetições.

A crise energética e inflacionista levou, assim, o executivo a lançar várias medidas destinadas precisamente às empresas e famílias, pelo que se ouviu de Medina o termo “rendimentos” 52 vezes e “apoios” pelo menos 46 vezes.

Se, por um lado, o executivo defendeu os pacotes de apoios lançados, também argumentou diversas vezes sobre a importância de assegurar uma trajetória de redução da dívida pública, com o governante a utilizar a expressão “dívida” 38 vezes nos nove discursos analisados, ou não fossem as “contas certas” um dos motes do Ministério das Finanças – uma expressão repetida uma dezena de vezes.

Já as palavras ‘investimento’ e ‘crescimento’ no contexto económico foram proferidas 38 e 25 vezes, respetivamente.

Medina não deixou de fora os termos ‘PIB’, ‘défice’ ou a robustez do ‘mercado de trabalho’, usados cerca de 20 vezes, assim como os ‘juros’, referidos mais de 15 vezes, e ‘gás’ e ‘energia’, mais de 13 vezes cada.

Num ano marcado pela invasão da Ucrânia pela Rússia, o termo “guerra” esteve presente 13 vezes nos discursos do governante e “incerteza” 16 vezes, enquanto a expressão “pandemia” surgiu 15 vezes.

Os discursos foram predominantemente focados no presente, pelo que o ano de 2024 foi referido três vezes, o de 2025 duas vezes e o período 2022-2026 uma vez.

A análise da Lusa tem por base nove discursos proferidos por Fernando Medina este ano, todos na Assembleia da República: a intervenção inicial do ministro das Finanças no debate sobre o Programa de Estabilidade 2022-2026 (20 de abril); no debate na generalidade sobre o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) – um em 26 de e outro em 29 de abril; na audição de apreciação na especialidade do OE2022 (13 de maio de 2022); no encerramento da discussão na especialidade do OE2022 (27 de maio); numa audição regimental (14 de setembro); no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) – um em 21 de outubro e outro em 27 de outubro); e na especialidade do OE2023 (11 de novembro).

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