CTT querem “taxa temporária” para compensar subida dos preços dos combustíveis
Grupo está a negociar com "grandes clientes" uma "taxa temporária" para compensar gasolina e gasóleo mais caros. Parte da carteira de clientes já tem tarifas indexados aos combustíveis.
A subida expressiva dos preços dos combustíveis está a ter impacto no negócio dos CTT CTT 0,00% . Apesar de a empresa ter em marcha um plano de eletrificação da frota, o grupo quer compensar o aumento dos custos com uma “taxa temporária”, medida que já começou a negociar com os “grandes clientes”, revelou o conselho de administração esta quinta-feira.
Numa altura em que a energia mais cara já está a paralisar algumas empresas em Portugal, os CTT querem passar parte da subida dos custos para os clientes. Algum desse trabalho já está feito e o que falta está em marcha, explicou o presidente executivo, João Bento.
“Temos cerca de um terço da receita já protegida por termos contratuais e, nas negociações para amentos de preços, vamos mudar isso estruturalmente para mais 60%. Depois, há uma pequena parte de grandes clientes com os quais estamos a discutir uma taxa adicional temporária tendo em conta esta situação extraordinária”, disse o gestor, numa conferência telefónica com analistas.
Na mesma ocasião, Guy Pacheco, administrador dos CTT com o pelouro financeiro, deu mais detalhes acerca desse plano. “Temos cerca de um terço dos clientes com tarifas indexadas aos combustíveis e estamos a tentar indexar, como parte das nossas negociações normais de preços, outro terço.”
“Com o último terço, que são os grandes clientes – e que pode imaginar quem são -, estamos a tentar negociar uma tarifa extraordinária e temporária para encarar a atual situação. Veremos quanta percentagem dos custos é que podemos mitigar com esta renegociação”, rematou o administrador financeiro dos CTT.
Alguns dos maiores clientes dos CTT são entidades públicas.
Por fim, quanto aos preços da eletricidade, o conselho de administração dos CTT indicou que o grupo está protegido desse impacto “até ao fim do ano”, sem acrescentar mais detalhes.
Guy Pacheco detalha plano face aos preços dos combustíveis:
Negócio imobiliário avança até junho
Os CTT estão a estudar a alienação do património imobiliário, avaliado em mais de 200 milhões de euros, como noticiou o ECO em janeiro. Sobre isto, a empresa revelou que o negócio deverá avançar até junho.
“No imobiliário, estamos a retomar esse projeto depois de termos fechado a concessão [do serviço postal universal] no mês passado. Esperamos dar notícias durante a primeira metade deste ano”, disse Guy Pacheco, em resposta a um analista financeiro.
Os CTT constituíram em dezembro passado uma empresa, chamada CTT – Sociedade Imobiliária. A administração há vários meses que fala na possibilidade de “otimizar” e “monetizar” o seu vasto portefólio de imóveis.
Na quarta-feira, os CTT anunciaram lucros de 38,4 milhões de euros em 2021, mais do dobro do resultado do ano anterior. Os títulos da empresa somam 4,36% na bolsa de Lisboa, cotando em 4,78 euros.
Evolução do preço das ações dos CTT:
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
CTT querem “taxa temporária” para compensar subida dos preços dos combustíveis
{{ noCommentsLabel }}